A IMPORTÂNCIA DO PROJETO FINAL NA FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Assed N. Haddad assed@civil.ee.ufrj.br Simone D. Cabral - simone@pet.coppe.ufrj.br. Vilmar A. A. Miranda - vilmar@pet.coppe.ufrj.br Pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho/ UFRJ Resumo. Este trabalho objetiva apresentar a importância do desenvolvimento, estruturação e elaboração de um trabalho monográfico em forma de projeto final como último requisito para a conclusão da Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Para tanto, procurou-se identificar como esta metodologia de trabalho (o projeto) consolida alguns aspectos que serão determinantes para o adequado exercício das atividades profissionais, e seu relacionamento com as atribuições profissionais constantes na legislação em vigor. A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de dezembro de 1996, e suas múltiplas interpretações poderão causar futuramente, no modelo já consagrado, algumas alterações. Para ressaltar a importância do modelo atual, de ensino acadêmico e da prática profissional, a legislação pertinente será revisitada. Palavras-chave: Metodologia de projeto, Segurança do trabalho, Ensino de engenharia. 1. INTRODUÇÃO O Projeto Final na Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho tem como missão: permitir a integração dos conhecimentos adquiridos nas disciplinas constantes do currículo básico definido pelo MEC e sua aplicação num estudo específico que é elaborado numa empresa em atividade, efetivando a convivência do formando com a realidade do trabalho. Como preconiza a Resolução 359/91 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA) em seu Art. 1 o, "O exercício da especialização de Engenheiro de Segurança do Trabalho é permitido... Parágrafo único - A expressão Engenheiro é específica e abrange universo sujeito à fiscalização do CONFEA...", o curso destina-se a Arquitetos e Engenheiros de quaisquer modalidades inclusive os Engenheiros da área de Agronomia. Segundo o Parecer n o 19/87 do extinto Conselho Federal de Educação, a Engenharia de Segurança do Trabalho, deve-se responsabilizar pela promoção da proteção do trabalhador em todas as unidades laborais, no que se refere à questão de segurança, inclusive higiene do trabalho, sem interferência específica nas competências legais e técnicas estabelecidas para as diversas modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Esta atribuição já permite perceber a amplitude que a formação do Engenheiro de Segurança do Trabalho deve ter, pois ele pode trabalhar em qualquer tipo de unidade laboral, sendo responsável, ainda, por uma área diversa à sua graduação ressalvado o disposto anteriormente. Quanto à estruturação do currículo básico, este será único e uniforme para a pós-graduação, independentemente da modalidade do curso de graduação concluído pelos profissionais. Ressalvadas as peculiaridades regionais e as de caráter acadêmico ligada à instituição de ensino responsável pela aplicação do curso.
2. A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO: ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS E O CURRÍCULO ACADÊMICO A Resolução n o 359/91 do CONFEA estabelece as atividades a serem executadas pelo Engenheiro de Segurança do Trabalho. Estas atribuições profissionais são em número de dezoito conforme Anexo, abrangendo uma quantidade variada de conhecimentos. De uma maneira resumida, o Engenheiro de Segurança do Trabalho pode realizar as seguintes atividades: 1. Planos, programas, projetos e serviços (auditorias, consultorias, inspeções, perícias e pareceres); 2. Execução, acompanhamento e fiscalização dos trabalhos anteriores; 3. Treinamentos e qualificação de profissionais; 4. Medições e análises. Estas atividades podem ser relativas a: a) Riscos ocupacionais; b) Higiene e doenças do trabalho; c) Impactos do processo laboral no meio ambiente; d) Organização da empresa e do trabalho; e) Processos, sistemas e produtos; f) Atividades multidisciplinares. Constam do currículo básico único e uniforme as disciplinas elencadas abaixo: Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações Higiene do Trabalho Proteção ao Meio Ambiente Proteção contra Incêndios e Explosões Gerência de Riscos Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e Treinamento Administração Aplicada à Engenharia de Segurança Ambiente e as Doenças do Trabalho Ergonomia Legislação e Normas Técnicas Optativas Estas disciplinas devem servir de suporte para que o profissional se qualifique da melhor maneira possível para exercer as atribuições que lhe são conferidas. Além disso, o currículo deixa reservado espaço (carga horária) para que sejam oferecidas disciplinas optativas, visando à atender demandas específicas de cada unidade de federação (ou região) ou de cada instituição de ensino que ministra o curso, que deverá ter carga horária mínima de 600 horas totais, sendo 50 destas horas destinadas as optativas ou complementares. Em dois trabalhos anteriores, HADDAD, MORGADO e QUALHARINI, (1997a, 1997b) abordaram o ensino da Engenharia de Segurança e o perfil deste engenheiro para o século XXI e identificaram que os currículos devem se adaptar às necessidades das novas tecnologias para que o futuro Engenheiro de Segurança responda às demandas exigidas. Realmente, ao serem analisadas as atribuições profissionais e seu relacionamento com as disciplinas curriculares, foi possível perceber que apenas estas não seriam suficientes para
