VII-023 PESQUISA DE (OO)CISTOS DE PROTOZOÁRIOS EM AMOSTRAS DE ÁGUAS DE MANANCIAIS SUPERFICIAIS DE MONTES CLAROS/MG



Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO DA ÁGUA NA ETA JOSÉ LOUREIRO DA SILVA ATRAVÉS DE PARÂMETROS BACTERIOLÓGICOS.

II BACTÉRIAS ESPOROGÊNICAS COMO PARÂMETRO AUXILIAR NO CONTROLE DO TRATAMENTO DA ÁGUA DE CONSUMO

DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA EM LAGOA FACULTATIVA DE ESGOTO: CARACTERIZAÇÃO DA ETA

ESTUDO DO TEMPO DE DETENÇÃO HIDRÁULICO (TDH) EM REATORES UASB E SUA RELAÇÃO COM A EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO DE DBO

I REMOÇÃO DE CRYPTOSPORIDIUM SP E GIARDIA LAMBLIA EM ÁGUAS DE ABASTECIMENTO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO

II IMPACTOS GERADOS EM UMA LAGOA FACULTATIVA PELO DERRAMAMENTO CLANDESTINO DE ÓLEOS E GRAXAS (ESTUDO DE CASO)

REMOÇÃO DE COR EM EFLUENTES INDUSTRIAIS

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA-SDA COORDENAÇÃO GERAL DE APOIO LABORATORIAL-CGAL

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUIMICA E MICROBIOLOGICA DA QUALIDADE DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS EM DIFERENTES LOCALIDADES NO ESTADO DA PARAÍBA

A ÁGUA EM CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE CASTANHAL Divino, E. P. A. (1) ; Silva, M. N. S. (1) Caldeira, R. D. (1) mairanathiele@gmail.

20 amostras de água. Figura 1- Resultados das amostras sobre a presença de coliformes fecais E.coli no bairro nova Canãa. sem contaminação 15%

II IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DOS PARASITAS PATOGÊNICOS GIARDIA E CRYPTOSPORIDIUM EM ÁGUAS CAPTADAS PARA CONSUMO HUMANO

CORRELAÇÃO ENTRE OS VALORES DE DBO E DQO NO AFLUENTE E EFLUENTE DE DUAS ETEs DA CIDADE DE ARARAQUARA

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA POTÁVEL NA ZONA RURAL DE PASSOS - MG

IMPACTO DE UM LIXÃO DESATIVADO NA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS LOCAIS

PLANO DE SEGURANÇA DA ÁGUA NO BRASIL

Eixo Temático ET Recursos Hídricos DIAGNÓSTICO DA TURBIDEZ NA REDE DE ABASTECIMENTO NO MUNICÍPIO DE PRINCESA ISABEL-PB


Anexo IX. Ref. Pregão nº. 052/2011 DMED. ET Análises de Água e Efluentes

COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA EM PONTOS DETERMINADOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAMBORIÚ

QUALIDADE DAS ÁGUAS DOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE ANALISADA EM RELAÇÃO À POTABILIDADE

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA POTÁVEL DE EMBARCAÇÕES NOS PORTOS DO RIO DE JANEIRO

Relatório de Ensaio Nº 61828/ A

RELATÓRIO ANUAL DE QUALIDADE DAS ÁGUAS DE ABASTECIMENTO

II-149 TRATAMENTO CONJUNTO DO LIQUIDO LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO E ESGOTO DOMESTICO NO PROCESSO DE LODOS ATIVADOS CONVENCIONAL

II-109 PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTE DE EMBALAGENS METÁLICAS UTILIZANDO REATOR DE BATELADA SEQUENCIAL (RBS) PARA REMOÇÃO DA DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO

V AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA A MONTANTE E A JUSANTE DE RESERVATÓRIOS LOCALIZADOS NA BACIA DO RIO SANTA MARIA DA VITÓRIA

Mesa redonda CIANOBACTÉRIAS

RELATÓRIO ANUAL DA QUALIDADE DA ÁGUA 2013

II LEITOS CULTIVADOS ( CONSTRUCTED WETLAND ): COMPARAÇÃO ENTRE VALORES OBTIDOS PARA UMA MESMA VAZÃO AFLUENTE EM ÉPOCAS DISTINTAS

