POLÍTICA INTERNA DE SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃOE DOS TITULARES DE FUNÇÕES ESSENCIAIS

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(Artigo 30-A, n.º 2, do Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de dezembro, que aprova o Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras)

Janeiro de Versão 2.0

Para efeitos da presente Política, consideram-se as seguintes definições:

Política de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e dos Titulares de Cargos com Funções

Política Interna de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização e Titulares de Funções Essenciais

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Transcrição:

POLÍTICA INTERNA DE SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃOE DOS TITULARES DE FUNÇÕES ESSENCIAIS Capítulo I Objeto e definições 1. Objeto 1.1 A presente Política é elaborada nos termos e para os efeitos do artigo 30.º-A do Regime Geral das Instituições de Crédito e das Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto- Lei n.º 298/92, de 31 de dezembro, na redação conferida pela Lei n.º 23.º-A/2015, de 27 de março, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 157/2014, de 24 de outubro, que transpôs para o ordenamento jurídico nacional a Diretiva n.º 2013/36/UE do Parlamento e do Conselho, de 26 de junho, estabelecendo um conjunto de requisitos para a adequação dos membros dos órgãos de administração e fiscalização das instituições de crédito e dos seus titulares de funções essenciais, bem como nos termos do Artigo 435.º, n.º 2, alíneas (b) e (c) do Regulamento (UE) n.º 575/2013, de 26 de junho de 2013. 1.2 São previstos na presente Política, para efeitos de avaliação da adequação dos membros dos órgãos de administração e fiscalização e dos titulares de funções essenciais (i) a identificação dos responsáveis pela avaliação da adequação, (ii) os procedimentos de avaliação adotados, (iii) os requisitos de adequação exigidos, (iv) as regras sobre prevenção, comunicação e sanação de conflitos de interesses e os (v) meios de formação profissional disponibilizados. 1.3 O conteúdo da presente Política teve em conta e deverá ser lido em conjunto com a legislação aplicável, designadamente, o Código das Sociedades Comerciais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de setembro, na redação em vigor na presente data, o Regime Geral das Instituições de Crédito e das Sociedades Financeiras (tal como definido infra) e a regulamentação do Banco de Portugal sobre a matéria, bem como com as Orientações da Autoridade Bancária Europeia, de 27 de setembro de 2011, sobre a governança interna das instituições (EBA/BS/2011/116) e as Orientações da Autoridade Bancária Europeia, de 22 de novembro de 2012, sobre a avaliação da adequação dos membros do órgão de administração e fiscalização e de quem desempenha funções essenciais (EBA/GL/2012/6). 2. Estrutura de Governo do Banco CTT 2.1 Para além das competências e funções definidas nos Estatutos do Banco CTT, nas disposições legais e regulamentares aplicáveis em matéria de governo societário, bem como nos normativos internos, o Banco CTT encontra-se estruturado da seguinte forma: Conselho de Administração, que compreende uma Comissão de Auditoria, esta última especialmente designada pela Assembleia Geral, uma Comissão Executiva

e uma Comissão de Remunerações, sem prejuízo de poder ser deliberada a constituição de outras comissões ou comités; Revisor Oficial de Contas, efetivo e suplente, designado pela Assembleia Geral sob proposta da Comissão de Auditoria; Comissão de Seleção designada pela Assembleia Geral. 3. Definições Salvo se do contexto claramente resultar sentido diverso, os termos abaixo indicados, quando expressos ou iniciados por maiúsculas, têm o significado que a seguir lhes é indicado: Banco CTT: Banco CTT, S.A. Código das Sociedades Comerciais: o Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de setembro, na redação em vigor na presente data; Órgão de Administração: o Conselho de Administração, compreendendo a Comissão Executiva, do Banco CTT; Órgãos de Administração e Fiscalização: o Conselho de Administração, compreendendo a Comissão de Auditoria, do Banco CTT; Órgão de Fiscalização: a Comissão de Auditoria do Banco CTT; Orientações da EBA: as Orientações da Autoridade Bancária Europeia, de 27 de setembro de 2011, sobre a governança interna das instituições (EBA/BS/2011/116) e as Orientações da Autoridade Bancária Europeia, de 22 de novembro de 2012, sobre a avaliação da adequação dos membros do órgão de administração e fiscalização e de quem desempenha funções essenciais (EBA/GL/2012/6); Política: a presente política interna de seleção e avaliação da adequação dos membros dos órgãos de administração e fiscalização e dos titulares de funções essenciais; Regime Geral das Instituições de Crédito e das Sociedades Financeiras ou RGICSF: o Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de dezembro, na redação em vigor; Relatório de Avaliação Inicial: o relatório de avaliação da adequação elaborado pela Comissão de Seleção, do qual consta o resultado da avaliação de um candidato a membro dos Órgãos de Administração e Fiscalização, Revisor Oficial de Contas ou Titular de Funções Essenciais, previsto no Artigo 9.1 da presente Política; Relatório de Reavaliação: o relatório de reavaliação da adequação de um membro dos Órgãos de Administração e Fiscalização, Revisor Oficial de Contas ou Titular de Funções Essenciais, previsto no Artigo 9.2 da presente Política; Pág. 2 de 21

