Introdução Em Portugal, embora não exista obrigatoriedade legal para a realização de Análises Termográficas, este diagnóstico está vulgarizado nos planos de Manutenção e é recomendado por diversas Seguradoras, fundamentados nas Normas Norte-Americanas. The National Fire Protection Association (NFPA) 70B 11.17.5 suggests that every commercial and industrial building in the United States should have an IR survey at least once a year. A Termografia por infravermelhos é o método de aquisição e análise de informações térmicas recolhidas por uma câmara termográfica. Trata-se de um meio complementar à manutenção preventiva e tem como objetivo diagnosticar precocemente anomalias em desenvolvimento, sem necessitar de contacto físico com o equipamento, mantendo o utilizador em segurança, não interferindo nem afetando o alvo de modo algum. A MANVIA vem desenvolvendo competências na área da termografia há mais de uma década. Desde 2006 que a empresa tem investido na Manutenção Condicionada, incluindo um serviço de diagnósticos elétricos em parceria com a TEGG Corp., obtendo Certificação Técnica ao nível de ASNT Level 1 em Termografia. Especializou-se na área elétrica para médios/grandes Clientes, oferecendo-lhes soluções de fiabilidade nas áreas em que desenvolvem a sua atividade. Fiabilidade essa, resultado da capacidade técnica desenvolvida, conseguida através da competência técnica e de equipamentos de diagnóstico. Realizar uma Análise Termográfica Nas inspeções termográficas são recolhidas imagens da radiação de infravermelhos emitida pelos alvos e através da análise dos dados recolhidos, é possível obter conclusões precisas e indicar medidas preventivas ou corretivas adequadas. Não é suficiente possuir o equipamento de medição de radiação infravermelha, acima de tudo é necessário saber utilizá-lo, ter formação e conhecimentos técnicos, de forma a poder fornecer um diagnóstico técnico eficaz e soluções ao Cliente. Numa Inspeção Termográfica deve ser tomado em conta: Verificação térmica dos equipamentos. Conhecimentos técnicos dos vários equipamentos existentes no mercado e seu funcionamento. Informar o Cliente se os equipamentos estão a cumprir as normativas dos mesmos, bem como as Regras Técnicas Nacionais. O Técnico que está a inspecionar deve sugerir uma intervenção sempre que considere necessário. Inspeção não é sinonimo de Fiscalização.
Os resultados finais nas análises dos Termogramas recolhidos são influenciados por diversos fatores, sendo os principais: Local de inspeção e condições operacionais dos equipamentos. A interação com o Cliente, ou os seus Técnicos, é fator decisivo no resultado final, em virtude do conhecimento do Cliente acerca das condições operacionais dos equipamentos. Conhecimentos técnicos do Termógrafo. Formação contínua em Termografia e sobre os desenvolvimentos tecnológicos aplicáveis aos equipamentos passiveis de serem submetidos a inspeção. Aspetos a considerar na Análise Termográfica Na área das inspeções termográficas podem ser encontradas diversos tipos de anomalias e situações que devem ser levadas em consideração. Na figura 1 encontram-se dois exemplos. Na imagem da esquerda encontra-se um problema interno num disjuntor e na imagem da direita um aquecimento e vibração da chapa metálica por indução. Figura 1: Exemplos de anomalias detetadas Problema Interno de um Disjuntor Aquecimento e Vibração de Chapa por Indução A análise das imagens termográficas deve ser realizada pelo Técnico que efetuou a recolha dos dados e os Termogramas. A imagem real que acompanha um termograma, pode não ser suficiente para a identificação correta de um problema. Por exemplo, na figura 2 as marcas alaranjadas são reflexão de um emissor de raios infravermelhos, possivelmente uma lâmpada ou até a pessoa que está a realizar o ensaio. O Técnico que executa a inspecção é a pessoa indicada para avaliar qual a origem do elemento externo ao objeto em análise.