PARÂMETROS QUALITATIVOS DA ÁGUA EM CORPO HÍDRICO LOCALIZADO NA ZONA URBANA DE SANTA MARIA RS 1

Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A

ANÁLISE COMPARATIVA DA UTILIZAÇÃO DE DOIS TIPOS DE COAGULANTES PARA O TRATAMENTO DE ÁGUA DE ABASTECIMENTO

Avaliação da Vigilância da Qualidade da Água no Estado do Acre Ano base 2011

EMPREGO DA PRESSÃO NA REDE DE DISTRIBUIÇÃO ENQUANTO INDICADOR DA QUALIDADE DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE SANEAMENTO

T- 072 FERRAMENTAS PARA DETERMINAÇÃO DO PADRÃO DE CONSUMO RESIDENCIAL DE ÁGUA

Recirculação de água de lavagem de filtros e perigos associados a protozoários

SOFTWARES DA ELIPSE SÃO UTILIZADOS NOS PROCESSOS DE REDUÇÃO DE PERDAS DE ÁGUA E EFICIENTIZAÇÃO ENERGÉTICA DA ÁGUAS GUARIROBA

Eixo Temático ET Recursos Hídricos

I-021 PERDAS DE ÁGUA NO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA

Prêmio por um País s Melhor REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA DE PROCESSO

COMUNICADO DE RISCO N 001/ GVIMS/GGTES/SSNVS/ANVISA

Valongo- 24 de abril de Ana Heitor

Índice de atendimento por Sistemas de Abastecimento de Água

DELTA DO JACUÍ ILHAS DA PINTADA, GRANDE DOS MARINHEIROS, FLORES E PAVÃO: Estudo Preliminar de Viabilidade para Abastecimento de Água

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL e SAÚDE PÚBLICA

"Análises obrigatórias para as várias fontes de abastecimento de água para o consumo"

AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL DE AÇÃO ANTROPOGÊNICA SOBRE AS ÁGUAS DA CABECEIRA DO RIO SÃO FRANCISCO

Vigilância da qualidade da água para consumo humano:

INFLUÊNCIA DO LANÇAMENTO DE ESGOTO ORGÂNICO NAS CARACTERÍSTICAS LIMNOLÓGICAS DE CÓRREGOS AFLUENTES DO RIO CAMANDOCAIA, AMPARO/SP ETAPA II

PROGRAMA DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIEVANGÉLICA /2016. Projeto de Pesquisa do Coordenador e Subprojeto do Discente

Química das Águas - parte 3

PALAVRAS-CHAVE: Desafios operacionais, reator UASB, Filtro Biológico Percolador, geração de odor.

EFICIÊNCIA DO LEITO DE DRENAGEM PARA DESAGUAMENTO DE LODO DE ETA QUE UTILIZA SULFATO DE ALUMÍNIO COMO COAGULANTE

Comparação do ganho de peso e desempenho de bezerras alimentadas com leite de descarte e leite normal durante a fase de aleitamento

RELATÓRIO ANUAL DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTOS

RELATÓRIO ANUAL DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE ÁGUA 2012

VI-089 IMPLANTAÇÃO COMPARTILHADA DA ISO UMA NOVA OPÇÃO PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

RESOLUÇÃO Nº 131, DE 11 DE MARÇO DE 2003

ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DO POÇO ARTESIANO DO DISTRITO DE SÃO JOSÉ, PR

VI-004 MONITORAMENTO EM TEMPO REAL DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS MANANCIAIS DA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO - RMSP

AVALIAÇÃO DA RELEVÂNCIA DOS PARÂMETROS INTERVENIENTES NO CONSUMO DE ÁGUA NA CIDADE DE MARINGÁ. Rodrigo Fernandes Junqueira 1

Concepção de instalações para o abastecimento de água

II Freitas - Brasil-1 APLICAÇÃO DE POLÍMEROS NA CLARIFICAÇÃO DE ÁGUA DE LAVAGEM DE FILTROS: ENSAIOS DE TRATABILIDADE COM VISTAS À RECIRCULAÇÃO

Contaminantes microbiológicos e químicos confiabilidade do monitoramento laboratorial para efetiva ação

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE PARA SELEÇÃO DE TIPOS DE TRATAMENTO DE ESGOTOS PARA PEQUENAS COMUNIDADES

Global Conference Building a Sustainable World. Conferência Global Construindo o Mundo Sustentável. e Eventos Preparatórios e Simultâneos

Sistema de Informações Geográficas Avaliação da Qualidade de Água por meio do IQA utilizando um Sistema de Informação Geográfica (SIG)

II Avaliação de uma Estação de Tratamento de Esgoto Compacta, do tipo Discos Biológicos Rotativos DBR

29º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul DIFUSÃO DE TECNOLOGIAS PARA SISTEMAS DE PRODUÇÃO LEITEIRA NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ

Numa fossa séptica não ocorre a decomposição aeróbia e somente ocorre a decomposição anaeróbia devido a ausência quase total de oxigênio.

