O PERFIL DO CORREDOR DE MARATONA BRASILEIRO. Um estudo realizado na 5ª maratona de São Paulo no ano de 1999

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Transcrição:

1 O PERFIL DO CORREDOR DE MARATONA BRASILEIRO Um estudo realizado na 5ª maratona de São Paulo no ano de 1999 Resumo Os autores entrevistaram 1900 corredores na semana anterior a 5ª Maratona de São Paulo (1999), com o objetivo de traçar o perfil do maratonista brasileiro. Foi usado um questionário de fácil entendimento, o qual continha dados referentes a idade e sexo dos corredores, tempo de prática regular de corrida, número de maratonas disputadas e melhor tempo nestas, preparo e local de treinamento, quilometragem semanal, orientação nutricional, tempo para troca do tênis, dores relacionadas a corrida e o profissional procurado quando ocorrem lesões. Do total de entrevistados 92,6% eram do sexo masculino e a faixa-etária entre 31 a 40 anos (N=651) foi a predominante. Dos entrevistados 50,5% praticavam corrida há mais de 5 anos, entre estes houve predomínio dos indivíduos com idade acima de 40 anos (P < 0,001). Encontrou-se uma grande quantidade de pessoas (31,3%) que nunca haviam participado de uma maratona. O intervalo de tempo entre 2h 6min - 4h foi obtido por 71,2% dos corredores como melhor marca de tempo pessoal na prova, destacando-se neste o sexo masculino (P < 0,001). O preparo do treino em 83,8% dos entrevistados não possuía orientação adequada, pois apenas 24,6% eram orientados por professores de educação física. O local de treinamento preferido foram as ruas (58%). A média de quilometragem semanal percorrida 2 meses antes da maratona foi em 47,7% entre 50-70 km. Este dado não teve diferença estatisticamente significante com a presença de dor

2 relacionada a corrida. A troca de tênis era realizada em grande parte (43,9%) após 6 meses. Com relação ao local mais comum de dor, o joelho foi o mais citado (43,9%), seguido pela perna (25,2%) e coxa (17,6%). Quando ocorrem lesões mais da metade (55%) procuram orientação médica. Nós concluímos que o treinamento dos atletas de maratona são ministrados e praticados de forma inadequada, os corredores não possuem orientação nutricional e a troca do tênis é feita de maneira incorreta, porém estes dados não tiveram associação estatística com o índice de dores relacionadas a corrida. INTRODUÇÃO Desde a década de 70 a corrida tornou-se uma modalidade esportiva cada vez mais praticada pela população em geral, pois esta requer baixo investimento e apresenta facilidades, principalmente no que diz respeito ao local de treinamento, horário que pode ser praticada e a possibilidade de o atleta praticar sozinho, sem depender de outras pessoas para formar equipes. A partir da década de 80 o benefício de exercícios regulares no que diz respeito as doenças cardiovasculares tem sido comprovado (1 a 2 hs de exercícios de resistência por semana, o que corresponde de 15 a 20 km semanais de corrida) 15, com divulgação em meios de comunicação para todas as classes sociais e faixas-etária, atraindo um grande número de adeptos. O Brasil atingiu o auge nas corridas de longa distância na maratona de Berlim (1998), onde até então o desconhecido Ronaldo da Costa fez a melhor marca mundial da maratona, aos 28 anos, obtendo o tempo de 2:06:05 segundos; 45 segundos a menos que a marca do etíope Belayneh Dinsano, a qual permanecia desde o ano de 1988 em Roterdã. No ano de 1999 o recorde foi novamente obtido pelo marroquino Khalid Khannouchi com o tempo de 2:05:42 segundos. A maratona representa um desafio

