diálogos de formação Aposentadoria



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Transcrição:

diálogos de formação Aposentadoria

diálogos de formação Aposentadoria

Índice Apresentação... 6 SindSaúde é inimigo histórico dos ataques dirigidos à aposentadoria... 8 Mudanças começam no governo tucano de FHC... 17 Lula surpreende classe trabalhadora... 20 Trabalhador perde. Os burgueses ganham... 27

Independente do seu tempo de trabalho ou idade, os assuntos abordados nesta cartilha estão em nosso cotidiano. Apresentação SindSaúde-PR 6

OSindSaúde elaborou este informativo temático sobre o direito à aposentadoria, sobre as mudanças que foram promovidas na Constituição Federal durante o período de 1994 a 2010, com os mandatos de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, e de Lula, do PT, e seus efeitos para a classe trabalhadora. Outro aspecto que apresentamos é sobre a ParanaPrevidência, do surgimento à derrocada. O objetivo é alertar ao conjunto dos trabalhadores estaduais para o pacote de alterações que Beto Richa quer promover no nosso Instituto de Previdência. Mais uma vez, a mudança mexe com o bolso do servidor e com o direito à aposentadoria. } Para além da informação que você obterá ao ler o material, queremos que esteja atento à dimensão do problema, e que eleve o grau de mobilização para resistir às velhas questões que nos atingem, que objetivam retirar direitos, e aos truques que podem surgir nessa área. { Saber é poder. Nesse caso, o poder precisa ser transformado em ações concretas do funcionalismo para que haja resistência às novas injustiças e retirada de direitos que o governo-patrão tentará nos impor. Independente do seu tempo de trabalho ou idade, os assuntos abordados nesta cartilha estão em nosso cotidiano. Leia e tire suas conclusões sobre a gravidade do problema. Se quiser avaliar o conteúdo do material, ou apontar sugestões e críticas, não se acomode. Incomode! Escreva para o SindSaúde pelo contato@sindsaudepr.org.br. SindSaúde-PR 7

A cada debate no Congresso Nacional, o SindSaúde buscou organizar a categoria para resistir a essas mudanças. SindSaúde é inimigo histórico dos ataques dirigidos à aposentadoria SindSaúde-PR 8

O SindSaúde esteve com os trabalhadores contra essas reformas. Mobilizando a categoria, indo a Brasília, repudiando os votos dos parlamentares. Nunca houve omissão para tentar barrar qualquer proposta que signifique perda de direitos. A cada debate no Congresso Nacional, o SindSaúde buscou organizar a categoria para resistir a essas mudanças. O sindicato sempre integrou os movimentos de luta pela conservação dos direitos trabalhistas de forma combativa. Mesmo com a pressão dos trabalhadores, os deputados não se intimidaram e votaram a favor das mudanças propostas pelo governo Lula. } { Mas o SindSaúde não se entrega. Vamos continuar lutando pelos interesses da classe trabalhadora até o fim. O que está ruim pode ficar ainda pior. Por isso, é preciso manter a pressão e lutar pelo direito de uma aposentadoria digna. Vamos debater! Organize em seu local de trabalho uma reunião sobre o futuro da nossa aposentadoria. O SindSaúde se compromete a dar todo o apoio necessário. Inclusive viabilizar a participação de um representante da assessoria jurídica. Quanto mais a brava gente estiver atenta ao tema maior será a nossa marcação sobre o governo. Não podemos aceitar mais nenhuma mudança que não seja para avançar nos direitos dos trabalhadores! SindSaúde-PR 9

