MATHEUS BUZO FELICIANI¹; LOYARA JOYCE DE OLIVEIRA²; CARLOS EDUARDO ANTUNES 3 ; WASHINGTON MASSAO OI 4 ; SAMUEL FERRARI 5.

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Transcrição:

Avaliações morfofisiológicas de cultivares de arroz de terras altas na região do Vale do Ribeira Evaluation morphophysiological of upland rice cultivars in the Ribeira Valley region MATHEUS BUZO FELICIANI¹; LOYARA JOYCE DE OLIVEIRA²; CARLOS EDUARDO ANTUNES 3 ; WASHINGTON MASSAO OI 4 ; SAMUEL FERRARI 5. 1 Graduando de Engenharia Agronômica. UNESP FCAT DRACENA. 2 Graduando de Engenharia Agronômica. UNESP FCAT DRACENA. 3 Assistente Agropecuário. CATI SAA SP. 4 Assistente Agropecuário. CATI SAA SP. 5 Professor Assistente Doutor. UNESP FCAT DRACENA. 1 matheusbuzo@hotmail.com RESUMO A cultura do arroz se apresenta entre as mais importantes do mundo, pois é uma fonte alimentícia essencial no consumo humano e gera renda para famílias que trabalham em seu sistema de produção. Diante disto, a busca por cultivares adaptadas para cada tipo de região vem crescendo fortemente, e uma forma para obter esse sucesso é utilizando plantas geneticamente melhoradas. Neste experimento, para a região do Vale do Ribeira, utilizou-se as variedades IAC 202 (testemunha), IAC 203, IAC 400, IAC 500 e IAC 600, plantadas nas densidades de 50, 100, 150 e 200 kg de sementes ha -1. Foram avaliadas características morfofisiológicas, dentre elas altura, diâmetro, número de perfilhos, leitura SPAD de clorofila, número de colmo, perfilhamento útil e número de panículas. Após coletados os dados, foram comparados por meio do teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa estatístico SISVAR. As cultivares IAC 202 e IAC 203 apresentaram os resultados mais satisfatórios na maioria das características avaliadas. INTRODUÇÃO O arroz é considerado um dos cereais mais importantes no mundo, pois sua produção é voltada para o consumo humano, além da importância na alimentação humana, o arroz contribui no aspecto social e econômico, empregando famílias de baixa renda. O Brasil situase entre os maiores consumidores deste cereal, enquanto que no cenário de produção, não se destaca muito. Segundo dados da Agrianual (2011), o país produziu um total de 8,400 mil 285

toneladas métricas na safra 10/11, enquanto a China (maior produtor mundial) produziu um total de 137,500 mil toneladas métricas. Segundo a Conab (2016), a safra 2015/16 indica redução de 15,3% na produção em relação à safra 2014/15. Isso se deve à redução da área plantada em 12,8% e da produtividade média nacional, que será 2,9% inferior, em relação à safra passada. Porém, a FAO (2015) destaca que nos próximos dez anos, as safras do Brasil devem continuar crescendo com base no crescimento da produção e do aumento da área agrícola, pois os preços dos produtos devem subir rapidamente nos próximos dez anos, mas quando ajustados pela inflação, os preços das safras devem permanecer relativamente fixos. Após a substituição das cultivares tradicionais, de porte alto, pelas modernas, de porte baixo, no final da década de 70 e início da de 80, tem-se verificado que, apesar de todo o esforço despendido na condução dos programas de melhoramento de arroz irrigado, os ganhos genéticos, principalmente quanto à produtividade, quando obtidos, são de pequena magnitude (RANGEL, 2000). O melhoramento genético tem um papel essencial na viabilização dessa cultura, mediante o desenvolvimento de cultivares adaptadas para a região, sendo assim, é de grande importância o estudo de cultivares geneticamente modificadas, para que possam obter uma alta produtividade nas condições edáficas e climáticas em regiões, como na do Vale do Ribeira. No Brasil, tradicionalmente a cultura de arroz é constituída predominantemente por lavouras de sequeiro, ou seja, não irrigada. Nesse sistema, o suprimento de água às plantas encontra-se na dependência exclusiva das condições climáticas. Na região Sudeste, essa prática tem predominado frequentemente com a utilização de várzeas onde se pode encontrar algum processo de irrigação, porém, na região do Vale do Ribeira, como cita a CIIAGRO, aparecem faixas de clima tropical, com verão quente, sem estação seca de inverno e com regime de chuvas frequente, sendo assim muitas vezes dispensável o uso de irrigação. O objetivo do trabalho foi avaliar as características morfofisiológicas de cultivares de arroz geneticamente melhoradas, na região do Vale do Ribeira. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi instalado na área experimental pertencente ao Campus Experimental de Registro UNESP, localizada no município de Registro-SP. Nesta, foi 286