Revisor Oficial de Contas: o revisor oficial de contas efetivo e suplente do Banco CTT, designados nos termos previstos nos Estatutos do Banco CTT, bem como na alínea b) do n.º 1 do artigo 278.º do Código das Sociedades Comerciais; no caso de ser designada como Revisor Oficial de Contas uma sociedade de revisores oficias de contas, será objeto de avaliação da adequação, nos termos previstos na presente Política, o respetivo representante; e Titulares de Funções Essenciais: as pessoas singulares que não sejam membros dos Órgãos da Administração e Fiscalização nem Revisor Oficial de Contas e que exerçam funções que lhes confiram uma influência significativa na gestão do Banco CTT, nomeadamente as que exerçam funções de compliance, auditoria interna, controlo e gestão de riscos, bem como outras funções que como tal venham a ser consideradas pelo Órgão de Administração ou definidas através de regulamentação do Banco de Portugal. Para os efeitos de aplicação desta Política, consideram-se titulares de funções essenciais os responsáveis de primeira linha das direções ou equivalentes que reportam diretamente ao Conselho de Administração e à Comissão Executiva do Banco CTT excluindo colaboradores em regime de pluralidade de empregadores. Capítulo II Princípios, critérios e procedimentos de avaliação, diversidade, formação profissional e prevenção, comunicação e sanação de situações de conflitos de interesses 4. Princípios Gerais 4.1 O Conselho de Administração é responsável por assegurar a gestão sã e prudente do Banco CTT, com vista, em particular, a salvaguardar os fundos que lhe estão confiados e garantir a existência de níveis adequados de solvabilidade e liquidez face aos riscos decorrentes da atividade desenvolvida e em cumprimento dos requisitos vigentes. Para o efeito, os membros do Conselho de Administração asseguram que a atividade do Banco CTT é desenvolvida no quadro de uma estratégia sustentável no médio e longo prazo e compatível com o nível de tolerância ao risco definido, prosseguindo o interesse social do Banco CTT e tendo em conta o interesse dos depositantes, investidores, clientes em geral e demais credores, assim como atendendo aos interesses de longo prazo do(s) acionista(s) e ponderando os interesses dos demais stakeholders. Tendo em vista assegurar uma gestão sã e prudente do Banco de Postal, o Conselho de Administração é especialmente responsável pela implementação e funcionamento de um sistema de controlo interno adequado e eficaz, seguindo as exigências legais e as melhores práticas aplicáveis neste domínio, garantindo, designadamente, a existência de políticas, processos e procedimentos que previnam eventuais situações de conflito de interesses. 4.2 A Comissão de Auditoria deve, por seu turno, vigiar a observância das regras legais, regulamentares e estatutárias que regem a atividade do Banco CTT. Pág. 3 de 21

Em particular, e sem prejuízo das demais competências que a lei e a regulamentação aplicável e as normas internas lhe atribuam, a Comissão de Auditoria deve velar em permanência pela solidez e eficácia do sistema de governo interno do Banco CTT por forma a garantir a sua gestão sã e prudente, fiscalizando as atividades do Órgão de Administração e a eficácia do sistema de gestão de riscos, do sistema de controlo interno e do sistema de auditoria interna, tendo em conta as melhores práticas e as recomendações relevantes em matéria de governo interno. De igual modo, a Comissão de Auditoria deve fiscalizar o processo de preparação e divulgação da informação financeira, incluindo a regularidade dos livros, registos e documentos contabilísticos. 4.3 A presente Política reconhece ainda o papel determinante dos Titulares de Funções Essenciais para a geração de valor para o Banco CTT, os seus acionistas, clientes e demais contrapartes, bem como dos seus colaboradores. Em particular, a presente política procura valorizar, em complemento aos requisitos estabelecidos na lei e regulamentação aplicável, no processo de seleção de candidatos para o exercício de funções essenciais, a demonstração de elevados princípios éticos, valores e comportamentos compatíveis com os padrões exigidos às instituições de crédito. Neste quadro, a presente Política considera a importância do processo de seleção dos titulares das funções de controlo para assegurar um funcionamento adequado do sistema de controlo interno, tal como definido no Aviso do Banco de Portugal n.º 5/2008, tendo em vista garantir que a atividade é desenvolvida de forma eficiente e rentável, a existência de informação financeira e de gestão, completa, pertinente, fiável e tempestiva e assegurar o cumprimento das disposições legais e regulamentares aplicáveis. Para o efeito e sem prejuízo dos demais requisitos, são especialmente valoradas as características dos candidatos que contribuem para o exercício independente da função, designadamente a sua capacidade de exercerem de um juízo crítico, ponderado e construtivo. 4.4 Tendo presentes as responsabilidades referidas nos pontos anteriores, o Banco CTT avalia a adequação dos membros ou candidatos a membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, do Revisor Oficial de Contas e dos Titulares de Funções Essenciais com base nos critérios de idoneidade, qualificação profissional, independência, diversidade e disponibilidade definidos na presente Política, em conformidade com as disposições legais, com a regulamentação do Banco de Portugal e com as Orientações da EBA, sempre valorizando a demonstração de elevados princípios éticos, valores e comportamentos compatíveis designadamente, de diligência, neutralidade, lealdade, discrição e respeito consciencioso dos interesses que lhe estão confiados com os padrões exigidos às instituições de crédito. 4.5 A presente Política tem em conta a natureza, dimensão e complexidade da atividade desenvolvida pelo Banco CTT, para efeitos do princípio da proporcionalidade, referido no n.º 5 do artigo 30.º do RGICSF, e define os procedimentos a observar pelo Banco CTT Pág. 4 de 21

na avaliação, em primeira linha, da adequação individual dos membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, do Revisor Oficial de Contas e dos Titulares de Funções Essenciais para o exercício das respetivas funções, bem como na apreciação coletiva dos órgãos, quando aplicável. 4.6 A presente Política é definida e executada atentos os princípios da isenção, objetividade e uniformidade. 4.7 Para assegurar o respeito pelos princípios referidos no ponto anterior, o Banco CTT segue o modelo de avaliação único (Modelo de Avaliação) aprovado para efeitos da avaliação individual dos membros do Órgão de Administração e Fiscalização, bem como da apreciação coletiva desses órgãos, assim como do Revisor Oficial de Contas e dos Titulares de Funções Essenciais, tendo em conta a regulamentação aplicável. 4.8 Compete à Assembleia Geral aprovar a presente Política e as correspondentes propostas de alteração nos termos do previsto no n.º 2 do artigo 30.º-A do RGICSF. 5. Política e Critérios de Avaliação 5.1 Os membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, o Revisor Oficial de Contas e os Titulares de Funções Essenciais devem cumprir os requisitos de idoneidade, qualificação profissional, independência e disponibilidade, conforme aplicável, tendo especialmente em vista os critérios de avaliação específicos melhor descritos no Anexo I, que faz parte integrante da presente Política. 5.2 Em complemento dos requisitos referidos nos números anteriores, deve ser particularmente valorizada no processo de avaliação a demonstração pelo avaliado de elevados princípios éticos, valores e comportamentos compatíveis com os padrões exigidos às instituições de crédito (designadamente, de diligência, neutralidade, lealdade, discrição e respeito consciencioso dos interesses que lhe são confiados), a sua cultura de risco, bem como a sua capacidade para exercer um juízo crítico ponderado, construtivo e independente. 5.3 Na avaliação da qualificação profissional dos membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, do Revisor Oficial de Contas e dos Titulares de Funções Essenciais, ponderar-se-á a natureza, dimensão e complexidade da atividade desenvolvida pelo Banco CTT, bem como as responsabilidades inerentes ao cargo em questão. 5.4 Perante uma questão que suscite dúvidas quanto à idoneidade, qualificação profissional, independência ou disponibilidade de um membro do Órgão de Administração e Fiscalização, Revisor Oficial de Contas ou de um Titular de Funções Essenciais, o Banco CTT avalia em que medida esse facto põe ou pode pôr em causa a adequação da pessoa em questão. São tidas em conta todas as questões pertinentes e disponíveis para essa avaliação, independentemente de quando e onde tiveram lugar. Pág. 5 de 21

