Normalização Conceitos & Atualização

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Transcrição:

Normalização Conceitos & Atualização Prof. Dr. Paulo Sérgio Marin, Engº. Engenheiro Eletricista marin@paulomarin.com São Paulo 17/10/2013

Minhas Credenciais Prof. Dr. Paulo Marin, Engº. Estudos de pós-doutorado em des. de energia sustentável (Calgary, AB, Canadá); Doutor em Engenharia Elétrica Interferência eletromagnética; Mestre em Engenharia Elétrica Propagação de sinais; Engenheiro Eletricista Pleno; Coordenador da ABNT - Cabeamento estruturado: comercial, data centers, residencial e infraestrutura Coordenador da ANSI/BICSI nos Estados Unidos (ANSI/BICSI-005 - ESS Electronic Safety & Security); Membro da ANSI/BICSI-002 - USA (Data Center Infrastructure Standard & Recommended Practices); Autor de inúmeros artigos técnicos publicados no Brasil e no exterior; Autor do livro Cabeamento Estruturado Desvendando cada passo: do projeto à instalação (publicado em 2008, em sua quarta edição atualmente); Autor do livro Data Centers Desvendando cada passo: conceitos, projeto, infraestrutura física e eficiência energética (publicado em 2011); Colunista da Revista RTI por mais de dez anos; Organizador, presidente de mesa e mediador de congressos técnicos Palestrante internacional em diversos eventos técnicos e acadêmicos; Membro da BICSI (A Telecommunications Association USA); Membro do IEEE (Institute of Electric and Electronics Engineers - USA).

O que você vai aprender? Revisão dos princípios de transmissão de sinais e capacidade do canal de transmissão Cabeamento estruturado - Conceito História da evolução do cabeamento estruturado Status da normalização no setor de cabeamento no Brasil e no mundo (Estados Unidos e Internacional) Coberturas das normas e novidades Desenvolvimentos em cabeamento estruturado Tendências

Princípios de Transmissão de Sinais Transmissão banda base: sem modulação A largura de banda total do canal requerida pela aplicação é utilizada independentemente da quantidade de informação transmitida Largura de banda é uma especificação de frequência (MHz) Velocidade de transmissão é uma especificação da aplicação (Mb/s) A relação entre MHz e Mb/s não é linear Teorema de Nyquist Teorema de Shannon-Hartley

Princípios de Transmissão de Sinais Transmissão banda base: sem modulação A largura de banda total do canal requerida pela aplicação é utilizada independentemente da quantidade de informação transmitida Largura de banda é uma especificação de frequência (MHz) Velocidade de transmissão é uma especificação da aplicação (Mb/s) A relação entre MHz e Mb/s não é linear Teorema de Nyquist Teorema de Shannon-Hartley

Capacidade de Transmissão Shannon Capacity 60 50 Bandwidth in Gb/s 40 30 20 10 Cat 6 UTP - 9.39 Gb/s @ 800MHz Cat 6 ScTP - 28.8 Gb/s @ 800MHz Class F - 49.36 Gb/s @1000MHz 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 MHz

Cabeamento estruturado: Conceito Cabeamento Estruturado é um termo amplamente utilizado para descrever um sistema de cabeamento baseado em normas capaz de atender às aplicações de telecomunicações (dados, voz, imagem), bem como sistemas de automação do edifício. O cabeamento estruturado pode ser implementado com diversos meios físicos padronizados e deve atender à uma grande gama de aplicações atuais e futuras.

Um Pouco de História do Cabeamento 1980-1990 1990-2000 2000-2010 Cat. 3 16MHz Cat. 5/5e 100MHz Cat. 6 250MHz Cat. 6A 500MHz Cat. 7 600MHz Cat. 7A 1000MHz 10Base-T 10Base-T 10Base-T 10Base-T 10Base-T 10Base-T 100Base-T 100Base-T 100Base-T 100Base-T 100Base-T 1000Base-T 1000Base-T 1000Base-T 1000Base-T 10GBase-T 10GBase-T 10GBase-T Cat. 8? 2000MHz 10Base-T 100Base-T 1000Base-T 10GBase-T 10 anos... 20 anos

Normalização

Para que servem as Normas de Cabeamento? Seus principais objetivos são: Oferecer topologias de cabeamento padronizadas Especificar meios físicos e comprimentos Especificar e recomendar boas práticas Padronizar metodologias de testes Oferecer respaldo legal para projetistas e instaladores

Normalização - Hierarquia Existe uma hierarquia internacional de normalização que deve ser levada em consideração

Brasil (ABNT) Normalização NBR 14565:2012 Cabeamento estruturado para edifícios comerciais e data centers Internacional (ISO/IEC) ISO/IEC 11801:2011 Amd.2.2 Cabeamento estruturado para as dependências do cliente ISO/IEC 24764:2010 Sistemas de cabeamento estruturado para data centers ISO/IEC 15018:2009 Amd.1 Cabeamento estruturado para residências ISO/IEC 18010: 2005 Amd.1 Encaminhamentos e espaços para cabeamento nas dependências do cliente