proporcionar uma visão global e perfeitamente integrada das funções do Engenheiro de Segurança. Esta deficiência pode ser suprida pela adoção de um Projeto Final de curso que permita estudar toda a estrutura de uma empresa, como é feito em algumas instituições de ensino, entre as quais a UFRJ. São apresentadas, a seguir, duas das dezoito atividades profissionais do Engenheiro de Segurança do Trabalho para exemplificar a análise efetuada entre as atribuições e as disciplinas do currículo mínimo: a) Estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das instalações e equipamentos, com vistas especialmente aos problemas de controle de risco, controle de poluição, higiene do trabalho, ergonomia, proteção contra incêndio e saneamento. b) Elaborar projetos de sistemas de segurança e assessorar a elaboração de projetos de obras, instalação e equipamentos, opinando do ponto de vista da Engenharia de Segurança. Para que o profissional desempenhe a atividade a, é necessário que ele possua conhecimentos relacionados, principalmente, com as disciplinas Proteção ao Meio Ambiente, Higiene do Trabalho, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Ergonomia, Proteção contra Incêndio e Explosão. Já para que seja possível um bom exercício profissional na atividade b, deve-se ter domínio sobre os assuntos ministrados nas disciplinas Gerência de Riscos e Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, sendo aqui extremamente importante a elaboração do Projeto Final de Curso, pois é ele que dará confiança ao profissional para projetar sistemas que atendam a requisitos de segurança da empresa como um todo. A Figura 1 retrata graficamente as interações entre o exercício profissional, as atribuições, o currículo mínimo e o Projeto Final citadas anteriormente. Obrigatoriedade genérica de Trabalho Terminal de Curso Legislação Normalização (Normas Técnicas e Regulamentadoras, Resoluções, Leis) Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho Currículo (Disciplinas) Atribuição Habilitação Qualificação Exercício Profissional Monografia em forma de Projeto Final de Curso Figura 1 Correlações entre ensino, prática profissional e o projeto. Pela Figura 1, é possível visualizar que o Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho foi criado por exigências legais, sendo um elemento indispensável para o exercício da profissão de Engenheiro de Segurança do Trabalho. Baseado em um currículo mínimo e nas atribuições profissionais, o curso também influencia a oferta das disciplinas (obrigatórias e optativas), qualificando cada vez mais o profissional. Com base
na obrigatoriedade genérica, para todo curso de especialização, da confecção de um Trabalho Terminal de Curso, visando uma melhor compreensão da legislação em vigor e o exercício prático do conteúdo apreendido durante o curso, elabora-se o Projeto Final de Curso sob a forma de uma Monografia. 3. O PROJETO FINAL DE CURSO O projeto final é requisito parcial para a obtenção do grau de especialista e, normalmente, é a última etapa a ser cumprida. Consta de uma apresentação e defesa perante uma banca examinadora qualificada, cuja forma e o ritual adotado variam conforme as instituições de ensino. Constitui-se de um documento escrito composto por memoriais, figuras, fotos, esquemas, plantas, projetos, planos etc. O trabalho pode se revestir das mais diversas formas, desde simples relatórios específicos até uma análise de higiene, segurança e ambiente industrial, contendo entrevistas, medições, análises criteriosas e um extenso plano de ação entre outros documentos. Varia em amplitude desde uma simples análise localizada de um posto de trabalho até um conjunto complexo de informações, levantamentos e ações junto à comunidade circunvizinha. O projeto deve se iniciar logo no começo do curso durante as disciplinas introdutórias visando à identificação de: possíveis áreas de atuação/ tipologias industriais a serem analisadas e formação de grupos em que predomine a característica da multidisciplinaridade dos conhecimentos de seus integrantes. Após estas definições preliminares, parte-se para a materialização dos contatos objetivando o pleno desenvolvimento do trabalho, em ambiente diverso do processo acadêmico. 3.1. Metodologias de elaboração De acordo com os diversos cursos já existentes no Brasil, pode-se dividir em quatro, as metodologias para elaboração de um Projeto Final. Para maior facilidade na compreensão dessas metodologias mais utilizadas será apresentada neste item uma rápida explicação das mesmas. Tabela 1 Metodologias utilizadas nos cursos Metodologias de Elaboração Escopo/ Abrangência A Simples Trabalho Terminal de Curso B Projetos Generalistas Grande Porte C em Empresas Pequeno Porte D Projetos Especializados A metodologia do tipo A, consta da execução de um trabalho terminal de curso baseado em uma das disciplinas ministradas durante o ano. Este tipo de estudo mostra-se deficiente na medida que não permite uma experiência prática de trabalho que necessite de uma análise global do problema de uma empresa. Já a metodologia B, é a confecção de um projeto em uma empresa de grande porte, enfocando-se um dos setores da mesma, após conhecidos os seus processos industriais e a interação do setor estudado com o restante da organização e com todo o processo produtivo.