3 pela história de sua existência e por ser uma prova longa (42.195m), favorecendo um aumento na incidência de lesões, devido a falta de orientação e preparo dos atletas que acabam se utilizando de métodos de treinamento e equipamentos inadequados. Os fatores predisponentes a lesões em corredores são multifatoriais 14. Martin e cols. 13 relataram que a etiologia das lesões na corrida é controversa na literatura, com ênfase por alguns autores, os fatores intrínsecos (alterações biomecânicas) e por outros fatores extrínsecos (quantidade e tipo de corrida, terreno, tipo de calçado, dentre outros). Alguns estudos indicam que 40% das lesões são atribuídos a fatores intrínsecos. 12 A incidência de lesão por 1000 hs de atividade na corrida varia em torno de 2,5 a 5,8 12, sendo esta equivalente ao futebol (4,1) e ao volei (2,8 a 3,1) e inferior ao handebol que apresenta 8,3 lesões por horas de atividades 9,16,17, embora estes esportes sejam de contato físico entre os atletas praticantes, o que seria um fator determinante para ocasionar lesões. O objetivo deste trabalho foi descrever o perfil do corredor de maratona brasileiro com relação ao tipo e orientação de treinamento, uso de equipamentos, incidência e localização das lesões. MATERIAIS E MÉTODOS Foram entrevistados 1900 corredores por ortopedistas e fisioterapeutas do Centro de Traumatologia do Esporte, do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina, na semana anterior à 5ª Maratona de São Paulo no ano de 1999. Os atletas foram avaliados retrospectivamente e aleatoriamente através de um questionário, o qual continha dados com o objetivo de traçar o perfil do corredor brasileiro, durante o período de inscrições e entrega de materiais da prova. O questionário foi elaborado em formato de fácil compreensão e continha dados

4 referentes a idade e sexo dos corredores, ao tempo de prática regular de corrida, número de maratonas disputadas e melhor tempo nestas, preparo e local de treinamento, quilometragem semanal, orientação nutricional, tempo para troca de tênis, dores relacionadas a corrida e o profissional procurado quando ocorrem lesões, o questionário é mostrado na Figura 1. A idade média dos corredores foi de 36+11 (16 a 86 anos) (GRÁFICO 1), 92,6% eram do sexo masculino e 7,4% eram do sexo feminino (GRÁFICO 2). O método estatístico utilizado para todas as questões abordadas foi o Teste do Qui- Quadrado. - Nome: - Idade: - Sexo: 1) Tempo que pratica corrida regularmente: a) Menos de 1 ano b) Até 2 anos c) Até 5 anos d) Mais de 5 anos 2) Quantas maratonas você já completou? a) Nenhuma b) Uma c) Entre 2 e 5 d) Mais de 5 3) Qual seu melhor tempo em maratona? a) 2h 6min - 3h b) 3h 1min - 4h c) 4h 1min - 5h d) 5h 1min - 6h e) Mais de 6h 4) Seu treinamento é preparado por: a) Próprio atleta b) Outro atleta c) Professor de Educação Física d) Médico e) Revistas específicas para corredores 5) Local mais frequente de treinamento: a) Parques b) Ruas c) Pista de atletismo d) Academia 6) Qual foi a média de quilômetros por semana, nos últimos 2 meses que antecederam a maratona de São Paulo? a) < 50 km b) 50-70 km c) 70-90 km

5 d) 90-110 km e) 110-150 km f) Mais de 150 km 7) Recebe algum tipo de orientação nutricional? a) Sim b) Não 8) Se for orientado, quem o orienta? a) Nutricionista b) Técnico c) Outro corredor d) Médico b) Não e) Próprio atleta 9) Você troca de tênis a cada: a) 3-4 meses b) 4-5 meses c) 5-6 meses d) Mais de 6 meses 10) Você tem algum tipo de dor relacionada à corrida? a) Sim 11) Se positivo, indique o local: 12) Quando ocorrem lesões, quem você procura? a) Médico b) Fisioterapeuta c) Técnico d) Próprio atleta Figura 1 Questionário aplicado aos corredores 7,4% Masc ulino 92,6% Feminino