5.5 Ao avaliar a adequação dos membros do Órgão de Administração e Fiscalização, o Banco CTT deve avaliar se cada um dos Órgãos de Administração e Fiscalização é coletivamente adequado, tendo em vista verificar se o próprio órgão, considerando a sua composição, reúne qualificação profissional, tendo em conta a diversidade de qualificações e competências necessárias, bem como disponibilidade suficientes para cumprir as respetivas funções legais e estatutárias em todas as áreas relevantes de atuação. A existência de fragilidades na composição geral do Órgão de Administração e Fiscalização ou dos seus comités ou comissões não deve pôr em causa a adequação de um membro em particular. 5.6 Em complemento dos elementos referidos nos números anteriores, a análise por parte da Comissão de Seleção inclui as diligências que se vierem a justificar no quadro da avaliação da adequação (designadamente, reuniões presenciais com candidatos, entrevistas ou pedidos de esclarecimento suplementares). 5.7 Relativamente ao Revisor Oficial de Contas e aos Titulares de Funções Essenciais, a respetiva avaliação deverá ter em conta a natureza das funções desempenhadas ou a desempenhar, pelo que o preenchimento dos requisitos de adequação previstos na presente Política deverá ser aferido com as devidas adaptações. 6. Diversidade 6.1 O Banco CTT atrairá para os seus quadros e para o exercício de funções como membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização e Titulares de Funções Essenciais fontes de talento diversificadas para o exercício das respetivas funções. Tendo presente este objetivo é promovida a adoção das seguintes medidas: a) Promoção da igualdade de oportunidades perante a diversidade; b) Valorização da diversidade no seio da organização, designadamente ao nível dos Órgãos de Administração e Fiscalização e Titulares de Funções Essenciais em termos de idade, género, origem geográfica, habilitações, competências, qualificações e experiência; c) Captação do género sub-representado para integrar as listas de candidatos aos Órgãos de Administração e Fiscalização; d) Promoção do aumento do número de pessoas do género sub-representado; e) Adoção de medidas de discriminação positiva e de sensibilização interna com vista à efetiva implementação de uma política de diversidade; e f) Promoção das melhores práticas em matéria de diversidade e implementação e monitorização de planos de melhoria nesta matéria, nomeadamente nas áreas de recrutamento, seleção, formação e gestão da carreira. 6.2 A política do Banco CTT em matéria de diversidade será revista anualmente. Pág. 6 de 21

7. Formação Profissional O Banco CTT assegurará e incentivará a formação dos membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização e dos Titulares de Funções Essenciais através da divulgação de um plano anual de formação e atualização de competências e incremento da formação base, que será disponibilizado periodicamente aos interessados, incluindo conteúdos de formação geral e conteúdos especializados, destinados, essencialmente, a reforçar as competências técnicas e comportamentais da estrutura de governo do Banco CTT. 8. Regras sobre a prevenção, comunicação e sanação de situações de conflitos de interesses 8.1 O Banco CTT adota mecanismos de prevenção de conflitos de interesses com vista a garantir que os membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, o Revisor Oficial de Contas e os Titulares de Funções Essenciais desempenham as respetivas funções de forma objetiva, isenta, transparente e imparcial, sem influência de eventuais interesses privados ou pessoais. 8.2 Os referidos interesses privados ou pessoais de um membro do Órgão de Administração e Fiscalização, Revisor Oficial de Contas ou Titular de Função Essencial podem advir de qualquer potencial vantagem, direta ou indireta, para o próprio, seus familiares ou terceiros consigo relacionados, incluindo empresa em que tenha interesses ou desempenhe cargos ou entes coletivos direta ou indiretamente dominados por qualquer pessoa ou entidade das categorias anteriormente referidas. Para este efeito, consideram-se familiares o cônjuge, a pessoa que com ele viva em união de facto, os seus parentes ou afins em 1.º grau. 8.3 A Comissão de Seleção verificará, no âmbito de um processo de avaliação inicial ou de reavaliação, a existência de situações potencialmente geradoras de conflitos de interesses, procedendo à sua identificação no correspondente relatório de avaliação e apresentará as medidas que devem ser adotadas para assegurar a não materialização de tais situações. 8.4 Os membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, o Revisor Oficial de Contas e os Titulares de Funções Essenciais devem evitar qualquer situação suscetível de originar um conflito de interesses, nos termos descritos nos números anteriores. 8.5 Sem prejuízo das normas legais e regulamentares aplicáveis e das regras sobre reavaliação previstas no Artigo 9.2 da presente Política, em caso de verificação de um conflito de interesses, nos termos descritos nos números anteriores, sempre que um membro do Órgão de Administração ou Fiscalização ou um Titular de Funções Essenciais, no exercício das suas funções, seja chamado a participar em processo ou decisão de questão em que se verifique um conflito de interesses, nos termos descritos nos números anteriores, deve dele informar os restantes membros do órgão que integra ou, no caso do Revisor Oficial de Contas, o Órgão de Fiscalização, ou no caso de Pág. 7 de 21