Por outro lado, a metodologia C, visa ao estudo de uma empresa de pequeno porte, analisando todo o seu processo de produção. Acaba permitindo um exercício mais completo por possibilitar atuar nos diversos setores que compõem uma empresa. A metodologia D, vem a ser um projeto especializado em uma determinada área de conhecimento. Se por um lado ele possui uma aplicação específica, não podendo ser utilizado em todos os tipos de empresa, por outro permite aos alunos um contato com tipos de tecnologias diferentes da que ele está acostumado normalmente, enriquecendo sua formação e aprofundando seu conhecimento no tema. Estas metodologias apresentam pontos positivos e negativos, à exceção da metodologia A que tem se mostrado incompleta. 3.2. Estrutura O projeto deve ter uma estrutura que facilite tanto a sua confecção quanto a sua posterior leitura e consulta por outras pessoas. Para isso, ele se inicia com uma visão geral da empresa, onde se levanta sua razão social, sua localização, os produtos por ela fabricados e os processos de fabricação, a descrição do seu espaço físico, entre outros. De posse destes dados, o grupo pode começar a elaborar uma estratégia para a realização de uma inspeção ou auditoria de segurança, quando será necessária a medição dos agentes (químicos, físicos e biológicos) nocivos à saúde dos trabalhadores; o levantamento dos atos inseguros cometidos, das condições ergonômicas dos postos de trabalho e de todos os riscos que porventura existam e que serão identificados durante as visitas à empresa em estudo, como o destino dado aos resíduos prejudiciais ao meio ambiente, por exemplo. Posteriormente, são tabulados todos os dados levantados e, então, com o conhecimento adquirido sobre a empresa é possível a aplicação de técnicas de análise de riscos e outras ferramentas mais sofisticadas, que permitirão um diagnóstico mais apurado da situação e irão apontar as soluções adequadas para cada um dos problemas detectados. Todas essas informações reunidas e consolidadas em uma conclusão, na qual se faz uma análise dos aspectos mais importantes identificados, compõem o Projeto Final. 3.3. Projeto final da UFRJ No Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho ministrado pela Escola Engenharia da UFRJ, os projetos seguem as metodologias B, C ou D, ou seja, exigese do formando um estudo geral da empresa, ainda que ele analise apenas um setor ou um ramo de atividade pouco conhecido. Além disso, o grupo que elabora o Projeto Final, é obrigado a defendê-lo perante uma banca examinadora com composição mínima de três professores com titulação de D. Sc. e/ou Engenheiros de Segurança do Trabalho. Preferivelmente, deve estar composta também por membros externos com a mesma titulação mínima, ou Médico do Trabalho ou outra área correlata ao projeto avaliado. Esta defesa objetiva a avaliar a capacidade de expressão oral dos alunos e sua segurança em relação ao assunto abordado no trabalho. Todo este rigor, faz com que o aluno se torne mais bem preparado e confiante no exercício da sua futura atividade profissional. 4. A IMPORTÂNCIA DO PROJETO FINAL DO CURSO DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA A última etapa do curso de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho consiste na elaboração do projeto final. Este projeto permite que o profissional:
aplique os conhecimentos adquiridos ao longo do curso - durante quase um ano o aluno tem contato com diversas disciplinas de áreas distintas, deste modo é através do projeto final que ele pode partir da teoria para a prática; conheça a realidade da empresa estudada - a obrigatoriedade de elaborar um projeto através de um estudo de caso de uma empresa real permite que, mesmo um profissional já experiente, tenha contato com uma empresa de outra área de atuação diversa da que ele atua (é interessante que isso ocorra, não sendo, porém, obrigatório), contribuindo para ampliar seus conhecimentos e, portanto a sua formação; troque conhecimentos com os profissionais da empresa em estudo - o aluno do curso contribui com suas experiências e aprende com as soluções apresentadas pelos funcionários da empresa estudada; pratique a sua futura atividade profissional, descobrindo as dificuldades de exercê-la - possibilita que o mesmo conheça as dificuldades enfrentadas pelo setor de segurança industrial, verificando alguns erros e acertos; exercite suas habilidades de tomar decisões e resolver problemas - já na etapa inicial do projeto, os alunos deparam-se com muitas questões e decisões a serem tomadas, entre elas, a definição da empresa a ser estudada, que é, tradicionalmente, uma tarefa difícil. Outras decisões deverão ser tomadas nas etapas seguintes do projeto e outros problemas deverão ser enfrentados; aprenda como utilizar a observação e a percepção para obter informações que não estejam disponíveis - isto é