6 800 651 Até 20 600 554 21 a 30 414 400 31 a 40 200 98 139 41 a 50 31 51 a 60 0 61 ou mais Gráfico 1 - Distribuição dos entrevistados quanto à idade entrevistados Gráfico 2 - Distribuição dos quanto ao sexo RESULTADOS Analisando os resultados constatou-se que o tempo de prática regular de corrida foi em 50,5% dos casos maior que 5 anos, em 38,2% entre 1 e 5 anos e em 11,3% menor que 1 ano (Tabela 1). Tempo n % Menos de 1 ano 214 11,3 Até 2 anos 330 17,4 Até 5 anos 393 20,8 Mais de 5 anos 956 50,5 Total 1893 100 Tabela 1 Análise dos resultados segundo o tempo de prática de corrida

7 Dentre es corredores 68,7% já haviam completado de uma à cinco maratonas, sendo que 31,3% não haviam completado nenhuma e 21,9% já haviam completado mais de 5 maratonas (Tabela 2). Número de n % maratonas Nenhuma 594 31,3 Uma 315 16,5 Entre 2 e 5 575 30,3 Mais de 5 416 21,9 Total 1900 100 Tabela 2 Análise dos resultados segundo o número de maratonas completadas O melhor tempo em corrida de maratona foi em 71,2% dos casos entre 2h6min - 4h e 28,8% acima de 4hs (Tabela 3). Melhor tempo n % 2h 6min - 3h 291 22,5 3h 1min - 4h 631 48,7 4h 1min - 5h 293 22,6 5h 1min - 6h 75 5,8

8 Mais de 6h 5 0,4 Total 1295 100 Tabela 3 Análise dos resultados com relação aos melhores tempos em maratona Com relação a elaboração dos treinamentos, em 66,7% este foi preparado pelo próprio atleta, em 24,6% por professor de educação física, em 2,4% a partir de revistas e 6,8% por outro atleta e em 1,9% por um médico (Tabela 4). Preparo do treinamento n % Próprio atleta 1266 66,7 Outro atleta 129 6,8 Professor de Educação Física 466 24,6 Médico 37 1,9 Revistas específicas para corredores 160 8,4 Total 1898 100 Tabela 4 Análise dos resultados segundo a elaboração do treinamento dos atletas Os locais mais freqüentes de treinamento foram as ruas com 58%, parques com 48,4%, pistas de atletismo com 13,4% e academias com 5,5% (Tabela 5).

9 Local de n % treinamento Parques 919 48,4 Rua 1102 58 Pista de atletismo 254 13,4 Academi 105 5,5 a Total 1899 100 Tabela 5 - Análise dos resultados segundo o local de treinamento A média de quilometragem semanal percorrida nos últimos 2 meses que antecederam a maratona foi em 47,7% entre 50-70 km, em 19,2% entre 70-90 km, em 14,6% entre 90-110 km, em 9,2% entre 110-150 km, 4,7% até 50 km e 4,6% maior que 150 km (Tabela 6). Média km/semana n % < 50 km 88 4,7 50-70 km 895 47,7 70-90 km 361 19,2

10 90-110 km 273 14,6 110-150 km 172 9,2 Mais de 150 km 87 4,6 Total 1876 100 Tabela 6 Análise dos resultados com relação a quilometragem semanal Do total de atletas entrevistados 61,5% não relatavam ter algum tipo de orientação nutricional e 38,5% tinham orientação, destes 45,4% por nutricionista, 29,8% por outro corredor, 23,8% pelo técnico, 0,5% por um médico, 0,3% por revistas e 0,1% pelo próprio atleta. O tênis de corrida era substituído em 43,9% dos casos após o período de 6 meses e em apenas 0,1% antes dos 3 meses (Tabela 7). Troca de tênis n % Antes de 3 meses 1 0,1 3-4 meses 394 20,8 4-5 meses 276 14,5 5-6 meses 393 20,7 Mais de 6 meses 834 43,9 Total 1898 100 Tabela 7 Análise dos resultados segundo a troca de tênis

