Santiago Silva Ferreira ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA EMPRESA PRODUTORA DE CELULOSE

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Santiago Silva Ferreira ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA EMPRESA PRODUTORA DE CELULOSE"

Transcrição

1 Santiago Silva Ferreira ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA EMPRESA PRODUTORA DE CELULOSE Centro Universitário Toledo Araçatuba-SP 2017

2 Santiago Silva Ferreira ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA EMPRESA PRODUTORA DE CELULOSE Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Instituição Centro Universitário Toledo, como parte de requisitos. Necessários para obtenção do título de Engenheiro Mecânico. Orientador: Lucas Mendes Scarpin Centro Universitário Toledo Araçatuba-SP 2017

3 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus, por sempre ter me dado saúde, sabedoria e força para continuar atrás do meu objetivo. Aos meus pais, Aroldo e Suzana pelo carinho dedicação e incentivo no decorrer desses cinco anos. Aos meus amigos André Borreli, Thiago Silva, Thiago Veanholi, Rafael Dias, Gustavo Silva, por sempre estarem ao meu lado, me incentivando e apoiando durante todo o curso. Ao meu orientador, Professor MS. Lucas Mendes Scarpin, pelos incentivos, orientações no qual foram fundamentais para a execução desse trabalho. Enfim, agradeço a toda minha família, meus amigos, e todos os professores que de alguma forma contribuíram para que meu sonho tornasse realidade.

4 Faça o teu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda Mário Sérgio Cortella.

5 RESUMO A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante de celulose, localizada no extremo sul do estado do Mato Grosso do Sul. A planta opera com todos os acionamentos eletrificados e equipamentos modernos e eficientes para o ciclo de cogeração. A partir da análise, foi possível levantar as potências, taxas de transferência de calor e taxas de geração de entropia para os equipamentos, além dos rendimentos térmicos e rendimento de geração. Palavras-chave: Análise termodinâmica; planta; cogeração.

6 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Matriz energética Brasileira em Figura 2 - Fluxo Energético - BEN Figura 3 - Participação das Fontes na Expansão da Capacidade Instalada...12 Figura 4 - Oferta Interna de Energia...13 Figura 5 Energia da biomassa esquema de funcionamento...14 Figura 6 Esquemática do ciclo Rankine...15 Figura 7 - Diagrama T-s Ciclo Rankine...16 Figura 8 - Ciclo Brayton...17 Figura 9 - Ciclo Combinado...18 Figura 10 - Evolução da Balança Comercial de Papel e Celulose...22 Figura 11 - Destino das Exportações de Papel e Celulose...22 Figura 12 - Produtividade das Florestas de Rápido Crescimento...23 Figura 13 - Ilustração do Processo de Fabricação de Celulose e Papel...25 Figura 14 - Ilustração de uma Máquina de Papel...26 Figura 15 - Representação do ciclo a vapor...36

7 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Faturamento anual em (em R$ mil)...20 Tabela 2 - Produção de Papel e Celulose (1.000 toneladas)...20 Tabela 3 - Balança Comercial do Setor de Papel e Celulose no Brasil...21 Tabela 4 - Setor de Papel e Celulose Brasileiro em Termos Mundiais...24 Tabela 5- Propriedades termodinâmicas para cada estado do ciclo...38 Tabela 6 - Potências para os equipamentos da planta...39 Tabela 7- Taxa de transferência de calor nos equipamentos da planta...39 Tabela 8 - Rendimentos da planta...40

8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO Matriz energética brasileira Matriz elétrica brasileira COGERAÇÃO DE ENERGIA Ciclos para geração de energia Ciclo de Rankine Ciclo Brayton Ciclo combinado Segmento de papel e celulose no Brasil Processos de Produção OBJETIVO FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA Fundamentos da Termodinâmica Considerações que podem ser empregadas Conservação da massa Primeira lei Segunda lei Equacionamentos por equipamento Caldeira I Caldeira II Turbina a vapor de extração-condensação TGI Turbina a vapor de extração-condensação TGII Condensador Desaerador Bomba de baixa pressão I Bomba de baixa pressão II Bomba de alta pressão ESTUDO DO CASO RESULTADOS Resultados da análise termodinâmica CONCLUSÃO...40

9 7. REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...41

10 10 1. INTRODUÇÃO 1.1. Matriz Energética Brasileira. O Brasil possui a matriz energética mais renovável do mundo, com 45,3% de sua produção proveniente de fontes como recursos hídricos, biomassa e etanol, além das energias eólica e solar. As usinas hidrelétricas são responsáveis pela geração de mais de 75% da eletricidade do País (MME, 2012). O modelo energético brasileiro apresenta tem forte potencial de expansão, o que resulta em uma série de oportunidades de investimento em longo prazo. A estimativa do Ministério de Minas e Energia (MME) para o período de 2008 a 2017 indica aportes públicos e privados da ordem de R$ 352 bilhões para a ampliação do parque energético nacional (MME, 2012). Os recursos públicos virão principalmente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), iniciativa federal lançada em 2007 para promover a aceleração da expansão econômica no País (MME, 2012). Para a área hidrelétrica estão previstos cerca de R$ 83 bilhões. Hoje, apenas um terço do potencial hidráulico nacional é utilizado. Usinas de grande porte a serem instaladas na região amazônica constituem a nova fronteira hidrelétrica nacional e irão interferir não apenas na dimensão do sistema de geração, mas também no perfil de distribuição de energia em todo o País, abrindo novas possibilidades de desenvolvimento regional e nacional (MME, 2012). Outros R$ 23 bilhões devem ser aplicados na expansão da produção e oferta de biocombustíveis como etanol e biodiesel. O cenário internacional aponta o interesse de vários Países em conhecer e adotar o uso dos biocombustíveis em suas frotas e para atendê-los o Brasil é capaz de fornecer os produtos, os serviços e o conhecimento (MME, 2012). A matriz Energética brasileira indica que a biomassa é responsável por 8% do total nacional, o equivale a KW. Das fontes de biomassa, o bagaço da cana-de-açúcar. Representa 78,2% do total, com KW. O setor florestal vem em segundo lugar nessa lista com 20% do total, o que corresponde a KW. Outras fontes de biomassa, como resíduos animais, resíduos sólidos urbanos, biocombustíveis líquidos e outros agroindustriais dividem os 11,8% restantes. A Figura 1 apresenta a matriz energética brasileira em 2015 (ANEEL, 2016).

11 11 Figura 1 - Matriz energética Brasileira em 2015 Fonte: EPE (2016) O Balanço Energético Nacional referente à micro e mini geração distribuída de energia elétrica, cujo crescimento vem sendo incentivado por recentes ações regulatórias, como a que estabelece a possibilidade de compensação da energia excedente produzida por sistemas de menor porte. Em 2015, a geração distribuída atingiu 34,9 GWh com uma potência instalada de 16,5 MW, com destaque para a fonte solar fotovoltaica, com 20,0 GWh e 13,3 MW de geração e potência instalada respectivamente. A Figura 2 apresenta o fluxo energético (BEN, 2016) Figura 2 - Fluxo Energético - BEN 2016 Fonte: Ben (2016)

12 Matriz elétrica brasileira O Brasil dispõe de uma matriz elétrica de origem predominantemente renovável, com destaque para a geração hidráulica que responde por 64,0% da oferta interna. As fontes renováveis representam 75,5% da oferta interna de eletricidade no Brasil, que é a resultante da soma dos montantes referentes à produção nacional mais as importações, que são essencialmente de origem renovável. Do lado do consumo, houve uma queda total de 1,8%, com destaque para o setor residencial que interrompeu uma tendência de crescimento, recuando 0,7% (BEN, 2016). O setor industrial registrou uma queda de 5,0% em relação ao ano anterior, apenas os setores de papel e celulose, mineração e pelotização química apresentaram uma variação positiva de 4,7%, 3,7% e 0,9% respectivamente. Os demais setores público, agropecuário, comercial e transportes quando analisados em bloco apresentaram variação positiva de 0,6% em relação ao ano anterior. O setor energético cresceu 2,4%. Em 2015, a capacidade total instalada de geração de energia elétrica do Brasil (centrais de serviço público e autoprodutoras) alcançou MW, acréscimo de MW. Na expansão da capacidade instalada, as centrais hidráulicas contribuíram com 35,4%, enquanto as centrais térmicas responderam por 25,0% da capacidade adicionada. Por fim, as usinas eólicas e solares foram responsáveis pelos 39,5% restantes de aumento do grid nacional. A Figura 3 apresenta a participação das fontes na Expansão da capacidade instalada (BEN, 2016). Figura 3 - Participação das Fontes na Expansão da Capacidade Instalada Fonte: BEN (2016).

