COMPORTAMENTO POPULACIONAL DE CUPIÚBA (GOUPIA GLABRA AUBL.) EM 84 HA DE FLORESTA DE TERRA FIRME NA FAZENDA RIO CAPIM, PARAGOMINAS, PA.

Documentos relacionados
MANILKARA HUBERI STANDLEY (MAÇARANDUBA), EM UMA FLORESTA NATURAL NA REGIÃO DE PARAGOMINAS, PA 1.

DISTRIBUIÇÃO DE ASTRONIUM LECOINTEI DUCKE EM RELAÇÃO ÀS DIFERENTES FASES SUCESSIONAIS EM UMA FLORESTA NATURAL NA FAZENDA RIO CAPIM, EM PARAGOMINAS, PA

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA FLORESTA SECUNDÁRIA EM UM PERÍMETRO URBANO, BELÉM-PA

PA 06 - Sistemas e Procedimentos Silviculturais. Ademir R. Ruschel Pesq. Embrapa Amazônia Oriental

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Parte I. Recursos Florestais Silvicultura. PHD3334 Exploração de Recursos Naturais. Universidade de São Paulo

15. Mortalidade, recrutamento e crescimento da comunidade arbórea de uma floresta ombrófila densa de terras baixas na Amazônia oriental

Utilização do método de BDq para planejar o corte seletivo em um floresta de várzea no município de Mazagão-AP

TABELA 1. Características químicas e texturais do solo sob a floresta primária de terra firme do Camaipi, Mazagão-AP.

Ciência Florestal ISSN: Universidade Federal de Santa Maria Brasil

PLANO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL. Resumo Público

de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

s u m o s IIII III IIl D1 lii II p A N D Simpósio slicultura NA AMAZÔNIA ORIENTAL: CONTRIBUIÇÕES DOPROJETO EMBRAPAIDFID .:..

Prof. Dr. Francisco Soares Santos Filho (UESPI)

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

RESUMO. PALAVRAS-CHAVE: inventário florestal, manejo florestal, floresta tropical, Floresta Nacional do Tapajós, Amazônia.

COMPORTAMENTO POPULACIONAL DE CUPIÚBA (Goupia glabra Aubl.) EM FLORESTA DE TERRA FIRME NA FAZENDA RIO CAPIM, PARAGOMINAS (PA) 1.

MANEJO FLORESTAL NA AMAZÔNIA

DIVERSIDADE E COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA REGENERAÇÃO NATURAL E ESTRATO ARBÓREO EM ANAPÚ, PA

s u m o s IIII III IIl D1 lii II p A N D Simpósio slicultura NA AMAZÔNIA ORIENTAL: CONTRIBUIÇÕES DOPROJETO EMBRAPAIDFID .:..

ESTUDO FITOSSOCIOLÓGICO DE Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don EM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA ABERTA

ANAIS V ENCONTRO MARANHENSE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

ACERVO ARBÓREO MADEIREIRO DE UMA FLORESTA ACREANA SOB MANEJO COMUNITÁRIO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

INFLUÊNCIA DO ESPAÇAMENTO NA DENSIDADE DA MADEIRA DE Bagassa guinnensis Aubl. (Tatajuba) NO PLANALTO DE BELTERRA PARÁ

COMPARAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE EUCALYPTUS UROPHYLLA X EUCALYPTUS GRANDIS 1 INTRODUÇÃO

SANDRA BELTRAN-PEDREROS JONES GODINHO (ORG)

CARACTERIZAÇÃO DA ESPÉCIE Qualea paraensis Ducke EM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA ABERTA NO MUNICÍPIO DE ROLIM DE MOURA, RO

DINÂMICA DAS POPULAÇÕES DE ABIUS EM UMA ÁREA SOB MANEJO NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS, PA 1

Inve t ntári á io Fl Flor t es l Definição, Tipos e Aplicação no Manejo Florestal

TESTE DE DUAS MODALIDADES DEANELAGEM EM OITO ESPÉCIES ARBÓREAS NA FLORESTA AMAZÔNICA 1

Manejo Florestal Sustentável na Amazônia

INFLUÊNCIA DO ESPAÇAMENTO NAS CARACTERíSTICAS FíSICO-MECÂNICAS DA MADEIRA DE Bagassa guianensis Aubl. (TATAJUBA) NO PLANALTO DE BELTERRA, PARÁ'

Plano De Manejo Florestal Sustentável Da Caatinga Na Região Central Do RN

Portaria CBRN 01/2015

Inventário Florestal. Amostragem estratificada aleatória

Ministério do Meio Ambiente

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

REGENERAÇÃO NATURAL DO COMPONENTE ARBÓREO DE UM FRAGMENTO DE VEGETAÇÃO DE ENCOSTA NA SERRA DE MARACAJU EM AQUIDAUANA, MS.