Utilização da Fibra da Casca de Coco Verde como Suporte para Formação de Biofilme Visando o Tratamento de Efluentes

TÍTULO: Avaliação da Qualidade da Água de Poços Artesianos na Sede do Município de Itapipoca

SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DA INDÚSTRIA TEXTIL

TRATAMENTO ÁGUA PEQUENAS COMUNIDADES CÂMARA TÉCNICA DE SANEAMENTO-CBHLN ABRIL-2OO9

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

Nome do Autor: Endereço para correspondência:

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE REATOR UASB NO TRATAMENTO DE EFLUENTES GERADOS POR HOSPITAL DA SERRA GAUCHA

Qualidade da água, vírus e mudanças climáticas globais

PROMOÇÃO E REALIZAÇÃO

Reunião Técnica Plano de Segurança da Água. 23 de novembro de OPAS

ENSAIOS FÍSICO-QUÍMICOS PARA O TRATAMENTO DOS EFLUENTES DO TRANSPORTE HIDRÁULICO DAS CINZAS PESADAS DA USINA TERMELÉTRICA CHARQUEADAS

EFICIÊNCIA COM A SUBSTITUIÇÃO DO SULFATO DE ALUMÍNIO PELO SULFATO FÉRRICO E OTIMIZAÇÃO DO TRABALHO OPERACIONAL.

Mestrando em Engenharia do Meio Ambiente na EEC/UFG.

Fabiana Maria Nascimento de Figueiredo

COMPORTAMENTO DOS ÍNDICES DO ESTADO TRÓFICO DE CARLSON (IET) E MODIFICADO (IET M ) NO RESERVATÓRIO DA UHE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES, TOCANTINS BRASIL.

DETERMINAÇÃO DE TURBIDEZ, SÓLIDOS TOTAIS DISSOLVIDOS E CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DA ÁGUA DE POÇOS ARTESIANOS NO MUNICÍPIO DE ANANINDEUA PA

V ESTUDO TEMPORAL DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO GUAMÁ. BELÉM-PA.

CONTROLE MENSAL - SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA (SAA)

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DE VAZAMENTOS DE ÁGUA NA REDE COLETORA DE ESGOTOS TEMA I: ÁGUA AUTORES

Audiência Pública. Piedade. 20 de Junho de 2013

QUALIDADE DA ÁGUA DE CISTERNAS RURAIS NO VALE DO SÃO FRANCISCO: CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS

Garantir o acesso aos serviços de abastecimento de água e. buscando a universalização de modo sustentável, desenvolvimento do Estado.

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA UTILIZADA PARA CONSUMO DOMÉSTICO EM ALGUNS POÇOS ARTESIANOS LOCALIZADOS NA ZONA LESTE DE TERESINA-PI

USO DE LEITOS FILTRANTES COMO PRÉ-TRATAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS BRUTO: ESTUDO EM ESCALA REAL EM ALAGOINHAS, BRASIL

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS LAGOAS DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL TANCREDO NEVES (PASSA CINCO). MUNICÍPIO DE PONTE NOVA - MG

LABORATÓRIO DE ANÁLISES DE ÁGUA E ESGOTO REGISTRO NO C.R.Q. - 9ª REGIÃO SOB N.º 01938

UTILIZANDO O HISTOGRAMA COMO UMA FERRAMENTA ESTATÍSTICA DE ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE ÁGUA TRATADA DE GOIÂNIA

TERMO DE REFERÊNCIA PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL PARA PROJETOS DE EXTRAÇÃO DE SAL MARINHO

Transcrição:

VII-023 PESQUISA DE (OO)CISTOS DE PROTOZOÁRIOS EM AMOSTRAS DE ÁGUAS DE MANANCIAIS SUPERFICIAIS DE MONTES CLAROS/MG Mônica Maria Ladeia (1) Engenheira química pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Especialista em Saneamento e Meio Ambiente pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela UFMG. Coordenadora do Laboratório Regional Norte da COPASA em Montes Claros. Léo Heller Engenheiro civil pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Doutor em Epidemiologia pela UFMG. Professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG. Pesquisador do CNPq. Maria Berenice Cardoso Martins Vieira Bióloga com Bacharelado em Microbiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Microbiologia pela UFMG. Doutora em Medicina Veterinária Preventiva e Epidemiologia pela UFMG. Responsável técnica e pesquisadora do Laboratório de Microbiologia da Fundação Ezequiel Dias (FUNED LACEN MG). Endereço (1) : Rua Dr. Santos, 18 - Centro - Montes Claros/MG - CEP: 30.400-001 - Brasil - Tel: (38) 3229-5755 - Telefax: (38) 3229-5764 - e-mail: monica.ladeia@copasa.com.br RESUMO A pesquisa de protozoários em amostras de mananciais e de água tratada não tem sido uma prática sistemática no Brasil, impedindo que se vislumbrem os riscos à saúde pública correspondentes. O objetivo deste estudo foi verificar a ocorrência e possíveis variações sazonais de Cryptosporidium sp e de Giardia spp. nos principais mananciais superficiais da região de Montes Claros. Neste trabalho avaliou-se também a associação entre a ocorrência do Cryptosporidium sp. com potenciais indicadores de qualidade de água. Para verificação da associação entre a ocorrência do protozoário estudado e indicadores de qualidade da água foram monitorados os parâmetros bacteriológicos - coliformes totais e Escherichia coli; esporos de bactérias anaeróbias e Clostridium perfringens; esporos de bactérias aeróbias e Bacillus subtilis - e os parâmetros físicos e químicos - cor aparente e real, ph e turbidez. Nesta pesquisa, oocistos de Cryptosporidium sp. foram encontrados em 70% das amostras dos mananciais superficiais, com concentração variando até 62,5 oocistos/l e cistos de Giardia spp. foram detectados em apenas uma amostra no rio Pai João - Captação Todos os Santos, percentual de 3,33%. Analisando os resultados dos mananciais superficiais, verificou-se que a variável Cryptosporidium sp. apresentou correlação significativa com as variáveis turbidez, esporos aeróbios e C. perfringens. PALAVRAS-CHAVE: Cryptosporidium sp., Giardia spp., Clostridium perfringens, indicadores de qualidade, saúde pública, esporos. INTRODUÇÃO As parasitoses intestinais são responsáveis por altos índices de morbidade, principalmente nos países em desenvolvimento, onde o crescimento populacional não é acompanhado da melhoria das condições de vida da população. Estima-se que, mundialmente, as doenças diarréicas sejam responsáveis pela morte de aproximadamente dois milhões de crianças com menos de cinco anos de idade a cada ano. Nos países em desenvolvimento, as doenças diarréicas acometem em torno de 1,5 bilhão de crianças com até cinco anos de idade por ano, devido principalmente à intensa urbanização e à falta de acompanhamento de melhorias dos serviços de saneamento básico (WHO, 2004). Baseados no reconhecimento de que a água desempenha um papel importante na epidemiologia das enfermidades parasitárias, torna-se necessário a pesquisa de formas parasitárias nas amostras de mananciais e de água tratada. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1