importante, pois após o curso, caso ele necessite realizar perícias ou avaliações, aquelas habilidades serão úteis na investigação, tanto quando a empresa e sua direção assumirem uma postura defensiva, não liberando todas as informações necessárias como quando a empresa não disponha de dados confiáveis e/ ou suficientes para que se realize um bom trabalho; exercite a maneira de expor suas idéias e os problemas detectados na empresa de forma escrita e organizada - isto será constantemente requerido do Engenheiro de Segurança seja na elaboração de relatórios e de cursos de treinamento de funcionários; desenvolva a capacidade de trabalhar em equipe e delegar tarefas - esta é uma característica cada dia mais valorizada no profissional moderno, pois com a horizontalização da hierarquia das empresas está sendo vital o trabalho em equipe e, numa área multidisciplinar como a Segurança do Trabalho deve-se, muitas vezes, trabalhar em conjunto com profissionais da área da saúde, por exemplo; troque conhecimentos com os profissionais que compõe cada grupo - quando cada um dos componentes do grupo de projeto tem diferentes formações, há um enriquecimento profissional muito maior, já que pode-se conhecer outras áreas de conhecimento e como elas atuam em uma empresa; deixe registrado para estudos posteriores todas as experiências adquiridas, pois seu trabalho fica à disposição na biblioteca da instituição onde cursou a especialização - isto possibilita que outras pessoas aprendam com as dificuldades encontradas e com os acertos gerados durante a elaboração do projeto (etapas de visitas à empresa, coleta e análise dos dados etc.); abra espaço para futuras prestações de serviços dentro da própria empresa estudada - caso as soluções apontadas no projeto foram julgadas pertinentes pela companhia, ela poderá se interessar em aplicar as idéias, contratando o grupo com o qual já teve contato durante o período de estudo dentro da empresa. Outro ponto que merece destaque é o que se pode chamar de importância social do Projeto Final, que consiste em difundir para as empresas, principalmente as pequenas e médias, os conhecimentos adquiridos na universidade, democratizando este conhecimento e tornandoo acessível a uma maior quantidade de pessoas. Pois, muitas vezes, percebe-se que algumas empresas descumprem as normas vigentes por desconhecimento e/ou falta de
capital para investir na contratação de uma equipe de engenheiros que identifique os seus problemas organizacionais. Além de tudo o que já foi explicitado, é importante ressaltar que a defesa do projeto final perante uma banca examinadora (quando a instituição de ensino exigir, como ocorre na UFRJ) serve como um exercício para que o futuro Engenheiro de Segurança do Trabalho exercite sua habilidade de expressão verbal, que será necessária nas atividades de treinamento dos funcionários e/ou apresentação de relatórios. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS Dada a importância do projeto final, percebe-se a necessidade da existência de um roteiro que permita o adequado desenvolvimento, estruturação e elaboração do projeto, com indicações e sugestões que sirvam de suporte para o aluno durante o curso de pósgraduação, de modo que este trabalho fique o mais completo e abrangente possível. Isto deve ocorrer não só na Engenharia de Segurança, mas em qualquer curso de formação profissional. Deve-se destacar ainda a necessidade de uma boa relação entre o Curso e as empresas estudadas, para que existam perspectivas de trabalhos conjuntos entre aquele e estas. A tendência atual é que com a adoção desses critérios e com o alcance da maturidade dos Cursos que os adotarem, estes acabarão por ter de responder a uma demanda gerada pelas inquietações originadas na confecção, em grupo, do Projeto Final e pelo interesse de seus egressos em cursar disciplinas complementares, extra-curso e de caráter mais aprofundado. Como conseqüência, os interesses dos grupos irão evoluir para trabalhos individuais, indicando o caminho futuro da criação de cursos de Mestrado e Doutorado específicos nesta área, ainda inexistentes no Brasil. 6. BIBLIOGRAFIA HADDAD, A. N.; C. R. V. MORGADO e QUALHARINI, E. L. "O Ensino da Engenharia e a Formação do Engenheiro de Segurança no Século XXI." III Encontro de Ensino de Engenharia, 89-101, Itaipava-Petrópolis, agosto 1997a. "Perfil do Engenheiro de Segurança do Trabalho para o século XXI." XI Jornada Latino-Americana de Seguridad e Higiene em el Trabajo, 231-241, Santiago de Chile, outubro 1997b. Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), Resolução 359 de 31 de julho de 1991. Dispõe sobre o exercício profissional, o registro e as atividades do Engenheiro de Segurança do Trabalho e dá outras providências. D.O.U., Brasília, p. 24564, 1 nov. 1991. Seção 1. Conselho Federal de Educação (CFE), Parecer n o 19 de 1987. Brasília.