De que forma surgiu a ParanaPrevidência? FHC mexeu com as regras da aposentadoria de todos os servidores do país. Ao mesmo tempo, no Paraná, o governador Jaime Lerner criava, em 28 de dezembro de 1998, a ParanaPrevidência. O Instituto de Previdência do Estado IPE foi extinto e em seu lugar nasceu um serviço social autônomo que passou a administrar as aposentadorias dos servidores estaduais que integravam o Poder Executivo do Estado do Paraná. Na época, o surgimento de um administrador de aposentadorias, que não integrava a estrutura do Estado, era algo inovador. Somente os sindicatos apontavam prováveis problemas dessa modalidade de instituição. Os sindicatos questionavam também a abertura do nosso dinheiro que seria usado pela ParanaPrevidência para aplicar no mercado financeiro. Deputados daquela época continuam na Assembleia Legislativa. Em 1998 votaram a favor da criação da ParanaPrevidência e assumiam posicionamento favorável à transformação. Parlamentares como Valdir Rossoni, Ademar Traiano votaram a favor. { A exagerada propaganda do governo em torno do milagre sobreviveu por poucos anos. Desde 2005, portanto, em seis anos de funcionamento da ParanaPrevidência, as notícias de déficit atuarial é constante. Em 2010 o TCE, ao verificar as contas do Estado, dá o diagnóstico: o déficit é de R$ 4,5 bilhões. Já em 2012, o déficit é de mais de R$7,5 bilhões. Estudos apontam que em 2020 a ParanaPrevidência não terá recursos para custear as aposentadorias. Quem viveu e viu o SindSaúde-PR 10

Quem viveu e viu o entusiasmo do governo Lerner e seus discípulos, na Assembleia Legislativa, com a ParanaPrevidência e vive a realidade atual sabe que nossa desconfiança tinha uma razão de ser. entusiasmo do governo Lerner e seus discípulos, na Assembleia Legislativa, com a ParanaPrevidência e vive a realidade atual sabe que nossa desconfiança tinha razão de ser. Certo ou errado, de novo querem mais do nosso salário para tentar diminuir o rombo, mesmo sabendo que nossa parte foi destinada mês a mês para constituir o fundo de previdência. As causas do déficit são: 1. A ParanaPrevidência foi constituída a partir de uma base de dados incorreta. Em 1998 o custo das aposentadorias da época e as futuras foram calculados a partir de dados dos funcionários da Copel. E os trabalhadores da Copel não se aposentam pela ParanaPrevidência. Não é que o governo Lerner desconhecia isso, mas na falta de um cadastro completo e atualizado dos servidores do Poder Executivo, o governo resolveu apostar que havia semelhança entre os quadros de trabalhadores da Copel e dos servidores do Poder Executivo do Estado. Como dizem os mais antigos, o que começa errado termina errado! SindSaúde-PR 11

2. Como já dissemos, a ParanaPrevidência foi criada para gerir as aposentadorias dos servidores do Poder Executivo. Com o correr dos anos, a ParanaPrevidência incorporou as reservas financeiras e o custo com as aposentadorias dos demais poderes. Foi assim que os trabalhadores do Tribunal de Contas do Estado, do Ministério Público, do Tribunal de Justiça e da Assembleia Legislativa entraram nessa conta. Essa é uma conta ainda a ser esclarecida, pois dessa incorporação pode resultar um saldo negativo bastante significativo. Mais uma vez a inclusão não passou pelo devido estudo. Sem ter ao menos noção do impacto que os novos servidores trariam às contas do Instituto. 3. Outro fator gerador do déficit é o calote. O governo não fez o repasse patronal e contribuiu com o rombo de R$7,3 bilhões na ParanaPrevidência. O servidor tem todo mês o valor da aposentadoria automaticamente descontado de seu salário. O governo, que nesse caso é o patrão e deveria depositar o mesmo valor, há muito tempo não tem feito isso. Aí a conta não fecha mesmo! } } Hoje o rombo é de R$ 7,3 bilhões na ParanaPrevidência! SindSaúde-PR 12