Durante os últimos anos nos EUA, os protozoários têm sido a principal causa de surtos de doenças transmitidas pela água. Na década de 1970, Giardia intestinalis foi o agente etiológico mais identificado, levando à promulgação de normas específicas para o tratamento de águas superficiais. Já na década de 1980, Cryptosporidium parvum foi reconhecido como um dos patógenos mais importantes nos surtos por água de abastecimento (CRAUN et al., 1998). O número de casos relatados de criptosporidiose aumentou dramaticamente nos últimos anos, associados com as pessoas imunocomprometidas, principalmente nos casos da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS), mas também afetando as imunocompetentes. Os oocistos de Cryptosporidium sp. e os cistos de Giardia spp. são muito resistentes a fatores ambientais adversos e podem sobreviver por meses no solo frio, em lugares escuros e por mais de um ano em água com baixa turbidez (USEPA, 2001). A contaminação do meio ambiente com fezes humanas ou de animais infectados pode atingir fonte de água usadas para consumo (poços artesianos, lagos, rios) resultando em surtos de criptosporidiose. Esgotos sanitários e atividades agropecuárias constituem fatores inquestionáveis de contaminação dos mananciais (STATES et al.,1997). As análises de 347 amostras de águas superficiais coletadas nos Estados Unidos entre 1988 e 1993 mostraram prevalência de Cryptosporidium sp. e Giardia spp. de 60,2 e 53,9%, respectivamente (LeCHEVALLIER e NORTON, 1995). No Brasil a Portaria nº 518 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004), que estabelece o padrão de potabilidade, recomenda a inclusão da pesquisa de organismos patogênicos tendo como objetivo atingir um padrão de ausência de enterovírus, cistos de Giardia spp. e oocistos de Cryptosporidium sp. Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de verificar a ocorrência e possíveis variações sazonais de Cryptosporidium sp. e de Giardia spp. nos principais mananciais superficiais da região de Montes Claros/MG. Avaliou-se também a associação entre a ocorrência do Cryptosporidium sp. e potenciais indicadores de qualidade de água. A ameaça à saúde pública caracterizada pela presença destes protozoários nas águas é uma razão importante para o desenvolvimento desta pesquisa. MATERIAL E MÉTODOS A cidade de Montes Claros, situada no norte de Minas Gerais, tem cerca de 97,52% da população atendida por abastecimento de água, correspondendo a 305.183 habitantes, conforme dados de abril/2004 da Cia. de Saneamento de Minas Gerais (COPASA). A Estação de Tratamento de Água (ETA) dos Morrinhos, responsável pelo abastecimento 30% da população atendida de Montes Claros, trata as águas da barragem dos rios Pacuí e Porcos, do córrego Rebentão dos Ferros e do rio Pai João. No rio Pai João, a água é captada em dois pontos, no bairro Todos os Santos e na fazenda Lapa Grande. Por estarem localizados próximo ao centro urbano, esses mananciais sofrem graves impactos ambientais, como uso para recreação, lançamento de esgotos clandestinos e de efluentes de atividades agropecuárias, remoção das matas ciliares e assoreamento. Estes problemas podem levar à contaminação dos recursos hídricos, com riscos à saúde da população. O monitoramento nos mananciais ocorreu no período de outubro/2002 a março/2004. Em decorrência dos custos das análises e da capacidade dos laboratórios, optou-se por uma coleta mensal, intercalando as quatro captações. Visando uma melhor avaliação da qualidade da água dos mananciais, foi coletada também uma amostra mensal da mistura das águas das quatro captações (água afluente à ETA), no período de fevereiro/2003 a março/2004. Os mananciais superficiais foram monitorados através das análises de Cryptosporidium sp. e cistos de Giardia spp.; dos indicadores bacteriológicos de qualidade da água coliformes totais e Escherichia coli, esporos de bactérias anaeróbias e Clostridium perfringens, esporos de bactérias aeróbias e Bacillus subtilis e dos indicadores físicos e químicos cor aparente, cor real, ph e turbidez. De modo geral, as coletas e as análises das amostras foram realizadas de acordo com o Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 1998). ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2