AVALIAÇÃO BIOMÉTRICA DO CRESCIMENTO DE ANDIROBA (CARAPA GUlANENSIS AUBL.) E MOGNO-AFRICANO (KAYA IVORENSIS A. CHEV.) FRENTE A SAZONALIDADE

Ana Caroline de Jesus de Castro 1, Jeisiane Brenda Soares de Sousa 2, Márcio Hofmann Mota Soares 3, Ademir Roberto Ruschel 4, Milton Kanashiro 5

Manejo florestal como alternativa sustentável na Amazônia

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

A qualidade de mudas clonais de Eucalyptus urophylla x E. grandis impacta o aproveitamento final de mudas, a sobrevivência e o crescimento inicial

Fator de forma para Mimosa ophthalmocentra e Poincianella bracteosa em uma área de Caatinga

Assunto: Diâmetro. Estatísticas associadas ao diâmetro. 3. Diâmetro equivalente (deq)

RESUMO. PALAVRAS-CHAVE: equações de volume, análise de regressão, Floresta Nacional do Tapajós, floresta tropical, Amazônia.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Inventário Florestal. Definição, Tipos e Aplicação no Manejo Florestal

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

s u m o s IIII III IIl D1 lii II p A N D Simpósio slicultura NA AMAZÔNIA ORIENTAL: CONTRIBUIÇÕES DOPROJETO EMBRAPAIDFID .:..

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Estrutura populacional e distribuição espacial de Qualea grandiflora Mart., em área de transição no Piauí

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

Predição da distribuição diamétrica de Inga sp. por meio de modelos probabilísticos, Macapá-AP, Brasil

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Dendrometria 27/6/2011. Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.

CRESCIMENTO DE CLONES DE

Área mínima representativa que. amostragem. Compreende uma ou mais árvores

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - PRODUÇÃO VEGETAL PRODUÇÃO E VALOR DA EXTRAÇÃO DE MADEIRA EM TORA NO ESTADO DO PARÁ DE 2000 A 2012

MODELAGEM HIPSOMÉTRICA DE CLONES DE EUCALYPTUS spp. NA CHAPADA DO ARARIPE PE

Inventário Florestal. Tamanho e forma de parcelas

COMPORTAMENTO SILVICULTURAL DA Tectona grandis Linn.F (TECA) EM SISTEMA SILVIPASTORIL NA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DO PARÁ 1

ESTIMATIVA DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO E VOLUME

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF RR 01 - Roraima

NÚMERO DE ANÉIS DE CRESCIMENTO COMO PARÂMETRO PARA A ESTIMATIVA DA MASSA ESPECÍFICA DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

Art. 1º A exploração florestal em qualquer modalidade, no Estado de Santa Catarina,

Distribuição espacial de Eschweilera spp. no município do Moju, Pará

ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DE UM TRECHO FLORESTAL NA PORÇÃO SUL AMAZÔNICA, QUERÊNCIA MT

DETECÇÃO DO DESMATAMENTO

Distribuição espacial de serrarias legalizadas no Estado do Amapá, Brasil

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

CRESCIMENTO DE MUDAS DE

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE CUBAGEM COM NÚMERO IGUAL DE SEÇÕES DO TRONCO DE ÁRVORES DE EUCALIPTO

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE Eucalyptus urophylla X Eucalyptus grandis EM TERCEIRA ROTAÇÃO PARA FINS ENERGÉTICOS

s u m o s IIII III IIl D1 lii II p A N D Simpósio slicultura NA AMAZÔNIA ORIENTAL: CONTRIBUIÇÕES DOPROJETO EMBRAPAIDFID .:..