13 13 A energia proveniente da biomassa acabou tendo um potencial de crescimento no mercado nacional e internacional, pois é considerada uma fonte de energia limpa e seu uso promove a redução no consumo dos combustíveis fosseis. Através dessa fonte, é possível obter biocombustíveis para aplicação em motores, além da geração de energia elétrica através de plantas térmicas. A Figura 4 apresenta a oferta interna de Energia (BEN, 2016). Figura 4 - Oferta Interna de Energia Fonte: BEN (2016). Simplificando pode-se dizer que são designados por biomassa algumas fontes de energia com potencial energético considerável tais como: a madeira (e seus resíduos), os resíduos agrícolas, os resíduos municipais sólidos, os resíduos dos animais, os resíduos da produção alimentar, as plantas aquáticas, e as algas (Portal da energia, 2017). Existem três classes de biomassa: sólida, liquida e gasosa. A biomassa sólida tem como fonte os produtos e resíduos da agricultura, incluindo substâncias vegetais e animais, os resíduos das florestas e a fração biodegradável dos resíduos industriais e urbanos (Portal da energia, 2017). A biomassa líquida existe em uma série de bicombustíveis com potencial de utilização, todos com origem nas chamadas culturas energéticas. Como exemplo: biodiesel, obtido a partir de óleos de canola ou girassol; o etanol, produzido com a fermentação de

14 14 açúcar, amido e celulose; e o metanol, gerado pela síntese do gás natural (Portal da energia, 2017). A biomassa gasosa é encontrada nos efluentes agropecuários provenientes da agroindústria e do meio urbano. É encontrada também nos aterros de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos). Estes resíduos são resultado da degradação biológica anaeróbia da matéria orgânica, e são constituídos por uma mistura de metano e gás carbónico. Esses materiais são submetidos à combustão para a geração de energia. A Figura 5 apresenta a Energia da biomassa esquema de funcionamento (Portal da energia, 2017). Figura 5 Energia da biomassa esquema de funcionamento Fonte: PORTAL DA ENERGIA (2017) 1.3 COGERAÇÃO DE ENERGIA. A cogeração é definida como a produção combinada e sequencial de duas formas de energia, que pode ser energia térmica, energia elétrica ou mecânica, a partir da queima de um só combustível, em qualquer que seja o ciclo termodinâmico. Formalmente, os ciclos mais usados são o de Rankine, que empregam turbinas a vapor, e os ciclos Brayton, os quais utilizam turbinas a gás (WALTER, 1994). Estes sistemas de cogeração são os mais utilizados, pois apresentam eficiências de primeira lei maiores do que as encontradas quando as formas de energia são produzidas em ciclos independentes. Essas eficiências podem ser da ordem de 75 % a 90 % (WALTER, 1994).

15 Ciclos para geração de energia Os principais ciclos termodinâmicos para a cogeração de energia são: Ciclo de Rankine Ciclo Brayton Ciclo combinado 1.5 Ciclo de Rankine O ciclo térmico de Rankine, conforme ilustrado na Figura 6, é conhecido por usar vapor d água para o funcionamento do sistema. A pressão resultante da queima de combustível da caldeira aciona uma turbina a vapor onde se tem um gerador de eletricidade acoplado, energia está utilizada para o funcionamento dos depois equipamentos elétricos na planta (SCARPIN, 2012). Figura 6 Esquemática do ciclo Rankine Fonte: Scarpin (2012). Baseado em um ciclo de quatro processos que correm em regime permanente, os quais serão descritos para cada equipamento. Adicionalmente, a Figura 7 apresenta o funcionamento do ciclo em um diagrama T-s de temperatura (T), entropia (s).

16 16 Figura 7 - Diagrama T-s Ciclo Rankine Fonte: GT2 Energia (2017). 1 2: Saída do líquido saturado do condensador e entrando na bomba de alta 15 pressão (1), a qual promove o deslocamento do fluido, levando-o até a entrada da caldeira (2). Trata-se de um processo de bombeamento adiabático e reversível. 2 3: Entrada de líquido comprimido ou subresfriado na caldeira (2) e saída de vapor superaquecido a alta pressão (3), vapor este proveniente da queima do combustível no interior da caldeira. Processo de transferência de calor a pressão constante. 3 4: Entrada de vapor superaquecido no interior da turbina à vapor (3) e saída a baixa pressão (4), acionando um gerador de energia acoplado ao mesmo. Processo de expansão adiabática e reversível. 4 1: Entrada do fluido de trabalho a baixa pressão no condensador (4) e saída de líquido saturado (1). Processo de transferência de calor a pressão constante. 1.6 Ciclo Brayton Na atualidade, pelo aumento nas eficiências das turbinas e os preços mais em conta para os combustíveis, à aplicação deste tipo de tecnologia na indústria tem sido beneficiado. Com a facilidade em aproveitar os gases de exaustão deste tipo de ciclo, processos que se tem uso de vapor estão acolhendo este tipo de tecnologia (BARREDA DEL CAMPO, 1999). O ciclo Brayton, conforme ilustrado na Figura 8, demostra um ciclo de ar padrão de uma turbina a gás simples, a qual é composta por compressor, câmara de combustão e expansor (turbina a gás).

17 17 Figura 8 - Ciclo Brayton Fonte: Scarpin (2012) Um dos parâmetros significativos do ciclo de turbinas a gás é a relação de pressão do ciclo que é referido ao quociente da pressão de descarga e a pressão de entrada, sendo que em turbinas modernas, um valor típico é próximo de 14. Já o outro parâmetro é a temperatura de atuação do ciclo, onde a faixa de tempetura pode atingir K, que é restringida por problemas na utilização de terminados materiais e custos agregados (SCARPIN, 2012). Porém turbinas com refrigeração nas pás podem atingir temperaturas maiores e são divididas em dois tipos: Aeroderivadas: mais utilizadas em propulsores de aeronaves, por ser compacta e ter um baixo peso. E tem sem um rendimento próximo de 34%. Industriais: tem maior resistência a ambientes agressivos por serem robustas e permite o processo de combustível de baixa qualidade e a sua potência máxima é mais elevada em comparação com as aeroderivativas. Sua eficiência está na faixa de 30 a 32%. A três formas de aumentar a eficiência de um ciclo Brayton, são elas: regeneração, resfriamento intermediário e reaquecimento, isto é, a combinação dessas três formas é conhecida como ciclo composto (SCARPIN, 2012). Ciclo com regeneração: Evidenciada por aproveitar parte da recuperação da energia térmica dos gases de exaustão, antes da entrada na câmara de combustão. A eficiência do ciclo é inversa à medida com que as pressões aumentam, quanto maior a pressão, menor será sua eficiência. Por outro lado há um aumento da eficiência do ciclo quando a temperatura do ar comprimido na linha de escape do compressor é próximo de 17 temperatura dos gases de exaustão da turbina, não indicado para a cogeração de energia, já

18 18 que os gases provenientes da exaustão do ciclo são usados para alimentar determinados processos como o acionamento de uma caldeira de recuperação e gerar vapor para o ciclo. Ciclo com Resfriamento: com o resfriamento do ar comprimido no processo de compressão oferece ao ciclo um aumento do trabalho líquido, mais em contrapartida diminui a eficiência. Mas, acrescentando a regeneração em conjunto com o resfriamento intermediário, tanto a eficiência quanto a regeneração são melhorados em comparação ao ciclo simples. Ciclo com Reaquecimento: necessita de um segundo combustor entre os estágios de expansão, e resultam-nos mesmos efeitos de um resfriamento intermediário, porém menos pronunciados. Ciclo Composto: é um ciclo onde se alcança maior eficiência com pressões mais elevadas, contudo exige uma quantidade adicional de equipamentos e sistemas de controle. 1.7 Ciclo combinado. O ciclo combinado é uma junção dos ciclos de turbina a vapor (Ciclo de Rankine) e do ciclo a gás (Ciclo Brayton) conforme ilustrado abaixo na Figura 9. Este ciclo tem como principal função o aproveitamento dos gases de exaustão que são expelidos pela câmara de combustão resultante da queima do combustível para o aumento da eficiência do ciclo combinado. Figura 9 - Ciclo Combinado Fonte: (Scarpin, 2012)

19 19 O vapor originário do ciclo a gás passa por uma caldeira de recuperação, pelo qual tem a função de transmitir de maneira mais eficiente o calor gerado para o ciclo a vapor, assim de substituir a caldeira, reduzindo o consumo de combustível. Esta junção dos ciclos resulta em uma elevada eficácia na utilização do combustível Segmento de papel e celulose no Brasil. A indústria de papel e celulose no Brasil remonta ao início do século 19. Contudo, esse setor no Brasil teve crescimento bastante tímido até o início da década de Como bem aponta (Bracelpa, 2009). O primeiro grande salto dessa indústria, ocorrido entre a década de Nas décadas de 1960 e 1970 foram de forte expansão da indústria de papel e celulose no Brasil, com o surgimento de diversas empresas para atuar nesse setor e a consequente ampliação de sua capacidade de produção (Bracelpa, 2009). Nesse período, muitos desses projetos receberam incentivos por parte do governo, em particular do BNDES, por meio de expressivos aportes de capitais. Além disso, data desse período o início da utilização do eucalipto nas florestas de produção, espécie de crescimento extremamente rápido quando comparado a outras árvores. Tal adoção representou uma verdadeira revolução para a indústria de celulose brasileira, visto que as outras polpas não resultavam em um papel de qualidade satisfatória para determinados fins (Bracelpa, 2009). Já o período compreendido entre o final da década de 1980 e começo da década de 1990 marcou a consolidação dessa indústria. Nesse período, além do crescimento do setor, viram se relevantes investimentos financeiros em modernização e em ganho de produtividade das plantas industriais, bem como na profissionalização da gestão das empresas. Nesse ínterim, o governo viabilizou diversos incentivos para esse setor, com destaque para duas versões do Programa Nacional de Papel e Celulose (Bracelpa, 2009). O setor de papel e celulose apresentou um faturamento de aproximadamente R$ 34 bilhões em 2010, de acordo com a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Frente a 2009, isso representou um crescimento de cerca de 23% em A Tabela 1 apresenta o faturamento Anual em (Bracelpa, 2009). Tal crescimento foi alavancado principalmente por um considerável incremento no faturamento do setor de celulose, que em relação ao ano de 2009 cresceu cerca de 42%. O setor de papel e de artefatos compõe o restante do crescimento do faturamento desse setor, com aumentos de 17% e 12% respectivamente. Ainda que o setor apresente dados de