realizada a coletada de uma amostra composta, originada de 20 amostras simples do solo de toda área experimental (julho/2012), na profundidade de 0,0-0,20 m, revelando resultados apresentados na Tabela 1. Tabela 01. Resultados da análise química do solo na profundidade de 0,0 0,20 m. Registro- SP, 2012. P resina S M.O. ph K Ca Mg H+Al Al CTC V mg/dm 3 g/dm 3 (CaCl 2 ) mmol c /dm 3 (%) 6 11 23 4,9 0,6 20 12 35 2 68 48 As atividades de preparo convencional do solo iniciaram-se em agosto de 2012 com aração por arado de aivecas e gradagem. Na sequencia, após resultado da análise química do solo (Tabela 1) e seguindo recomendações de Cantarella e Furlani (1997) foi realizada a aplicação de 600 kg de calcário agrícola e incorporado ao solo através de gradagem de profundidade de 0,2 m. Antes da semeadura do arroz (novembro/2012) foi realizada mais uma gradagem para nivelamento do solo e controle das plantas daninhas existentes. Em 23 de novembro de 2012 foi realizado o tratamento das sementes de arroz, cultivares IAC 202 (testemunha), IAC 203, IAC 400, IAC 500 e IAC 600 com carbofurano e carboxina+tiram (1500 e 300 ml respectivamente p.c. 100 kg sementes). A semeadura foi realizada manualmente em 24 de novembro de 2012 e contou com aplicação de 50, 100, 150 e 200 kg de sementes ha -1. A adubação de semeadura foi realizada através de semeadoraadubadora e aplicados 600 kg 04-14-08 ha -1 conforme recomendação de Cantarella e Furlani (1997). A emergência das plântulas ocorreu em 03 de dezembro de 2012. Após o estabelecimento das mesmas, foram demarcadas as parcelas experimentais, sendo que cada uma contou com 6 linhas com 6,0 m de comprimento, espaçadas 0,35 m entre si. A área útil de cada parcela foi constituída pelas 4 linhas centrais, desprezando 0,50 m em ambas das extremidades de cada linha. O regime hídrico durante o cultivo das parcelas foi adequado para o ciclo das plantas (Figura 1), pois a cultura do arroz exige de 500 a 800 mm de chuva por ciclo (REICHARDT, 1987). 287

Precipitação (mm) Temperatura ( o C) 1º Encontro Internacional de Ciências Agrárias e Tecnológicas 250 Precipitação Temperatura 30 28 200 26 150 24 22 100 20 18 50 16 14 0 9/2012 10/2012 11/2012 12/2012 1/2013 2/2013 3/2013 4/2013 5/2013 Tempo (mês) 12 Figura 1. Temperatura e precipitação pluviométrica média em graus Celsius e milímetro respectivamente, dos meses de ciclo da cultura, (CIIAGRO Registro/SP, 2013). A adubação de cobertura foi aplicada em 03 de janeiro de 2013 (30 d.a.e.) com o fertilizante uréia (45% N) sendo utilizado 123 kg ha -1 de N.Não foi necessário a aplicação de regulador de crescimento na cultura do arroz. O controle de plantas daninhas na área das parcelas experimentais foi realizado por aplicação em pós-emergência do herbicida metsulfuron methyl (2,0 g ha -1 do i.a) aos 20 d.a.e. e também por controle de forma manual, através de capinas, sempre após avaliação e constatando-se necessidade. Foram realizadas duas aplicações de fungicida (azoxystrobin 400 ml ha -1 de p.c.) para controle de doenças (Pyricularia grisea e Bipolaris oryzea) em 04 de janeiro e 11 de fevereiro de 2013. Todas as avaliações foram realizadas utilizando-se de 10 plantas ao acaso, na área útil de cada parcela. Altura de plantas foi realizada durante o estádio de grãos na forma pastosa compreendendo a distância desde a superfície do solo até a extremidade superior da panícula mais alta. O diâmetro do colmo foi realizado durante o estádio de grãos na forma pastosa, com auxílio de paquímetro à altura de 1 cm em relação ao solo. 288

