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Transcrição:

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE EMPRESAS PETROLÍFERAS Evolução dos preços dos combustíveis rodoviários no 1º trimestre de 2012 Introdução No 1º trimestre de 2012 assistiu-se a uma escalada de preços dos combustíveis rodoviários, que veio agravar ainda mais a situação dos consumidores, privados e empresas, e da própria indústria. Esta está a ser confrontada com o acelerar das quebras das vendas, que vem minar as já de si magras margens, na medida em que tem que diluir custos fixos por um muito menor volume de vendas. Em situações de aumento dos preços de venda ao público aparecem sempre comentários insinuando que a razão dos aumentos se prende com os benefícios adicionais que as empresas petrolíferas alegadamente teriam. Felizmente também já vão surgindo análises mais objetivas e fundamentadas que explicam os mecanismos de formação dos preços. Nesta Informação, baseada como sempre nos dados oficiais publicados pela DGEG e pela Comissão Europeia, para além das cotações do crude e dos produtos refinados, procuramos analisar a contribuição de cada componente do preço médio de venda ao público para a formação do preço final e a sua evolução neste período. Apresentam-se também comparações com a média dos países da zona Euro, com Espanha e também com os valores em 2008, altura em que o preço do crude atingiu o valor mais alto de sempre em dólares (que não em euros). Evolução das cotações do crude e dos produtos refinados Na figura 1 apresentamos a evolução percentual destas cotações em dólares. É notório que o comportamento foi bastante diferente, com a gasolina a subir 31,1%, muito mais do que o crude com 15,5% e o gasóleo a ter um crescimento mais moderado que este, de 13,2%. Esta evidência vem sublinhar o aspeto para o qual temos chamado repetidamente a atenção; que em períodos curtos (e estamos a falar de um trimestre) não há uma correlação direta e imediata entre a cotação do crude e a dos produtos refinados. 1 Abril 2012

Figura 1 Na figura 2 apresentamos o mesmo tipo de evolução, mas depois de convertidos os valores para euros. Se bem que tenha havido uma pequena valorização do euro quando comparada a sua cotação nas datas de início e fim do período em análise, isto não aconteceu de forma linear, pelo que a taxa de câmbio contribuiu para a volatilidade dos preços, amortecendo ou ampliando as variações das cotações em dólares, que são as usadas nos mercados internacionais que nos servem de referência. Daqui resulta uma outra evidência; que quando comparamos os preços de venda ao público com as cotações, deveremos fazê-lo em euros para eliminar o efeito cambial. Figura 2 2 Abril 2012

Evolução das várias componentes do preço médio de venda ao público Na figura 3 apresentamos a composição dos preços médios de venda ao público em 26/12/2011 e 2/4/2012. Resulta imediatamente da sua análise que os elementos que contribuíram mais significativamente para a subida verificada foram a cotação dos produtos (subiram 0,150 /litro no caso da gasolina e 0,065 /litro no caso do gasóleo), que serve de referência para a fixação do preço à saída das refinarias, e o IVA (mais 0,034 /litro no caso da gasolina e mais 0,016 /litro no caso do gasóleo) que, sendo uma taxa fixa, cresce naturalmente com o aumento do preço. As restantes componentes, ISP, custos de armazenagem, distribuição e comercialização e efeito biodiesel, no caso do gasóleo, tiveram um peso irrelevante no aumento do preço de venda ao público. Daqui resulta que não dependeu da cadeia de valor nacional os aumentos verificados, mas sim do aumento das cotações internacionais dos produtos refinados, ampliado pelo IVA. Figura 3 3 Abril 2012

Na figura 4 apresentamos a evolução percentual destes componentes ao longo do trimestre. As conclusões são obviamente as mesmas que se tiraram da comparação entre o início e o fim do período, ilustrando-se a volatilidade ao longo do mesmo. Figura 4 4 Abril 2012

Comparação dos valores com a média da zona Euro e com Espanha Na figura 5 apresentamos a comparação da evolução dos preços antes de impostos em Portugal com a média dos países da Zona euro e com Espanha. Apesar de esta comparação dever ser encarada com algumas precauções, face à não existência de um critério de reporte uniforme para todos os países, podemos concluir que o comportamento dos preços antes de impostos em Portugal acompanhou com poucos desvios o que se passou nos restantes países da zona euro. No que se refere à comparação com Espanha, verificamos que ao longo do período os valores dos dois países estão muito próximos cifrando-se, no final do período, respetivamente em menos 0,011 /litro na gasolina e menos 0,019 /litro no gasóleo. Para tornar a comparação mais rigorosa, subtraímos em Portugal o acréscimo devido à incorporação do biodiesel, já que noutros países, nomeadamente em Espanha, continua a haver um incentivo fiscal que se traduz numa redução do ISP sobre a componente bio. 5 Abril 2012

