ANÁLISE TERMODINÂMICA E TERMOECONÔMICA DE UMA USINA SUCROALCOOLEIRA QUE PRODUZ EXCEDENTE DE ENERGIA PARA COMERCIALIZAÇÃO

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Transcrição:

ANÁLISE TERMODINÂMICA E TERMOECONÔMICA DE UMA USINA SUCROALCOOLEIRA QUE PRODUZ EXCEDENTE DE ENERGIA PARA COMERCIALIZAÇÃO MARCELO CALDATO FIOMARI MARCOS HIDEO DA SILVA MASHIBA RODRIGO DOS SANTOS LIMA CASSIO ROBERTO MACEDO MAIA RICARDO ALAN VERDÚ RAMOS NUPLEN - Núcleo de Planejamento Energético, Geração e Cogeração de Energia UNESP - Campus de Ilha Solteira - Departamento de Engenharia Mecânica Av. Brasil, 56 - Caixa Postal 31 - CEP 15385-000 - Ilha Solteira, SP Fone: (18) 3743-1038 - Email: nuplen@dem.feis.unesp.br Resumo. Neste trabalho são realizadas análises termodinâmica e termoeconômica de uma planta resultante do projeto de expansão do sistema de cogeração de energia da Destilaria Pioneiros, que consiste basicamente de uma caldeira que produz 140 toneladas de vapor por hora a alta pressão e temperatura (6,6 MPa e 530 ºC, respectivamente); de uma turbina de extraçãocondensação que aciona um gerador de eletricidade que produz 32 MW, sendo os acionamentos mecânicos feitos por motores elétricos. Através da análise termodinâmica é possível definir alguns índices de desempenho da planta, bem como avaliar o aproveitamento global de energia em cada um dos seus componentes. A análise termoeconômica possibilita a avaliação dos reflexos do custo do capital investido e do combustível na composição dos custos dos produtos (vapor e eletricidade). Abstract. In this work, thermodynamic and thermoeconomic analyses of a plant resulted from an expansion of the Pioneiros Distillery s cogeneration system are carried out, which is constituted basically by a boiler that produces 140 ton/h of steam at high pressure and temperature (6,6 MPa and 530 ºC, respectively), by a condensation-extraction turbine that drives a electrical generator producing 32 MW, being the mechanical drivers realized by electrical engines. By means of thermodynamic analyses it s possible to define some plant s performance indexes as well as evaluate the global use of energy in each component. The thermoeconomic analysis allows evaluating the costs of capital and fuel reflexes in the composition of the products (steam and electricity) costs. 1. Introdução e Objetivos O crescente aumento do consumo de energia mostrou a necessidade de um planejamento estratégico para promover uma maior diversificação da matriz energética brasileira, hoje ainda altamente dependente da hidroeletricidade. Assim, diversos programas governamentais foram criados para estimular a geração independente e descentralizada de energia, tais como o Programa Prioritário de Termoeletricidade (PPT) e o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA). Nesse sentido, o setor sucroalcooleiro pode contribuir e muito para a produção de energia elétrica para comercialização, através da expansão de seus sistemas de cogeração, uma vez que a biomassa da cana de açúcar é uma das fontes incentivadas pelo PROINFA. No entanto, para que isso ocorra devem necessariamente ser utilizadas tecnologias mais avançadas que permitam um melhor aproveitamento energético do combustível. Diante deste contexto, neste trabalho são realizadas análises termodinâmica e termoeconômica de uma planta resultante do projeto de expansão do sistema de cogeração de energia da Destilaria Pioneiros, através do qual foram substituídas as caldeiras que produziam vapor a baixas pressão e temperatura por uma única caldeira que produz vapor a níveis mais elevados; também