A quantidade de perfilhos por planta foi determinada durante o estádio de grãos na forma pastosa por contagem direta. Número de colmos por metro quadrado determinado através de contagem do número de colmos em 1,0 m de fileira de plantas na área útil das parcelas e posteriormente calculado por metro quadrado. Número de panículas por metro quadrado determinado através de contagem do número de panículas em 1,0m de fileira de plantas na área útil das parcelas e posteriormente calculado por metro quadrado. Perfilhamento útil obtido através da divisão entre o número de panículas por metro quadrado e número de colmos por metro quadrado e posteriormente multiplicados por 100, para obter os resultados em %. Durante o início do florescimento (Cantarella e Furlani, 1997) (Tabela 2) foram realizadas medições indiretas dos teores de clorofila em 30 folhas bandeira das plantas de arroz com o clorofilômetro Minolta SPAD-502. Em cada folha bandeira foi realizada uma leitura na porção central de cada folha. Tabela 2. Datas de semeadura, emergência e leitura SPAD de clorofila para determinação de macro e micronutrientes para cultivares e densidade de semeadura. Cultivares Semeadura Emergência Leitura SPAD de clorofila IAC 202 17/02/13 IAC 203 11/02/13 24/11/12 03/12/12 IAC 400 20/02/13 IAC 500 17/02/13 IAC 600 15/02/13 Os dados foram submetidos à análise de variância e posteriormente à análise de regressão polinomial para o fator quantitativo e teste de Tukey para o fator qualitativo, Gomes (2000), utilizando-se o programa estatístico SISVAR (Ferreira, 2011). RESULTADOS E DISCUSSÃO Antes da análise da altura de plantas em função dos tratamentos, foi verificado que a utilização dos diferentes cultivares de arroz aliado às diferentes densidades de semeadura não 289

proporcionaram acamamento das plantas, tendo dessa forma nota zero (sem acamamento) em todos os tratamentos estudados. As explicações são que as cultivares testadas apresentam como características genéticas planta de porte baixo a médio e com certa resistência ao acamamento. Dessa forma, pelos dados obtidos, não se faz necessário o uso de regulador vegetal em plantas da cv. IAC 202, IAC 203, IAC 400, IAC 500 e IAC 600 nas condições de campo no Vale de Ribeira, município de Registro-SP. Pela análise dos resultados apresentados na Tabela 6 pode-se verificar que dentre os cultivares em estudo o IAC 203, IAC 400, IAC 600 apresentaram maior desenvolvimento em altura. Já os resultados das diferentes densidades de semeadura não alteraram de forma significativa na altura das plantas. Tais resultados indicam que os cultivarem em estudo, mesmo aumentado a população de plantas a 200 kg ha -1 de sementes estas mantem a altura conforme o desenvolvimento vegetativo de cada cultivar. Pela avaliação das características de plantas de diâmetro do colmo e de número de perfilhos o cv. que teve os menores valores foi IAC 400. Ainda pela avaliação do número de perfilhos por planta foi verificado que ocorreu redução significativa e linear para o aumento da população de plantas para todos os cultivares, indicando que com o aumento da população inicial de plantas, ocorre maior competição por espaço, limitando assim a emissão dos perfilhos (Tabela 3). Para a análise de leitura SPAD de clorofila verificou-se que ocorreu maiores valores para o cultivar IAC 600. No entanto não foi encontrada diferença significativa para as diferentes populações de plantas. Tabela 3. Valores de p>f e teste de comparação de médias para análise de características agronômicas e leituras SPAD de clorofila dos cultivares de arroz e respectivas densidades de semeadura. Registro-SP, ano agrícola 2012/13. Teste F Altura Diâmetro Perfilho SPAD p>f Cultivares (c) 0,0000 0,0001 0,0003 0,0000 Densidade (d) 0,1630 0,1580 0,0250 0,3783 c*d 0,6724 0,8151 0,2199 0,9580 (cm) (mm) (n o ) IAC 202 73,08 ab 6,05 a 1,76 a 51,49 b IAC 203 78,28 a 5,83 a 1,53 a 54,74 b IAC 400 81,45 a 4,72 b 1,20 b 54,99 b IAC 500 65,28 b 5,58 a 1,50 ab 53,37 b 290