11 Do total de atletas entrevistados 61,4% não relataram dor e 38,6% relataram algum tipo de dor relacionada à corrida. Os locais mais comuns de dor aparecem relacionados na Tabela 8 e Figura 2. Local da dor n % Joelho 322 43,9 Perna 185 25,2 Coxa 129 17,6 Pé 128 17,4 Região lombar 53 7,2 Tornozelo 48 6,5 Abdômen 42 5,7 Virilha 26 3,5 Glúteo 22 3,0 Outros 73 10 Tabela 8 Análise dos resultados segundo os locais de dor

12 Figura 2 - Representação dos locais de dor mais comuns O tratamento das lesões foi relatado ser realizado em 55% dos casos por um médico, 38,6% pelo próprio atleta, em 20,5% por um fisioterapeuta e em 4% pelo técnico. Encontrou-se uma associação estatisticamente significante entre o tempo de prática e idade dos atletas, onde estes com idade acima dos 40 anos (69,8%) praticavam corrida a mais de 5 anos e atletas com até 40 anos (58,2%) corriam regularmente a menos que 5 anos (P < 0,001) (TABELA 9). O relato de dor teve diferença estatisticamente significante em relação ao tempo de prática de corrida, mostrando que os indivíduos com prática inferior a 1 ano em 12,9% não relatavam dor e no grupo com relato de dor essa proporção foi de 8,7%. No grupo sem dor 47,5% praticavam corrida a mais de 5 anos e no grupo com dor esta porcentagem aumentou para 55,3% dos atletas ( P = 0,003) (Tabela 9).

13 Idade Dor Tempo < 40 > 40 Ausente Presente Menos de um 1 ano 192 14,8 19 3,3 150 12,9 64 8,7 Até 2 anos 272 21,0 56 9,6 213 18,3 117 16,0 Até 5 anos 290 22,4 101 17,4 247 21,3 146 19,9 Mais de 5 anos 542 41,8 406 69,8 551 47,5 405 55,3 Total 1296 100 582 100 1161 100 732 100 Tabela 9 Análise dos dados segundo o tempo de prática de corrida com a idade e a presença de dor Observou-se associação estatisticamente significante entre o número de maratonas completadas e a idade dos participantes, sendo a proporção de atletas com nenhuma ou 1 maratona completa maior entre os indivíduos com até 40 anos e com mais de 5 maratonas completadas maior entre aqueles com mais de 40 anos ( 15,1% e 36,9%, respectivamente) (P < 0,001) (Tabela 10). O número de maratonas completadas e a presença de dor teve associação estatisticamente significante, onde aqueles sem dor (19,6%) completaram mais que 5 maratonas e no grupo com dor essa proporção foi de 25,6% (P = 0,002) (Tabela 10). Idade Dor Número de < 40 > 40 Ausente Presente

14 maratonas Nenhuma 466 35,8 120 20,6 394 33,8 200 27,2 Uma 244 18,7 71 12,2 198 17,0 117 15,9 Entre 2 e 5 396 30,4 177 30,4 346 29,7 229 31,2 Mais de 5 196 15,1 215 36,9 228 19,6 188 25,6 Total 1302 100 583 100 1166 100 734 100 Tabela 10 Análise dos resultados segundo o número de maratonas completadas com a idade e a presença de dor Os homens obtiveram menores tempos que as mulheres, sendo que a proporção no tempo até 3 horas mostrou-se maior no grupo de atletas homens (23,3%) do que no de mulheres (9,6%) (P < 0,001) (Tabela 11). A proporção de competidores com idade até 40 anos com tempo até 3 horas foi maior do que a de competidores com idade acima de 40 anos (24,8% e 17,8%, respectivamente) (P = 0,025) (Tabela 11). Essas proporções acima mostraram-se significantemente diferentes. Sexo Idade Melhor tempo Feminino Masculino < 40 > 40 2h 6min - 3h 8 9,6 281 23,3 205 24,8 82 17,8 3h 1min - 4h 29 34,9 598 49,6 387 46,7 241 52,4 4h 1min - 5h 37 44,6 255 21,2 189 22,8 104 22,6