foram substituídas as turbinas de contra-pressão de simples estágio, destinadas a produção de eletricidade para consumo próprio, por uma turbinas de extração-condensação de múltiplos estágios para geração de excedente de eletricidade para comercialização bem como a substituição das turbinas de contra-pressão de acionamento mecânico (moendas, picadores, desfibradores, turbobombas e turboexaustores) por motores elétricos. 2. Revisão da Literatura Existem diversos livros clássicos sobre análise de sistemas e cogeração de energia, entre eles podem ser citados: ORLANDO (1991) e KOTAS (1995), que servem como base estudos específico. A seguir serão relacionados alguns trabalhos relacionados à análise energética, exergética e termoeconômica de sistemas aplicados às usinas de açúcar e álcool que contribuíram para o desenvolvimento do presente trabalho. BARREDA DEL CAMPO et al. (1998) estudaram o sistema de cogeração de uma usina sucroalcooleira que fornece excedentes de energia para a rede elétrica. Foram calculados, além das propriedades termodinâmicas dos diferentes fluxos do sistema, os balanços de massa, energia e exergia. Além disso, eles realizaram uma comparação das eficiências de primeira e segunda lei, mostrando a utilidade desta última na avaliação de um sistema real, e como elemento importante para decisão de melhorias das plantas térmicas ao evidenciar os equipamentos de maiores irreversibilidades e, conseqüentemente, a perda de oportunidades de geração de energia elétrica. CORRÊA NETO (2001) avaliou a viabilidade técnica e econômica de projetos de geração de energia elétrica utilizando como combustível o bagaço, a palha e as pontas da cana-de-açúcar, como opção complementar à expansão do sistema elétrico brasileiro. A tecnologia analisada foi de geração termelétrica com ciclo combinado, operando em cogeração, integrado a sistemas de gaseificação de biomassa para a produção de gás combustível, com e sem adição de gás natural. A análise econômica foi feita através da modelagem e construção de curvas de economicidade do projeto, baseadas nos preços da energia elétrica, do gás natural e nos custos da biomassa. SÁNCHEZ PRIETO e NEBRA (2001) fizeram uma análise de custo exergético do sistema de cogeração de uma usina açucareira que tem toda sua demanda de potência e energia térmica satisfeita pelo próprio sistema. Neste trabalho, os autores incluíram a determinação das irreversibilidades e das eficiências da segunda lei da termodinâmica, salientando a importância destas eficiências para as decisões sobre possíveis alterações do sistema, tanto para melhoria na planta térmica, como no sentido de atender os requisitos necessários estabelecidos pela ANEEL para a qualificação de centrais cogeradoras para a venda de energia. SÁNCHEZ PRIETO et al. (2001) também apresentaram uma outra análise de custo exergético do sistema de cogeração aplicado na Usina Cruz Alta. Porém, neste estudo é enfatizada uma metodologia para a determinação experimental da eficiência do sistema, permitindo a determinação do consumo de bagaço de cana da caldeira. Além disso, cada equipamento foi tratado separadamente de forma que os balanços de massa, energia e exergia foram feitos para cada componente do sistema térmico. LOBO et al. (2002) analisaram os processos de extração de duas empresas sucroalcooleiras que usam turbinas de contrapressão para fornecer trabalho, sendo o vapor de contrapressão utilizado como energia térmica de processo. Uma das empresas emprega grandes turbo geradores de múltiplos estágios, que operam com entrada de vapor a 3,0 MPa e 330 ºC, para cogerar energia elétrica para motores elétricos que acionam as moendas, picadores e desfibradores. Já na outra empresa, o acionamento das máquinas é realizado diretamente por pequenas turbinas de simples estágio operando com vapor a 2,0 MPa e 290 ºC. Foi verificado que a empresa que utiliza energia elétrica cogerada, com turbinas maiores para acionar as máquinas, chega a economizar 65 % do bagaço gasto para moer uma tonelada de cana quando comprada com a empresa que utiliza várias turbinas menores e menos eficientes. Os autores concluíram que, com o uso mais racional do bagaço gerando vapor em temperaturas e pressões maiores, obtém-se uma grande economia