E o governo? Propõe o quê? Diante da falência anunciada da ParanaPrevidência, o governador Beto Richa determina que uma equipe de governo elabore mudanças na lei que criou a ParanaPrevidência. O que vai mudar são as regras quanto ao desconto mensal do salário do servidor que vai para a ParanaPrevidência. Hoje, para quem é sindicalizado, o desconto é de 10%. Com a mudança, o governo vai aumentar o desconto para 11%*. Além disso, a proposta da atual gestão é criar o Fundo Complementar, o que diminuiria o custo para o governo com o pagamento das aposentadorias dos servidores que vierem a ingressar no Estado. Uma terceira mudança talvez a mais grave seria cobrar o desconto previdenciário também dos aposentados. Fundo complementar esconde outros interesses! Entre as mudanças que o governo defende para salvar a ParanaPrevidência está a criação de um Fundo Complementar. Por mais inofensivo que o nome possa parecer, esta medida é o início da privatização definitiva da nossa aposentadoria. É assim: o governo só se responsabilizaria por uma parte de suas contribuições. O restante seria depositado em outro lugar e sob outra lógica. No setor privado Regido pelas regras do INSS, o fundo complementar já funciona para as contribuições acima de R$ 3.916,20. Quem ganha mais do que isso, se quiser receber mais, deve contribuir para um fundo complementar que pagará a diferença. * Quem não é sindicalizado paga mais. Tem descontados os mesmos 10% até o valor de R$ 1.200. Acima disto, o índice aumenta para 14%. Isto ocorre porque o sindicato ganhou ação judicial contestando o desconto maior. Mas a Justiça só reconhece o direito a quem é filiado ao SindSaúde-PR.

A realidade do setor privado já foi copiada pelo governo federal e por estados como São Paulo. No Paraná, a proposta de fundo complementar estabelece um teto ainda menor que no setor privado. Isso significa que o governo pretende abrir mão das responsabilidades com o pagamento das aposentadorias e lançar os servidores à própria sorte. Gasto com pessoal não pode incorporar as aposentadorias! Na reunião do Conselho de Administração da ParanaPrevidência do mês de outubro de 2012, o representante do governador afirmou que uma proposta é promover uma segregação de massas. Isso significa que vão separar os servidores em dois grupos: todos que ingressaram após 31 de dezembro de 2003, data da aprovação da EC-41,terão suas aposentadorias pagas pela ParanaPrevidência. Já os que entraram no serviço público estadual antes dessa data retornarão para o Fundo Financeiro. A aposentadoria fica para o Estado pagar. Isso compromete ainda mais o percentual de gasto com pessoal. Os trabalhadores se aposentam, mas o custo de sua aposentadoria continua sendo contabilizado como gasto com pessoal. Ou seja, é uma conta interminável. E o governo sabe disso. Usa de maldade ao propor uma alteração desse tipo. Isso é um avassalador tiro no pé do servidor. Não podemos deixar acontecer. Se quiser saber mais, entre em contato com a gente. SindSaúde-PR 14

E quando alguma coisa vai mudar para melhor? Existem muitas propostas de mudanças na Lei que rege a ParanaPrevidência que são do interesse do trabalhador. Fazer com que o Estado pague o que deve para o Fundo Previdenciário seria a mudança mais eficaz. E justa! Mas essa hipótese o governo ainda não cogitou. Pode ter certeza: só querem mexer no nosso salário. Nossa tarefa é resistir a qualquer tipo de mudanças ou aumento dos descontos sem que antes seja feito um levantamento da origem do déficit financeiro do Instituto. Não podemos tolerar que o governo coloque panos quentes na situação e deixe de dar uma solução definitiva para o problema! SindSaúde-PR 15

Aposentadoria é coisa séria! As constantes alterações nas regras para a aposentadoria exigem atenção redobrada quando você decidir se aposentar. Para dar aquela mão nessa hora tão importante, todas as sextas-feiras, na sede do SindSaúde, os advogados do sindicato fazem plantão jurídico dedicado especialmente a quem está prestes a se aposentar. Toda sexta-feira, na sede do SindSaúde, das 9h às 12h, plantão jurídico sobre aposentadoria. Você também pode consultar a assessoria jurídica do sindicato através do e-mail contato@sindsaudepr.org.br. NUNCA assine a aposentadoria sem antes consultar nossos advogados. SindSaúde-PR 16

Mudanças começam no governo tucano de FHC Para se aposentar, o trabalhador passou a ter de contar o tempo de contribuição previdenciária conjugado com a idade mínima. SindSaúde-PR 17