15 5h 1min ou mais 9 10,8 71 5,9 47 5,7 33 7,2 Total 83 100,0 1205 100,0 828 100 460 100 Tabela 11 Análise dos resultados segundo os melhores tempos em maratona com o sexo e a idade As mulheres apresentaram proporção de preparo do próprio treino significantemente menor e uma proporção do treino preparado por professores de educação física estatisticamente superior do que os homens (P < 0,001) (Tabela 12). A proporção de indivíduos com auxílio de professores de educação física (25,2%) foi maior em atletas até 40 anos (P = 0,014) (Tabela 12). Sexo Idade Preparo do Feminino Masculino < 40 > 40 treinamento Próprio atleta 59 46,1 1099 66,1 784 64,5 369 69,1 Outro atleta 6 4,7 86 5,3 71 5,8 22 4,1 Professor de Educação Física 58 45,3 355 23,6 307 25,2 108 20,2 Médico 10 0,6 8 0,7 2 0,4 Revistas específicas p/ corredores 5 3,9 74 4,5 46 3,8 33 6,2 Total 128 100 1624 100 1216 100 534 100 Tabela 12 Análise dos resultados segundo o preparo do treinamento com o sexo e a idade

16 Foi encontrada associação estatisticamente significante entre a média semanal de quilômetros treinados e a idade dos atletas (P = 0,001) (Tabela 13). A proporção de atletas até 40 anos que treinavam mais de 150 km foi maior do que a de atletas acima de 40 anos. A quilometragem semanal entre 70-90 km e entre 50-70 km foi mais presente no grupo acima de 40 anos. Idade Média km/semana < 40 > 40 < 50 km 53 4,1 35 6,1 50-70 km 638 49,7 252 43,6 70-90 km 224 17,4 133 23,0 90-110 km 187 14,6 83 14,4 110-150 km 110 8,6 60 10,4 Mais de 150 km 72 5,6 15 2,6 Total 1284 100 578 100 Tabela 13 Análise dos resultados segundo a quilometragem semanal e a idade dos atletas

17 As mulheres recebiam proporção maior de orientação nutricional do que os homens (P < 0,001). Os homens acima de 40 anos tiveram menor média de orientação nutricional (P = 0,039). A proporção de atletas acima de 40 anos que demoram mais de 6 meses para trocar o tênis foi superior a dos atletas até 40 anos (P < 0,001) (Tabela 14). A proporção de atletas até 40 anos que tem dor é inferior a dos atletas acima de 40 anos (P = 0,001). Idade Troca de tênis < 40 > 40 Até 4 meses 294 22,7 100 17,2 4-5 meses 209 16,1 66 11,4 5-6 meses 255 19,7 128 22,0 Mais de 6 meses 539 41,6 287 49,4 Total 1297 100 581 100 Tabela 14 Análise dos resultados segundo a substituição do tênis de corrida e a idade DISCUSSÃO Em nosso estudo o tempo de prática regular de corrida foi em 49,5% dos atletas até 5 anos e 50,5% já praticavam corrida a mais que 5 anos. Esses resultados assemelham-se

