Custas no tribunal administrativo e fiscal

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Transcrição:

Regulamento das Custas Processuais Custas no tribunal administrativo e fiscal CFFJ - 2012 Direção-Geral da Administração da Justiça

Índice Siglas e Abreviaturas... 4 Nota prévia... 5 Enquadramento... 6 Custas processuais, o que são?... 7 Taxa de Justiça... 7 A regra geral da taxa de justiça... 9 A taxa de justiça pela especial complexidade... 18 A taxa sancionatória excecional... 18 Taxa no recurso de contraordenação... 19 Dispensa do pagamento de taxa de justiça... 20 Artigo 15.º do RCP... 20 Os encargos... 21 A responsabilidade pelo adiantamento dos encargos... 21 A omissão de pagamento da garantia dos encargos... 22 As custas de parte... 23 Isenções... 24 O artigo 4.º do RCP... 24 Limitações à isenção... 24 A fixação da base tributária... 25 Processo Administrativo... 26 Ação Administrativa Comum... 27 Ação Administrativa Especial... 28 Contencioso eleitoral... 29 Contencioso pré-contratual... 30 Processos Cautelares... 31 Intimação para prestação de informações, consulta de processos ou passagem de certidão32 Intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias... 33 Produção antecipada de prova... 34 Processo Tributário... 35 2

Impugnação... 36 Processos de ação cautelar... 37 Ação para reconhecimento de um direito ou interesse legítimo em matéria tributária... 38 Meios processuais acessórios... 39 Intimação para um comportamento... 40 Oposição à execução... 41 Embargos de terceiro... 42 Reclamações das decisões do órgão de execução fiscal... 43 Recurso de contraordenação... 44 3

Siglas e Abreviaturas CRP CCJ CPC CPTA CPPT ETAF LGT RCP RGIT Duc Sicj Sitaf UC Constituição da República Portuguesa Código das Custas Judiciais Código de Processo Civil Código de Processo nos Tribunais Administrativos Código de Procedimento e Processo Tributário Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais Lei Geral Tributária Regulamento de Custas Processuais Regime Geral das Infrações Tributárias Documento único de cobrança Sistema informático de custas judiciais Sistema informático nos tribunais administrativos e fiscais Unidade de conta 4

Nota prévia O presente trabalho pretende constituir um meio auxiliar de apoio aos oficiais de justiça dos tribunais administrativos e fiscais na área das custas processuais. No essencial versa sobre o regime introduzido pela lei 7/2012, de 13 de fevereiro, e é uma primeira abordagem desta temática atendendo às especificidades da jurisdição administrativa e fiscal. Certamente deficitário, espera-se que a breve trecho seja enriquecido com mais exemplos e referências a jurisprudência. A estrutura adotada compreende duas partes. A primeira trata aspetos gerais das custas e a segunda centra-se nas espécies processuais. As chamadas em numeração romana remetem para as notas de fim e as de numeração arábica para as notas de pé de página. Não é demais lembrar que as orientações aqui expressas cedem sempre perante orientações diversas dos senhores magistrados. Lisboa e cffj, outubro de 2012 5

Enquadramento O art.º 189.º do CPTA consagra no seu n.º 1, a sujeição a custas do Estado e demais entidades públicas 1. O n.º 2 do citado normativo, determina que o regime de custas a observar na jurisdição administrativa e fiscal é objeto de regulação própria no Código das Custas Judiciais 2. Impõe-se a interpretação atualista desta remissão, atendendo ao teor do art.º 2.º do RCP: O presente Regulamento aplica-se aos processos que correm termos nos tribunais judiciais, nos tribunais administrativos e fiscais Por outro lado, os princípios gerais e as normas centrais relativas ao conceito de custas e à responsabilidade pelo seu pagamento encontram-se no CPC, art.º 446.º a art.º 455.º, as quais serão aplicáveis, a título subsidiário, aos processos administrativos, art.º 1.º do CPTA, e fiscais, al. d) do art.º 2.º da LGT, e al. e) do art.º 2.º do CPPT. 1 Regra inovatória, face aos anteriores regimes de custas. Consagrada no CPTA no seu art.º 189.º, sendo acolhida no regime de custas introduzido pelo DL n.º 324/2003, de 27 de Dezembro. 2 A referência é originalmente reportada ao CCJ, na redação introduzida pelo 324/2003, de 27 de Dezembro. 6

Custas processuais, o que são? As custas processuais caracterizam-se por compreenderem as taxas, os encargos e as custas de parte, conforme n.º 1 do art.º 447.º do CPC, e n.º 1 do art.º 3.º do RCP. São, em síntese, o conjunto da despesa exigível por lei, resultante da mobilização da máquina judiciária para resolução de determinado conflito, e inerente à condução do respetivo processo. Taxa de Justiça De entre o conjunto de tributos legalmente consagrado 3, a taxa é uma espécie tributária cujos pressupostos nos são dados pelo n.º 2 do art.º 4.º da LGT: As taxas assentam na prestação concreta de um serviço público, na utilização de um bem do domínio público ou na remoção de um obstáculo jurídico ao comportamento dos particulares. Caracterizam-se pelo seu caráter bilateral. As taxas integram assim, de entre o conjunto de tributos, aqueles em que é exigida uma contraprestação, qual seja no caso da taxa de justiça, a prestação concreta do serviço público de justiça a cargo dos tribunais, no exercício da função jurisdicional, art.º 202.º da CRP. Pode ler-se no acórdão n.º 467/91, do Tribunal Constitucional: Na verdade, as taxas de justiça são a «contrapartida» da prestação de um serviço público vinculado à garantia fundamental do acesso aos tribunais 4 3 Cfr. n.º 2 do art.º 3º, da Lei Geral Tributária. 4 Disponível para consulta em http://www.tribunalconstitucional.pt/tc/acordaos/19910467.html 7