20 20 faturamento para 2009 e 2010, ele não apresenta os respectivos dados para o ano de 2011(Bracelpa, 2009). Tabela 1 Faturamento anual em (em R$ mil) Fonte: (Bracelpa, 2009) Em termos de toneladas, tanto em 2011 como em 2010, o segmento de papel exportou cerca de 21% da sua produção, sendo que em relação a 2009, essa rubrica cresceu 3,3% (Bracelpa, 2009). Por outro lado, as importações para esse segmento industrial representam cerca de 15% do total produzido em 2011 e também em Em relação a 2009, elas cresceram significativamente, atingindo um aumento de cerca de 39% em relação ao ano anterior. Em dólares, as importações apresentaram um aumento de 41% e as exportações cresceram em cerca de 19% de 2009 para De 2010 para 2011, as importações do setor de papel cresceram 14% e as exportações foram incrementadas em 9%. A Tabela 2 apresenta a produção de papel e celulose em (Bracelpa, 2009). Tabela 2 - Produção de Papel e Celulose (1.000 toneladas) Fonte: (Bracelpa, 2009)

21 21 Já o segmento de celulose, com perfil bastante diferente, exportou cerca de 60% do total produzido em 2011 e em 2010, sendo que em relação ao ano anterior, essa variável cresceu cerca de 2%. Contudo, esse setor importou um equivalente a 3% da sua produção nos anos de 2011 e também em Em dólares, as importações apresentaram um aumento de 49% e as exportações cresceram em cerca de 44% entre 2009 e Já do ano de 2010 para 2011, o aumento de valor das importações cresceu em 4% e das exportações em 5% (Bracelpa, 2009). Portanto, vê-se que o setor de papel tem um perfil bastante diferente do setor de celulose, já que em termos relativos aquele setor importa cerca de três vezes mais e exporta aproximadamente 34% a menos. Além disso, ao observar os dados de exportação da produção em toneladas, percebe-se que o setor de papel e celulose, em que o mercado internacional tem relevante importância, sofreu com a crise econômica mundial. A Tabela 3 apresenta balança comercial do setor de papel e Celulose no Brasil (Bracelpa, 2009). Tabela 3 - Balança Comercial do Setor de Papel e Celulose no Brasil Fonte: (Bracelpa, 2009) Ainda que o setor de papel e celulose tenha sofrido com a crise econômica mundial, a forte demanda advinda de países em desenvolvimentos, tais como a China, a Índia e a América Latina, como um todo, ajudaram a manter o ritmo de exportações do setor. Vale destacar que entre , em que o mundo ainda sofria muito com as consequências da crise econômica mundial, o setor de celulose brasileira foi o único no mundo que cresceu em termos de produção. A Figura 10 apresenta Balança Comercial do Setor de Papel e Celulose no Brasil (Bracelpa, 2009).

22 22 Figura 10 - Evolução da Balança Comercial de Papel e Celulose Fonte: (Bracelpa, 2009) O setor de celulose tem um perfil distinto do setor de papel em termos de destino de exportações. Enquanto o primeiro exporta prioritariamente para a China e para a Europa, as exportações de papel estão voltadas principalmente para a América Latina e Europa. A Figura 12 apresenta destino das exportações de papel e celulose em janeiro e abril de 2012 (Bracelpa, 2009). Figura 11 - Destino das Exportações de Papel e Celulose Fonte: (Bracelpa, 2009)

23 23 Além disso, a produtividade das florestas plantadas brasileiras de pinus e eucalipto são bons em relação a seus pares internacionais, fazendo com que tais áreas agrossilvipastoris tenham o menor ciclo de crescimento do mundo. No Brasil a produtividade do eucalipto é de cerca de 41 m³/ha/ano e do pinus é de 38 m³/ha/ano (Bracelpa, 2011). Na figura 12, pode-se observar que o Uruguai e o Chile, que também têm boas produtividades em relação a outros países produtores, são inferiores das encontradas no Brasil. Contudo, o que mais chama atenção é o grande potencial de melhoria da produtividade do eucalipto, poderia chegar a 70 m³ha/ano. A Figura 12 mostra a produtividade das florestas de rápido crescimento. (Bracelpa, 2009). Figura 12 - Produtividade das Florestas de Rápido Crescimento Fonte: (Bracelpa, 2009) O Brasil é o quarto maior produtor de celulose do mundo em termos de toneladas, produzindo cerca de 7,5% da produção mundial. Os EUA aparecem como os maiores produtores, chegando a produzir cerca de 3,5% vezes mais do que o Brasil, e é seguido pela China e Canadá (Bracelpa, 2009). Além disso, o Brasil é o Decimo maior produtor de papel do mundo em termos de toneladas ano, sendo responsável pela produção de cerca de 2,5% da produção mundial. A China, país com maior produção de papel do mundo, produz 24% do total manufaturado, sendo seguido por EUA, Japão, Alemanha e Canadá. A Tabela 4 apresenta Setor de Papel e Celulose Brasileiro em Termos Mundiais (Bracelpa, 2009).

24 24 Tabela 4 - Setor de Papel e Celulose Brasileiro em Termos Mundiais. Fonte: (Bracelpa, 2009) O setor de papel e celulose é composto por 222 empresas. Essas empresas são detentoras de 31 plantas de produção de celulose, 226 plantas de papel, 44 plantas de produção de pastas de alto rendimento e 51 plantas de produção de celulose e papel integradas (Bracelpa, 2009). Em 2009, os seis maiores produtores de celulose foram a Fibria, a Suzano, a Klabin, a Celulose Nipo-Brasileira, a International Paper do Brasil e a Veracel, as quais juntas representavam cerca de 85% do total produzido nesse ano. Em relação à produção de papel as seis maiores empresas são Kablin, Suzano, International Paper do Brasil, Fibria, a Rigesa e a Jari, as quais juntas representaram cerca de 50% da produção anual de papel desse mesmo ano. Sendo assim, o setor apresenta concentração acentuada, com destaque particular para o de celulose (Bracelpa, 2009). 1.9 Processos de Produção A celulose, comumente conhecida como fibras da madeira, é um composto químico natural presente nos vegetais, sendo um dos principais componentes de suas células. Já a lignina é a substância química que atua como agente ligante permanente de fibras da madeira. O processo de fabricação da celulose objetiva dissolver a lignina da madeira com o fim de

25 25 liberar tais fibras com o mínimo de degradação dos carboidratos presentes nas paredes das células, a celulose e a hemicelulose (FRACARO, 2012). Existem diferentes processos que são utilizados para que se extraia a celulose das células vegetais, sendo alguns mecânicos enquanto outros exclusivamente químicos. De todo o processo mais utilizado no Brasil para produção da celulose é o Kraft, um processo químico pelo qual se obtém a celulose de sulfato. Ainda que existam outros processos, este será objeto de descrição nesse documento, exatamente por ser o mais utilizado no Brasil. O estado da arte de tal processo é compreendido basicamente por três grandes áreas: a Linha de Fibras; a Recuperação Química e Utilidades (FRACARO, 2012). A Linha de Fibras é a etapa do processo produtivo que lida diretamente com a madeira e com seus subprodutos diretos processados ao longo da fabricação, de forma que ele se estende desde a preparação da madeira para a produção de celulose até o produto final, a celulose branqueada. As etapas dessa parte do processo, que serão mais bem exploradas a seguir, compreendem a preparação da madeira; o cozimento; a pré-lavagem e depuração; a deslignificação com O2 e pós-lavagem; o branqueamento e secagem; e a embalagem da celulose. A Figura 13 apresenta Ilustração do Processo de Fabricação de Celulose e Papel (FRACARO, 2012). Figura 13 - Ilustração do Processo de Fabricação de Celulose e Papel Fonte: (FRACARO, 2012)

26 26 De forma geral, o processo produtivo do papel é composto fundamentalmente de quatro etapas: a preparação da massa, a prensagem, a secagem térmica e o acabamento (FRACARO, 2012). Durante a preparação da massa, água e outros sais importantes são adicionados à celulose. Ainda na fase de preparação da massa celulósica, o composto passa por um processo de refino, por meio do qual se confere maior resistência ao papel, e também pela depuração, em que se adicionam substâncias químicas importantes para a massa, tal como o amido. Uma vez limpa, tal massa é depositada na mesa plana através da caixa de entrada, em que a gramatura do papel é definida de acordo com a quantidade de massa que é adicionada. Em seguida, ela é pressionada entre rolos, para depois ser seca e uniformizada, através da regularização da superfície obtida com o processo de calandragem. Em seguida, o rolo-mãe é cortado e embalado para que sejam enviados aos clientes finais. A figura 14 mostra a Ilustração de uma Máquina de Papel. (FRACARO, 2012). Figura 14 - Ilustração de uma Máquina de Papel Fonte: (FRACARO, 2012) 2. OBJETIVO O trabalho desenvolvido tem como objetivo a análise termodinâmica da planta térmica de uma empresa de celulose. O foco principal deste trabalho é a aplicação da termodinâmica para a melhoria do rendimento e a viabilização de um aumento da lucratividade por meio de um acréscimo na produção de energia elétrica. O trabalho inicialmente apresenta uma planta de uma empresa de celulose, onde há equipamentos com boa tecnologia capaz de suprir todas as demandas impostas. Para análise do desempenho termodinâmico da planta, foram utilizadas a primeira e segunda lei da

27 27 termodinâmica, além de alguns dados de entrada, utilizados como premissas para o desenvolvimento dos cálculos. O open source Engineering Equation Solver (EES) (Engineering Equation Solver), desenvolvido por Klein e Alvarado (1995), que possibilita realizar o equacionamento de forma inteligível, clara e eficaz. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 3.1 Fundamentos da Termodinâmica. O estudo das plantas onde tem como base o aquecimento de fluidos para a geração de eletricidade é originaria de algumas aplicações, sendo elas: Conservação da massa; Conservação da energia (Primeira Lei da Termodinâmica); Segunda Lei da Termodinâmica. 3.2 Considerações que podem ser empregadas Para as análises, cada equipamento será considerado como um volume de controle independente. Para considerações iniciais, todos os processos ocorrem em regime permanente. Não serão considerados nas análises os processos em regime transiente, paradas ou qualquer variação do sistema visto em função do tempo. - RP - Adiabático ( ) - Não possui eixo ( ) - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível 3.3 Conservação da massa ( ) (1)

28 28 Considerando que o equipamento opera em regime permanente (RP) e, consequentemente, não ocorre a variação da quantidade de massa no interior do volume de controle com relação ao tempo. Com isso, a Equação (1) pode ser reescrita como: (2) Sendo, Vazão mássica que entra no volume de controle [kg/s] : vazão mássica que sai do volume de controle [kg/s]. 3.4 Primeira lei A equação da conservação da energia, conhecida como primeira lei da termodinâmica, em sua forma completa, considerando inclusive o termo transiente, é representada pela equação (3), como segue: ( ) ( ) ( ) (3) Onde, : Taxa de transferência de calor no volume de controle [KW]; : Taxa de transferência de trabalho no volume de controle [KW]; : Entalpia específica na entrada do volume de controle [kj/kg]; : Entalpia específica na saída do volume de controle [kj/kg]; : Velocidade de vazão mássica na entrada do volume de controle [m/s]; : Velocidade de vazão mássica na saída do volume de controle [m/s]; g: Aceleração gravitacional [m/s²]; : Cota da vazão mássica na entrada do volume de controle em relação a uma linha de referência [m]; : Cota da vazão mássica na saída do volume de controle em relação a uma linha de referência [m].