Titulares de Funções Essenciais, o membro do Órgão de Administração a quem reportam, descrevendo a natureza e extensão do(s) interesse(s) em causa, e abster-se de participar na discussão e/ou votação de quaisquer assuntos ou propostas relativos ao mesmo(s). 8.6 Os membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização devem informar os restantes membros do órgão que integram caso a ocupação profissional de familiar (tal como definido em 8.2) seja suscetível de originar um conflito de interesses, devendo o Revisor Oficial de Contas informar o Órgão de Fiscalização. No caso de Titulares de Funções Essenciais, estes devem informar o membro do Órgão de Administração a quem reportam. 8.7 Durante o primeiro ano subsequente à cessação das respetivas funções, os membros executivos do Órgão de Administração devem continuar a evitar qualquer conflito de interesses resultante de qualquer nova atividade, seja a título particular ou profissional. 8.8 O desempenho de funções docentes, de atividades científicas ou de outra natureza, em conformidade com as normas legais aplicáveis, não pode interferir negativamente com as obrigações do membro dos Órgãos de Administração ou Fiscalização, de Revisor Oficial de Contas ou dos Titulares de Função Essenciais ou gerar conflitos de interesses. O exercício dessas funções e atividades deve ser precedido de comunicação à Comissão de Seleção, para verificação da existência de conflito de interesses ou de eventuais incompatibilidades. 8.9 Em caso de dúvidas quanto à existência de conflitos de interesses ou incompatibilidades entre as funções desempenhadas no Banco CTT e outras atividades, os membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, o Revisor Oficial de Contas e os Titulares de Funções Essenciais devem solicitar parecer prévio à Comissão de Seleção. 9. Procedimentos de Avaliação 9.1 Avaliação Inicial 9.1.1 A avaliação da adequação individual de cada um dos candidatos a membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, bem como da adequação coletiva destes órgãos, e ainda dos candidatos a Revisor Oficial de Contas, deverá ser assegurada antes da respetiva eleição e início de mandato, de modo a que os Relatórios de Avaliação Inicial ou de Reavaliação, consoante aplicável, com os resultados da avaliação sejam colocados à disposição da Assembleia Geral eletiva no âmbito das respetivas informações preparatórias. 9.1.2 Para efeitos do referido no ponto anterior, todas as pessoas que sejam candidatas aos Órgãos de Administração e Fiscalização do Banco CTT, incluindo o Revisor Oficial de Contas, devem submeter ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Pág. 8 de 21

declaração escrita, nos termos e para os efeitos previstos no n.º 3 do artigo 30.º-A do RGICSF, com todas as informações consideradas relevantes e necessárias para que se possa proceder à avaliação da sua adequação, elaborada nos termos do modelo que vier a ser aprovado para o efeito pela Comissão de Seleção, que a disponibiliza aos acionistas no âmbito das informações preparatórias da Assembleia Geral. 9.1.3 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral remeterá, de imediato, a declaração escrita, juntamente com toda a informação e documentação recebida nos termos do número anterior, para a Comissão de Seleção, que verificará se a documentação que lhe foi entregue contém insuficiências ou irregularidades e se estas são suscetíveis de ser supridas. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral notificará o(s) candidato(s) para a(s) suprir(em), no prazo máximo de dois dias úteis. 9.1.4 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral verificará, igualmente, se existem inelegibilidades, nos termos da legislação aplicável e dos estatutos do Banco CTT, devendo proceder, em caso afirmativo, em conformidade. 9.1.5 Não tendo sido detetadas inelegibilidades, nem quaisquer insuficiências ou irregularidades, ou, constatando-se que as mesmas são insuscetíveis de serem supridas, a Comissão de Seleção deverá analisar a documentação que lhe foi submetida pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral e, se necessário, entrevistar os candidatos tendo em vista a avaliação da sua adequação às respetivas funções. 9.1.6 A Comissão de Seleção elaborará o Relatório de Avaliação Inicial no prazo máximo de oito dias úteis contados da instrução completa do processo, o qual submeterá à Assembleia Geral e ao Banco de Portugal, no âmbito da instrução do correspondente requerimento de autorização, juntamente com a declaração escrita referida em 9.1.2. 9.1.7 Caso a Comissão de Seleção venha a concluir no Relatório de Avaliação Inicial que uma ou mais pessoas avaliadas não são adequadas a desempenhar o cargo para o qual estão indigitados, notifica o(s) candidato(s), se a falta de adequação for suprível, para, no prazo máximo de dois dias úteis, demonstrar a sanação da falta detetada. 9.1.8 Assegurados os procedimentos referidos no ponto anterior, a Comissão de Seleção, procederá à reanálise da falta detetada e elaborará novo Relatório de Avaliação Inicial, se necessário. 9.1.9 Quando se trate de seleção e avaliação de Titulares de Funções Essenciais, deverá observar-se, com as devidas adaptações, o previsto nos números anteriores, devendo, nesse caso, toda a documentação ser remetida diretamente ao Órgão de Administração, que a enviará, de imediato, à Comissão de Seleção. Pág. 9 de 21

9.1.10 Os resultados da avaliação de Titulares de Funções Essenciais devem constar de um Relatório de Avaliação Inicial, devendo o mesmo ser facultado ao Banco de Portugal, mediante solicitação nos termos legalmente previstos. 9.2 Reavaliação 9.2.1 A adequação individual dos membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, bem como a adequação coletiva de cada um destes órgãos, do Revisor Oficial de Contas e dos Titulares de Funções Essenciais é reavaliada no decurso dos respetivos mandatos nos seguintes casos: a) Sempre que ocorrerem circunstâncias supervenientes que possam determinar o não preenchimento dos requisitos legalmente exigidos, incluindo a verificação de um conflito de interesses; e b) Pelo menos uma vez por ano e independentemente da verificação dos factos previstos na alínea anterior. 9.2.2 Se um ou mais acontecimentos suscitarem a reavaliação da adequação de um membro do Órgão de Administração e Fiscalização, do Revisor Oficial de Contas ou de um Titular de Funções Essenciais, o Banco CTT procederá a essa reavaliação a fim de verificar se a adequação do membro do órgão, do Revisor Oficial de Contas ou do Titular de Funções Essenciais em questão se mantém. A reavaliação pode limitar-se à questão de saber se, tendo em conta o(s) acontecimento(s) em causa, as pessoa em causa continua a preencher os requisitos exigidos. 9.2.3 Para efeitos da reavaliação da adequação individual da pessoa em causa e, se aplicável, da reavaliação coletiva do respetivo órgão que o integra, os membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, o Revisor Oficial de Contas e os Titulares de Funções Essenciais são obrigados a comunicar imediatamente, mas em qualquer caso, no prazo máximo de dois dias úteis, à Comissão de Seleção, qualquer alteração ao conteúdo das informações e documentação e declarações prestadas nos termos da presente Política. 9.2.4 Para efeitos da reavaliação, a Comissão de Seleção dirigirá comunicação escrita a todos os membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, ao Revisor Oficial de Contas e aos Titulares de Funções Essenciais, solicitando-lhes que confirmem a informação transmitida aquando da sua candidatura e que remetam à Comissão de Seleção novos elementos relativamente às matérias que careçam de atualização. 9.2.5 Sem prejuízo do disposto em 9.2.4, a Comissão de Seleção procederá em qualquer caso, com uma periodicidade anual, à avaliação da estrutura, dimensão e composição dos Órgãos de Administração e Fiscalização e, nesse âmbito, à avaliação do desempenho em sede de adequação dos respetivos membros, Revisor Oficial de Contas e Titulares de Funções Essenciais, a fim de verificar se a adequação do membro do órgão, do Revisor Oficial de Contas ou do Titular de Funções Essenciais em questão se mantém. Pág. 10 de 21