18 aos estudos da literatura, onde 81,5% dos corredores apresentavam esta atividade regular por tempo superior a 5 anos 13. No presente estudo os atletas acima de 40 anos (69,8%) apresentavam-se em sua maioria com tempo de prática acima de 5 anos, dado esse que é semelhante aos estudos de Lysholm e cols. 12 e Marti e cols. 13, onde neste último conforme aumentou-se a média de idade dos participantes, também elevou-se o tempo de prática constatando-se que a corrida é um esporte de seguimento prolongado que acaba por acompanhar os atletas por vários anos. Dentre o total de atletas analisados 68,7% já haviam completado uma maratona, sendo que 21,9% já completara mais que 5 maratonas, estando contidos nesta última proporção cerca de 36,9% dos atletas com mais de 40 anos, resultado que é compatível à outras publicações 5, onde corredores acima de 60 anos na NCM (National Capital Marathon) tinham em média completado acima de 8 maratonas, mostrando um dado comum onde atletas com maior idade,ou seja, maior tempo de prática de corrida também apresentam-se com um número maior de provas completadas. Nesta prova analisando os 31,3% dos participantes que nunca haviam completado uma maratona, pode-se descrever que uma significante porcentagem dos atletas não tinham experiência neste tipo de competição. O número de maratonas completadas e o tempo de prática de corrida tiveram relação significante com o relato de dor, estabelecendo que quanto maior o número de maratonas completadas e maior o tempo de prática, maior o relato de dor e conseqüentemente, quanto maior a idade maior a incidência de dor. Esses dados quando comparados com outros autores 13, mostram-se diferentes, pois em seu estudo os resultados demonstram que com o aumento da idade diminui a incidência de lesões e que com o aumento dos anos de prática regular o índice de interrupção de treinos por lesão diminui, mostrando talvez a diferença da realidade e das condições de treino dos atletas brasileiros

19 em relação aos atletas suíços. Porém Bennell e cols. 1, relatam em seu trabalho que o aumento da idade está relacionado com maior predisposição a lesão. Os melhores tempos na prova estiveram entre 2h 6min - 4h em 71,2% dos casos, tendo os homens e os competidores até 40 anos relatado as melhores médias de tempo. Estes dados são semelhantes a outros estudos 6, os quais relatam que o corredor de maratona de elite, ou seja, aquele que desempenha os melhores resultados, encontra-se na faixa etária dos 30 anos. Os tempos médios obtidos neste estudo são compatíveis aos obtidos por Holmich e cols. 7, onde 65% dos corredores apresentavam o melhor tempo entre 2h 30min e 4h. A elaboração dos treinamentos em 85,9% dos entrevistados era elaborado por pessoas não especializadas, ou seja, pelo próprio atleta (66,7%), por outro atleta (6,8%) ou através de revistas (8,4%), fato esse que pode caracterizar o perfil do atleta corredor brasileiro que em grande maioria não possui orientação capacitada para a prática esportiva, fato que poderá acarretar erros que resultarão em lesões e déficit na performance. Um estudo sobre lesões em corredores 12, estabelece que 72% das lesões encontradas foram causadas por erros de treino, seja por utilizar distâncias excessivas ou por alterações súbitas na carga de treino, sendo isso correlacionado com nossos resultados. A média percorrida em quilômetros por semana foi em 52,4% até 50km, em 33,8% entre 70-110km e em 13,8% acima de 110km, sendo os atletas até 40 anos aqueles que treinaram uma maior quilometragem semanal. Os dados em relação a idade e quilometragem semanal (49,7% dos atletas acima de 40 anos percorreram 70km/semana) são condizentes a aqueles encontrados por Hogan e cols. 5, nos quais corredores acima de 60 anos treinavam em média 60 km/semana. Nossos resultados assemelham-se à aqueles de Holmich e cols. 7, onde 50% dos atletas treinavam 30-60 km/semana e apenas 7% treinaram