de bagaço, que tanto pode ser comercializado in natura, ou ser usado para cogeração de excedentes de eletricidade. BRIGHENTI (2003) apresentou e analisou os diversos requisitos necessários para que haja uma integração confiável e segura dos sistemas de geração a partir de biomassa (especificamente cogeração com bagaço de cana) ao sistema elétrico de potência. Foi considerado um estudo da Usina Santa Adélia, que recentemente ampliou sua geração própria, passando a comercializar sua eletricidade excedente com a CPFL. Foram levantadas e analisadas as barreiras técnicas, legislativas, econômicas e ambientais, que, em conjunto, determinam a integração do cogerador, sendo dada ênfase especial à parte técnica da interligação, buscando analisar o impacto que a inserção dos produtores independentes pode causar no sistema elétrico e o que precisaria ser feito para a interligação com a concessionária. JAGUARIBE et al. (2004) discutiram um caso real de investimento na ampliação do sistema de cogeração de energia em uma indústria sucroalcooleira paraibana, considerando o preço sazonal do bagaço, os custos de geração de energia e levando-se em conta um período de 10 anos. Com o novo parque de cogeração a indústria se tornou auto-suficiente em energia, dispondo de 21.240 MWh para comercialização, com uma potência média de exportação de 4.000 kw. Todavia, após a análise econômica efetuada, verificou-se que a melhor opção seria manter a planta na forma original e vender o bagaço a R$ 26,00 por tonelada. 3. Metodologia 3.1 Análise Energética Considerando desprezíveis as variações de energia cinética e potencial, a primeira lei da termodinâmica pode ser escrita na seguinte forma (BEJAN, 1988): Q& v.c. W& v.c. + ehe s hs = 0 (1) Onde: Q & v.c. : taxa de transferência de calor no volume de controle (kw); W & v.c. : potência no volume de controle (kw); he : entalpia específica na entrada do volume de controle (kj/kg); hs : entalpia Específica na saída do volume de controle (kj/kg); e : vazão mássica entrando no volume de controle (kg/s); s : vazão mássica saindo do volume de controle (kg/s). A Segunda Lei da Termodinâmica para um volume de controle, considerando o processo em regime permanente, pode ser representada pela seguinte equação: Q& S& v.c.,i ger, v.c. + + ese sss = 0 (2) T i Onde: s : entropia específica na entrada do volume de controle (kj/kgk); s : entropia específica e na saída do volume de controle (kj/kgk); S & ger,v.c. : taxa de geração de entropia no volume de controle (kw/k). 3.2 Análise Exergética T i : temperatura superficial do volume de controle (K); Apesar de muito difundida, a análise energética ou da primeira lei da termodinâmica (balanço de energia), não contabiliza a qualidade da energia que se está perdendo e nem onde ocorrem as irreversibilidades dos processos, ou seja, não identifica onde e porque elas aparecem. SZARGUT et al. (1988), KOTAS (1985) e outros autores propõem uma relação para o cálculo da exergia que leva em conta os termos físico-químicos de uma mistura: ( h h0 ) T0 ( s s0 ) + ( i μ,i ) xi b t = μ 0 (3) s

Sendo: μ 0, i : potencial químico de referência do elemento (T 0, P 0 ); μ i : potencial químico do elemento na mistura (T 0, P 0 ); : fração do componente na mistura. x i 3.3 Eficiência Termodinâmica A eficiência termodinâmica baseada na primeira lei ( η I ) relaciona o trabalho realizado no volume de controle com o trabalho produzido em um processo hipotético isoentrópico desde o mesmo estado de entrada até a mesma pressão de saída, sendo dado por: η I W& = v.c. (4) Δhiso Onde: Δh iso : diferença entre as entalpias de entrada e saída do volume de controle, para processo isoentrópico (kj/kg); : vazão mássica (líquido ou vapor) no volume de controle (kg/s). Associado ao uso da análise de exergia, tem se a segunda lei da termodinâmica. Esse conceito envolve a comparação da taxa de transferência de trabalho real produzido no processo com a variação de exergia avaliada entre o estado real de entrada e o estado real de saída conforme segue: ( ) η II ηii W& = v.c. m & be ( b ) s (5) No caso específico das caldeiras, as eficiências de primeira e segunda lei são calculadas, respectivamente, pelas seguintes equações: η I s hs e he = (6) PCI comb comb η II s bs e be = (7) b comb comb Onde: hs : entalpia específica na saída da caldeira (kj/kg); he : entalpia específica na entrada da caldeira (kj/kg); bs : exergia específica na saída da caldeira (kj/kg); be : exergia específica na entrada da caldeira (kj/kg); bcomb : exergia específica do bagaço da cana (kj/kg); s : vazão mássica na saída da caldeira (kg/s); e : vazão mássica na entrada da caldeira (kg/s); comb : vazão mássica de combustível consumido na caldeira (kg/s); PCI comb : poder calorífico inferior do combustível (kj/kg). 3.4 Índices de Desempenho de um Sistema de Cogeração A avaliação do desempenho de uma planta de cogeração baseado na Primeira Lei da Termodinâmica é um procedimento que implica na comparação de produtos de diferentes propriedades termodinâmicas, tais como calor e potência produzida. Na caracterização dos índices de desempenho, vários são os indicadores, sendo uma prática comum avaliar a eficiência dos sistemas de cogeração através da chamada Eficiência de Primeira Lei ou Fator de Utilização de Energia (FUE). Este parâmetro é a relação entre a energia térmica ou eletromecânica aproveitada no ciclo e a energia do combustível gasto para na geração do vapor, conforme segue:

W& + Q& FUE = U (8) comb PCI Onde: Q & U : fluxo de calor útil para o processo (kw); W & : potência produzida (kw); comb : vazão mássica de combustível (kg/s); PCI : poder calorífico inferior do combustível (kj/kg). O Índice de Poupança de Energia (IPE) refere-se à economia de energia de combustível obtida por sistemas de cogeração em comparação a plantas convencionais que produzem separadamente energia elétrica e térmica e é definido como: IPE PCI = comb W& Q& (9) + U ηterm_ref ηcald_ref Onde: η term_ref : eficiência térmica de uma planta de potência de referência (adotada 40%); : eficiência térmica de caldeiras que produzem apenas vapor saturado (adotada 77%). η cald_ref A quantidade de Energia a Economizar (EEC), devido à cogeração, é dada pela equação: EEC = 1 IPE (10) O Índice de Geração de Potência (IGP) é o critério definido para calcular separadamente a eficiência da geração de potência, descontando no insumo de energia aquela utilizada para fins puramente de aquecimento, sendo dado por: IGP W& comb PCI Q& U /ηcald = (11) Onde: : eficiência térmica das caldeiras da unidade. η cald Um outro critério importante num sistema de cogeração é a Razão Potência/Calor (RPC), dada por: 3.5 Análise Termoeconômica W& RPC = (12) Q& U A termoeconomia relaciona as análises termodinâmica e econômica, com o custo monetário e o custo exergético, em um conjunto de metodologias (CERQUEIRA, 1999). Nesse trabalho será utilizada a Teoria do Custo Exergético que contabiliza as eficiências e perdas exergéticas em cada um dos volumes de controle do sistema (equipamento, conjunto de equipamentos, ou junções e bifurcações), tendo como resultado o custo exergético de produção de cada um dos fluxos (portadores de energia). Outro aspecto deste método é que a medida do custo de um fluxo do sistema está representada pela exergia contida nele. Em uma análise do custo exergético, um custo é associado com cada fluxo de exergia. Considerando os fluxos de matéria entrando e saindo com taxas associadas de transferência de exergia ( B & e e B & s ), potência (W & ), taxa de transferência de exergia associada com a transferência de calor ( B & Q ), um componente que recebe uma transferência de calor e gera potência, como também as expressões de taxa de custo, tem-se:

( c B & ) + c W& = c B& + ( c B& ) + Z& k s s k W,k k Q,k Q,k e e k (13) s e B & As taxas de exergia (, B & e B & ) saindo e entrando no k-ésimo componente, bem como a & s Q e potência (W ), são calculadas em uma análise exergética. O termo é obtido, primeiramente, calculando o investimento de capital associado com o k-ésimo componente e, então, computando os valores particionados destes custos por unidade de tempo de operação do sistema. 3.6 Descrição da Planta A planta estudada, mostrada na Figura 1, é resultante do projeto de expansão do sistema de cogeração de energia da Destilaria Pioneiros e consiste basicamente de uma caldeira que produz 140 toneladas de vapor por hora a alta pressão e temperatura (6,6 MPa e 530 ºC, respectivamente); de uma turbina de extração-condensação que aciona um gerador de eletricidade que produz 32 MW e com os acionamentos das moendas sendo feitos por motores elétricos, além dos outros acessórios. Z & k Figura 1. Planta resultante do processo de expansão do sistema de cogeração. A Tabela 1 apresenta alguns dados característicos da planta da Destilaria Pioneiros. Na Tabela 2 estão apresentados os parâmetros operacionais dos fluxos do sistema de geração de potência e calor. Tabela 1. Dados característicos da planta. Parâmetros Valores Horas efetivas de moagem 5.000 h Moagem horária de cana 240,0 t/h Relação bagaço-vapor 0,47 Teor de fibra da cana 13,0% Teor de fibra do bagaço 46,0 % Consumo de bagaço na caldeira CAZ 65,8 t/h Consumo total de bagaço 65,8 t/h Produção total de bagaço 67,8 t/h