Normalização Estados Unidos (ANSI) ANSI/TIA-568-C (C.0, C.1, C.2, C.3 e C.4) Cabeamento estruturado, componentes e sistemas ANSI/TIA-942-A Infraestrutura de telecomunicações para data centers ANSI/TIA-569-C Encaminhamentos e espaços para cabeamento em edifícios ANSI/TIA-606-B Gerenciamento da infraestrutura ANSI/TIA-607-B Aterramento para sistemas de telecomunicações em edifícios TIA-1158 Testes de campo do cabeamento balanceado TIA-1005-1 Cabeamento para aplicações industriais

Coberturas das Normas

Principais Normas Normas NBR14565 ISO 11801 ISO24764 TIA-568-C TIA-942-A Especificações Cat./Classe 3/C 5e/D 6/E 6A/E A 7/F Aplicações Cabeamento óptico Edifícios comerciais e data centers OF300, OF500 e OF2000 OM1, OM2, OM3 e OM4 OS1 e OS2 3/C 5e/D 6/E 6A/E A 7/F 7A/F A Edifícios comerciais e genéricos OM1, OM2, OM3 e OM4 OS1 e OS2 5e/D 6/E 6A/E A 7/F 7A/F A Data centers OM3 e OM4 OS1 e OS2 Cat. 3 Cat. 5e Cat. 6 Cat. 6A Edifícios comerciais e genéricos OM1, OM2 e OM3 OS1 e OS2 Cat. 6 Cat. A Data centers OM3 e OM4 OS1 e OS2 Trunking/MPO SIM SIM SIM SIM SIM

NBR 14565:2012 CD BD FD CP TO TE Subsistema de cabeamento de backbone de campus Subsistema de cabeamento de backbone de edifício Subsistema de cabeamento horizontal Cordão da área de trabalho Subsistema de cabeamento genérico Estrutura do cabeamento para edifícios comerciais (NBR 14565:2012)

NBR 14565:2012 Cabeamento para data centers Melhores práticas de projeto e instalação de infraestrutura para data centers (Anexo F)

ABNT NBR Cabeamento estruturado para aplicações residenciais CE 03:046.05 GT-2 (Grupo de Trabalho 2) Projeto concluído e aprovado na Consulta Nacional Especificação de um sistema de cabeamento estruturado para três grupos de aplicações: Tecnologia da informação e telecomunicações (ICT) Tecnologia de broadcast (BCT) Automação residencial (AR) Encaminhamentos e espaços para cabeamento estruturado CE 03:046.05 GT-3 (Grupo de Trabalho 3) Projeto iniciado em julho/2013 Previsão de publicação: dezembro/2014

Cabos Metálicos Padronizados

ANSI/TIA-942-A Separação de conteúdo específico: Aterramento: TIA-607-B Gerenciamento: TIA-606-B Separação entre circuitos, racks, parâmetros ambientais: TIA-569-C Instalação de planta externa: TIA-758-B Cabos coaxiais 734/735: Permancecem nas especificações

Cabeamento - Data Center Típico Topologia de cabeamento de um data center típico

Topologia Distribuída Topologia de cabeamento de um data center de grande porte (topologia distribuída)

Topologia Reduzida Topologia reduzida de cabeamento para data centers de pequeno porte

ANSI/TIA-942-A IDA Intermediate Distribution Area Sala de computadores MDA Backbone Backbone IDA HDA HDA Backbone Cabeamento horizontal Backbone HDA Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal EDA EDA EDA EDA

NBR versus TIA Comparativo entre as nomenclaturas adotadas pela ABNT e ANSI/TIA para os elementos funcionais do cabeamento para data centers

Desenvolvimentos TIA TR 42.7: desenvolvimento da Categoria 8, com 2GHz (2000MHz) de largura de banda com proposta para operar 40Gb/s. A ANSI/TIA não reconhece as categorias 7 e 7A, porém a nova categoria de desempenho deverá receber a designação de Categoria 8. A ISO deverá adotar uma nova nomenclatura, ainda em estudo. Com exceção do parâmetro perda de retorno, o desempenho da Categoria 7A/Classe F A é superior ao da proposta Categoria 8 para todos os demais parâmetros elétricos de transmissão. A isolação elétrica entre pares em cabos Categoria 7A/Classe F A (cabos S/FTP, Shielded/Foiled Twisted Pair) chega a ser mais de 20 db superior àquela oferecida pela Categoria 8. A compatibilidade retroativa pode não ser garantida com as propostas atuais.

Conclusões Os organismos de normalização têm sido ativos (Cat. 6A, Cat. 7, Cat. 7A, Cat.8?, etc) Faltam definições sobre novas aplicações Ethernet sobre cobre e os mecanismos de autonegociação Há novas e importantes iniciativas no setor de normalização para cabeamento no Brasil (NBR 14565:2012, cabeamento residencial, encaminhamentos e espaços, etc) Há uma discussão, sob o meu ponto de vista, desnecessária e infrutífera sobre o aumento da oferta de largura de banda dos sistemas de cabeamento balanceado Há incertezas sobre os rumos das novas categorias de desempenho Falta um melhor aproveitamento do que existe e está consolidado

Prof. Dr. Paulo Sérgio Marin, Engº. Engenheiro Eletricista marin@paulomarin.com