29 29 Sendo adotadas além da hipótese de regime permanente, as hipóteses de que a variação da energia cinética e energia potencial são pequenas e assim podem ser desprezadas. Com isso a equação (3), pode ser reescrita como segue. (3) 3.5 Segunda lei As irreversibilidades num processo são quantificadas por meio da Segunda Lei da Termodinâmica. Para um determinado volume de controle, o enunciado dessa Lei pode ser expresso como apresentado através da equação (5) abaixo. ( ) ( ) (4) Considerando que o volume de controle opera em regime permanente, a equação (5) pode ser rescrita como: ( ) (4) Sendo, : Entropia especifica na entrada do volume de controle [kj/kgk]; : Entropia especifica na saída do volume de controle [kj/kgk]; : Temperatura na superfície do volume de controle [K]; : Taxa de geração de entropia no volume de controle [kw/k] 3.6 Equacionamentos por equipamento A tabela a seguir mostra as considerações à conservação da massa, primeira lei e segunda lei para cada equipamento utilizado na planta térmica. Equipamento Considerações C. M. Primeira lei Segunda lei

30 30 Caldeira I - R. P. - Não possui eixo - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível ( ) ( ) Caldeira II - R. P. - Não troca calor - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível ( ) ( ) Turbina I - R. P. - Não troca calor - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível ( ) ( ) Turbina II - R. P. - Não troca calor - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível ( ) ( ) Condensador - R. P. - Não possui eixo - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível ( ) ( ) Desaerador - R. P. - Não possui eixo - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível Bomba - R. P. - Não troca calor - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível ( ) ( ) 3.7 Caldeira I i) Considerações 1- Regime permanente 2- Não possui eixo 3- ΔEC = 0 4- ΔEP = 0 5- Irreversível

31 31 ii) Conservação da massa iii) Primeira lei (1) ( ) (2) iv) Segunda lei ( ) (3) 3.8 Caldeira II i) Considerações 1- Regime permanente 2- Não possui eixo 3- ΔEC = 0 4- ΔEP = 0 5- Irreversível ii) Conservação da massa iii) Primeira lei (1) ( ) (2) iv) Segunda lei ( ) (3) 3.9 Turbina a vapor de extração-condensação TGI i) Considerações - Regime permanente - Não troca calor - ΔEC = 0

32 32 - ΔEP = 0 - Irreversível ii) Conservação da massa (1) iii) Primeira lei ( ) (2) iv). Segunda lei ( ) (3) 4. Turbina a vapor de extração-condensação TGII i) Considerações - Regime permanente - Não troca calor - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível ii) Conservação da massa (1) iii) Primeira lei iv). Segunda lei ( ) (2) ( ) (3)

33 Condensador i) Considerações - Regime permanente - Não possui eixo - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível ii) Conservação da massa (1) iii) Primeira lei ( ) (2) iv) Segunda lei ( ) (3) 3.3 Desaerador i) Considerações - Regime permanente - Não possui eixo - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível ii) Conservação da massa iii) Primeira lei (1) (2) iv) Segunda lei (3)

34 Bomba de baixa pressão I i) Considerações - Regime permanente - Não troca calor - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível ii) Conservação da massa iii) Primeira lei (1) ( ) (2) iv) Segunda lei ( ) (3) 3.5 Bomba de baixa pressão II i) Considerações - Regime permanente - Não troca calor - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível ii) Conservação da massa iii) Primeira lei (1) ( ) (2) iv) Segunda lei

35 35 ( ) (3) 3.6 Bomba de alta pressão i) Considerações - Regime permanente - Não troca calor - ΔEC = 0 - ΔEP = 0 - Irreversível ii) Conservação da massa iii) Primeira lei (1) ( ) (2) iv) Segunda lei ( ) (3) 4. ESTUDO DO CASO A Figura 15 mostra o diagrama de geração de energia elétrica da empresa em estudo, sendo a mesma composta por duas caldeiras de recuperação química, com capacidade para queimar toneladas de biomassa líquida por dia com 82% de sólidos secos e gerar 822 toneladas de vapor com pressão de 86 bar e temperatura de 487ºC; uma caldeira auxiliar, com capacidade para queimar 250 toneladas de biomassa sólida por dia, gerar 120 toneladas de vapor com pressão de 86 bar e temperatura de 487ºC; um turbo gerador, denominado de TG1, com tecnologia de extração-condensação e capacidade para gerar 81 MW de potência; um turbo gerador, denominado de TG2, com tecnologia para extração-contra pressão e

36 36 capacidade para gerar 81 MW de potência; dentre outros equipamentos. O programa utilizado para execução da planta foi o AutoCAD software livre fornecido pela instituição unitoledo. Figura 15-Representação do ciclo a vapor Fonte: Próprio Autor. Na turbina de extração-contrapressão, uma fração do fluxo é extraído 12,8 bar para o acionamento do processo térmico de média pressão o desaerador e o restante para turbina de Baixa pressão. Em seguida a turbina de extração-condensação TG2 tem uma fração do fluxo extraído 4,6 bar para o acionamento do processo de baixa pressão e bomba de baixa pressão B1 e 0,1 bar para o condensador e bomba de baixa pressão B2. O Ciclo a ser analisado é um ciclo a vapor otimizado, composto por 27 processos.

37 37 Em seguida, a Tabela 5 apresenta todos os estados termodinâmicos da planta, onde engloba as seguintes propriedades: fluxo mássico ( ), pressão (p), temperatura (T), entalpia (h) e entropia (s). Tabela 5- Propriedades termodinâmicas para cada estado do ciclo Pontos [kg/s] p [kpa] T [ºC] h [kj/kg] s [kj/kg.k] 1 262, ,00 190,92 811,7 2, , ,00 192,5 822,1 2, , ,00 192,5 822,1 2, , ,00 192,5 822,1 2, , ,00 487, ,0 6, , ,00 487, ,0 6, , ,00 487, ,0 6, , ,00 487, ,0 6, , ,00 255, ,0 6, ,6 460,00 160, ,0 6, , ,00 487, ,0 6, ,27 460,00 165, , ,73 10,0 45, , ,4 1280,00 255, , ,4 1280,00 190,9 811,7 2, , ,00 255, ,0 6, , ,7 2773,0 6, , ,7 626,8 1, ,8 1280,00 148,9 628,0 1, ,2 1280,00 156,25 659,8 1, , ,79 191,7 0, , ,00 45,93 193,4 0, , ,00 124,82 525,0 1,579 A 166, ,00 255, ,64 6,8194 B 106, ,00 255, ,64 6,8194 C 96,00 460,00 165, ,15 6,9383 D 66,73 460,00 165,8 2783,15 6, RESULTADOS O trabalho tem a realização de um estudo termodinâmico de uma planta térmica localizada no Mato Grosso. Para o auxílio da resolução da planta, foi empregado o programa EES (Engineering Equation Solver), desenvolvido por Klein e Alvarado (1995), que possibilita realizar o equacionamento de forma inteligível, clara e eficaz.

38 38 Para início de resolução, foram respeitados as seguintes eficiências isoentrópicas para os equipamentos: 80% para a bomba de alimentação da caldeira; 75% para bomba dos processos; 75% para a bomba de condensado; 88% para a turbina de extração-contra pressão; 88% para a turbina de extração-condensação. 92% para o redutor do turbo gerador; 98% para o gerador de energia elétrica; 92% para o motor I de acionamento da bomba B2 do processo; 92% para o motor II de acionamento da bomba B2 do condensador; 96% para os motor VI de acionamento da bomba B3 para acionamento da caldeira; Perda de carga de 10% na caldeira 5.1. Resultados da análise termodinâmica. As potências geradas e consumidas pelos equipamentos da planta seguem apresentadas na Tabela 6. O sinal negativo representa os equipamentos que requerem energia para seu acionamento, como no caso da bomba de condensado a bomba de alimentação da caldeira e bomba do processo. Tabela 6- Potências para os equipamentos da planta Equipamento PO Potência [kw] Turbina de contrapressão ,61 Turbina de extração-condensação ,61 Bomba de alimentação da caldeira ,44 Bomba de condensado -161,76 Bomba do processo -114,13 Em seguida, na Tabela 7, são apresentadas as taxas de transferências de calor dos equipamentos da planta. O sinal negativo anterior à taxa de transferência de calor representa que o equipamento dissipa calor para o meio onde está implantado, como o condensador e os processos de média e baixa pressão.