A taxa de justiça, de acordo com o disposto no n.º 1 do art.º 5.º do RCP, é expressa em UC. Esta é atualizada 5 anual e automaticamente de acordo com o indexante dos apoios sociais 6, n.º 2 do art.º 5.º do RCP. Porém, a taxa de justiça é determinada pelo valor da UC ao tempo do início do processo autónomo, independentemente do momento em que a taxa deva ser paga, face às disposições conjugadas do n.º 2 do art.º 1º e nº 3 do art.º 5.º do RCP. Donde é possível concluir que, por exemplo, no âmbito de uma ação administrativa comum ou de um processo de impugnação, em que sejam deduzidos incidentes, possam coexistir taxas que hajam de ser calculadas atendendo a diferentes valores da UC 7. O primeiro dos critérios legais a atender para a fixação da taxa de justiça é o valor da ação para efeito de custas, base tributária na terminologia do RCP, resultando aquela no correspetivo montante indicado nas Tabela I e II, como se extrai dos artigos 6.º e 7.º ambos do RCP. Complementarmente, na eventualidade de especial complexidade da ação, cuja caracterização resulta do n.º 7 do art.º 447.º-A do CPC, para efeitos de condenação aplicarse-ão os valores resultantes da Tabela I-C, n.º 5 do art.º 6.º, ou um valor superior dentro dos limites da Tabela II, conforme n.º 7 do art.º 7.º do RCP. Excecionalmente, poderá haver lugar a taxa sancionatória, mecanismo de penalização dos intervenientes processuais que, por motivos dilatórios, utilizem o processo de modo não criterioso, designadamente lançando mão de recursos e requerimentos manifestamente infundados. Esta taxa excecional, encontra a sua previsão e os seus pressupostos no art.º 447.º-B do CPC, sendo o arco de tributação fixado dentro dos limites do art.º 10.º do RCP, 2 a 15 UC. 5 Quanto à fixação e atualização da UC, cfr. art.º 22.º do D.L. nº 34/2008, de 28/2, na redação dada pelo D.L. n.º 181/2008, de 28/8. 6 Indexante de Apoios Sociais Lei n.º 53-B/2006, de 29/12 e Portarias n.º 106/2007, de 23/1; 9/2008, de 3/1 e 1514/2008, de 24/12. Para o ano de 2010, cfr. art.º 3.º do Dec.Lei n.º 323/2009, 24/12. Cfr. ainda art.º 22.º do D.L. nº 34/2008, de 28/2, na redação dada pelo D.L. 181/2008, de 28/8. 7 O valor da UC é presentemente de 102,00. 8

A regra geral da taxa de justiça As disposições conjugadas do n.º 2 do art.º 447.º do CPC e do n.º 1 do art.º 6.º do RCP, indicam que a taxa de justiça corresponde ao montante devido pelo impulso processual do interessado. A taxa é assim devida pela parte que impulsione, independentemente da posição processual ativa (autor, recorrente, requerente, exequente), ou passiva (réu, recorrido, requerido, executado), que ocupa no processo. Assim, o sujeito passivo (sujeito sobre quem impende o ónus de pagamento) da taxa de justiça deverá proceder ao pagamento da primeira prestação, nos casos da tabela I-A e C, em que a taxa de justiça é paga em duas prestações de igual valor, ou integralmente nos restantes casos, tabela I-B e II, até ao momento da prática do ato processual a ela sujeito, nos termos das disposições conjugadas do n.º 2 do art.º 13.º e n.º 1 do art.º 14.º, ambos do RCP. A segunda prestação da taxa de justiça deve ser liquidada no prazo de 10 dias a contar da notificação para a audiência final I. Nos casos em que a esta não haja lugar e não tendo sido dispensada a segunda prestação nos termos do art.º 14.º-A do RCP, é considerada na conta de custas final. O interessado entrega o documento comprovativo do pagamento ou comprova a realização desse pagamento no mesmo prazo, n.º 2 do art.º 14.º do RCP, sob pena da secretaria oficiosamente notificar para, no prazo de 10 dias, efetuar o pagamento, acrescido de multa de igual montante, cuja expressão não pode ser inferior a 1 UC nem superior a 10 UC, n.º 3 do art.º 14.º do RCP. Verificando-se que no dia da audiência final ou de qualquer outra diligência probatória, não se mostra junto ao processo o documento comprovativo do pagamento da segunda prestação da taxa de justiça e da multa, de documento referente à concessão de benefício do apoio judiciário ou não tenha sido comprovada a realização do pagamento da segunda prestação da taxa de justiça, os autos devem ser continuados com conclusão para que o tribunal se entender por conveniente, determinar a impossibilidade de realização das 9

diligências de prova que tenham sido ou venham a ser requeridas pela parte em falta, n.º 4 do art.º 14.º do RCP. Na jurisdição fiscal, uma vez que a constituição de mandatário só é obrigatória nas causas cujo valor exceda o décuplo da alçada do tribunal tributário de primeira instância, bem assim nos Tribunais Centrais Administrativos e Supremo Tribunal de Justiça, n.º 1 do art.º 6.º do CPPT, deve ter-se presente as regras resultantes das disposições conjugadas do n.º 5 do art.º 150.º-A do CPC e n.º 6 do art.º 14.º do RCP, que impõem à secretaria o dever de notificar o interessado que não tenha mandatário constituído para o pagamento da taxa devida, no prazo de 10 dias, bem como das cominações legais para a omissão II. A alçado do tribunal tributário 8 é de 1.250,00. Já na jurisdição administrativa, a questão não se coloca da mesma forma uma vez que a constituição de mandatário é obrigatória, n.º 1 do art.º 11.º do CPTA. 8 A alçada dos tribunais tributários, de acordo com o n.º 2 do art.º 6.º do ETAF, corresponde a um quarto da que se encontra estabelecida para os tribunais judiciais, que é 5.000,00, n.º 1 do art.º 24.º da Lei 3/99, de 13/1 na redação dada pelo Dec.-Lei n.º 303/2007, de 24/8; n.º 1 do art.º 31.º da Lei n.º 52/2008, de 28/8. 10

Redução da taxa de justiça O RCP contempla uma única redução da taxa de justiça, nos termos do n.º 3 do art.º 6.º do RCP. A taxa de justiça é reduzida a 90% do seu valor quando se verificarem cumulativamente três condições. São elas: o recurso pela parte aos meios eletrónicos, a entrega pela parte de todas as peças processuais através daqueles meios e ao processo em concreto, não determinar a lei, a sua obrigatoriedade. Optando por esta redução, a parte que quebre a condição de entrega de todas as peças pelos meios eletrónicos, 9 perde o direito à mesma, nos termos do n.º 4 do art.º 6.º do RCP, e fica obrigada a pagar o respetivo valor autoliquidado, no momento em que entregar uma peça processual em papel. Não sendo junto o comprovativo do pagamento, verifica-se a sujeição à sanção prevista na lei de processo para a omissão de pagamento da taxa de justiça. A omissão da primeira prestação ou do pagamento integral O pagamento da taxa de justiça pode ser realizado em duas prestações de igual montante, nas situações em quem ao caso couber a aplicação da tabela I-A e C, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, sendo que nos demais casos deve ser liquidada de modo integral. A primeira prestação ou o pagamento integral da taxa de justiça devida devem ser realizados previamente, por autoliquidação, e ser comprovados III por verificação eletrónica, nos termos da portaria prevista no n.º 1 do artigo 138.º-A do Código do Processo Civil, ou por entrega do documento comprovativo do pagamento, al. a) e b) do n.º 1 do art.º 14.º do RCP. Sendo omisso o pagamento, são diversas as consequências para a parte ativa e para a parte passiva e encontram a sua previsão no CPC, al. f) do art.º 474.º e art.º 486.º-A, respetivamente. Relativamente à parte ativa, a consequência da omissão é o não recebimento da petição pela secretaria, al. f) do art.º 474.º do CPC. Já no que concerne à parte passiva, releva a previsão do art.º 486.º-A do CPC. Num primeiro momento, a parte é notificada para 9 Por exemplo, entregando uma peça processual em suporte de papel. 11