Os esporos de bactérias anaeróbias e Clostridium perfringens foram pesquisados de acordo com o método do Information Collection Rule (ICR/EPA), descrito por Fout et al. (1996). Todas as amostras para esporos de bactérias aeróbias e Bacillus subtilis foram analisadas utilizando o método descrito por Rice et al. (1994), modificado por Nieminski et al. (2000). As análises de protozoários nas amostras de água foram executadas empregando a técnica da floculação com carbonato de cálcio para a concentração da amostra, conforme descrito por Vesey et al. (1993). Para a identificação e quantificação de oocistos de Cryptosporidium e cistos de Giardia aplicou-se a técnica de imunofluorescência direta, utilizando-se coloração com anticorpos monoclonais através do kit MERIFLUOR (VIEIRA, 2002). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados do monitoramento dos mananciais estão apresentados nas Tabelas 1 a 4. Tabela 1: Caracterização físico-química e microbiológica dos mananciais superficiais. VARIÁVEIS Manancial Coleta Cor apar. Cor real ph Turbidez C. totais E. coli E. aeróbios B. subtilis E. Anaeróbios C. perfringens Giardia Cryptosporidium (uh) (uh) (UT) (NMP/100ml) (NMP/100ml) (UFC/100ml) (UFC/100ml) (UFC/100ml) (UFC/100ml) (cistos/l) (oocistos/l) P. João(T. Santos) out-02 - - - - 2419 44 - - - - 1,5 3 abr-03 17,5 7,5 7,5 2,1 >2419 118 TNTC 0 20 0 0 0 mai-03 16,5 7,5 7,9 2,4 13.265 1.228 3.150 3150 5 3 0 20 nov-03 5 <2 7,6 5,63 781 7 2.475 0 225 0 0 8 P. João(L.Grande) fev-03 10-8,1 1,5 >2419 13 - - - - 0 0 jul-03 10 10 7,9 0,35 5.004 31 115 0 4 0 0 1 out-03 5 1 8,0 0,88 5.560 56 3.073 2.350 3 0 0 0 jan-04 30 6 8,3 28,6 41.060 410 6.550 0 16 16 0 10 Pacuí mar-03 82,5 12 7,2 9 7 0 - - - - 0 1 ago-03 14,5 10 7,5 1,5 474 2 623 11 8 0 0 2 dez-03 - - - - 298 0 5.325 0 1 1 0 6 mar-04 18 <2 7,4 12,1 5 0 650 0 17 17 0 0,2 R. dos Ferros dez-02 14,5-7,4 2,7 613 5 0 1 jun-03 10 10 7,5 0,55 1.698 10 432 108 3 3 0 2 set-03 10 7,5 7,4 0,65 1.685 291 - - - - - - set-03 - - - - 5.129 1.114 3.800 2.167 355 0 0 5 fev-04 32 9 7,6 22,9 11.288 57 6.320 0 2 2 0 30 TNTC: "too numerous to count" VARIÁVEIS Manancial Coleta Cor apar. Cor real ph Turbidez C. totais E. coli E. aeróbios B. subtilis E. Anaeróbios C. perfringens Giardia Cryptosporidium (uh) (uh) (UT) (NMP/100ml) (NMP/100ml) (UFC/100ml) (UFC/100ml) (UFC/100ml) (UFC/100ml) (cistos/l) (oocistos/l) Água afluente fev-03 14,5-7,8 2,8 >2419 33 - - - - 0 0 mar-03 14,5 10 7,6 2,3 816 1 - - - - 0 8 abr-03 14,5 6,25 7,5 1,3 >2419 236 TNTC 0 14 0 0 0 mai-03 10 10 7,8 0,62 3.291 96 1.005 1005 0 0 0 0 jun-03 10 12 8,3 0,41 3.011 94 1.102 72 0 0 0 0 jul-03 7,5 7,5 8,2 0,25 3.770 20 275 0 59 0 0 0 ago-03 10 10 7,7 0,44 6.284 55 1.155 0 20 0 0 2,7 set-03 12 10 7,7 0,47 5.075 51 - - - - - set-03 - - - 4.836 118 676 415 20 0 0 1 out-03 5 1 8,0 1,4 4.870 38 368 33 5 0 0 2 nov-03 <2 <2 8,1 0,92 6.303 18 523 0 60 0 0 0 dez-03 - - - 2.052 87 2.480 0 0 0 0 0,5 jan-04 32 9 7,9 27,2 12.810 630 11.200 0 22 17 0 7,5 fev-04 15 5 7,7 9,7 13.502 86 4.585 0 1 1 0 62,5 mar-04 12 2 7,9 10,4 11.907 92 6.125 0 4 4 0 2 TNTC: "too numerous to count" Tabela 2: Caracterização físico-química e microbiológica da água afluente à ETA. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3