PLANO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL. Resumo Público

Análise da composição florística de uma Área de Reserva Legal 33 anos após recomposição

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA- UFRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS SILVANE VATRAZ

CAPÍTULO 3 CORTE DE CIPÓS

LCF Recursos Florestais em Propriedades Agrícolas. DENDROMETRIA e INVENTÁRIO

Inventário Florestal. Definição, Tipos e Aplicação no Manejo Florestal

Ocorrência de açaí (Euterpe precatoria Mart.), em área de manejo florestal da Floresta Nacional do Jamari, Rondônia.

VOLUMETRIA DE CAATINGA ARBÓREA NA FLORESTA NACIONAL DE CONTENDAS DO SINCORÁ, BAHIA

Fitossociologia e Diversidade

Avaliação florística e estrutural da floresta de conservação de solo e água da Empresa Florestal Integral Guanacahabibes, Cuba

LCF Recursos Florestais em Propriedades Agrícolas. SILV 06 - BIOMETRIA e INVENTÁRIO FLORESTAL

Oficina de Vegetação Treinamento de Campo 2

Anais do II Seminário de Atualização Florestal e XI Semana de Estudos Florestais

INVENTÁRIO FLORESTAL ÍNDICE DE SÍTIO

Crescimento em altura em um povoamento clonal de Tectona grandis L.f. em sistema silvipastoril, Alta Floresta-MT

O que é uma variável binomial? 2 qualidades 2 tamanhos

Manejo Florestal. Edson Vidal Professor Doutor Departamento de Ciências Florestais Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP

Estrutura populacional de Psychotria nuda (Cham & Schlecht.) Wawra, Hyeronima alchorneoides Allemão e Marlierea obscura

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

Guia do inventário de florestas plantadas

SUSTENTADA (CONTÍNUA) DOS RECURSOS FLORESTAIS, COM O MÍNIMO DANO AMBIENTAL POSSÍVEL, OTIMIZANDO O USO DOS RECURSOS AMBIENTAIS (MELHORES PRÁTICAS DE

- Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas-MG. Palavras-chave: Sorghum bicolor, herbicidas, deriva, produção de grãos.

Transcrição:

COMPORTAMENTO POPULACIONAL DE CUPIÚBA (GOUPIA GLABRA AUBL.) EM 84 HA DE FLORESTA DE TERRA FIRME NA FAZENDA RIO CAPIM, PARAGOMINAS, PA. HIRAI, Eliana Harumi ; CARVALHO, João Olegário Pereira de. INTRODUÇÃO O êxito da exploração florestal de baixo impacto depende de dados quantitativos, qualitativos e botânicos das espécies, e principalmente da condução bem feita das atividades. Estas devem ser atreladas a princípios como o desenvolvimento sócio-econômico da região e garantia de medidas mitigadoras de impactos ambientais (IBAMA, 00). Para isso, a exploração necessita de pesquisas que garantam bases econômicas e ecológicas. As bases econômicas para o planejamento e aplicação do bom manejo dizem respeito a características tecnológicas e de comercialização dos produtos madeireiros e não-madeireiros, enquanto as bases ecológicas correspondem à botânica e ao comportamento das espécies na floresta. A principal finalidade do estudo é contribuir para o aumento do conhecimento sobre o comportamento populacional da espécie, fornecendo dados sobre a estrutura da população de cupiúba e facilitando o planejamento de ações de manejo silvicultural, inclusive juntamente com outras espécies que compõem a comunidade vegetal na área estudada e na região. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi desenvolvido numa área de 84 ha de floresta nativa na Fazenda Rio Capim, pertencente a Cikel Brasil Verde S/A, localizada no município de Paragominas, PA. A área do projeto é banhada pelas bacias dos rios Capim, Surubijú e Gurupi, (WATRIN; ROCHA, 99). Segundo IBGE (99), os seguintes ambientes fitoecológicos definidos na área são: Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Densa Aluvial. Na área de 84 ha foi realizado um inventário a 00% de intensidade, considerando os indivíduos com DAP (diâmetro a,0 m do solo) igual ou superior a 45 cm. A área foi dividida em faixas de 50 m de largura, para facilitar a realização do inventário. Além da medição do DAP, foi feita também uma avaliação visual do fuste da árvore, considerando forma, defeito, danos, inclinação e potencial para aproveitamento.