Bagaço excedente 2,0 t/h Tabela 2. Parâmetros operacionais da planta. Pontos (t/h) T (ºC) P (kpa) h (kj/kg) s (kj/kgk) b (kj/kg) 1 140,0 105 237 440,1 1,362 38,5 2 140,0 105,7 9.200 452,5 1,37 48,6 3 140,0 530 6.600 3.486 6,919 1427 4 125,0 148,1 237 2.762 7,187 623,7 5 120,0 148,1 237 2.762 7,187 623,7 6 120,0 90 237 376,9 1,192 26,2 7 135,0 84,7 237 354,9 1,13 22,6 8 15,0 42,6 8,5 2.322 7,395 121,8 9 15,0 42,7 8,5 178,7 0,6078 2,074 10 15,0 42,7 237 179 0,6081 2,309 11 5,0 148,1 237 2.762 7,187 623,7 4. Resultados 4.1 Resultados Termodinâmicos São determinadas as eficiências da primeira e da segunda lei da termodinâmica para os equipamentos do sistema de geração de vapor e energia elétrica de cada configuração avaliada. Além disso, são obtidos a eficiência global e os índices de desempenho das plantas de cogeração baseados na primeira lei da termodinâmica. A resolução do sistema de equações resultante foi efetuada utilizando-se o programa EES (Engineering Equation Solver), desenvolvido por KLEIN e ALVARADO (1995), que permite a determinação das propriedades termodinâmicas do sistema, como entalpia e entropia, e possibilita a realização de cálculos de uma maneira simples e eficiente, sem a necessidade de se recorrer a tabelas termodinâmicas. A Tabela 3 apresenta os resultados para as eficiências da primeira e segunda lei da termodinâmica, bem como a energia na forma de potência ou calor, para a caldeira e a turbina Na Tabela 4 são apresentados os índices de desempenho baseados na primeira lei da termodinâmica. Tabela 3. Eficiências e energia gerada nos principais equipamentos da planta. Equipamento η I (%) η II (%) W & (kw) Q & (kw) Caldeira 83,4 28,6-70.539 Turbina 87,0 88,9 29.979-4.3 Resultados Termoeconômicos Tabela 4. Índices de desempenho da planta. Índice Valor FUE 0,712 IPE 0,847 EEC 0,153 IGP 0,529 RPC 0,425 Nas Figuras 2 e 3 são apresentadas a variação do custo de geração de energia elétrica e a variação do custo de produção do vapor de processo, respectivamente, em função do preço do bagaço. Os equipamentos são considerados novos, portanto, além dos custos de operação e

manutenção, devem ser adicionados os custos do capital investido, considerando uma taxa de juros de 12 % ao ano e uma vida útil da planta considerada como sendo de 20 anos. 160 20 140 18 16 120 14 c e;medio [R$/MWh] 100 80 60 40 c vapproc [R$/t] 12 10 8 6 4 20 0 10 20 30 40 50 c bagaco [R$/t] 2 0 10 20 30 40 50 c bagaco [R$/t] Figura 2. Custo médio da energia elétrica em função do custo do bagaço. Figura 3. Custo médio do vapor de processo em função do custo do bagaço. Os custos médios de geração de energia elétrica e de produção de vapor para o processo são apresentados na Tabela 5 e foram obtidos considerando o custo de R$ 25,00 por tonelada de bagaço de cana e um custo de venda de energia elétrica de R$ 105,99 por MWh, baseado no PROINFA (Março 2006). 5. Conclusão Tabela 5. Resultados termoeconômicos da Destilaria Pioneiros. Parâmetros Valor Custo de geração de eletricidade (R$/MWh) 99,33 Custo de geração do vapor de processo (R$/t) 11,38 Quantidade de eletricidade produzida (MW) 29,98 Quantidade de eletricidade excedente (MW) 20,00 Receita anual com a venda de eletricidade (R$) 10.599.000,00 Com relação aos índices de desempenho, nota-se que o FUE possui um valor relativamente alto se comparado com outras usinas do setor, isso porque a planta é utiliza equipamentos modernos e eficientes. O IGP mostra que a usina tem uma alta geração de potência eletromecânica, como era de se esperar devido a seu propósito de geração de excedente de eletricidade. Verifica-se que a planta da usina está economizando energia de combustível se comparada a plantas convencionais que produzem separadamente energia elétrica e térmica, uma vez que o IPE é inferior a uma unidade, sendo a energia economizada devido à cogeração (ECC) igual a 15,3%. Por fim, nota-se que a planta produz 42,5% a mais de energia na forma de eletricidade com relação ao calor, de acordo com o RPC, evidenciando a sua finalidade. Verifica-se que com o uso de tecnologias mais eficientes é possível a geração de um excedente de energia da ordem de 20 MW, com a conseqüente redução do custo unitário de geração. Embora o preço de comercialização da energia elétrica fixado pelo PROINFA seja ainda considerado baixo pelos usineiros, no caso específico da Destilaria Pioneiros, ó obtido um lucro líquido anual de R$ 10.599.000,00 com a comercialização da venda do excedente de energia elétrica gerado. Por outro lado, devido ao fato da maioria das usinas sucroalcooleiras terem sido construídas durante a década de 80, os equipamentos das mesmas já estão no final de suas vidas úteis, assim sendo, mesmo com o preço da energia não tão satisfatórios, muitas empresas têm visto no PROINFA uma boa oportunidade de financiamento para a substituição de seus equipamentos, por outros mais eficientes, de alta tecnologia. Vale ressaltar que foi adotado para o bagaço um custo equivalente ao da tonelada de cana produzida no campo, já que o bagaço deixou de ser considerado um simples rejeito do processo