20 acima de 90 km/semana. Porém os estudos anteriores deste mesmo autor 6, diferenciam-se deste trabalho pois cerca de 60% dos atletas treinavam entre 90-150 km/semana. Marti e cols. 13 relatam que altas cargas de treino semanal estavam associadas com aumento na incidência de lesões, dado esse que difere-se dos nossos estudos onde a média de dor relatada obteve a mesma amplitude independente da variação da carga de treino (sem diferenças estatísticas). A orientação nutricional foi relatada por 38,5% dos participantes, sendo apenas 45,9% destes orientados por pessoas capacitadas, verificando no sexo feminino uma maior proporção de orientação. Alguns estudos 6 relatam que 50% dos indivíduos analisados recebiam dieta especial antes da competição e que ao comparar o grupo que utilizou ou não a dieta nenhuma diferença significante foi encontrada, dados esses que são semelhantes ao trabalho em questão onde não foram encontradas diferenças estatísticas entre atletas com ou sem orientação nutricional. A substituição do tênis de corrida ocorreu em 43,9% dos casos após 6 meses de uso, em 20,8% entre 3-4 meses, em 35,2% entre 4-6 meses e apenas em 0,1% antes de 3 meses, sendo os atletas acima de 40 anos aqueles que demoravam mais para trocar o tênis. Neste estudo não houve associação estatisticamente significante entre a troca do tênis e o índice de lesão, dados estes não condizentes com outros estudos os quais relatam a associação do calçado esportivo com o tipo e freqüência de lesões 3,10. Do total de corredores entrevistados, 38,6% relataram algum tipo de dor relacionada a corrida, sendo o local mais afetado o joelho com 16,9%, estando a dor anterior com 13,4% das queixas. Nossos resultados diferem-se de estudos prévios onde lesões na perna 1,4,13 e no pé 12 foram as mais encontradas. Em estudos realizados por ingleses e americanos 2,8,11 lesões do joelho, e em

21 particular a dor anterior do joelho, foram as lesões mais freqüentes, assemelhando-se aos nossos resultados onde a região do joelho foi a mais acometida. O tratamento de lesões é realizado segundo os competidores por profissionais especializados em 75% dos casos, mostrando a tendência do tratamento adequado que impera entre os corredores. CONCLUSÃO O joelho foi o segmento anatômico com maior número de relato de dor relacionada a corrida A grande maioria dos corredores não possuía orientação adequada para o treinamento. Os locais mais utilizados para treinamento foram as ruas. A dor foi mais frequentemente relatada entre os corredores com maior tempo de prática de corrida e com maior número de maratonas completadas. O tratamento de lesões entre a maioria dos entrevistados era realizada por médicos. A maioria dos corredores não possuía orientação nutricional. Cerca de 1/3 dos entrevistados não relatou experiência no tipo de prova em questão. A quilometragem semanal foi relativamente baixa, não condizendo com a boa média dos melhores resultados. A troca do tênis e a presença de dor não foi estatisticamente significante. AGRADECIMENTOS

22 Nós gostaríamos de agradecer a prefeitura da cidade de São Paulo, a empesa Koch Tavares e aos demais organizadores do evento pelo apoio concedido para a realização do trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- Bennel K.L, Crossley K. Musculoskeletal Injuries in Track and Field: Incidence, Distribuition and Risk Factors. The Australian Journal of Science and Medicine in Sport. 28 (3): 69-75, 1996. 2- Clement D.B., Taunton J.E., Smart G.W. A survey of overuse running injuries. Physician Spotrs Medicine. 9 (5): 47-48, 1981. 3- Cook S., Brinker., Mahlon P. Running shoes: their relation to running injuries. Sports Med. 10 (1): 1-8, 1990. 4- D'Souza D. Track and Field Athletics Injuries - a one year survey. British Journal of Sports Medicine. 28 (3): 197-202, 1994. 5- Hogan D.B., Cape R.D. Marathoners over sixty years of age. Journal of the American Geriatrics Society. 32 (2): 121-123, 1983. 6- Holmich P., Dane E., Jahnsen F., Hartivig-Jensen T. The Elite Marathon Runner: problems during and after competition. British Journal of Sports Medicine. 22 (1): 19-21, 1988.

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