pagar a taxa omitida com o acréscimo de multa de igual montante, mas não inferior a 1 UC nem superior a 5 UC. Continuando a verificar-se a omissão de pagamento e findos os articulados, deve a secretaria continuar os autos ao juiz, nos termos do n.º 5 do art.º 486.º-A do CPC. O art.º 80.º do CPTA dispõe sobre a recusa da petição inicial pela secretaria no que concerne á ação administrativa especial. Importa pois aqui destacar o teor da al. d) do n.º 1 do referido preceito, já que determina constituir fundamento de rejeição a circunstância de não ter, sido junto o documento comprovativo do prévio pagamento da taxa de justiça inicial ou o documento que ateste a concessão de apoio judiciário.. Já no que respeita aos efeitos que decorrem da rejeição, o n.º 2 do art.º 80.º do CPTA, remete para as consequências que lhe correspondem na lei processual civil. 12

A omissão de pagamento da segunda prestação da taxa de justiça Casos que se enquadrem no n.º 2 do art.º 13.º do RCP Sendo omisso o pagamento da segunda prestação da taxa de justiça, a secretaria notifica o interessado para, no prazo de 10 dias, efetuar o pagamento, acrescido de multa de igual montante, mas não inferior a 1 UC nem superior a 10 UC, n.º 3 do art.º 14.º do RCP. Persistindo a omissão no dia da audiência final ou da realização de qualquer outra diligência probatória, devem os autos ser presentes ao juiz, n.º 4 do art.º 14.º do RCP. Pagamento de taxa de valor inferior ao devido Prevê o n.º 2 do art.º 150.º-A do CPC, que a junção de documento comprovativo do pagamento da taxa de justiça num valor inferior IV ao resultante dos critérios do RCP que ao caso caibam, a devolução ao apresentante e equivalência à falta de junção do documento. Todavia, relevam para esta questão também os modos de apresentação das peças processuais, por via eletrónica ou por apresentação em suporte de papel. No que respeita à petição inicial, apresentações em suporte de papel, n.º 3 do art.º 4.º do Dec.-Lei n.º 324/2003 10, de 29/12, e art.º 4.º da portaria n.º 1417/2003 11, de 30 de dezembro, é adequada a observância do prazo de 24 horas, previsto no art.º 23.º da portaria 419-A/2009, de 20 de abril, com as alterações introduzidas pela Portaria n.º 82/2012, de 29 de março. Após o decurso do prazo e não sendo recebido o pagamento complementar, a secretaria recusa a petição, com o fundamento da falta de junção do documento comprovativo, n.º 2 do art.º 150.º-A do CPC. O mesmo procedimento é adequado aos casos em que a petição inicial é apresentada eletronicamente, uma vez que carece de tratamento de validação pela secretaria, no Sitaf, e que é prévio à distribuição. Os demais casos em que é exigido o comprovativo do pagamento da taxa de justiça e esta se mostra liquidada por um valor insuficiente, devem ser tratados como se de omissão de pagamento se tratasse, face à sanção prevista no n.º 2 do art.º 150.º-A do CPC. 10 Com as alterações introduzidas pelo Dec.-Lei n.º 180/2007, de 9de maio e do Dec.-Lei n.º 190/2009, de 17de agosto. 11 Com as alterações introduzidas pela portaria 114/2008, de 6 de fevereiro. 13

O limite da taxa quando previamente paga Quando ao caso caiba a aplicação da tabela I, serão tão só considerados os valores de base tributária até 275.000,00, n.º 7 do art.º 6.º do RCP. O remanescente é considerado na conta a final ou, caso o responsável pelo impulso processual não seja condenado a final, é notificado para efetuar o referido pagamento, no prazo de 10 dias a contar da notificação da decisão que ponha termo ao processo, n.º 9 do art.º 14.º do RCP. O pagamento do remanescente pode todavia ser dispensado pelo juiz, de forma fundamentada e face à especificidade da situação, atendendo designadamente à complexidade da causa e à conduta processual das partes, conforme segmento final do n.º 7 do art.º 6.º do RCP. Nos restantes casos, sempre que a taxa de justiça seja variável, o pagamento deve ser realizado pelo valor mínimo, nº 6 do art.º 6.º do RCP. Aplicabilidade da tabela I-A Os casos em que a taxa de justiça deve ser paga atendendo aos valores resultantes da tabela I-A, determina-se por exclusão, conforme resulta do n.º 1 do art.º 6.º do RCP, aplicando-se, na falta de disposição especial, os valores constantes da tabela I-A,. Assim, todas as situações que não estejam contempladas de modo diverso, por exemplo a determinação legal de aplicação da tabela I-B, I-C ou II, será por defeito aplicada a tabela I- A. 14

Aplicabilidade da tabela I-C As sociedades comerciais 12 que tenham dado entrada num tribunal, secretaria judicial ou balcão, no ano anterior, a 200 ou mais ações, a taxa de justiça é fixada, de acordo com a tabela I-C, quando não se verifique regra que determine a aplicação de tabela II. Atente-se que, esta taxa compreende duas prestações, sendo a primeira de pagamento prévio, conforme se extrai do n.º 1 do art.º 14.º do RCP. A taxa prevista na tabela I-C é também aplicável, quando o juiz nos termos das disposições conjugadas do n.º 7 do art.º 447.º-A do CPC, e n.º 5 do art.º 6.º do RCP, caracterize a ação ou o recurso como especialmente complexos. Esta taxa é de pagamento a final, na conta. Aplicabilidade da tabela I-B Nos recursos jurisdicionais, a taxa de justiça é fixada nos termos da tabela I-B, atendendo ao valor do recurso. 13 É paga pelo recorrente com as alegações e pelo recorrido quando contra-alegue e com a apresentação das contra-alegações, n.º 2 do art.º 7.º do RCP. Atente-se que na redação do n.º 2 do art.º 6.º do RCP, o legislador utilizou o vocábulo sempre, o que indica de modo inequívoco que, independentemente das taxas pagas no processo e na primeira instância se integrarem noutras tabelas, no recurso jurisdicional são pagas de acordo com a tabela I-B. Claro está que as taxas em questão são em regra 14 de pagamento prévio, podendo o tribunal determinar a aplicabilidade a final da tabela I-C, como referimos. 12 Para o efeito e sobre a competência da secretaria, portaria n.º 200/2011, de 20 de maio e cfr. Ofício Circular n.º 42/2011, de 16 de junho, da DGAJ/DSAJ. A informação é também disponibilizada no sicj. 13 O valor nos recursos é determinado pelas regras constantes do n.º 2 do art.º 12.º do RCP. O valor da sucumbência quando esta for determinável, cabendo ao recorrente a indicação do respetivo valor no requerimento de interposição do recurso, ou nos restantes casos, prevalece o valor da ação. 14 Quando não seja de aplicar a dispensa de pagamento prévio ou em casos de isenção. 15