39 39 Tabela 7- Taxa de transferência de calor nos equipamentos da planta Equipamento Taxa [kw] Caldeira a vapor I ,13 Caldeira a vapor II ,13 Condensador ,55 Processo de media pressão ,22 Processo de baixa pressão ,59 Para que resulte no rendimento térmico é necessário que a potência de eixo total gerada pelas turbinas, menos o que foi consumido pelas bombas de alta e de baixa pressão, dividido pela taxa de transferência de calor das caldeiras. A Equação 1 mostra a fórmula para se calcular o rendimento térmico. (1) Para o rendimento termelétrico é necessário a potencia de eixo total gerado pelas turbinas, multiplicado pelo rendimento do redutor e do gerador menos a potência de eixo total consumido pelas bombas divido pelo rendimento mecânico, dividido pela taxa de transferência de calor das caldeiras. A Equação 2 mostra a formula para se calcular o rendimento termelétrico. (2) Para o rendimento de cogeração é necessário a potencia de eixo total gerada pelas turbinas, mais as taxas de transferência de calor do processo 1 e 2, menos a potência de eixo total consumido pelas bombas, dividido pela taxa de transferência de calor das caldeiras. A Equação 3 mostra a formula para se calcular o rendimento de cogeração.

40 40 (3) Os rendimentos térmicos, termelétricos e de cogeração resultantes do ciclo estão apresentados na tabela 8. Tabela 8 - Rendimentos da planta Rendimento [%] 25,81 22,27 78,8 As tabelas apresentadas no estudo do caso mostram resultado desenvolvido no algoritmo que necessita de certo conhecimento em programação, a maior dificuldade é levantar os dados da planta em seguida programação no algoritmo. Foi também calculado a eficiência de cogeração, que é o um processo de combinação de calor e eletricidade do ciclo e onde se pode medir o nível de aproveitamento do sistema. 6. CONCLUSÃO No decorrer deste trabalho, foi realizada uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa de celulose. Com isso, revelou os valores de pressão e temperatura e quantidade de tonelada queimadas por dia nas caldeiras. Na análise termodinâmica também obteve as potências, as taxa de transferência de calor, geração de entropia e entalpia, a caldeira e as turbinas apresentaram uma maior geração de entropia em relação aos outros equipamentos. O rendimento térmico ficou na faixa de 25,81% e o termelétrico do ciclo 22,27% e o rendimento da cogeração chegaram aos 77,8%, conseguindo gerar 81 MW de potência de eixo em cada uma das turbinas. Na análise foi comprovado que o aumento de 10% na temperatura de saída da caldeira alcançou um rendimento térmico de 26,53%. E com aumento de 10% da pressão o rendimento térmico ficou na faixa de 26,22%.

41 41 Entretanto foi possível levantar um bom rendimento dessa planta, pois num ciclo de Rankine consegue alcançar um rendimento térmico em torno de 25%, nesse caso, o clico a vapor otimizado apresentada 27 processos e obteve um rendimento térmico de 25,81%. Sendo assim obtendo um ótimo resultado.

42 42 7. REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEEL (2016) Agência Nacional de Energia elétrica. Disponível em:< Acesso em 25 Nov BEN (2016) Balanço Energético Nacional. Disponível em; < Acesso em 25Out FRACARO, Guilherme de Paula Moreira. Eficiência energética e intensidade de emissões no setor de papel e celulose brasileiro Cascavel, PR: UNIOESTE, p. LUISA Maria; MACHADO Campos; ABDI Leal; NAVES Carla; MARX Cássio; COSTA Maria; FERREIRA Carla; NAVES Wightman; MONZONI Joana; GROSS Mario Alexandre. Nova técnica para papel e celulose. Subsídios para elaboração para uma estratégia industrial brasileira para economia de baixo carbono. MME, ministério de minas e energia, matriz energética brasileira. Disponível em: < Acesso em 28 Nov NOVA CANA (2016) Revista online do mercado sucroalcoleiro Disponível em: < />. Acesso em 25 Nov Portal da energia, Vantagens e desvantagens da energia por biomassa. Disponível em: < Acesso em 22 Set Portal da energia, O que é a energia por biomassa. Disponível em: < em 22 Set SCARPIN, Lucas Mendes. Análise termodinâmica, termoeconômica e econômica do aproveitamento energético do palhiço da cana-de-açúcar através da gaseificação, dentro de uma nova concepção de projeto de uma usina sucroalcooleira Trabalho de Graduação, UNESP, Ilha Solteira, Brasil, WALTER, Arnaldo C.S., Viabilidade e Perspectivas da cogeração e da geração termoelétrica junto ao setor Sucro-Alcooleiro. Tese de doutorado. UNICAMP/FEM, 1994.

43 43

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TM-364 MÁQUINAS TÉRMICAS I. Máquinas Térmicas I

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TM-364 MÁQUINAS TÉRMICAS I. Máquinas Térmicas I UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TM-364 MÁQUINAS TÉRMICAS I Máquinas Térmicas I "Existem três tipos de pessoas: as que sabem e as que não sabem contar...

Leia mais

PME 3344 Exercícios - Ciclos

PME 3344 Exercícios - Ciclos PME 3344 Exercícios - Ciclos 13) Exercícios sobre ciclos 1 v. 2.0 Exercício 01 Água é utilizada como fluido de trabalho em um ciclo Rankine no qual vapor superaquecido entra na turbina a 8 MPa e 480 C.

Leia mais

Capítulo 5: Análise através de volume de controle

Capítulo 5: Análise através de volume de controle Capítulo 5: Análise através de volume de controle Segunda lei da termodinâmica Conversão de energia EM-54 Fenômenos de Transporte Variação de entropia em um sistema Num sistema termodinâmico a equação

Leia mais

CICLOS MOTORES A VAPOR. Notas de Aula. Prof. Dr. Silvio de Oliveira Júnior

CICLOS MOTORES A VAPOR. Notas de Aula. Prof. Dr. Silvio de Oliveira Júnior CICLOS MOTORES A VAPOR Notas de Aula Prof. Dr. Silvio de Oliveira Júnior 2001 CICLO RANKINE ESQUEMA DE UMA CENTRAL TERMELÉTRICA A VAPOR REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA TERMELÉTRICA DIAGRAMAS DO CICLO IDEAL

Leia mais

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Termodinâmica. Ciclos motores a vapor

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Termodinâmica. Ciclos motores a vapor Termodinâmica Ciclos motores a vapor 1 v. 1.1 Por que estudar ciclos? Pergunta: Quanto custa operar uma usina termelétrica de 1000 MW de potência elétrica, queimando combustível fóssil, operando segundo

Leia mais

SISTEMAS TÉRMICOS DE POTÊNCIA

SISTEMAS TÉRMICOS DE POTÊNCIA SISTEMAS TÉRMICOS DE POTÊNCIA PROF. RAMÓN SILVA Engenharia de Energia Dourados MS - 2013 SISTEMAS DE POTÊNCIA A VAPOR 2 SIST. POTÊNCIA A VAPOR Diferente do ciclo de potência a gás, no ciclo de potência

Leia mais

PME 3344 Termodinâmica Aplicada

PME 3344 Termodinâmica Aplicada PME 3344 Termodinâmica Aplicada 11) Ciclos motores a vapor 1 v. 2.0 Por que estudar ciclos? Pergunta: Quanto custa operar uma usina termelétrica de 1000 MW de potência elétrica, queimando combustível fóssil,

Leia mais

Módulo I Ciclo Rankine Ideal

Módulo I Ciclo Rankine Ideal Módulo I Ciclo Rankine Ideal Sistema de Potência a Vapor As usinas de potência a vapor são responsáveis pela produção da maior parte da energia elétrica do mundo. Porém, para o estudo e desenvolvimento

Leia mais

SIMULAÇÃO DE UMA USINA COM CICLO SIMPLES A VAPOR (CICLO RANKINE)

SIMULAÇÃO DE UMA USINA COM CICLO SIMPLES A VAPOR (CICLO RANKINE) SIMULAÇÃO DE UMA USINA COM CICLO SIMPLES A VAPOR (CICLO RANKINE) Glauber Rocha 1 Adilson Luiz da Silva 2 Fausto Neves Silva 3 RESUMO Para gerar vapor necessário aos processos de uma usina existe na caldeira

Leia mais

SISTEMAS TÉRMICOS DE POTÊNCIA

SISTEMAS TÉRMICOS DE POTÊNCIA SISTEMAS TÉRMICOS DE POTÊNCIA SISTEMAS DE POTÊNCIA A VAPOR Prof. Dr. Ramón Silva - 2015 O objetivo dessa aula é relembrar os conceitos termodinâmicos do ciclo Rankine e introduzir aos equipamentos que

Leia mais

PME 3344 Exercícios - Ciclos

PME 3344 Exercícios - Ciclos PME 3344 Exercícios - Ciclos 13) Exercícios sobre ciclos 1 v. 2.0 Exercício 01 Água é utilizada como fluido de trabalho em um ciclo Rankine no qual vapor superaquecido entra na turbina a 8 MPa e 480 C.