9.2.6 O Relatório de Reavaliação deverá estar concluído no prazo máximo de oito dias úteis contados do conhecimento dos factos relevantes e ser disponibilizado, de imediato, ao Órgão de Administração, que deverá informar, consoante aplicável, o Banco de Portugal de tais. 9.2.7 Consideram-se factos supervenientes tanto os factos ocorridos posteriormente à avaliação realizada pela Comissão de Seleção, como os factos anteriores de que só haja conhecimento depois desta. 9.2.8 Caso a Comissão de Seleção venha a concluir no Relatório de Reavaliação que a pessoa reavaliada, ou o órgão no seu conjunto, não reúnem um ou mais dos requisitos de idoneidade, qualificação profissional, independência e disponibilidade exigidos, consoante aplicáveis, adotará as medidas previstas em 9.3. 9.2.9 Qualquer membro dos Órgãos de Administração ou Fiscalização, Revisor Oficial de Contas ou Titular de Funções Essenciais poderá, igualmente, solicitar à Comissão de Seleção que se pronuncie sobre eventuais factos que no seu entender suscitem a necessidade de uma reavaliação da adequação nos termos da presente Política. 9.3 Medidas Corretivas 9.3.1 Sempre que a Comissão de Seleção concluir que um indivíduo não é adequado para ser membro do Órgão de Administração e Fiscalização, Revisor Oficial de Contas ou Titular de Funções Essenciais, este não será nomeado para o cargo. 9.3.2 Caso já esteja nomeado, a Comissão de Seleção adotará, sempre que possível, medidas com vista à sanação, as quais podem incluir, entre outras: a) Ajustamentos de responsabilidades entre os membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização ou Titulares de Funções Essenciais; b) Substituição de determinados membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, Revisor Oficial de Contas ou Titulares de Funções Essenciais; c) Suspensão de funções de determinados membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, Revisor Oficial de Contas ou Titulares de Funções Essenciais; d) Formação, quer a nível individual, quer ao nível do órgão, para garantir que a qualificação profissional coletiva do órgão seja suficiente. 9.3.3 Caso as medidas previstas em 9.3.2 se revelem insuficientes, o Banco CTT adotará as medidas que entenda necessárias, sem prejuízo das medidas impostas pelo Banco de Portugal, nos termos do n.º 4 do artigo 32. do RGICSF. Caso o Banco de Portugal determine a adoção de alguma das medidas previstas nesse preceito, a Pág. 11 de 21

Comissão de Seleção deverá monitorizar a implementação dessas medidas, elaborando um relatório interno para o efeito. 9.3.4 Ao tomar tais medidas, o Banco CTT terá em conta a situação específica e eventuais limitações da pessoa em questão. 9.3.5 Sempre que verifique não ser possível implementar qualquer medida para efeitos do n.º 4 do artigo 32. do RGICSF, ou não ter sido executada qualquer dessas medidas no prazo fixado pelo Banco de Portugal, a Comissão de Seleção comunicará ao Órgão de Administração a situação para efeitos do n.º 4 do artigo 70. do RGICSF. Informado que seja do cancelamento do registo, o Banco CTT promoverá o registo da cessação de funções do membro do Órgão de Administração ou Fiscalização ou Revisor Oficial de Contas em causa na Conservatória do Registo Comercial e iniciará diligências para o substituir pelas formas estatutárias e legalmente previstas. Capítulo IIII Responsável pela Seleção e Avaliação 10. Composição e Mandato da Comissão de Seleção 10.1 A Assembleia Geral do Banco CTT designará uma Comissão de Seleção responsável pela identificação, seleção e avaliação da adequação das pessoas a designar como membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, Revisor Oficial de Contas e Titulares de Funções Essenciais, a qual será composta por três a cinco dos membros. 10.2 A maioria dos membros da Comissão de Seleção deverá ser independente face aos Órgãos de Administração e Fiscalização do Banco CTT, considerando-se para este efeito que se encontra prejudicada a independência se o membro em causa, o seu cônjuge, pessoa que com ele viva em união de facto, parentes e/ou afins na linha reta até ao 3.º grau inclusive, na linha colateral, integra e/ou integrou no passado os referidos órgãos sociais. 10.3 A independência desta Comissão de Seleção não é prejudicada pelo facto de os seus membros (ou as pessoas referidas no número anterior) (i) integrarem os órgãos sociais do(s) acionista(s) do Banco CTT, e/ou (ii) serem membros não executivos do Órgão de Administração ou membros do Órgão de Fiscalização do Banco CTT, desde que os membros nas situações referidas em (ii) não constituam a maioria dos membros da Comissão de Seleção e sejam salvaguardadas as regras sobre prevenção, comunicação e sanação de conflitos de interesses previstas na presente Política (caso em que o respetivo membro deverá informar os restantes membros da Comissão de Seleção sobre o conflito de interesses em causa, descrevendo a natureza e extensão do(s) interesse(s) relevantes, e abster-se de participar na discussão e/ou votação de quaisquer assuntos ou propostas relativos ao mesmo(s), designadamente no âmbito do seu próprio processo de seleção e avaliação). Pág. 12 de 21