As partes coligadas 15, os intervenientes que façam seus os articulados da parte a que se associem e os assistentes em processo administrativo 16 e tributário 17, de acordo com a previsão do n.º 7 do art.º 13.º do RCP, liquidam a taxa de justiça de acordo com a tabela I-B. No que concerne ao litisconsórcio V, a taxa é paga na totalidade por aquele que figurar como parte primeira na petição inicial, nos termos do disposto no n.º 4 do art.º 447.º-A.º do CPC, onde de resto se salvaguarda o direito de regresso sobre os demais litisconsortes. 15 Em processo judicial tributário, cfr. Art.º 104.º do CPPT; em processo administrativo, cfr. art.º 12.º e 28.º do CPTA. 16 Art.º 335.º e seguintes do CPC, art.º 1.º e art.º 35.º do CPTA. 17 Art.º 127.º, n.º 1 al. a), 128.º e 129.º do CPPT e 335.º e seguintes do CPC. 16

Os casos especiais de fixação de valor: linha 1 da tabela I-B O n.º 1 do art.º 12.º do RCP, fixa a base tributária até 2.000,00, valor correspondente à linha 1 da tabela I-B, nos processos previstos nas alíneas a) a f). A consequência direta desta regra é a de que, naqueles casos, a taxa de justiça exigível é de 0,5 UC, paga integralmente numa única prestação e até ao momento da prática do ato processual, n.º 1 do art.º 14.º do RCP. Aplicabilidade da tabela II Os incidentes, os processos cautelares, os processos administrativos urgentes, a impugnação de procedimentos cautelares adotados pela administração tributária, a impugnação de atos de autoliquidação, substituição tributária e pagamentos por conta, os procedimentos de injunção, os procedimentos europeus de injunção de pagamento, os procedimentos anómalos, as execuções, oposições e embargos de terceiro, integram as previsões da tabela II, n.º 4 do art.º 7.º do RCP. Esta taxa é em regra 18 prévia e integralmente liquidada nos termos gerais. Não obstante, aqui também se verifica o eventual pagamento residual a final, nos casos de especial complexidade, n.º 7 do art.º 7.º do RCP. 18 Refere-se em regra uma vez que, em presença de incidentes ou procedimentos anómalos, qualificação que muitas vezes se verifica em momento ulterior, cfr. n.º 8 do art.º 7.º do RCP, só é determinável e possível o pagamento a final. Também os casos de dispensa, art.º 15.º, e de isenção, art.º 4.º, ambos do RCP. 17

A taxa de justiça pela especial complexidade Como já referido, a taxa de justiça pela especial complexidade é resultante de condenação, sempre que a ação é configurada como tal, nos termos do n.º 7 do art.º 447.º-A do CPC. Sempre determinada a final, tem como consequência a atualização da taxa paga pelo impulso nos casos da Tabela I-A e Tabela I-B, para os valores da Tabela I-C, n.º 5 do art.º 6.º do RCP, e nos casos de incidentes ou procedimentos, Tabela II-B, o valor determinado pelo juiz, dentro dos limites ali estabelecidos, n.º 7 do art.º 7.º do RCP. A taxa sancionatória excecional A aplicação de uma taxa sancionatória excecional VI resulta de decisão fundamentada do juiz, quando verificadas as condutas e circunstâncias descritas nas alíneas a) e b) do art.º 447.º-B do CPC. É suscetível de ser aplicada aos requerimentos, recursos, reclamações, pedidos de retificação, reforma ou de esclarecimento, quando manifestamente improcedentes. A sua quantificação é variável entre 2 e 15 UC, nos termos do art.º 10.º do RCP. Por outro lado, quando judicialmente determinada a aplicação da taxa sancionatória excecional, esta substitui a taxa de justiça devida. Pode ler-se no preâmbulo da Lei 34/2008, de 26 de fevereiro, o seguinte trecho: Criou -se também um mecanismo de penalização dos intervenientes processuais que, por motivos dilatórios, «bloqueiam» os tribunais com recursos e requerimentos manifestamente infundados. Para estes casos, o juiz do processo poderá fixar uma taxa sancionatória especial, com carácter penalizador, que substituirá a taxa de justiça que for devida pelo processo em causa... 19 19 Diário da República, 1.ª série N.º 40 26 de Fevereiro de 2008, pag. 1261, e disponível em http://dre.pt/ 18

Aplicada a taxa sancionatória excecional e após trânsito em julgado da decisão que a fixou, é pela secretaria emitida e remetida guia e respetivo DUC, para a parte responsável, para pagamento no prazo de 20 dias, conforme o art.º 26.º da portaria n.º 419-A/2009, de 20 de abril, com as alterações introduzidas pela portaria n.º 82/2012, de 29 de março. Taxa no recurso de contraordenação Quando a coima não tenha sido previamente liquidada, o recurso da decisão que a aplicou bem como a sanção acessória a que se refere o art.º 80.º do RGIT, está sujeito ao pagamento prévio de taxa de justiça, nos termos do n.º 7 do art.º 8.º do RCP. O montante a autoliquidar é de 1 UC. Para o efeito, deve a secretaria em observância do preceituado no n.º 8 do art.º 8.º do RCP, aquando da notificação da data de marcação da audiência de julgamento ou do despacho que a considere desnecessária, notificar também para no prazo de 10 dias autoliquidar a taxa de justiça, com expressa indicação do prazo e dos modos de pagamento da mesma. Aconselha a boa prática que a secretaria envie o duc adequado ao pagamento. A taxa devida pela impugnação pode ainda a final ser corrigida pelo juiz, n.º 7 do art.º 8.º do RCP, dentro dos limites da Tabela III do RCP, sendo neste caso o processo objeto de conta final, onde se liquidará o remanescente em falta. 19