Naquele momento, o Brasil fervia. As greves pipocavam aqui e ali. A oposição era ferrenha. Quem não se lembra do combativo movimento sindical liderado pela CUT, pelo hoje deputado Vicentinho, ocupar o Congresso e fazer o maior furdúncio para impedir a votação da Reforma da Previdência e Administrativa? Foi nesse caldeirão, em pleno governo FHC, que as mudanças na Previdência começaram. As alterações foram substanciais. A Constituição Federal foi alterada, com a Emenda 20, de 16 de dezembro de 1998. Essa emenda determinou o fim da aposentadoria por tempo de serviço. Para se aposentar, o trabalhador passou a ter de contar o tempo de contribuição previdenciária conjugado com a idade mínima. Veja como ficou: Mulheres 30 anos de contribuição, 55 anos de idade, 10 anos de serviço público e 5 anos no cargo. Homens 35 anos de contribuição, 60 anos de idade, 10 anos de serviço público e 5 anos no cargo. Também foram criadas regras de transição, a fim de possibilitar a quem já era servidor, antes da publicação da EC-20/98, em 15/12/1998, que se aposentasse sem necessitar cumprir a totalidade do requisito de idade. Para tanto, o servidor deveria cumprir um tempo de contribuição maior e ainda contar com um tempo mínimo de cinco anos no cargo público. SindSaúde-PR 18

Mulheres - Aposentadoria integral Com 30 anos de contribuição e 48 anos de idade, a mulher passou a ter de trabalhar e contribuir um tempo a mais. Esse acréscimo foi chamado de pedágio. Exemplo: Em 1998, uma servidora com 18 anos de contribuição precisava trabalhar mais 12 anos para completar os 30 anos de trabalho e se aposentar. Com o pedágio de 20%, precisa trabalhar dois anos e cinco meses a mais. Passou de 12 para 14 anos e cinco meses o tempo de trabalho para a servidora requerer a aposentaria integral. Homens - Aposentadoria integral 35 anos de contribuição, 53 anos de idade e pedágio de 20% sobre o tempo que faltaria para se aposentar. Mulheres - Aposentadoria proporcional Para ter direito à aposentadoria proporcional, a mulher precisa ter 25 anos de contribuição, 48 anos de idade e pagar um período de pedágio. Nesse caso, o pedágio é de 40% sobre o tempo que faltaria para ela se aposentar. Exemplo: se uma servidora tinha 18 anos de contribuição, para chegar aos 25 anos, faltariam sete anos. Por conta dos 40% de pedágio sobre o tempo restante ela teria de trabalhar mais três anos além dos sete. Homens - Aposentadoria proporcional 30 anos de contribuição, 53 anos de idade e pedágio de 40%. Emenda 20/98: Esta norma prejudicou muita gente que já estava para se aposentar. SindSaúde-PR 19

Lula surpreende classe trabalhadora Revisão nos critérios de aposentadoria ampliou as exigências que o trabalhador tem de cumprir para chegar a se aposentar. SindSaúde-PR 20

Já no primeiro ano do governo do Partido dos Trabalhadores PT, Lula consegue reformar mais uma vez a Constituição nas regras da Previdência. Essa nova revisão nos critérios de aposentadoria aumentou o regramento, ampliando as exigências que o trabalhador tem de cumprir para chegar a se aposentar. O sociólogo Chico de Oliveira, um dos fundadores do PT, fala que não houve desvio ideológico por parte dos petistas do governo, na defesa da Reforma da Previdência determinada pelo Fundo Monetário Internacional FMI e pelo Consenso de Washington, contrariando toda a história do PT. A defesa da reforma, segundo ele, é fundamentada em princípios construídos e opiniões formadas ao longo das gestões dos fundos durante as décadas de 1980 e 90. O artigo 6º estabelece as seguintes condições para a aposentadoria: Mulheres 55 anos de idade mais 30 anos de contribuição, dos quais 20 anos de serviço público, 10 na carreira e 5 anos no cargo. Homens 60 anos de idade mais 35 anos de contribuição, dos quais 20 anos de serviço público, com a exigência de ter 10 na carreira e 5 anos no cargo. Nas regras dispostas na Emenda 20/98 e no artigo 6º da Emenda 41/03, a aposentadoria é integral, com base na última remuneração, e tem paridade com os servidores da ativa. Isso significa que ao se aposentar o servidor mantém o mesmo valor do salário base e dos adicionais por tempo de serviço. Nessas regras, da EC-20/98 e do art. 6º da EC 41/03, também está garantida a paridade dos servidores aposentados com os da ativa. Ou seja, SindSaúde-PR 21