10.4 Salvo indicação em contrário da Assembleia Geral, o mandato da Comissão de Seleção assim designada será o correspondente ao mandato dos membros dos órgãos sociais designados nessa mesma Assembleia Geral. 10.5 Sem prejuízo do referido no número anterior, a Comissão de Seleção em funções em cada momento procederá à identificação, seleção e avaliação dos membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização e do Revisor Oficial de Contas a eleger na Assembleia Geral seguinte. 10.6 A identificação, seleção e avaliação da adequação das pessoas a designar pelo Órgão de Administração como Titulares de Funções Essenciais no Banco CTT cabe igualmente à Comissão de Seleção, sem prejuízo da apresentação de propostas ou pareceres neste âmbito pela Comissão Executiva e/ou pelo Diretor de Recursos Humanos. 11. Competências da Comissão de Seleção A Comissão de Seleção dos membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, do Revisor Oficial de Contas e dos Titulares de Funções Essenciais deve exercer, pelo menos, as seguintes competências: a) Identificar, selecionar e recomendar os candidatos em causa, verificando se os mesmos possuem os requisitos de adequação necessários para o exercício das respetivas funções e, se aplicável, procedendo à apreciação coletiva dos órgãos, designadamente em termos de idoneidade, qualificação profissional, independência, diversidade e disponibilidade; b) Elaborar uma descrição das funções e qualificações para os cargos em causa e avaliar o tempo a dedicar ao exercício de cada função, se for admissível o seu exercício em regime de não exclusividade; c) Elaborar um modelo de avaliação único (Modelo de Avaliação) para a elaboração dos relatórios sobre a adequação dos candidatos em causa, tendo em conta a regulamentação aplicável; d) Garantir a representação de homens e mulheres nos Órgãos de Administração e Fiscalização e no desempenho de Funções Essenciais, e, bem assim, a diversidade de qualificações e competências necessárias para o exercício das respetivas funções, nos termos da presente Política; e) Avaliar, com uma periodicidade mínima anual, a estrutura, a dimensão e a composição dos Órgãos de Administração e Fiscalização e Fiscalização e, bem assim, o desempenho em sede de adequação dos respetivos membros, Revisor Oficial de Contas e Titulares de Funções Essenciais e dirigir-lhes recomendações com vista a eventuais alterações; f) Avaliar, com uma periodicidade mínima anual, a idoneidade, qualificação profissional, independência, diversidade e disponibilidade de cada um dos membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização e, se aplicável, dos respetivos órgãos no seu conjunto, e, bem assim, do Revisor Oficial de Contas e dos Titulares de Funções Essenciais, e comunicar-lhes os respetivos resultados; Pág. 13 de 21

g) Elaborar os correspondentes Relatórios de Avaliação Inicial e de Reavaliação, com as informações e documentação prevista exigidas pela presente Política e pela legislação e regulamentação aplicável; h) Preparar a instrução do pedido de autorização para o exercício de funções e registo dos membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização e do Revisor Oficial de Contas a ser submetido junto do Banco de Portugal; i) Rever periodicamente a presente Política, nomeadamente em resultado de alterações legislativas e regulamentares aplicáveis, e formular recomendações, nesse âmbito, ao Órgão de Administração e/ou à Assembleia Geral; j) Propor o plano anual de formação previsto no Artigo 7 da presente Política. APROVADO EM ASSEMBLEIA GERAL DE 24 DE AGOSTO DE 2015 Pág. 14 de 21

ANEXO I Critérios de Avaliação Específicos dos Membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, do Revisor Oficial de Contas e dos Titulares de Funções Essenciais 1. Idoneidade 1.1 Na avaliação da idoneidade deve ter-se em conta o modo como os candidatos a membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, a Revisor Oficial de Contas e/ou a Titulares de Funções Essenciais gerem habitualmente os negócios, profissionais ou pessoais, ou exercem a profissão, em especial nos aspetos que revelem a sua capacidade para decidir de forma ponderada e criteriosa, ou a sua tendência para cumprir pontualmente as suas obrigações ou para ter comportamentos compatíveis com a preservação da confiança do mercado, tomando em consideração todas as circunstâncias que permitam avaliar o comportamento profissional para as funções em causa. 1.2 A apreciação da idoneidade é efetuada com base em critérios de natureza objetiva, tomando por base, tanto quanto possível, informação completa sobre as funções passadas do candidato como profissional, incluindo as prestadas no seu Curriculum Vitae e no âmbito da declaração prevista no n.º 3 do artigo 30.º-A do RGICSF, a entrevista realizada com o candidato, as caraterísticas mais salientes do seu comportamento e o contexto em que as suas decisões foram tomadas. 1.3 Sempre que a Comissão de Seleção considerar que os elementos referidos no número anterior são insuficientes para proceder à avaliação da idoneidade do candidato, deve proceder a averiguações e diligências complementares. 1.4 A condenação, ainda que definitiva, por factos ilícitos de natureza criminal, contraordenacional ou outra não tem como efeito necessário a perda de idoneidade para o exercício de funções no Banco CTT, devendo a sua relevância ser ponderada, entre outros fatores, em função da natureza do ilícito cometido e da sua conexão com a atividade financeira, do seu carácter ocasional ou reiterado e do nível de envolvimento pessoal do avaliado, e, quando aplicável, do benefício obtido por este ou por pessoas com ele diretamente relacionadas, do prejuízo causado às instituições em causa, aos seus clientes, aos seus credores ou ao sistema financeiro e, ainda, da eventual violação de deveres relativos à supervisão do Banco de Portugal. 1.5 Na apreciação a que se referem os números anteriores, deve ter-se em conta, pelo menos, as seguintes circunstâncias, consoante a sua gravidade: a) Indícios de que o avaliado não agiu de forma transparente ou cooperante nas suas relações com o próprio Banco CTT ou com quaisquer autoridades de supervisão ou regulação nacionais ou estrangeiras, nomeadamente desobedecendo às instruções e/ou normativos por estas emanadas; b) Avaliação prévia da idoneidade por outra autoridade competente do setor financeiro para a aquisição ou manutenção de uma participação em instituição de crédito, Pág. 15 de 21