Dispensa do pagamento de taxa de justiça Artigo 15.º do RCP A dispensa de pagamento prévio de taxa de justiça consiste na verdade num mecanismo que difere para momento ulterior o pagamento VII, por força de uma regra inovadora, aliás sem precedente legal 20. Trata-se do n.º 2 do art.º 15.º do RCP, que dispõe: As partes dispensadas do pagamento prévio de taxa de justiça, independentemente de condenação a final, devem ser notificadas, com a decisão que decida a causa principal, ainda que suscetível de recurso, para efetuar o seu pagamento no prazo de 10 dias. Assim, quando demandem ou sejam demandados nos tribunais administrativos ou tributários, por expressa previsão legal, al. a) do n.º 1 do art.º 15.º do RCP, mostram-se dispensados do pagamento prévio da taxa de justiça: O Estado; seus serviços e organismos ainda que personalizados; Regiões Autónomas; Autarquias locais. Constituem exceção, face ao segmento final da al. a) do n.º 1 do art.º 15.º do RCP, quando em presença de litígios em matéria administrativa contratual 21 e pré-contratual 22 e relativas às relações laborais com os funcionários 23, agentes e trabalhadores do Estado; 20 Não obstante, a circular n.º 39/2011, de 6/6, da DGAJ, já propunha um procedimento similar. 21 Sob a forma de ação administrativa comum, al. h) do n.º 2 do art.º 37.º do CPTA e al. e) e f) do n.º 1 do art.º 4.º do ETAF. 22 Cfr. art.º 100.º e sgts do CPTA; 23 Os litígios relativos às relações laborais emergentes de contratos de trabalho em funções públicas, cfr. al. d) do n.º 3 do art.º 4.º do ETAF. 20

Os encargos Os encargos constituem o conjunto da despesa resultante da condução do processo, em especial os gastos relacionados com as atividades probatórias, n.º 3 do art.º 447.º do CPC. Obedecem à tipologia elencada no n.º 1 do art.º 16.º do RCP, destacando-se os reembolsos ao Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, I. P., resultantes de todas as despesas adiantadas e compreendidas na previsão dos artigos 19.º, e n.º 2 do art.º 20.º ambos do RCP, quando em causa estão entidades isentas de custas, ou beneficiárias de apoio judiciário nas modalidades de dispensa de taxa de justiça e demais encargos como processo 24, e de pagamento faseado de taxa de justiça e demais encargos com o processo 25. A responsabilidade pelo adiantamento dos encargos A responsabilidade pelo adiantamento dos encargos ou pela sua garantia resultam do art.º 447.º-C do CPC, e n.º 1 do art.º 20.º do RCP. Impendem sobre a parte que requereu a diligência, quem nela tem interesse ou a quem ela aproveita, quando determinada oficiosamente. Caso todas as partes tenham o mesmo interesse na diligência ou na realização da despesa, tirem igual proveito ou não se consiga determinar quem é a parte interessada, são os encargos repartidos de modo igual entre as partes. Nos termos do n.º 1 do art.º 20.º do RCP, deve a parte requerente ou interessada, imediatamente ou no prazo de 10 dias a contar da notificação do despacho que ordene a diligência, determine a expedição ou cumprimento de carta rogatória ou marque a data da audiência de julgamento, proceder ao pagamento através das guias duc, emitidas e oportunamente enviadas pela secretaria, art.º 21.º da portaria n.º 419-A/2009, de 20 de abril, com as alterações introduzidas pela portaria n.º 82/2012, de 29 de março. 24 Modalidade prevista na al. a) do art.º 16.º da Lei n.º 34/2004, de 29 de julho, na redação dada pela Lei 47/2007, de 28 de agosto. 25 Modalidade prevista na al. d) do art.º 16.º da Lei n.º 34/2004, de 29 de julho, na redação dada pela Lei 47/2007, de 28 de agosto. 21

Em matéria de encargos, o essencial resulta da atividade probatória, por exemplo testemunhas, peritagens, entre outros, determinando a aplicabilidade da Tabela IV e portarias n.º 685/2005 de 18 de agosto e 175/2011, de 28 de abril. Em caso de isenção de custas ou de benefício de apoio judiciário, os encargos são sempre adiantados pelo Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, I. P., sem prejuízo de reembolso a final por via da conta de custas. Note-se que, as entidades que nos termos da al. a) do n.º 1 do art.º 15.º do RCP, beneficiam de dispensa de taxa de justiça, devem assegurar o pagamento da garantia dos encargos, art.º 19.º e 20.º do RCP, uma vez que estes, muito embora integrem o conceito de custas processuais, n.º 1 do art.º 3.º do RCP, se não confundem com a componente taxa de justiça sobre a qual incide a dispensa. A omissão de pagamento da garantia dos encargos Relativamente à omissão do pagamento antecipado de encargos, dispõe o art.º 23.º do RCP. Assim, o não pagamento dos encargos implica a não realização da diligência requerida, sendo que, se ainda se mostrar oportuno, pode o omitente realizar o pagamento nos 5 dias posteriores ao termo do prazo, mediante o pagamento de uma sanção de igual valor ao montante em falta, com o limite máximo de 3 UC. O pagamento pode ainda ser realizado pela parte contrária, n.º 3 do art.º 23.º do RCP, devendo para o efeito solicitar guias para o depósito imediato, nos 5 dias posteriores ao termo do prazo. Este pagamento, não comporta qualquer sanção. 22

As custas de parte As custas de parte encontram a sua previsão no art.º 447.º-D do CPC, sendo o seu regime disciplinado nos artigos 25.º e 26.º do RCP. Uma vez que as custas de parte têm um tratamento em regra extrajudicial, o procedimento das partes obedece ao estabelecido no art.º 31.º da portaria n.º 419-A/2009, de 20 de abril, com as alterações introduzidas pela portaria n.º 82/2012, de 29 de março. Todavia, importa destacar o n.º 6 do art.º 26.º do RCP, que prevê a responsabilidade pelo reembolso das taxas de justiça pagas pelo vencedor, quando o vencido é o Ministério Público ou beneficiário de apoio judiciário. O procedimento da secretaria, que tem como pressupostos para além dos já referidos o ónus do vencedor juntar ao processo o requerimento de custas de parte, consiste na reposição e posterior devolução, na proporção do vencimento, das taxas de justiça pagas. Estas operações são realizadas no sicj. 23