ANEXO RESOLUÇÃO Nº 359, DE 31 JUL 1991. Dispõe sobre o exercício profissional, o registro e as atividades do Engenheiro de Segurança do Trabalho e dá outras providências. Art. 4º - As atividades dos Engenheiros e Arquitetos, na especialidade de Engenharia de Segurança do Trabalho, são as seguintes: 1 - Supervisionar, coordenar e orientar tecnicamente os serviços de Engenharia de Segurança do Trabalho; 2 - Estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das instalações e equipamentos, com vistas especialmente aos problemas de controle de risco, controle de poluição, higiene do trabalho, ergonomia, proteção contra incêndio e saneamento; 3 - Planejar e desenvolver a implantação de técnicas relativas a gerenciamento e controle de riscos; 4 - Vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer, laudos técnicos e indicar medidas de controle sobre grau de exposição a agentes agressivos de riscos físicos, químicos e biológicos, tais como poluentes atmosféricos, ruídos, calor, radiação em geral e pressões anormais, caracterizando as atividades, operações e locais insalubres e perigosos; 5 - Analisar riscos, acidentes e falhas, investigando causas, propondo medidas preventivas e corretivas e orientando trabalhos estatísticos, inclusive com respeito a custo; 6 - Propor políticas, programas, normas e regulamentos de Segurança do Trabalho, zelando pela sua observância; 7 - Elaborar projetos de sistemas de segurança e assessorar a elaboração de projetos de obras, instalação e equipamentos, opinando do ponto de vista da Engenharia de Segurança; 8 - Estudar instalações, máquinas e equipamentos, identificando seus pontos de risco e projetando dispositivos de segurança; 9 - Projetar sistemas de proteção contra incêndios, coordenar atividades de combate a incêndio e de salvamento e elaborar planos para emergência e catástrofes; 10 - Inspecionar locais de trabalho no que se relaciona com a segurança do Trabalho, delimitando áreas de periculosidade; 11 - Especificar, controlar e fiscalizar sistemas de proteção coletiva e equipamentos de segurança, inclusive os de proteção individual e os de proteção contra incêndio, assegurando-se de sua qualidade e eficiência; 12 - Opinar e participar da especificação para aquisição de substâncias e equipamentos cuja manipulação, armazenamento, transporte ou funcionamento possam apresentar riscos, acompanhando o controle do recebimento e da expedição; 13 - Elaborar planos destinados a criar e desenvolver a prevenção de acidentes, promovendo a instalação de comissões e assessorando-lhes o funcionamento; 14 - Orientar o treinamento específico de Segurança do Trabalho e assessorar a elaboração de programas de treinamento geral, no que diz respeito à Segurança do Trabalho; 15 - Acompanhar a execução de obras e serviços decorrentes da adoção de medidas de segurança, quando a complexidade dos trabalhos a executar assim o exigir; 16 - Colaborar na fixação de requisitos de aptidão para o exercício de funções, apontando os riscos decorrentes desses exercícios; 17 - Propor medidas preventivas no campo da Segurança do Trabalho, em face do conhecimento da natureza e gravidade das lesões provenientes do acidente de trabalho, incluídas as doenças do trabalho; 18 - Informar aos trabalhadores e à comunidade, diretamente ou por meio de seus representantes, as condições que possam trazer danos a sua integridade e as medidas que eliminam ou atenuam estes riscos e que deverão ser tomadas.