sociedade financeira ou equivalente, instituição financeira, empresa de seguros ou resseguros, mediador de seguros ou resseguros ou sociedade gestora de fundos de pensões, ou para o exercício da sua função de gestão da atividade de uma instituição de crédito, ou avaliação prévia de idoneidade por autoridade de outro setor não financeiro; c) Recusa, revogação, cancelamento ou cessação de registo, autorização, admissão ou licença para o exercício de uma atividade comercial, empresarial ou profissional, por autoridade de supervisão, ordem profissional ou organismo com funções análogas, destituição do exercício de um cargo por entidade pública, ou expulsão por entidade reguladora ou governamental; d) As razões que motivaram um despedimento, a cessação de um vínculo ou a destituição de um cargo que exija uma especial relação de confiança ou cargo de confiança no âmbito de uma relação fiduciária, ou situação similar, ou um convite à demissão ou renúncia de tal cargo; e) Proibição, por autoridade judicial, autoridade de supervisão, ordem profissional ou organismo com funções análogas, de agir na qualidade de administrador ou gerente de uma sociedade civil ou comercial ou de nela desempenhar funções; f) Inclusão de menções de incumprimento na central de responsabilidades de crédito ou em quaisquer outros registos de natureza análoga, por parte da autoridade competente para o efeito, bem como qualquer situação de mora e/ou incumprimento para com o Banco CTT; g) Resultados obtidos, do ponto de vista financeiro ou empresarial, por entidades geridas pelo avaliado ou em que esta tenha sido ou seja titular de uma participação qualificada, tendo especialmente em conta quaisquer processos de recuperação, insolvência ou liquidação, e a forma como contribuiu para a situação que conduziu a tais processos; h) Insolvência pessoal, independentemente da respetiva qualificação; i) Ações cíveis, processos administrativos ou processos criminais, bem como quaisquer outras circunstâncias que, atento o caso concreto, possam ter um impacto significativo sobre a solidez financeira da pessoa em causa; e j) Grandes investimentos ou exposições e empréstimos contratados, na medida em que possam ter um impacto significativo sobre a sua solidez financeira. 1.6 Além dos factos enunciados no número anterior ou de outros de natureza análoga, deverá igualmente ser tida em consideração toda e qualquer circunstância do conhecimento do Banco de Postal que, pela sua gravidade, frequência ou quaisquer outras características atendíveis, permita fundar um juízo de prognose sobre as garantias que a pessoa em causa oferece em relação a uma gestão sã e prudente do Banco CTT. 1.7 Para efeitos do disposto no número anterior, devem ser tomadas em consideração, pelo menos, as seguintes situações, consoante a sua gravidade: Pág. 16 de 21

a) A insolvência, independentemente da sua qualificação, declarada em Portugal ou no estrangeiro, do avaliado ou de empresa por si dominada ou de que tenha sido administrador, diretor ou gerente, de direito ou de facto, ou membro de órgão de fiscalização; b) O envolvimento, a acusação, a pronúncia ou a condenação, em Portugal ou no estrangeiro, por crimes contra o património, crimes de falsificação e falsidade, crimes contra a realização da justiça, crimes cometidos no exercício de funções públicas, por infrações previstas nas leis que regem a atividade bancária, financeira, de intermediação de valores mobiliários e seguradora, ou na legislação relativa aos mercados de valores mobiliários, aos valores mobiliários ou meios de pagamento, incluindo a legislação em matéria de branqueamento de capitais, manipulação de mercado, ou abuso de informação privilegiada e usura, por atos de desonestidade, fraude ou crime financeiro, por infrações fiscais ou outras infrações previstas na legislação em matéria de sociedades, insolvência ou proteção dos consumidores, incluindo crimes previstos no Código das Sociedades Comerciais; c) Infrações de regras disciplinares, deontológicas ou de conduta profissional, no âmbito de atividades profissionais reguladas; d) Factos que tenham determinado a destituição judicial, ou a confirmação judicial de destituição por justa causa, do avaliado enquanto membro dos órgãos de administração e fiscalização de qualquer sociedade comercial; e) Factos praticados na qualidade de administrador, diretor ou gerente de qualquer sociedade comercial que tenham determinado a condenação por danos causados à sociedade, a sócios, a credores sociais ou a terceiros; f) Investigações relevantes, presentes ou passadas, e/ou medidas coercivas relativas ao avaliado, processos de execução contra o mesmo ou a imposição de sanções por incumprimento das disposições que regem a atividade bancária, financeira, de intermediação de valores mobiliários ou seguradora, ou da legislação relativa aos mercados de valores mobiliários, aos valores mobiliários ou meios de pagamento, ou qualquer legislação relativa aos serviços financeiros; g) Investigações relevantes, presentes ou passadas, e/ou medidas coercivas aplicadas, processos de execução contra o avaliado ou a imposição de sanções por quaisquer outras entidades reguladoras ou profissionais devido a incumprimento das disposições pertinentes; h) Qualquer outra circunstância que seja do conhecimento da Comissão de Seleção que, pela sua gravidade, frequência ou quaisquer outras características atendíveis, permita fundar um juízo de prognose sobre as garantias que o avaliado oferece em relação a uma gestão sã e prudente da instituição de crédito. 2. Qualificação Profissional 2.1 A avaliação da qualificação profissional da pessoa em causa deverá ter em consideração (a) a experiência e habilitações académicas, cursos de formação especializada e Pág. 17 de 21