Isenções O artigo 4.º do RCP Em matéria de isenção de custas VIII na jurisdição administrativa e fiscal, observam-se genericamente as isenções de caráter subjetivo, salvo as que pela sua especificidade não sejam de considerar. 26 Já no que concerne às isenções de caráter objetivo, dispõe a al. b), do n.º 2 do art.º 4.º do RCP, relativamente às seguintes formas de processo: Os processos administrativos urgentes relativos ao pré-contencioso eleitoral, o quando se trate de eleições para órgãos de soberania e o órgãos do poder regional ou local; Os processos de intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias. Limitações à isenção Verifica-se porém responsabilidade pelo pagamento das custas, nos termos gerais, quando se conclua pela manifesta improcedência do pedido, n.º 5 do art.º 4.º do RCP. É também a parte responsável, a final, pelos encargos a que deu origem no processo, quando a respetiva pretensão for totalmente vencida, n.º 6 do art.º 4.º do RCP. Por outro lado, o n.º 1 do art.º 3.º do RCP, sob a epígrafe conceito de custas, determina a abrangência das custas processuais: taxas de justiça, encargos e custas de parte. Relativamente a está última categoria, custas de parte, esclarece o n.º 7 do art.º 4.º do RCP que, a isenção de custas não abrange os reembolsos à parte vencedora a título de custas de parte, que, naqueles casos, as suportará. 26 Por exemplo entre outros, os menores ou respetivos representantes legais, nos recursos de decisões relativas à aplicação, alteração ou cessação de medidas tutelares, al. i), do n.º 1 do art.º 4.º; os agentes das forças e serviços de segurança, em processo penal, al. m), do n.º 1 do art.º 4.º, todos do RCP. 24

A fixação da base tributária A regra geral em matéria de fixação da base tributária consiste na equiparação desta ao valor da causa IX, nos termos do art.º 11.º do RCP. Releva em especial o bloco normativo resultante dos art.º 32.º a art.º 35.º do CPTA. Já o CPPT dedica uma norma que estabelece o valor para efeito de custas no processo tributário, art.º 97.º-A. 25

Processo Administrativo 26

Ação Administrativa Comum Base tributária Para efeitos de custas, o valor da base tributária na ação administrativa comum é equivalente ao valor processual, nos termos das disposições conjugadas do n.º 3 do art.º 31.º do CPTA e art.º 11.º do RCP. Assim, cumpridos que sejam os critérios legais, artigos 32º a 35.º do CPTA, o valor é o indicado pelas partes, n.º 4 do art.º 31.º do CPTA e art.º 314.º e al. f) do n.º 1 do art.º 467.º, ambos do CPC. Taxa de Justiça: O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela I-A, atendendo-se ao valor da base tributária, n.º 1 do art.º 6.º e n.ºs 1 a 3 do art.º 13.º, ambos do RCP. A taxa é por regra paga em duas prestações, de acordo com os citados normativos. Haverá lugar à dispensa da segunda prestação da taxa de justiça, nos casos previstos nas al. c) e d), do art.º 14.º-A do RCP: Ações que terminem antes de oferecida a oposição ou em que, devido à sua falta, seja proferida sentença, ainda que precedida de alegações; Ações que terminem antes da designação da data da audiência final; O valor da taxa de justiça pode também resultar da Tabela I-B, nos casos de partes coligadas, quando o interveniente que faça seus os articulados da parte a que se associe e, também no caso dos assistentes, situações de resto previstas no n.º 7 do art.º 13.º do RCP. Aqui a taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a contrario. A forma de processo na ação administrativa comum é a ordinária, sumária e sumaríssima e é determinada pelo valor atribuído à causa, n.º 1, al. a) do n.º 2 do art.º 31.º; n.º 1 do art.º 35.º do CPTA, 461.º e 462.º do CPC, n.º 1, 3 e 5 do art.º 6.º, art.º 7.º do ETAF. A tramitação da ação administrativa comum, segue os termos do processo de declaração do CPC, nas suas formas ordinária, sumária e sumaríssima, conforme o n.º 1 do art.º 42.º do CPTA. O âmbito do seu objeto é definido por exclusão, n.º 1 do art.º 37.º do CPTA. 27

Ação Administrativa Especial Base tributária Para efeitos de custas, o valor da base tributária na ação administrativa especial é equivalente ao valor processual, nos termos das disposições conjugadas do n.º 3 do art.º 31.º do CPTA e art.º 11.º do RCP. O valor é o indicado pelas partes, n.º 4 do art.º 31.º do CPTA. Taxa de Justiça: O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela I-A, atendendo-se ao valor da base tributária, n.º 1 do art.º 6.º e n.ºs 1 a 3 do art.º 13.º, ambos do RCP. A taxa é em regra paga em duas prestações. Não há lugar à segunda prestação da taxa de justiça, de acordo com as al. e) e f) do art.º 14.º-A, do RCP, nas ações em que não haja lugar à audiência pública e ações em massa suspensas, art.º 48.º do CPTA. É a forma de processo especial, adequada às pretensões enunciadas no n.º 2 do art.º 46.º do CPTA. A tramitação da ação administrativa especial encontra-se prevista no Capítulo III, do Título III do CPTA, art.º 78.º e seguintes. A marcha do processo comporta as fases dos articulados, art.º 78.º a 86.º, do saneamento, instrução e alegações, art.º 87.º a 91.º, e a fase de julgamento, art.º 92.º a 96.º, todos do CPTA. 28

Contencioso eleitoral Base tributária O valor processual Para efeitos de custas, o valor da base tributária no processo de contencioso eleitoral, é o equivalente ao valor processual., art.ºs 32.º a 35.º do CPTA, o valor é o indicado pelas partes, n.º 4 do art.º 31.º do CPTA e art.º 314.º, e al. f) do n.º 1, do art.º 467.º, ambos do CPC. Taxa de Justiça: O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II atendendo-se à expressa previsão de 1 UC. A taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a contrario. O processo de contencioso eleitoral é caracterizado por ser um processo principal de natureza impugnatória e urgente, al. a) do n.º 1 do art.º 36.º e art.º 97.º, ambos do CPTA. O pré-contencioso eleitoral, quando se trate de eleições para órgãos de soberania e órgãos do poder regional ou local, goza de isenção objetiva, al. b) do n.º 2 do art.º 4.º do RCP. Não obstante, quando no caso se conclua pela manifesta improcedência do pedido, são devidas custas nos termos gerais, n.º 5 do art.º 4.º do RCP. 29