Figura 5 Na figura 6 apresentamos a evolução dos preços médios de venda ao público, isto é, incluindo impostos. Neste caso as diferenças são claramente desfavoráveis a Portugal em relação a Espanha, sendo no final do período de respetivamente, mais 0,216 /litro na gasolina e 0,086 /litro no gasóleo. A conclusão que se pode tirar é que as diferenças se devem fundamentalmente aos regimes fiscais, em particular no caso de Espanha, em que quer o ISP quer o IVA são substancialmente mais baixos que em Portugal. 6 Abril 2012

Figura 6 7 Abril 2012

Comparação com o pico de 2008 No quadro da figura 7 comparamos os valores das cotações do crude e dos produtos refinados (média da semana anterior) que serviram de referência para os preços dos combustíveis nos dias 7 de Julho de 2008 e 2 de Abril de 2012. Pode verificar-se que mesmo em dólares o valor da gasolina é superior em 2012, enquanto em euros também o brent está acima daquele pico. Conclui-se pois que as cotações em euros são atualmente superiores às do pico de 2008 quer no crude (mais 3,51 /bbl) quer na gasolina (mais 0,112 /litro). Figura 7 Gasolina 95 Gasóleo Rodoviário Brent Câmbio Gasolina 95 Gasóleo Rodoviário Brent HCIFNWE HCIFNWE MID HCIFNWE HCIFNWE MID usd/ton usd/ton usd/bbl /Usd /litro /litro /Bbl 07-Jul-08 1184,00 1315,40 141,90 1,5780 0,5642 0,6927 89,92 02-Abr-12 1203,40 1056,85 124,41 1,3315 0,6761 0,6644 93,44 Variação 19,40-258,55-17,49-0,2465 0,1118-0,0283 3,51 1,6% -19,7% -12,3% -15,6% 19,8% -4,1% 3,9% Fonte: Referências Internacionais Galp Houve desde 2008 um agravamento da carga fiscal que se traduziu em três vetores: aumento do IVA de 20 para 23%, aumento da Contribuição para o Serviço Rodoviário - passou de 0,064 para 0,065 /litro na gasolina 95 e de 0,086 para 0,088 /litro no caso do gasóleo rodoviário (que está incluído no ISP) e fim da isenção de ISP para o biodiesel. Como mostra a figura 8, que compara a estrutura dos preços médios de venda ao público (entre os dias 14.07.08 onde se verificou o pico dos preços uma semana após o pico das cotações e 02.04.12), as diferenças entre 2008 e 2012 são explicadas pelo aumento das cotações dos produtos refinados e pelo aumento da carga fiscal. Apesar da inflação acumulada entre 2008 e 2012, de acordo com dados do IPC publicados pelo INE, ser de cerca de 4,2%, o que agrava muitos dos custos de armazenagem, distribuição e comercialização, verificamos que a indústria conseguiu absorver a maior parte desse agravamento mesmo na situação desfavorável de redução significativa das vendas. 8 Abril 2012

Figura 8 9 Abril 2012

Conclusões Como temos referido em inúmeras situações a evolução dos preços dos combustíveis é facilmente explicável pelo funcionamento dos mercados internacionais e recorrendo a uma análise correta dos dados que são públicos. Em resumo podemos afirmar que: Não há uma correlação imediata e direta entre as cotações do crude e da gasolina e gasóleo. A variação da taxa de câmbio /USD tem uma influência marcante na evolução dos preços venda ao público. As variações dos preços antes de impostos refletem as variações das cotações internacionais dos produtos refinados. A evolução dos preços em Portugal segue as tendências do resto da Europa e está em linha com Espanha. Enquanto o ISP, valor fixo, serve de amortecedor às oscilações do preço dos produtos refinados, o IVA amplia essa variação. Contudo em termos percentuais a variação dos preços de venda é sempre inferior, face ao maior peso daquele imposto. Os fatores que determinam as variações dos preços são as cotações dos produtos e a carga fiscal, como se percebe pelas comparações feitas. Há ainda dois aspetos que gostaríamos de referir. A redução do consumo em Portugal não pode influenciar os preços dos produtos à saída das refinarias, já que as cotações quer do crude quer dos refinados são estabelecidas nos mercados internacionais. E a nível global continua a verificar-se um aumento do consumo sustentado pela procura dos países em desenvolvimento. O segundo aspeto prende-se com a situação geopolítica, nomeadamente a crise resultante das sanções decretadas sobre o Irão, que perturbam não só o fornecimento de petróleo a alguns países mas criam, sobretudo, uma grande instabilidade nos mercados. A especulação financeira será ainda responsável por um acréscimo nas cotações, já que aproveita e amplia os receios existentes no mercado. 10 Abril 2012