Figura 2: Reflexão de um emissor de raios infravermelhos Outra situação prende-se com a participação ativa do Cliente. A qualidade final do serviço é sempre fruto do trabalho em equipa, e torna-se mais produtiva quando o Cliente participa no processo, identificando habituais disparos intempestivos de equipamentos, histórico de anomalias ou pela interação com o Termógrafo, o reconhecimento de anomalias, não detetáveis a olho nu, ou por pessoa não qualificada. Também a inspeção visual tem um caráter determinante no resultado final do Serviço. O Técnico que realiza a inspeção deve sugerir uma intervenção sempre que considere necessário. Algumas anomalias não são detetadas por termografia mas por inspeção visual, vejamos um exemplo. Na figura 3 podem verificar-se que as condições funcionais do equipamento foram excedidas, sendo necessário averiguar as causas, além da imagem termográfica. Figura 3: Anomalia não detetada por termografia Classificação da unidade de disparo Temperatura ambiente do ar (para funcionamento) Temperatura ambiente do ar (para armazenamento) 100 a 40 C 35...70 C -55...85 C Anomalia não detetada por termografia mas na inspeção visual em que se pode verificar que as condições funcionais do equipamento foram excedidas. Quais as razões? O Termógrafo deverá ter a capacidade técnica para avaliar, concluir e apresentar soluções ao produzir o relatório. Outra situação é a importância da Análise Termográfica, prévia às ações de Manutenção. Na figura 4 encontra-se um transformador de intensidade em barramento de Média Tensão com anomalia grave, tendo sido efetuada manutenção antes da termografia. Esta anomalia detetada pelo Termógrafo, exigiu paragem da fábrica e
manutenção do barramento de Media Tensão. Para além da paragem da fábrica, não planeada, esta anomalia poderia ter tido outras consequências mais graves, nomeadamente risco de incêndio, danificação do barramento de chegada e distribuição para outras áreas da fábrica. Figura 4: Anomalia grave em transformador de intensidade em barramento de Media Tensão O reconhecimento de erros de dimensionamento são igualmente fundamentais. O equipamento que se encontra na figura 5 é uma bateria de condensadores, que se encontrava num quadro com dimensão diminuta, faltando-lhe ventilação para a dissipação térmica produzida pelos equipamentos do quadro (condensadores, reactâncias e contactores). Este tipo de anomalia tem como consequência risco elevado de incêndio e diminuição da longevidade dos componentes. Figura 5: Bateria de condensadores, equipamento novo mal dimensionado As boas práticas recomendam que: A análise de um termograma deve ser realizada pelo Técnico responsável pela sua recolha. O Cliente deve participar ativamente no processo. É ele que detém o conhecimento do funcionamento quotidiano das instalações. O Termógrafo deve estar dotado para fazer uma análise visual crítica da instalação.
É aconselhável uma inspeção termográfica antes de qualquer intervenção, ações de manutenção preventiva, por exemplo, para que os pontos quentes sejam identificados e alvo de verificação e correção durante eventuais cortes de energia. O Termógrafo deve possuir capacidade técnica para avaliar falhas de dimensionamento. Uma nota técnica adicional: Nos equipamentos com apertos de precisão e selagem, deve ser reposto lacre de cor diferente, após um reaperto. Conclusão Na área da Termografia, a MANVIA tem uma enorme diversidade de Clientes. Desde a indústria alimentar, onde o ambiente é o mais limpo possível e a fiabilidade tem que ser constante, até Clientes que simplesmente pretendem fazer uma verificação a um determinado quadro. Os Clientes com exigências de grande fiabilidade, exigem e respondem aos problemas detetados com correções quase imediatas, diminuindo o risco de paragem ou falhas, valorizando e vinculando o serviço prestado. Em suma, a termografia é um meio auxiliar a inspeções em que o objetivo é melhorar a rentabilidade da empresa e antecipar problemas não detetáveis a olho nu. Um diagnóstico correto implica que todas as partes envolvidas intervenham e forneçam informações complementares, o envolvimento do Cliente acelera as ações a tomar, reduzindo os riscos e incrementando os níveis de Segurança.