Contencioso pré-contratual Base tributária Para efeitos de custas, o valor da base tributária contencioso précontratual é equivalente ao valor processual, nos termos das disposições conjugadas do n.º 3 do art.º 31.º do CPTA e art.º 11.º do RCP Taxa de Justiça: O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II no valor de 2 UC. A taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a contrario. O processo de contencioso précontratual é de natureza impugnatória e tem caráter urgente, al. d) do n.º 1 do art.º 36.º, e art.os 100.º e 101.º, todos do CPTA. A tramitação encontra a sua previsão no art.º 102.º do CPTA. 30

Processos Cautelares Base tributária Para efeitos de custas, o valor da base tributária nos processos cautelares a é equivalente ao valor processual, nos termos das disposições conjugadas do n.º 3 do art.º 31.º do CPTA e art.º 11.º do RCP. Taxa de Justiça: O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II atendendo-se ao valor da base tributária, n.º 1 do art.º 6.º e n.ºs 1 a 3 do art.º 13.º, ambos do RCP. O valor da taxa de justiça é de 3 UC, nos casos em que a base tributaria é igual ou inferior a 300.000,00, ou de 8 UC, quando superior. Os processos cautelares admitidos no contencioso administrativo compreendem as providências de natureza antecipatória ou conservatória elencadas no art.º 112.º do CPTA. A taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a contrario. 31

Intimação para prestação de informações, consulta de processos ou passagem de certidão Taxa de justiça A intimação para Na intimação para prestação de informação, consulta de processos ou passagem de certidões, atende-se ao indicado na l. 1 da tabela I B no valor de 0,5 UC, art.º 12.º do RCP. A taxa de justiça é previamente paga numa só prestação. prestação de informações, consulta de processos ou passagem de certidão, encontra a sua previsão nos artigos 104.º a 108.º do CPTA. 32

Intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias A intimação para proteção de O processo de intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias goza de isenção objetiva, nos termos do segmento final da al. b) do n.º 2 do art.º 4.º do RCP. Não obstante, quando no caso se conclua pela manifesta improcedência do pedido, são devidas custas nos termos gerais, n.º 5 do art.º 4.º do RCP. direitos, liberdades e garantias, é um processo principal e urgente. Encontra a sua previsão nos artigos 109.º a 111.º do CPTA. 33

Produção antecipada de prova Base tributária Para efeitos de custas, o valor da base tributária na produção antecipada de prova, é equivalente ao valor processual, nos termos das disposições conjugadas do n.º 3 do art.º 31.º do CPTA e art.º 11.º do RCP. O valor é o indicado pelas partes. Taxa de Justiça: O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II, no montante de 1 UC. A taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a contrario. Encargos: Em matéria de encargos, o essencial resulta da atividade probatória a realizar, por exemplo testemunhas, peritagens, entre outros, nos montantes previstos designadamente na Tabela IV e portarias n.º 685/2005 de 18 de agosto e 175/2011, de 28 de abril. A produção antecipada de prova encontra a sua previsão no art.º 134.º do CPTA, e destina-se a acautelar o depoimento de certas pessoas ou a verificação de certos factos quando exista justo receio de tal se vir a revelar impossível. É admissível no âmbito de processos já intentados ou ainda a propor. O tribunal competente é aquele em que a prova tenha de ser efetuada ou da área em que se situe o tribunal de comarca a que a diligência deva ser deprecada, n.º 7 do art.º 20.º do CPTA. 34

Processo Tributário 35

Impugnação Base tributária Para efeitos de custas, o valor da base tributária do processo de impugnação encontra a sua previsão no art.º 97.º-A do CPPT. Assim, será o indicado pelo impugnante, desde que respeite os critérios do n.º 1 e respetivas alíneas do citado artigo. Taxa de Justiça: O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela I-A, atendendo-se ao valor da base tributária, n.º 1 do art.º 6.º e n.ºs 1 a 3 do art.º 13.º, ambos do RCP. A taxa é em regra paga em duas prestações. Conhecendo o juiz imediatamente do pedido, art.º 113.º do CPPT ou nos casos de desistência do impugnante face à revogação parcial do ato tributário em questão, al. j) do art.º 14.º-A do RCP e art.º 112.º do CPPT, não há lugar à segunda prestação da taxa de justiça. O valor da taxa de justiça pode também resultar da Tabela II, nos casos de impugnação de atos de autoliquidação, art.º 131.º, substituição tributária, 132.º, e pagamentos por conta, art.º 133.º, todos do CPPT, sendo no valor de 2 UC. A taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a contrario. Encargos: Em matéria de encargos, o essencial resulta da atividade probatória, por exemplo testemunhas, peritagens, entre outros, atendendo designadamente aos valores previstos na Tabela IV e portarias n.º 685/2005 de 18 de agosto e 175/2011, de 28 de abril. Nos termos do art.º 116.º do CPPT, cabe ao impugnante a garantia dos encargos resultantes das diligências por ele requeridas, n.º 6. As demais serão adiantadas pelo IGFEJ, IP, numa interpretação atualista do n.º 5. A impugnação judicial é um meio processual próprio para em juízo garantir os direitos e interesses legalmente protegidos dos contribuintes, art.º 96.º e 99.º do CPPT. O processo de impugnação, art.º 99.º a 134.º do CPPT, é um meio processual tributário, al. a) do art.º 101.º da LGT, que admite os incidentes, art.º 127.º, de assistência art.º 128.º e 129.º, e habilitação, art.º 128.º e 130.º, todos do CPPT. 36

Processos de ação cautelar Base tributária Para efeitos de custas, o valor da base tributária nos processos de ação cautelar é fixado pelo juiz, n.º 2 do art.º 97.º-A do CPPT. Taxa de Justiça: No que concerne à taxa de justiça, verifica-se nos termos da al. a) do art.º 15.º do RCP, a dispensa do pagamento prévio nas providências cautelares avulsas a favor da administração tributária. Nas oposições deduzidas neste âmbito, a taxa devida é previamente paga numa só prestação e nos valores constantes da Tabela II, de 3 ou 8 UC. A final, observar-se-á o disposto no n.º 2 do art.º 15.º do RCP. Nos casos de impugnação de procedimentos cautelares adotados pela administração tributária, é aplicável a Tabela II, sendo a taxa previamente liquidada numa única prestação, no montante de 2 UC. Os processos de ação cautelar, admitidas em processo judicial tributário, compreendem as providências previstas no art.º 135.º do CPPT. São elas o arresto, art.º 136.º, o arrolamento, art.º 140.º, e a impugnação judicial dos atos de apreensão praticados pela administração tributária, art.º 143.º, e a impugnação das providências cautelares adotadas pela administração tributária, art.º 145.º, todos do CPPT. 37