industrial e passou a ser um insumo bastante valorizado. Dessa forma, acredita-se que o custo atribuído ao bagaço deva ser inferior ao adotado (R$ 25,00), o que motivaria a comercialização de energia através do PROINFA, mesmo diante dos valores atualmente pagos pelo governo. Na realidade, a partir do momento que se tem como produto a eletricidade, além do açúcar e do álcool, seria interessante realizar uma melhor partição de custos entre os produtos e insumos envolvidos no processo industrial das usinas. Dessa forma, certamente poderia ser atribuído um melhor custo ao bagaço, aumentando a atratividade pela geração e comercialização do excedente de energia elétrica produzida. Palavras-chave: Cogeração de energia, Termoeconomia, Usina sucroalcooleira. Referências bibliográficas [1] BARREDA DEL CAMPO, E.R., ROXO, R., NEBRA, S.A., BORDONAL, A.F.; Análises Energética e Exergética do Sistema de Cogeração da Usina Vale do Rosário; Anais do VII Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciências Térmicas, Vol. I, pp. 307-312; Rio de Janeiro; 1998. [2] BEJAN, A.; Advanced Engineering Thermodynamics, John Wiley & Sons, New York, 850 p.; 1988. [3] BRIGHENTI, C.R.F., Integração do Cogerador de Energia do Setor Sucroalcooleiro com Sistema Elétrico, Dissertação de Mestrado, PIPGE-USP, São Paulo, 169 p., 2003. [4] CERQUEIRA, S.A.A.G.; Metodologias de Análise Termoeconômica de Sistemas; Tese de Doutorado, Departamento de Energia, Faculdade de Engenharia Mecânica, UNICAMP; 137 p.; Campinas, 1999. [5] CORRÊA NETO, V.; Análise de Viabilidade da Cogeração de Energia Elétrica em Ciclo Combinado com Gaseificação de Biomassa de Cana-de-Açúcar e Gás Natural; Tese de Doutorado, COPPE-UFRJ; 194 p.; Rio de Janeiro; 2001. [6] HUANG, F.F., Performance Assessment Parameters of a Cogeneration System; Proceedings of the IX International Symposium on Efficiency, Cost, Optimization, Simulation and Environmental Impact of Energy Systems; pp. 225-229; Stockholm; 1996. [7] JAGUARIBE, E.F., LOBO, P.C., SOUZA, W.L., ROCHA, R.M., NASCIMENTO, E.T.; Vender Bagaço ou Comercializar a Energia Gerada pela Cogeração?; Anais do X Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciências Térmicas (em CD-ROM); 12 p.; Rio de Janeiro; 2004. [8] KOTAS, T.J.; The Exergy Method of Thermal Plant Analysis; Ed. Krieger Publishing Co.; 328p.; Florida, USA; 1995. [9] KLEIN, S.A., ALVARADO, F.L.; EES Engineering Equation Solver; F-Chart Software, Middleton, WI; 1995. [10] LOZANO, M.A., VALERO, A.; Theory of Exergetic Cost; Energy, Vol. 18, No. 9, pp. 939-960. 1993. [11] LOBO, P.C., JAGUARIBE, E.F., LIMA NETO, J.R., ROCHA, F.A.A., SOUZA, W.L.; Análise Comparativa de Sistemas de Cogeração Usados em Duas Diferentes Plantas Sucroalcooleiras; Anais do II Congresso Nacional de Engenharia Mecânica (em CD-ROM); 10 p.; João Pessoa; 2002. [12] ORLANDO, J.A.; Cogeneration Planner's Handbook, Fairmont Press, London, 315p., 1991.

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