Tabela 3: Caracterização físico-química e microbiológica dos mananciais superficiais. Estatística descritiva. Variável Média Mediana Mínimo Máximo Desvio padrão Cor aparente (uh) 19,7 14,5 5,0 82,5 19,8 Cor real (uh) 6,7 7,5 0 12 4,2 ph 7,7 7,6 7,2 8,3 0,32 Turbidez (UT) 6,49 2,25 0,35 28,6 8,92 C. totais (NMP/100mL) 5.952 1.698 5 41.060 10.279 E. coli (NMP/100mL) 199 31 0 1.228 383 Esp. aeróbios (UFC/100mL) 2.956 3.073 115 6.550 2.367 B. subtilis (UFC/100mL) 649 0 0 3.150 1.172 E. anaeróbios (UFC/100mL) 55 7 1 355 113 C. perfringens (UFC/100mL) 3,5 0,5 0 17 6,2 Giardia spp. (cistos/l) 0,094 0 0 1,5 0,38 Cryptosporidium sp. (oocistos/l) 5,6 2,0 0 30 8,4 Tabela 4: Caracterização físico-química e microbiológica da água afluente à ETA. Estatística descritiva. Variável Média Mediana Mínimo Máximo Desvio padrão Cor aparente (uh) 12,1 13,1 0 32 7,4 Cor real (uh) 6,9 8,3 0 12 4,0 ph 7,9 7,8 7,5 8,3 0,24 Turbidez (UT) 4,48 1,30 0,25 27,2 7,64 C. totais (NMP/100mL) 6.041 4.973 816 13.502 4.132 E. coli (NMP/100mL) 110 66 1 630 155 Esp. aeróbios (UFC/100mL) 2.681 1.102 275 11.200 3.399 B. subtilis (UFC/100mL) 127 0 0 1.005 301 E. anaeróbios (UFC/100mL) 17,1 10 0 60 21,5 C. perfringens (UFC/100mL) 1,8 0 0 17 4,9 Giardia spp. (cistos/l) 0 0 0 0 0 Cryptosporidium sp. (oocistos/l) 6,2 0,75 0 62,5 16,4 Cistos de Giardia spp. foram detectados em apenas uma das 30 amostras analisadas, com freqüência de 3,33%. Os oocistos de Cryptosporidium sp. foram detectados em 70% do total das amostras analisadas (81,25% das amostras dos mananciais e 57,14% das amostras de água afluente da ETA Morrinhos), com concentração variando de 0 a 62,5 oocistos/l (média de 5,85 oocistos/l). A ocorrência de Cryptosporidium sp. nos mananciais superficiais está apresentada na Figura 1. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4