Ação para reconhecimento de um direito ou interesse legítimo em matéria tributária Base tributária Para efeitos de custas, o valor final da base tributária nos processos de ação para reconhecimento de um direito ou interesse legítimo em matéria tributária, é fixado pelo juiz, n.º 2 do art.º 97.º-A do CPPT. Taxa de Justiça: O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela I-A, atendendose ao valor da base tributária indicado pelo autor, n.º 1 do art.º 6.º e n.ºs 1 a 3 do art.º 13.º, ambos do RCP. A taxa é em regra paga em duas prestações. Nos casos de conhecimento imediato do pedido, não há lugar ao pagamento da 2ª prestação, nos termos das disposições conjugadas da al. d) do art.º 14.º-A do RCP e 113.º do CPPT. A tramitação da ação para reconhecimento de um direito ou interesse legítimo em matéria tributária segue os termos do processo de impugnação, n.º 4 do art.º 145.º do CPPT. Podem ser propostas por quem invoque a titularidade do direito ou interesse a reconhecer, n.º 1 do art.º 145.º do CPPT, donde têm as características de uma ação declarativa de simples apreciação. 38

Meios processuais acessórios Base tributária Para efeitos de custas, o valor final da base tributária nos meios processuais acessórios é fixado pelo juiz, n.º 2 do art.º 97.º-A do CPPT. Taxa de Justiça: Na intimação para prestação de informação, consulta de processos ou passagem de certidões, atende-se ao indicado na l. 1 da tabela I B no valor de 0,5 UC. A taxa é previamente paga numa só prestação. No que concerne ao processo especial de derrogação do dever de sigilo bancário, na forma de recurso interposto pelo contribuinte, al. a) do n.º 2 do art.º 146.º-A do CPPT, atende-se ao valor de 0,5 UC, indicado na l. 1 da tabela I B, al. d) do n.º 1 do art.º 12.º do RCP. A taxa é paga pelo recorrente numa só prestação. Em caso de oposição, aplica-se a dispensa da al. a) do n.º 1 do art.º 15.º do RCP. Já na forma de pedido de autorização da administração tributária al. b) do n.º 2 do art.º 146.º-A do CPPT, aplica-se a dispensa da al. a) do n.º 1 do art.º 15.º do RCP, sendo que em caso de oposição pelo contribuinte atende-se ao valor de 0,5 UC, indicado na l. 1 da tabela I B. Os meios processuais acessórios compreendem, designadamente, a intimação para consulta de documentos e passagem de certidões, a produção antecipada de prova, art.º 146.º do CPPT, e o processo especial de derrogação do dever de sigilo bancário, art.º 146.º-A do CPPT. Reveste as formas de recurso interposto pelo contribuinte, al. a) e de pedido de autorização da administração tributária, al b), ambas do n.º 2 do art.º 146.º-B do CPPT. Na produção antecipada de prova, a taxa é a prevista na Tabela II, no valor de 1 UC. 39

Intimação para um comportamento Base tributária Para efeitos de custas, o valor final da base tributária na intimação para um comportamento, é fixado pelo juiz, n.º 2 do art.º 97.º-A do CPPT. Taxa de Justiça: O valor da taxa de justiça é o previsto na l. 1 da tabela I B, no valor de 0,5 UC, nos termos das disposições conjugadas nas al. e) e f) do art.º 12.º do RCP, n.º 2 do art.º 97.º-A e art.º 147.º, ambos do CPPT. A taxa é paga numa só prestação. A tramitação da intimação para um comportamento resulta dos n.ºs 3 a 5, do art.º 147.º do CPPT. É um meio processual tributário, previsto na al. h) do art.º 101.º da LGT, e aplicável quando resultar no meio mais adequado em face dos restantes meios contenciosos previstos no CPPT. Os direitos e interesses em causa resultam da omissão do dever de prestação jurídica por parte da administração tributária, suscetível de lesar direitos ou interesses legítimos, n.ºs 1 e 2 do art.º 147.º do CPPT. 40

Oposição à execução Base tributária Para efeitos de custas, o valor final da base tributária na oposição à execução é o previsto no n.º 2 do art.º 97.º-A do CPPT. Taxa de Justiça: O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II, sendo de 3 UC quando o valor é igual ou inferior a 30.000,00, e 6 UC, nos casos em que é superior. A taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a contrario. A oposição à execução é deduzida no prazo de 30 dias, nos termos do art.º 203.º do CPPT; os fundamentos, são os previstos no art.º 204.º do mesmo diploma. A tramitação da oposição à execução segue o previsto para o processo de impugnação, art.º 211.º, observados que sejam os termos previstos nos art.ºs 208.º a 210.º, todos do CPPT. 41

Embargos de terceiro Base tributária Para efeitos de custas, o valor final da base tributária no incidente de embargos de terceiro é o previsto no n.º 2 do art.º 97.º-A do CPPT. O incidente de embargos de terceiro tem como função a proteção da posse ou de qualquer outro Taxa de Justiça: O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II, sendo de 3 UC quando o valor indicado é igual ou inferior a 30.000,00, e de 6 UC, nos casos em que é superior. A taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a contrario. direito de terceiros, que sejam ofendidos por arresto, penhora ou qualquer outro ato judicialmente ordenado, art.º 237.º do CPPT. 42

Reclamações das decisões do órgão de execução fiscal Base tributária Para efeitos de custas, o valor final da base tributária nas reclamações das decisões do órgão de execução fiscal, é fixado pelo juiz, n.º 2 do art.º 97.º-A, do CPPT. Taxa de Justiça: O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II, e sob o item Execuções; 2 UC, nos casos em que o valor indicado é igual ou inferior a 30.000,00, e 4 UC quando superior. A taxa é paga numa só prestação. A reclamação das decisões do órgão de execução fiscal, art.º 276.º e seguintes do CPPT, é o meio de defesa dos lesados, perante decisões do órgão da execução fiscal praticados no processo de execução fiscal de que depende estruturalmente. 43

Recurso de contraordenação Taxa de Justiça: O recurso das decisões O valor da taxa de justiça nos recursos de contraordenação é de 1 UC, sendo suscetível de correção pelo juiz, a final, nos limites da Tabela III. A taxa de justiça só é devida quando a coima não tenha sido previamente liquidada, n.º 7 do art.º 8.º do RCP. É autoliquidada nos 10 dias subsequentes à notificação ao arguido da data de marcação da audiência de julgamento ou do despacho que a considere desnecessária, devendo ser expressamente indicado ao arguido o prazo e os modos de pagamento da mesma. de aplicação de coimas e sanções acessórias encontra a sua previsão no art.º 80.º e seguintes do RGIT. 44