Calculou-se a abundância, a freqüência, a dominância e o volume da espécie na área. Foi feita também uma distribuição das árvores em classes diamétricas e a estimativa da qualidade de fustes das árvores. A abundância foi considerada, de acordo com Souza (97), como sendo o número de plantas da espécie na composição florística da área. A dominância, definida por Forster (97) como sendo a medida da projeção total do corpo da planta no solo, foi determinada através da área basal. A freqüência mede a distribuição de cada espécie, em termos percentuais, sobre a área (LAMPRECHT, 96). Foi calculada considerando as oito faixas, nas quais a área foi dividida para a realização do inventário a 00% de intensidade. Considerando que ainda não há uma equação de volume definida para a Fazenda Rio Capim, o cálculo do volume foi feito utilizando o fator de forma, que expressa a razão entre o volume real e o volume do cilindro, visando à estimativa corrigida do volume do tronco a partir de medições de DAP e altura. As árvores de cupiúba que ocorreram na área foram distribuídas em oito classes de diâmetro, com intervalo de 0 cm entre as classes, conforme segue: classe (árvores com DAP de 45 a 54 cm); classe (árvores com DAP de 55 a 64 cm); classe (65-74 cm); classe 4 (75-84 cm); classe 5 (85-94 cm); classe 6 (95-04 cm); classe 7 (05-4 cm); classe 8 (5-4 cm); classe 9 (5-4 cm); e classe 0 (5-44). A qualidade do fuste foi avaliada considerando três classes: fuste comercial agora e no futuro, reto, bem formado e sem defeito; fuste comercial agora ou no futuro, com alguns defeitos, aproveitável para tora com pelo menos 4 m; e fuste não comercial, fuste deformado, danificado, podre ou com inclinação maior que 45º. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados coletados na Fazenda Rio Capim geraram informações sobre a estrutura da população de Goupia glabra Aublet, e podem ser associadas aos dados fenológicos, caracteres climáticos e ecológicos, pois além de serem influenciadores da paisagem vegetal, os mesmos servirão de base para um manejo adequado que garanta a sustentabilidade da espécie na região. Ocorreram 68 indivíduos da espécie na área, com DAP>45 cm, equivalendo a uma abundância de 0,8 árvore/ha. Em pesquisa realizada por Costa et al. (998) em 00 ha no município de Moju, a Goupia glabra apresentou uma abundância de 0,76 árvore/ha. Na Floresta Nacional do Tapajós, Carvalho (98) encontrou 0,7 árvore/ha. Nesses estudos citados, também foram consideradas árvores com DAP>45 cm. Percebe-se que a espécie é bem representada nessas áreas, ocorrendo com maior número de indivíduos na Fazenda Rio Capim.

A dominância, representada pela área basal foi de 0,4m /ha. Dados semelhantes foram encontrados por Costa et al. (998), em 00 ha no município de Moju, cujo valor foi de 0,9m /ha. Outros trabalhos apresentaram comportamento diferente, como o realizado em 00 ha na Estação Experimental de Curuá-Una, cuja dominância foi de 0,79m /ha (BARROS; BARROS; SILVA, 000), caracterizando a representatividade da espécie na estrutura da floresta. A freqüência, considerando árvores com DAP>45 cm, foi de 00%, ou seja, a espécie foi encontrada em todas as faixas de inventário, portanto apresenta uma distribuição regular na área estudada. O volume calculado para árvores em pé, na área estudada na Fazenda Rio Capim, foi de,58m /ha. Na Floresta Nacional do Tapajós, Carvalho (98) encontrou volume de,89m /ha, caracterizando comportamento um tanto semelhante. Em 00 ha no município de Moju, Costa et al. (998) registraram um volume de 5,4m /ha; enquanto na Estação Experimental de Curuá-Una, em talhão de 00 ha, o volume de árvores de cupiúba foi de 8,89m /ha (BARROS; BARROS; SILVA, 000), mostrando diferença considerável dos demais trabalhos, e com alta representatividade para viabilização do bom manejo da espécie. Segundo a distribuição em classes de diâmetro dos indivíduos da espécie, com DAP> 45 cm, a classe (DAP 55-64 cm) apresentou maior número de árvores, seguida pelas classes (DAP 65-74 cm) e 5 (DAP 85-94 cm). Entretanto, pode-se observar na Figura que da classe até a classe 6 há maior ocorrência de indivíduos, e a partir da classe 7 (DAP 05-4 cm) o número de indivíduos é mais reduzido. Porém, a espécie é representada em todas as classes, desde 45 cm até 44 cm. Esse mesmo comportamento foi verificado em 00 ha (denominado de Bloco ) de floresta natural no município de Moju (COSTA et al., 998), onde a classe de diâmetro de 45-54 cm apresentou 6 árvores, a classe seguinte (54-64 cm) 7 árvores e nas classes diamétricas acima de 65 cm ocorreram 5 indivíduos. Nesse mesmo estudo no Moju, porém em 00 ha denominado de Bloco, foram registradas 4 árvores com DAP entre 5 e 4 cm e 5 árvores com DAP entre 5 e 44 cm; a abundância da espécie nessa área, segundo Costa et al. (998), pode ser resultado das ações antrópicas ocorridas no passado, que favoreceram a regeneração natural. Da mesma forma, na Floresta Nacional do Tapajós (CARVALHO, 98), a espécie ocorreu em todas as classes de DAP, a partir de 45 cm, sendo que o maior número de indivíduos foi registrado na classe de 65-74 cm, como também ocorreu neste estudo na Fazenda Rio Capim. É interessante notar que, nessa área do Tapajós, a espécie não apresentou árvores com diâmetros entre 5 cm e 5 cm, fato que pode ser explicado por se tratar de uma espécie heliófila, que precisa de grandes aberturas no dossel para se estabelecer e não encontra essa condição em florestas densas fechadas.