Leia mais

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Termodinâmica. 10) Ciclos motores a vapor. v. 2.5

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Termodinâmica. 10) Ciclos motores a vapor. v. 2.5 Termodinâmica 10) Ciclos motores a vapor 1 v. 2.5 Por que estudar ciclos? Pergunta: Quanto custa operar uma usina termelétrica de 1000 MW de potência elétrica, queimando combustível fóssil, operando segundo

Leia mais

PME 3344 Termodinâmica Aplicada

PME 3344 Termodinâmica Aplicada PME 3344 Termodinâmica Aplicada 10) Ciclos motores a vapor 1 v. 2.0 Por que estudar ciclos? Pergunta: Quanto custa operar uma usina termelétrica de 1000 MW de potência elétrica, queimando combustível fóssil,

Leia mais

MOTORES TÉRMICOS AULA 3-7 SISTEMAS DE POTÊNCIA A VAPOR PROF.: KAIO DUTRA

MOTORES TÉRMICOS AULA 3-7 SISTEMAS DE POTÊNCIA A VAPOR PROF.: KAIO DUTRA MOTORES TÉRMICOS AULA 3-7 SISTEMAS DE POTÊNCIA A VAPOR PROF.: KAIO DUTRA Modelando Sistemas de Potência a Vapor A grande maioria das instalações elétricas de geração consiste em variações das instalações

Leia mais

Processamento da Energia de Biocombustíveis

Processamento da Energia de Biocombustíveis Processamento da Energia de Biocombustíveis Professor: Marcello Mezaroba Dr. Email: marcello.mezaroba@udesc.br Junho de 2016 Sumário I. Biomassa II. Cogeração de energia a partir de biocombustíveis III.

Leia mais

Bioetanol e Cogeração. Fontes alternativas de energia - Bioetanol e Cogeração 1

Bioetanol e Cogeração. Fontes alternativas de energia - Bioetanol e Cogeração 1 Bioetanol e Cogeração Fontes alternativas de energia - Bioetanol e Cogeração 1 Bioetanol - Cenário Fontes alternativas de energia - Bioetanol e Cogeração 2 Bioetanol - Cenário Uma importante alternativa

Leia mais

Universidade do Vale do Rio dos Sinos PPGEM Programa de Pós-Graduação de Engenharia Mecânica

Universidade do Vale do Rio dos Sinos PPGEM Programa de Pós-Graduação de Engenharia Mecânica Universidade do Vale do Rio dos Sinos PPGEM Programa de Pós-Graduação de Engenharia Mecânica SIMULAÇÃO DE CICLO TÉRMICO COM DUAS CALDEIRAS EM PARALELO: COMBUSTÃO EM GRELHA E EM LEITO FLUIDIZADO Herson

Leia mais

Cogeração na indústria: os benefícios e os ganhos energéticos

Cogeração na indústria: os benefícios e os ganhos energéticos Cogeração na indústria: os benefícios e os ganhos energéticos Grupo Light Distribuição Geração Serviços de Energia Restrita a parte do estado do RJ (incluindo a Grande Rio) Light Energia Itaocara Paracambi

Leia mais

Instruções. Leia as questões antes de respondê-las. A interpretação da questão faz parte da avaliação.

Instruções. Leia as questões antes de respondê-las. A interpretação da questão faz parte da avaliação. Nome: Curso: RA: Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas Campus Indianópolis SUB Termodinâmica Básica Turma: Data: Instruções Leia as questões antes de respondê-las. A interpretação da questão faz

Leia mais

Máquinas Térmicas Turbinas a Gas. Jurandir Itizo Yanagihara

Máquinas Térmicas Turbinas a Gas. Jurandir Itizo Yanagihara Máquinas Térmicas Turbinas a Gas 1 Vantagens da Vantagens Turbinas a gás tendem a ser mais compactas, isto é, tem uma maior razão potência/peso (até 70% em relação a outros motores). Por isso, elas são

Leia mais

Módulo II Ciclo Rankine Real e Efeitos das Pressões da Caldeira e do Condensador no Ciclo Rankine

Módulo II Ciclo Rankine Real e Efeitos das Pressões da Caldeira e do Condensador no Ciclo Rankine Módulo II Ciclo Rankine Real e Efeitos das Pressões da Caldeira e do Condensador no Ciclo Rankine Ciclo Rankine Real Esses ciclos diferem do ideal devido às irreversibilidades presentes em vários componentes.

Leia mais

Brasil: consumo de energia elétrica (TWh( TWh) Crescimento Médio AA (1991 a 2000)

Brasil: consumo de energia elétrica (TWh( TWh) Crescimento Médio AA (1991 a 2000) Brasil: consumo de energia elétrica (TWh( TWh) ANO RESIDENCIAL INDUSTRIAL COMERCIAL OUTROS TOTAL 1991 51,1 102,5 24,9 29,9 208,4 1992 51,8 103,3 25,9 30,8 211,9 1993 53,6 107,0 27,4 31,9 220,0 1994 56,0

Leia mais

Dispositivos com escoamento em regime permanente

Dispositivos com escoamento em regime permanente Dispositivos com escoamento em regime permanente Bocais e difusores Os bocais e difusores normalmente são utilizados em motores a jato, foguetes, ônibus espaciais e até mesmo em mangueiras de jardim. Um

Leia mais

Conteúdo. 1 Introdução e Comentários Preliminares, Propriedades de uma Substância Pura, 53

Conteúdo. 1 Introdução e Comentários Preliminares, Propriedades de uma Substância Pura, 53 Conteúdo 13 Conteúdo 1 Introdução e Comentários Preliminares, 21 1.1 O Sistema Termodinâmico e o Volume de Controle, 23 1.2 Pontos de Vista Macroscópico e Microscópico, 24 1.3 Estado e Propriedades de

Leia mais

ENERGIAS RENOVAVEIS. Biocombustiveis - biomassa sólida; - biocombustíveis gasosos; - biocombustíveis líquidos Energia Solar ENERGIA EÓLICA

ENERGIAS RENOVAVEIS. Biocombustiveis - biomassa sólida; - biocombustíveis gasosos; - biocombustíveis líquidos Energia Solar ENERGIA EÓLICA ENERGIAS RENOVAVEIS Biocombustiveis - biomassa sólida; - biocombustíveis gasosos; - biocombustíveis líquidos Energia Solar ENERGIA EÓLICA 1 1. Biomassa sólida Tem como fonte os produtos e resíduos da agricultura

Leia mais

MÁQUINAS TÉRMICAS AT-101

MÁQUINAS TÉRMICAS AT-101 Universidade Federal do Paraná Curso de Engenharia Industrial Madeireira MÁQUINAS TÉRMICAS AT-101 Dr. Alan Sulato de Andrade alansulato@ufpr.br 1 HISTÓRICO: O desenvolvimento da tecnologia de cogeração

Leia mais

ESTUDO PARA OTIMIZAÇÃO DO BALANÇO TÉRMICO DE VAPOR DE UMA INDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA

ESTUDO PARA OTIMIZAÇÃO DO BALANÇO TÉRMICO DE VAPOR DE UMA INDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA ESTUDO PARA OTIMIZAÇÃO DO BALANÇO TÉRMICO DE VAPOR DE UMA INDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA L. M. F. LEITE 1, E. A. P. DE LIMA 2, A. C. CHESCA 3 1,2,3 Universidade de Uberaba, PPGEQ da Universidade de Uberaba

Leia mais

Bases Conceituais da Energia Q1/2017. Professor: Sergio Brochsztain. (sites.google.com/site/sergiodisciplinasufabc)

Bases Conceituais da Energia Q1/2017. Professor: Sergio Brochsztain. (sites.google.com/site/sergiodisciplinasufabc) Bases Conceituais da Energia Q1/2017 Professor: Sergio Brochsztain (sites.google.com/site/sergiodisciplinasufabc) capacidade que um corpo, uma substância ou um sistema físico têm de realizar trabalho Energia

Leia mais

Capítulo 4. Ciclos de Potência a Vapor

Capítulo 4. Ciclos de Potência a Vapor Capítulo 4 Ciclos de Potência a Vapor Objetivos Estudar os ciclos de potência em que o fluido de trabalo é alternadamente vaporizado e condensado. Fornecer uma introdução aos processos de co-geração. 4..

Leia mais

Cogeração de energia na cadeia do carvão vegetal

Cogeração de energia na cadeia do carvão vegetal Cogeração de energia na cadeia do carvão vegetal Dr. Electo Eduardo Silva Lora Eng. Mateus Henrique Rocha Fórum Nacional sobre Carvão Vegetal Belo Horizonte, 21 de outubro de 2008. Núcleo de Excelência

Leia mais

Análise Energética para Sistemas Abertos (Volumes de Controles)

Análise Energética para Sistemas Abertos (Volumes de Controles) UTFPR Termodinâmica 1 Análise Energética para Sistemas Abertos (Volumes de Controles) Princípios de Termodinâmica para Engenharia Capítulo 4 Parte III Análise de Volumes de Controle em Regime Permanente

Leia mais

Energética Industrial

Energética Industrial Universidade do Minho Departamento de Engenharia Mecânica Energética Industrial Problemas propostos José Carlos Fernandes Teixeira 1) 1.5 kg de gelo à temperatura de 260 K, funde-se, à pressão de 1 bar,

Leia mais

Aula 6 Vapor e ciclos combinados

Aula 6 Vapor e ciclos combinados Universidade Federal do ABC P O S M E C Aula 6 Vapor e ciclos combinados MEC202 Ciclos de vapor Consideramos os ciclos de alimentação de vapor, em que o fluido de trabalho é alternativamente vaporizado

Leia mais

SISTEMAS TÉRMICOS DE POTÊNCIA

SISTEMAS TÉRMICOS DE POTÊNCIA SISTEMAS TÉRMICOS DE POTÊNCIA PROF. RAMÓN SILVA Engenharia de Energia Dourados MS - 2013 TURBINAS A GÁS TURBINAS A GÁS Turbogeradores são sistemas de geração de energia onde o acionador primário é uma

Leia mais

CREA-PR SEMINÁRIO GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

CREA-PR SEMINÁRIO GERAÇÃO DISTRIBUÍDA CREA-PR SEMINÁRIO GERAÇÃO DISTRIBUÍDA Central Termelétrica de Biomassa Alto Desempenho Apresentação Dennis C. Hamburger Outubro 2017 TÓPICOS Importância das Usinas Térmicas à Biomassa na matriz energética