respetiva qualificação profissional e (b) a experiência profissional adquirida em cargos anteriores. Tais competências e qualificações devem possuir relevância suficiente para permitir que o avaliado consiga compreender o funcionamento e a atividade do Banco CTT, avaliar os riscos a que o mesmo se encontra exposto e, se aplicável, analisar criticamente as decisões tomadas pelos outros membros que integram o órgão. 2.2 No que se refere à experiência e habilitações académicas, deverá ser dado especial ênfase à natureza e conteúdo dos cursos académicos ou cursos de formação especializada do avaliado e à sua relação com a função a exercer. Assumem especial relevância, para este efeito ainda que de forma não exaustiva cursos no domínio da banca e das finanças, da economia, do direito, da administração, da regulamentação financeira e dos métodos quantitativos. A avaliação não se deverá limitar ao grau académico ou à comprovação de um determinado tempo de serviço numa instituição de crédito ou noutra empresa. Deverá ser efetuada uma análise mais aprofundada da experiência acumulada, uma vez que os conhecimentos adquiridos em cargos anteriores dependem da natureza, dimensão e complexidade das atividades da empresa em causa, bem como da função exercida no seu âmbito. 2.3 Na avaliação da qualificação profissional de um membro do Órgão de Administração e Fiscalização, do Revisor Oficial de Contas e de cada Titular de Funções Essenciais, merecerão especial atenção, consoante aplicável, os seguintes aspetos: a) Os cargos desempenhados e respetiva duração, âmbito de competências, poderes de decisão e níveis de responsabilidades; b) A natureza, dimensão e complexidade das atividades das entidades onde os cargos em causa foram exercidos, incluindo a respetiva estrutura organizacional e o número de subordinados que teve sob a sua responsabilidade; c) As competências e os conhecimentos adquiridos e demonstrados pela conduta profissional do avaliado, designadamente no que se refere ao funcionamento e atividade de uma instituição de crédito e a compreensão dos riscos a que a mesma está exposta; d) A experiência prática e teórica nos seguintes domínios: i) Banca e mercados financeiros; ii) Regimes e requisitos legais e regulamentares aplicáveis à atividade desenvolvida por uma instituição de crédito; iii) Planeamento estratégico, compreensão da estratégia comercial ou do plano de negócios de uma instituição de crédito e da sua realização; iv) Gestão dos riscos (identificação, avaliação, monitorização, controlo e mitigação dos principais tipos de risco de uma instituição de crédito, incluindo as responsabilidades da pessoa em causa); v) Avaliação da eficácia dos mecanismos de uma instituição de crédito, criação de uma governação, fiscalização e controlos eficazes; e Pág. 18 de 21

vi) Interpretação da informação financeira de uma instituição de crédito, identificação das questões-chave com base nessa informação e controlos e medidas apropriados; e) Os resultados obtidos nos cargos desempenhados. 2.4 Na avaliação da qualificação profissional de um candidato a membro do Órgão de Administração, no exercício da sua função de gestão, e a Titular de Funções Essenciais, merecerá especial atenção: a) A duração dos cargos exercidos ou outra experiência profissional relevante, exigindose que tenham sido exercidos durante um período suficientemente longo (não inferior a 5 anos), podendo ser igualmente atendidos e valorados os cargos temporários ou a experiência profissional de curto prazo se, no seu conjunto, forem considerados suficientes para pressupor uma experiência profissional relevante e de longa duração; b) A natureza, dimensão e complexidade da atividade da empresa onde o cargo foi exercido, incluindo a sua estrutura organizacional, âmbito de competências, poderes de decisão, responsabilidades e número de subordinados; c) Os conhecimentos técnicos adquiridos no exercício do cargo sobre a atividade de uma instituição de crédito; d) A assunção, no exercício de cargos anteriores, de níveis de responsabilidade que estejam em consonância com as características, a complexidade e a dimensão do Banco CTT; e) A compreensão dos riscos a que as instituições de crédito estão expostas; e f) Se o candidato se propuser a ser reconduzido no cargo, a ponderação, de forma prevalecente, do desempenho de funções no mandato anterior. 2.5 Na avaliação da qualificação profissional de um membro do Órgão de Fiscalização, no exercício da sua função de fiscalização, e do Revisor Oficial de Contas deverá considerarse a experiência suficiente ou os conhecimentos técnicos necessários que lhe permita: a) Compreender o funcionamento e a atividade do Banco CTT, assim como avaliar os riscos a que a mesma está exposta; b) Fiscalizar eficazmente a função de gestão; e c) Analisar criticamente as decisões tomadas. Para estes efeitos, a qualificação profissional pode ter sido adquirida no exercício de cargos académicos, administrativos ou outros através da gestão, fiscalização ou controlo de instituições de crédito ou outras empresas. 2.6 No caso dos membros do Órgão de Fiscalização e do Revisor Oficial de Contas, a Comissão de Seleção verificará igualmente o cumprimento do disposto nos artigos 423.º- B e 446.º do Código das Sociedades Comerciais, respetivamente. Pág. 19 de 21

2.7 Sem prejuízo da avaliação individual, os Órgãos de Administração e Fiscalização devem dispor, em termos coletivos, de competências, qualificações e experiência adequados, considerando-se relevante a existência no Órgão de Administração de qualificações e competências suficientes e adequadas nas seguintes áreas: banca, finanças, economia, direito, administração, regulamentação financeira e métodos quantitativos. 3. Independência 3.1 Os membros do Órgão de Fiscalização estão sujeitos ao regime das incompatibilidades do artigo 414.º-A do Código das Sociedades Comerciais e o Órgão de Fiscalização deverá dispor de uma maioria de membros independentes, na aceção do n.º 5 do artigo 414.º do mesmo diploma. 3.2 O requisito de independência tem em vista prevenir o risco de sujeição dos membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, do Revisor Oficial de Contas e dos Titulares de Funções Essenciais à influência indevida de outras pessoas ou entidades, promovendo condições que permitam o exercício das suas funções com isenção. 3.3 Na avaliação serão tomadas em consideração todas as situações suscetíveis de afetar a independência da(s) pessoa(s) em causa, nomeadamente as seguintes: a) Cargos que o avaliado exerça ou tenha exercido no Banco CTT ou noutra instituição de crédito; b) Relações de parentesco ou análogas, bem como relações profissionais ou de natureza económica que o avaliado mantenha com outros membros do Órgão de Administração ou Fiscalização, Revisor Oficial de Contas e Titulares de Funções Essenciais do Banco CTT, da sua empresa-mãe ou das suas filiais; c) Relações de parentesco ou análogas, bem como relações profissionais ou de natureza económica que o avaliado mantenha com pessoa que detenha participação qualificada no Banco CTT, na sua empresa-mãe ou nas suas filiais; d) O avaliado encontrar-se associado a qualquer grupo de interesses específicos no Banco CTT ou em alguma circunstância suscetível de afetar a sua isenção de análise ou de decisão, nomeadamente em virtude de ter sido reeleito por mais de dois mandatos, de forma contínua ou intercalada, ou ser beneficiário de vantagens particulares no grupo económico do Banco CTT. 4. Disponibilidade 4.1 Para monitorizar as ações e decisões de gestão de forma eficaz, os membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, o Revisor Oficial de Contas e os Titulares de Funções Essenciais deverão consagrar tempo suficiente ao exercício das suas funções, tendo presente designadamente a natureza e as exigências particulares do cargo em causa, para poderem compreender a atividade do Banco CTT, as suas principais posições em risco e as implicações da atividade e da estratégia de risco. Pág. 20 de 21