quando os servidores em atividade têm reajuste ou ocorre uma reclassificação geral do cargo, o servidor aposentado também tem o mesmo direito. Perderam a paridade os servidores que não cumpriram os requisitos para aposentadoria: até a data de publicação da EC-41/2003, em 31/12/2003, previstos do artigo 6 da EC-41/2003 e que ingressaram no serviço público após 31/12/2003. Os proventos de aposentadoria são calculados pela média aritmética, conforme o INSS. Emenda paralela reduz danos da EC 41/03 Dar fim à aposentadoria proporcional deixou a classe trabalhadora indignada. Mulher com 25 anos de contribuição e homem com 35 perderam o direito à aposentadoria proporcional por conta da medida do governo Lula. Pra refrescar a memória de alguns, a Reforma da Previdência sempre teve oposição sistemática do Partido dos Trabalhadores, pelo qual o ex-presidente se elegeu. } Para tentar minimizar os efeitos maléficos da Emenda 41, surge a emenda paralela. Em 2005, foi aprovada a Emenda 47, que trouxe uma nova regra de aposentadoria, disposta em seu art. 3º. Essa regra é mais conhecida como a regra dos pontos e somente se aplica para os servidores que ingressaram no serviço público antes de 16/12/1998. SindSaúde-PR 22

{ A Emenda estabelece mecanismos para que a mulher e o homem possam se aposentar com idade inferior ao estabelecido na Emenda 41, com as seguintes condições: ter, pelo menos, 25 anos de serviço público, 15 anos na carreira e 5 anos no cargo e tempo superior ao tempo de contribuição determinado pela Emenda 41. A norma estabelece aposentadoria integral, com base na última remuneração e com paridade. Regras da Emenda paralela A regra dos pontos Mulher para se aposentar, terá de completar 85 pontos. Esses pontos são o resultado da soma do tempo de contribuição com a idade. Uma exigência inicial é que ela tenha 25 anos de serviço público, 15 anos na carreira e 5 anos no cargo e 30 anos de contribuição. Por exemplo: 33 anos de contribuição + 52 idade = 85 pontos Homem Um servidor terá de completar 95 pontos na soma do tempo de contribuição com a idade. A exigência inicial é que tenha 25 anos de serviço público, 15 anos na carreira e 5 anos no cargo e 35 anos de contribuição. Por exemplo: 38 anos de contribuição + 57 idade = 95 pontos SindSaúde-PR 23

É servidor novo? Então fique sabendo Quem entrou no Estado a partir de 2004 perde mais ainda Para os que ingressaram no serviço público a partir da entrada em vigor da EC-41/03, em 1º de janeiro de 2004, os requisitos são: Mulher Ter, no mínimo, 55 anos de idade, 30 anos de contribuição, dos quais 10 anos no serviço público, e 5 anos no cargo em que se der a aposentadoria. Homem Ter, no mínimo, 60 anos de idade, 35 anos de contribuição, dos quais 10 anos no serviço público, e 5 anos no cargo em que se der a aposentadoria. Para essas regras, também a forma de cálculo dos proventos é a média aritmética dos 80 maiores salários de contribuição, tomados desde julho de 1994 até a data da aposentadoria, não podendo ser superior à última remuneração. Além disso, não há paridade com os ativos. E mesmo cumprindo essas regras o servidor não terá paridade com o servidor servidor em atividade e sequer receberá o valor do último salário, pois a aposentadoria será calculada pela média aritmética. SindSaúde-PR 24