Figura 1: Variação mensal do Cryptosporidium sp. nos mananciais superficiais e na água afluente à ETA. Concentração (oocistos/l) 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Pai João - T. Santos Pai João-L. Grande Rebentão dos Ferros Pacuí/Porcos Água Afluente ETA out/02 nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03 nov/03 dez/03 jan/04 fev/04 mar/04 Data da coleta Neste estudo não se observou variação sazonal do Cryptosporidium sp., mas valores máximos de oocistos, bem como da maioria das demais variáveis, foram detectados de janeiro a março/2004, logo após chuvas intensas. Surtos registrados na literatura estavam associados a eventos de precipitação intensa (ROSE et al., 2000). Outros estudos devem ser conduzidos para avaliar a influência da sazonalidade e da precipitação sobre a ocorrência de Cryptosporidium sp. no ambiente. É importante ressaltar que a simples detecção de cistos e oocistos na água representa risco potencial para a saúde da população, mas é preciso avaliar a viabilidade dos (oo)cistos e a relação dose-resposta necessária e suficiente para produzir infecção com o consumo de água pós-tratamento. Para verificação da associação entre Cryptosporidium e indicadores de qualidade da água utilizou-se o método não-paramétrico da correlação de Spearman. A Tabela 5 apresenta os coeficientes da correlação de Spearman para o total das amostras de água bruta: mananciais superficiais e água afluente à ETA. Verificou-se que a variável Cryptosporidium sp. apresenta correlação significante com as variáveis turbidez, esporos aeróbios e C. perfringens. Ao nível de 10%, observa-se correlação significante com as variáveis cor aparente e coliformes totais. Com as demais variáveis não existem evidências estatisticamente significantes. Tabela 5: Correlação de Spearman (r s ) entre Cryptosporidium sp. e os parâmetros estudados nos mananciais e na água afluente à ETA. Parâmetros n r s Valor-p Esporos anaeróbios (UFC/100mL) 24 0,019 0,928 Cor real (uh) 22-0,022 0,922 E. coli (NMP/100mL) 30 0,0083 0,661 B. subtilis (UFC/100mL) 24-0,106 0,624 Coliformes totais (NMP/100mL) 26 0,338 0,091** Cor aparente (uh) 25 0,391 0,053** C. perfringens (UFC/100mL) 24 0,542 0,006* Turbidez (UT) 25 0,54 0,005* Esporos aeróbios (UFC/100mL) 22 0,630 0,002* *Significante ao nível de 5% **Significante ao nível de 10% ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Com base no trabalho realizado, pode-se concluir e recomendar que: A variação da concentração de oocistos de Cryptosporidium sp. nos mananciais mostram a importância da implantação do seu monitoramento para avaliação e o gerenciamento dos riscos à saúde pública, visualizando metas de tratamento e garantindo a qualidade da água distribuída. A ocorrência de Cryptosporidium sp. está associada a eventos de precipitação intensa. Monitoramento nos mananciais deve ser feito principalmente nestes períodos, como medida de segurança na garantia da qualidade da água tratada. Recomenda-se um aprofundamento e continuidade da pesquisa dos mananciais superficiais da região para verificar a ocorrência de Cryptosporidium sp. e Giardia spp. Recomenda-se pesquisa de protozoários em mananciais subterrâneos. Boas correlações na água bruta (mananciais superficiais e água afluente à ETA) foram encontradas entre oocistos de Cryptosporidium sp. com esporos aeróbios (r s =0,630), Clostridium perfringens (r s =0,542) e turbidez (r s =0,54). Recomenda-se uma pesquisa mais intensa destes parâmetros em outros mananciais, principalmente onde houver risco de maior contaminação. É urgente a necessidade de padronização e divulgação das metodologias para análise de Cryptosporidium sp. e Giardia spp. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à FAPEMIG Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de Minas Gerais, pelo financiamento do projeto, bem como à COPASA-MG e à FUNED, pelo suporte fornecido. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the examination of water and wastewater.20th. ed. Washington: APHA, AWWA, WEF, 1998. 2. CRAUN, G. F.; HUBBS, S. A.; FROST, F.; CALDERON, R. L.; VIA, S. H. Waterborne outbreaks of cryptosporiodiosis. Journal American Water Works Association, v. 90, n. 9, p. 81-91, 1998. 3. FOUT, G. S.; SCHAEFER III, F. W.; MESSER, J. W.; DAHING, D. R.; STETLER, R. E. Membrane filtration method for C. perfringens. ICR Microbial Laboratory Manual, EPA 600/R 95/178, Cincinnati, 1996. 4. LeCHEVALLIER, M. W.; NORTON, W. D. Giardia and Cryptosporidium in raw and finished water. Journal of the American Water Works Association, v. 87, n. 9, p. 54-68, sept 1995. 5. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n.º 518 de 25 de março de 2004. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 26 mar. 2004. 6. NIEMINSKI, E. C.; BELLAMY, W. D.; MOSS, L. R. Using surrogates to improve plant performance. Journal of the American Water Works Association, v. 92, n. 3, p. 67-78, 2000. 7. STATES, S.; STADTERMAN, K.; AMMON, L.; VOGEL, P.; BALDIZAR, J.; WRIGHT, D.; CONLEY, L.; SYKORA, J. Protozoa in river water: sources, occurrence, and treatment. Journal of American Water Works Association, v. 89, n. 9, p. 74-83, 1997. 8. RICE, E. W.; FOX, K.R.; MILTNER, R. J.; LYTLE, D. A.; JOHNSON, C. H. A Microbiological surrogate for evaluating treatment efficiency. Proc. AWWA WQTC, San Francisco, nov. 1994. 9. ROSE, J. B.; DAESCHNER, S.; EASTERLING, D. R.; PATZ, J. Climate and waterborne disease outbreaks. Journal of American Water Works Association, v. 92, n.9, 2000. 10. USEPA. Cryptosporidium: Drinking water health advisory. EPA 822-R-01-009. Washington, mar. 2001. 31 p. 11. VESEY, G.; SLADE, J. S.; BYRNE, M.; SHEPHERD, K.; FRICKER, C. R. A new method for the concentration of Cryptosporidium oocysts from water. Journal of Applied Bacteriology, v. 75, p.82-86, 1993. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6

12. VIEIRA, M. B. C. M. Avaliação da eficiência da filtração lenta na remoção de oocistos de Cryptosporidium sp. e cistos de Giardia spp. em modelos reduzidos. 2002. 221 f. Tese (Doutorado em Ciência Animal Medicina Veterinária Preventiva e Epidemiologia) - Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2002. 13. WHO. World Health Organization. Report on infectious diseases removing obstacles to healthy development (on-line). Disponível em <http://www.who.org/infectious-diaseasereport/pages/testoonly.html> Acesso em: 04 jun 2004. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7