IAC 600 80,78 a 5,64 a 1,55 a 61,10 a C.V. % 10,40 11,02 17,90 5,45 D.M.S. 9,21 0,71 0,31 3,51 Regressão Polinomial 50 77,82 5,50 1,74 54,12 100 76,22 5,84 1,73 55,32 150 77,25 5,32 1,26 56,05 200 71,80 5,60 1,30 55,06 p>f (linear) 0,0686 0,7650 0,0000 (1) 0,3128 p>f (quadrática) 0,3497 0,8345 0,7403 0,1658 r2 (linear %) 64,92 61,65 78,02 32,97 r2 (quadrática %) 81,49 72,46 78,28 95,87 Equação Polinomial (1) Y=1,9633-0,0036x Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Pela análise dos resultados apresentados na Tabela 4 pode-se verificar que a quantidade de colmos encontrados por metro quadrado foi influenciada pelo aumento da quantidade de sementes utilizadas na semeadura, ocorrendo aumento linear do número de colmos em função do aumento da população inicial de plantas. Já para os diferentes cultivares em estudo os que apresentaram maior quantidade de colmos por metro foram o IAC 203 e IAC 400. Para a quantidade de panículas por metro quadrado (Tabela 4) verificou-se resultados significativos para maior quantidade para o cv. IAC 202 com valores médios de 218 panículas por metro quadrado. Já para as diferentes densidades de semeadura não foram encontrados resultados significativos. Tais resultados muito se assemelham ao encontrados por Crusciol et al. (2000) que ao avaliarem a cv. IAC 201 em diferentes espaçamentos cultivado no município de Selvíria-MS também não encontraram diferença significativa para essa variável. Já na avaliação da porcentagem de perfilhamento útil nas parcelas de arroz foi verificado que a cultivar que apresentou a maior porcentagem foi a IAC 500. Tabela 4. Valores de p>f e teste de comparação de médias para quantidade de colmo, panícula e perfilhamento útil dos cultivares de arroz e respectivas densidades de semeadura no momento da colheita. Registro-SP, ano agrícola 2012/13. Teste F N o Colmo Perfilhamento Útil N o Panícula p>f Cultivares (c) 0,0000 0,0575 0,0000 Densidade (d) 0,0152 0,9595 0,7353 291

c*d 0,9377 0,6817 0,6748 (n o m -2 ) (%) (n o m -2 ) IAC 202 243,93 b 0,60 ab 218,53 a IAC 203 332,40 a 0,65 ab 184,86 ab IAC 400 318,33 a 0,56 b 149,30 b IAC 500 236,30 b 0,69 a 158,00 b IAC 600 226,12 b 0,60 ab 152,08 b C.V. % 19,62 17,00 22,69 D.M.S. 62,27 0,12 45,24 Regressão Polinomial 50 227,34 0,62 171,30 100 269,53 0,63 172,17 150 264,50 0,61 161,57 200 304,29 0,62 177,17 p>f (linear) 0,0000 (1) 0,9311 0,8763 p>f (quadrática) 0,5260 0,9230 61,92 r2 (linear %) 85,28 52,51 0,4654 r2 (quadrática %) 86,90 65,66 44,45 Equação Polinomial (1) Y=199,9626+0,5716x Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CONCLUSÃO Diante dos dados obtidos, pode-se concluir que quando aumentada a densidade de plantas, o crescimento do arroz é restrito devido à competição por água, nutrientes e luz. Porém este retardo no crescimento pode ser um fator positivo em relação ao acamamento, que é muito comum na cultura. Dentre as cultivares que tiveram resultados satisfatórios, destacam-se a IAC 202 e IAC 203 quando comparadas com as demais. Pelas características avaliadas, estas duas variedades apresentaram um desenvolvimento melhor na região do Vale do Ribeira, em consequência disso, podem refletir em um ganho de produtividade no campo. REFERÊNCIAS COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento de safra brasileira: Grãos. Brasília: Conab, 2016. Disponível em: http://www.conab.gov.br/olalacms//uploads/arquivos/16_08_15_17_20_48_arroz_semana_ 32-08-08-16_a_-12-08-16.pdf Acessado em: 07/09/2016. 292

CENTRO INTEGRADO DE INFORMAÇÕES AGROMETEOROLÓGICAS. Balanço hídrico: São Paulo: Ciiagro, 2016. Disponível em: http://www.ciiagro.sp.gov.br/climasp/conceituacao.html Acessado em: 07/09/2016. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO. Perspectivas agrícolas 2015-2024. Fao. Disponível em: https://www.fao.org.br/download/pa20142015cb.pdf Acessado em: 07/09/2026. BRESEGHELLO, Flávio; RANGEL, Paulo Hideo Nakano; MORAIS, OP de. Ganho de produtividade pelo melhoramento genético do arroz irrigado no Nordeste do Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 34, n. 3, p. 399-407, 1999. Rangel, PAULO HIDEO NAKANO, et al. "Ganhos na produtividade de grãos pelo melhoramento genético do arroz irrigado no meio-norte do Brasil."Pesquisa Agropecuária Brasileira 35.08 (2000): 1595-1604. 293