A aposentadoria por idade Mulher Aos 60 anos. Mas é preciso ter um mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria. Homem 65 anos de idade, com no mínimo 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria. Vale lembrar que estas categorias não têm paridade com o pessoal da ativa. Aposentadoria compulsória Pelas regras atuais, se dá aos 70 anos de idade e é proporcional, estabelecida pela média das maiores contribuições. Também sem direito à paridade. Aposentadoria por invalidez A aposentadoria por invalidez deixou de ser proporcional ao tempo de contribuição e agora é baseada na última remuneração. Algumas doenças estabelecidas na lei garantem a aposentadoria integral. Para as demais, os aposentados por invalidez têm direito a receber apenas parte da aposentadoria. Para essas regras, a forma de cálculo dos proventos é a média aritmética dos 80 maiores salários de contribuição, tomados desde SindSaúde-PR 25

julho de 1994 até a data da aposentadoria, não podendo ser superior à última remuneração. Além disso, não há a garantia da isonomia/paridade para quem cumpriu estes requisitos a partir de 1.º de janeiro de 2004. Tempo de contribuição no setor privado Os trabalhadores que contribuíram para o INSS em empresa pública ou privada e passaram para o regime estatutário pode somar os tempos de trabalho para fins de aposentadoria. Mas precisa cumprir um tempo mínimo no serviço público e outro tempo no cargo efetivo. Na dúvida procure o sindicato. Ligue, mande email, fale conosco! Vide página 16 SindSaúde-PR 26

Trabalhador perde. Os burgueses ganham Para receber mais, terão de contribuir para os fundos complementares de previdência na modalidade contribuição definida. SindSaúde-PR 27

O Estado cria novas e restritivas leis limitando o direito à aposentadoria. Para não ter aposentadorias miseráveis, que não cobrem os gastos com as despesas pessoais e familiares, muitas vezes o trabalhador se sacrifica ao destinar parte de seu salário ao pagamento de mais uma aposentadoria. Para isso, paga uma plano de previdência que existe no mercado financeiro. Muitos bancos ofertam esse tipo de plano. Um custo a mais no orçamento de quem vive de salário contado. Mas certamente um significativo lucro para os bancos e fundos de previdência complementar. Nem precisa ter bola de cristal para saber que essa é mais uma jogada para transferir ao capital outra fatia de consumidores de aposentadoria futura com pagamento antecipado à oferta do beneficio. O que era direito da classe trabalhadora transformou-se em lucro e rentabilidade para a burguesia, que prima pelo acúmulo desenfreado do capital. Governo institui Fundo Complementar Em 2012, mais uma do governo PT. Dessa vez, Dilma consegue aprovar o Fundo Complementar. Traduzindo: os novos servidores que ingressaram no serviço público federal terão sua aposentadoria limitada ao teto do INSS R$3916,20. Para receber mais, terão de contribuir para os fundos complementares de previdência na modalidade contribuição definida. Isso quer dizer que se sabe o valor da contribuição. Porém, o valor do benefício é incerto porque pode ser resultante do rendimento das aplicações financeiras do Fundo. Pelo atual Regime Geral de Previdência o INSS a aposentadoria é pela média aritmética. Essa fórmula, na maioria das vezes, dá ao trabalhador um resultado menor do que a última remuneração, o que é nocivo, lesivo mesmo. SindSaúde-PR 28

Representantes do governo Beto Richa já confirmaram que, em 2013, uma das metas é aprovar o Fundo Complementar no Paraná. Entenda o Fundo Complementar Até 31 de dezembro 2003 Idade + 20 anos de serviço público + 10 anos na carreira e 5 no cargo = Aposentadoria integral com paridade A partir de 1º de janeiro de 2004 Sem paridade. Aposentadoria pela média aritmética das maiores contribuições. Conclusão Todos que ingressaram depois de 31 de dezembro de 2003 têm direito à aposentadoria pela média aritmética das 80% melhores contribuições e sem paridade. Esses servidores sequer têm o direito ao reajuste concedido aos aposentados pelo INSS, pois esta previsão está suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal em Ação Direta de Inconstitucionalidade. Em regra, isso significa redução de vencimentos. SindSaúde-PR 29

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