A estimativa quanto à qualidade de fustes na área foi de: 54% para a classe, ou seja, sem defeitos; 40% para a classe, com o aproveitamento de uma tora de pelo menos 4,0 m de comprimento; e 6 % para a classe, que caracteriza fuste não comercializável. Estes dados são considerados de grande interesse para verificar a valia ou não da exploração. CONCLUSÃO Goupia glabra (cupiúba) é uma espécie importante na estrutura dos 84 ha de floresta estudados na Fazenda Rio Capim, com abundância de árvores de grande porte, com alto volume de madeira e com indivíduos bem distribuídos na área. As árvores são bem distribuídas nas classes diamétricas a partir de 45 cm de diâmetro, entretanto apenas 54% dessas árvores apresentam fustes com excelente qualidade para produção de madeira. É necessário, portanto, que o manejo da espécie seja bem planejado e conduzido, considerando principalmente sua auto-ecologia, para manter a estrutura da população semelhante à atual, porém implementando atividades que possam melhorar a qualidade dos fustes. As empresas madeireiras devem investir no manejo da regeneração natural da espécie, considerando o alto valor de sua madeira e a falta de informações quanto ao seu cultivo em plantações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, A. V. de; BARROS, P. L. C. de; SILVA, L. C. B. da. Análise fitossociológica de uma floresta situada em Curuá-Una - Pará. Revista de Ciências Agrárias, n. 4, p. 9-6, 000. CARVALHO, J. O. P. de. Distribuição diamétrica de espécies comerciais e potenciais em floresta tropical úmida natural na Amazônia. Belém: EMBRAPA-CPATU, 98. 4p (Boletim de Pesquisa, ). COSTA, D. H. M.; FERREIRA, C. A. P.; SILVA, J. N. M.; LOPES, J. do C. A.; CARVALHO, J. O. P. de. Potencial madeireiro de floresta densa no município de Moju, Estado do Pará. Belém: EMBRAPA CPATU, 998. p. (Documentos, ). FÖRSTER, M. Strukturanalyse eines tropischen regenwaldes in Kolumbien. Allgeimeine Forst und Jagdzeitung, v. 44, n., p. -8, 97. IBAMA. Instrução Normativa n 0 04 /00. Decreto n 8 de julho de 00. Brasília, IBAMA. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. Manuais Técnicos em Geociências/ Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro, 99. v. p.6. LAMPRECHT, H. Ensayo sobre unos metodos para el analisis estructural de los bosques tropicales. Acta Científica Venezolana, v., p.57-65, 96. SOUZA, P. F. de. Termiologia florestal: glossário de termos e expressões florestais. Rio de Janeiro: IBGE. 97).

WATRIN, O. dos S.; ROCHA, A. M. A. Levantamento da vegetação natural e do uso da terra no município de Paragominas (PA) utilizando imagens TM/LANDSAT. Belém: Embrapa - CPATU, 99. 40 p. (Boletim de Pesquisa, 4).