Leia mais

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 64 AS ALTERNATIVAS DO PLANETA TERRA E DA CIVILIZAÇÃO

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 64 AS ALTERNATIVAS DO PLANETA TERRA E DA CIVILIZAÇÃO GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 64 AS ALTERNATIVAS DO PLANETA TERRA E DA CIVILIZAÇÃO Fixação 1) (ENEM) Suponha que você seja um consultor e foi contratado para assessorar a implantação de uma matriz energética

Leia mais

Lista de Exercícios - Máquinas Térmicas

Lista de Exercícios - Máquinas Térmicas DISCIPLINA: MÁQUINAS TÉRMICAS - 2017/02 PROF.: MARCELO COLAÇO PREPARADO POR GABRIEL ROMERO (GAROMERO@POLI.UFRJ.BR) 4. Motores de combustão interna: Os calores específicos são constantes para todos os exercícios

Leia mais

MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS

MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS AULA 6-8 MELHORANDO O DESEMPENHO PROF.: KAIO DUTRA Superaquecimento Como não estamos restritos a ter vapor saturado na entrada da turbina, uma energia adicional

Leia mais

3 Regime Permanente de Turbinas a Gás

3 Regime Permanente de Turbinas a Gás 3 Regime Permanente de Turbinas a Gás 3.1. Desempenho de Turbinas a Gás em Ponto de Projeto 3.1.1. Introdução O primeiro passo no projeto de uma turbina a gás é o cálculo termodinâmico do ponto de projeto,

Leia mais

USINA TERMOELÉTRICA...

USINA TERMOELÉTRICA... USINA TERMOELÉTRICA... Usina Termoelétrica: A usina termoelétrica é uma alternativa para a produção de energia elétrica para uso em geral, é principalmente utilizada no setor industrial. O QUE É UMA TERMOELÉTRICA?

Leia mais

Prof. Delly Oliveira Filho Departamento de Engenharia Agrícola

Prof. Delly Oliveira Filho Departamento de Engenharia Agrícola Prof. Delly Oliveira Filho Departamento de Engenharia Agrícola Viçosa, MG, 27 de agosto de 2009 Matriz Energética Primária Brasileira No Brasil, 41% da oferta interna de energia provém de fontes renováveis,

Leia mais

Módulo V Balanço de Entropia para Sistemas Fechados. Balanço de Entropia para Volume de Controle.

Módulo V Balanço de Entropia para Sistemas Fechados. Balanço de Entropia para Volume de Controle. Módulo V Balanço de Entropia para Sistemas Fechados. Balanço de Entropia para Volume de Controle. Balanço de Entropia para Sistemas Fechados O balanço de entropia é uma expressão da segunda lei conveniente

Leia mais

MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS

MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS AULA 1-3 TERMODINÂMICA APLICADA AS MÁQUINAS TÉRMICAS PROF.: KAIO DUTRA Diagrama de Fases Estado líquido Mistura bifásica líquido-vapor Estado de vapor Conservação

Leia mais

Combustível adicional se necessário 10

Combustível adicional se necessário 10 Esta colecção contem enunciados de problemas utilizados na avaliação da disciplina Termotecnia da licenciatura de Eng. Electrotécnica entre e 000. Nos enunciados existem por vezes mais dados do que os

Leia mais

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA TERMODINÂMICA

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA TERMODINÂMICA PRINCÍPIOS BÁSICOS DA TERMODINÂMICA... 1 1.1 Variáveis e Transformações Termodinâmicas... 1 1.2 Primeiro Princípio da Termodinâmica... 1 1.3 Segundo Princípio da Termodinâmica... 2 1.4 Expressões das Variáveis

Leia mais

Conceitos, fontes de energia, a questão energética no futuro e o caso brasileiro

Conceitos, fontes de energia, a questão energética no futuro e o caso brasileiro Conceitos, fontes de energia, a questão energética no futuro e o caso brasileiro Consumo de Energia Para satisfazer as necessidades relativas ao consumo de energia o Homem utiliza diversas fontes; A combinação

Leia mais

Exercícios sugeridos para Ciclos de Refrigeração

Exercícios sugeridos para Ciclos de Refrigeração Exercícios sugeridos para Ciclos de Refrigeração 11-13 (Cengel 7ºed) - Um ciclo ideal de refrigeração por compressão de vapor que utiliza refrigerante R134a como fluido de trabalho mantém um condensador

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TURBINAS A VAPOR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TURBINAS A VAPOR UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TURBINAS A VAPOR Prof. FERNANDO BÓÇON, Dr.Eng. Curitiba, setembro de 2015 IV - TURBINAS A VAPOR 1. GENERALIDADES 1.1

Leia mais

MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS

MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS AULA 4-5 SISTEMAS DE POTÊNCIA A VAPOR PROF.: KAIO DUTRA Modelando Sistemas de Potência a Vapor A grande maioria das instalações elétricas de geração consiste em

Leia mais

PEA 2200/3100 ENERGIA, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE. 2ª Prova

PEA 2200/3100 ENERGIA, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE. 2ª Prova PEA 2200/3100 ENERGIA, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE 2ª Prova 16.05.2014 Instruções: Responda as questões nos espaços reservados para as respostas, caso necessário, utilize o verso da folha que contém

Leia mais

Geração Termelétrica

Geração Termelétrica Geração Termelétrica Prof. José Antônio Perrella Balestieri (perrella@feg.unesp.br) Departamento de Energia Faculdade de Engenharia Campus de Guaratinguetá/UNESP Versão Set/2015 Perfil da geração elétrica

Leia mais

1ª Lei da Termodinâmica lei da conservação de energia

1ª Lei da Termodinâmica lei da conservação de energia 1ª Lei da Termodinâmica lei da conservação de energia É de bastante interesse em análises termodinâmicas conhecer o balanço energético dos sistemas, principalmente durante trocas de estado A 1ª Lei da

Leia mais

Refrigeração e Ar Condicionado

Refrigeração e Ar Condicionado Refrigeração e Ar Condicionado Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor Filipe Fernandes de Paula filipe.paula@engenharia.ufjf.br Departamento de Engenharia de Produção e Mecânica Faculdade de Engenharia

Leia mais

Curso Engenharia de Energia

Curso Engenharia de Energia UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS - UFGD FACULDADE DE ENGENHARIA Curso Engenharia de Energia Prof. Dr. Omar Seye omarseye@ufgd.edu.br Disciplina: COMBUSTÃO E COMBUSTÍVEIS A analise energética é fundamental

Leia mais

USINA TERMOELÉTRICA DO NORTE FLUMINENSE,MACAE, RIO DE JANEIRO

USINA TERMOELÉTRICA DO NORTE FLUMINENSE,MACAE, RIO DE JANEIRO USINA TERMOELÉTRICA USINA TERMOELÉTRICA DO NORTE FLUMINENSE,MACAE, RIO DE JANEIRO O QUE É USINA TERMOELÉTRICA? Uma instalação industrial que serve para gerar energia através da queima de combustíveis fosseis.

Leia mais

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS ABRIL DE 2016

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS ABRIL DE 2016 A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS ABRIL DE 2016 CAPACIDADE DE GERAÇÃO DA BIOELETRICIDADE Atualmente, a fonte biomassa já representa quase 10% da potência outorgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica

Leia mais

Centrais de cogeração em edifícios: o caso da Sonae Sierra

Centrais de cogeração em edifícios: o caso da Sonae Sierra Centrais de cogeração em edifícios: o caso da Sonae Sierra Miguel Gil Mata 29 Maio 2009 FEUP Semana da Energia e Ambiente 1 Centrais de Cogeração em edifícios o caso da Sonae Sierra 1. O conceito de Cogeração

Leia mais

MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS

MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS AULA 13 TURBINAS A VAPOR PROF.: KAIO DUTRA Usinas Termoelétricas As turbinas a vapor são máquinas que utilizam a elevada energia cinética da massa de vapor expandido

Leia mais

Módulo VI - Processos Isentrópicos Eficiência Isentrópica em Turbinas, Bombas, Bocais e Compressores.

Módulo VI - Processos Isentrópicos Eficiência Isentrópica em Turbinas, Bombas, Bocais e Compressores. Módulo VI - Processos Isentrópicos Eficiência Isentrópica em Turbinas, Bombas, Bocais e Compressores. Processos Isentrópicos O termo isentrópico significa entropia constante. Eficiência de Dispositivos

Leia mais

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS JUNHO DE 2016

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS JUNHO DE 2016 A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS JUNHO DE 2016 CAPACIDADE DE GERAÇÃO DA BIOELETRICIDADE Atualmente, a fonte biomassa representa quase 9% da potência outorgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica

Leia mais

PEA 2200 ENERGIA, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

PEA 2200 ENERGIA, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE PEA 2200 ENERGIA, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE 1ª Prova 12.04.2013 - Prof a. Eliane e Prof. Alberto Instruções: Responda as questões nos espaços reservados para as respostas, caso necessário, utilize

Leia mais

BASES CONCEITUAIS DA ENERGIA. Pedro C. R. Rossi UFABC

BASES CONCEITUAIS DA ENERGIA. Pedro C. R. Rossi UFABC BASES CONCEITUAIS DA ENERGIA Pedro C. R. Rossi (pedro.rossi@ufabc.edu.br) Fontes de energia Principais fontes de energia disponíveis para a sociedade Fontes de energia Energia primária, energia de uso

Leia mais

ÁREA DE ESTUDO: CÓDIGO 16 TERMODINÂMICA APLICADA, MECÂNICA DOS FLUIDOS E OPERAÇÕES UNITÁRIAS

ÁREA DE ESTUDO: CÓDIGO 16 TERMODINÂMICA APLICADA, MECÂNICA DOS FLUIDOS E OPERAÇÕES UNITÁRIAS INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ DIRETORIA DE GESTÃO DE PESSOAS COMISSÃO COORDENADORA DE CONCURSOS CONCURSO PÚBLICO PROFESSOR EFETIVO EDITAL Nº 10/DGP-IFCE/2010 ÁREA DE ESTUDO:

Leia mais

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS DEZEMBRO DE 2015

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS DEZEMBRO DE 2015 A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS DEZEMBRO DE 2015 CAPACIDADE DE GERAÇÃO DA BIOELETRICIDADE Em 2014, de acordo com a International Renewable Energy Agency (IRENA), a fonte biomassa apresentou 80.227

Leia mais

Alternativas para o setor Energético

Alternativas para o setor Energético Companhia Energética de Minas Gerais CEMIG Alternativas para o setor Energético Viçosa, 27 de agosto de 2009 IV SEMINÁRIO NACIONAL DE GESTÃO DE RESÍDUOS I WORKSHOP INTERNACIONAL DE SUSTEMTABILIDADE ENERGÉTICA

Leia mais

Geração de Energia Elétrica

Geração de Energia Elétrica Geração de Energia Elétrica Geração Termoelétrica Ciclo Joinville, 09 de Maio de 2012 Escopo dos Tópicos Abordados Conceitos básicos de termodinâmica; Centrais Térmicas Ciclo : Descrição de Componentes;

Leia mais

Soluções usadas em escala industrial ou escala ampliada

Soluções usadas em escala industrial ou escala ampliada Soluções usadas em escala industrial ou escala ampliada Produção de açúcar e álcool (e eletricidade) (produz açúcar estocado nas células de parênquima da planta, além de etanol por fermentação de sacarose.

Leia mais

Geração Elétrica Centrais Termoelétricas

Geração Elétrica Centrais Termoelétricas Geração Elétrica Centrais Termoelétricas Prof. Dr. Eng. Paulo Cícero Fritzen 1 GERAÇÃO TERMOELÉTRICA Introdução O processo fundamental de funcionamento das centrais termelétricas baseia-se na conversão

Leia mais

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS NOVEMBRO DE 2016

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS NOVEMBRO DE 2016 A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS NOVEMBRO DE 2016 CAPACIDADE DE GERAÇÃO DA BIOELETRICIDADE Atualmente, a fonte biomassa representa pouco mais de 9% da potência outorgada pela Agência Nacional de Energia

Leia mais

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS SETEMBRO DE 2016

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS SETEMBRO DE 2016 A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS SETEMBRO DE 2016 CAPACIDADE DE GERAÇÃO DA BIOELETRICIDADE Atualmente, a fonte biomassa representa quase 9% da potência outorgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica

Leia mais

MÁQUINAS TÉRMICAS

MÁQUINAS TÉRMICAS UNIVERSIDADE DE AVEIRO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA EXERCÍCIOS DAS AULAS PRÁTICAS MÁQUINAS TÉRMICAS 2010-2011 DOCENTES RESPONSÁVEIS DEM Fernando Neto DEM João Oliveira DISCIPLINA Código 40544 Ano

Leia mais

Introdução. Produção simultânea de potência mecânica ou elétrica e de calor útil a partir de uma única fonte de calor

Introdução. Produção simultânea de potência mecânica ou elétrica e de calor útil a partir de uma única fonte de calor Cogeração Parte 1 Introdução Cogeração Produção simultânea de potência mecânica ou elétrica e de calor útil a partir de uma única fonte de calor OBS: alguns consideram também ciclo combinado como cogeração

Leia mais

Eficiência em Processos. Vimos que para um ciclo, no caso um motor térmico, a eficiência é dada por: W resultante Q

Eficiência em Processos. Vimos que para um ciclo, no caso um motor térmico, a eficiência é dada por: W resultante Q Eficiência em Processos Vimos que para um ciclo, no caso um motor térmico, a eficiência é dada por: η térmica W resultante Q H Entretanto, para um processo a definição de eficiência envolve uma comparação

Leia mais

Ciclos Hibridos Gás Natural/Biomassa para Elevação da Eficiência Termodinâmica das Usinas de Bagaço de Cana

Ciclos Hibridos Gás Natural/Biomassa para Elevação da Eficiência Termodinâmica das Usinas de Bagaço de Cana Ciclos Hibridos Gás Natural/Biomassa para Elevação da Eficiência Termodinâmica das Usinas de Bagaço de Cana APRESENTAÇÃO NA COPPE/UFRJ Sergio Guerreiro Ribeiro www.wtert.com.br WTERT- BRASIL 23-10- 2015

Leia mais

Projeto e Simulação de Sistemas Térmicos 2017/2

Projeto e Simulação de Sistemas Térmicos 2017/2 Projeto e Simulação de Sistemas Térmicos 2017/2 Lista 2 Resolva os seguintes exercícios: 1. Calcule o desempenho (eficiência e back work ratio) de um ciclo simples de turbina a gás, operando nas seguintes

Leia mais

Aula 02 Fontes de energia primária, cadeia energética e hidrelétrica, eólica, nuclear e biomassa

Aula 02 Fontes de energia primária, cadeia energética e hidrelétrica, eólica, nuclear e biomassa BIJ-0207 Bases Conceituais da Energia Aula 02 Fontes de energia primária, cadeia energética e hidrelétrica, eólica, nuclear e biomassa Prof. João Moreira CECS - Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências

Leia mais

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Termodinâmica. Ciclos motores a ar

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Termodinâmica. Ciclos motores a ar Termodinâmica Ciclos motores a ar 1 v. 1.2 Ciclo padrão a ar Trata-se de um modelo simplificado para representar alguns sistemas de potência com processos complexos. Exemplos: Motores de combustão interna

Leia mais

UTILIZAÇÃO DA PALHA DE CANA-DE-AÇÚCAR PARA AUMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA DE PLANTAS DE UTILIDADES

UTILIZAÇÃO DA PALHA DE CANA-DE-AÇÚCAR PARA AUMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA DE PLANTAS DE UTILIDADES UTILIZAÇÃO DA PALHA DE CANA-DE-AÇÚCAR PARA AUMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA DE PLANTAS DE UTILIDADES Luigi Mariani Filho luigi.mariani@poli.usp.br Resumo: O objetivo do trabalho em questão é avaliar a

Leia mais

FONTE DE ENERGIA RENOVÁVEL. Prof.º: Carlos D Boa - geofísica

FONTE DE ENERGIA RENOVÁVEL. Prof.º: Carlos D Boa - geofísica FONTE DE ENERGIA RENOVÁVEL Prof.º: Carlos D Boa - geofísica Introdução Biocombustíveis (Biodiesel, Etanol e Hidrogênio) Biogás Biomassa Energia Eólica Energia das Marés Energia Hidrelétrica Energia Solar

Leia mais

Governo do Estado de São Paulo Secretaria de Energia Energia Renovável e Geração Descentralizada de Energia Elétrica

Governo do Estado de São Paulo Secretaria de Energia Energia Renovável e Geração Descentralizada de Energia Elétrica Governo do Estado de São Paulo Secretaria de Energia Energia Renovável e Geração Descentralizada de Energia Elétrica Milton Flávio Marques Lautenschlager Subsecretário de Energias Renováveis 2013 Gás Natural

Leia mais

Principais fontes e combustíveis utilizados na geração de energia elétrica

Principais fontes e combustíveis utilizados na geração de energia elétrica Principais fontes e combustíveis utilizados na geração de energia elétrica Wildson W de Aragão Físico Professor de Física de Escolas de Ensino Médio e Cursos Pré Vestibular da rede particular de Ensino

Leia mais

MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS AULA 9-11 SISTEMAS DE POTÊNCIA A GÁS

MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS AULA 9-11 SISTEMAS DE POTÊNCIA A GÁS MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS CONTÍNUOS AULA 9-11 SISTEMAS DE POTÊNCIA A GÁS PROF.: KAIO DUTRA Instalação de Potência com Turbinas a Gás As turbinas a gás tendem a ser mais leves e mais compactas que as

Leia mais

1. Os seguintes dados são referentes à instalação motora a vapor mostrada abaixo.

1. Os seguintes dados são referentes à instalação motora a vapor mostrada abaixo. 1. Os seguintes dados são referentes à instalação motora a vapor mostrada abaixo. gerador de vapor Q S turbina condensador W T água de resfriamento 10C P [Pa] T [C] 1 9,5 MPa 2 3 4 35 MPa 790 5 35 MPa

Leia mais

Máquinas Térmicas: Cogeração

Máquinas Térmicas: Cogeração Máquinas Térmicas: Conceitos Básicos 1 Geração Distribuída Usina Usina Eólica MCI Área Rural Consumidores Célula Comb. Conservação de Energia Bateria Microturbina CF Geração Distribuída Geração distribuída

Leia mais

ACH1014 Fundamentos de Física. Usinas térmicas. Profa Dra Patricia Targon Campana

ACH1014 Fundamentos de Física. Usinas térmicas. Profa Dra Patricia Targon Campana ACH1014 Fundamentos de Física Usinas térmicas Profa Dra Patricia Targon Campana Pcampana@usp.br 2013 A Termodinâmica e o conceito de usina térmica Estudo das transformações e as relações existentes entre

Leia mais

PEA 2200 Energia, Meio Ambiente e Sustentabilidade

PEA 2200 Energia, Meio Ambiente e Sustentabilidade PEA 2200 Energia, Meio Ambiente e Sustentabilidade Profa. Eliane Fadigas Prof. Alberto Bianchi Aula 7 Usinas termelétricas slide 1 / 31 Geração Termelétrica Renovável e Não-renovável Não renovável Diesel

Leia mais

Sistemas de Refrigeração Parte I

Sistemas de Refrigeração Parte I Sistemas de Refrigeração Parte I 1 Tópicos da Aula de Hoje Introdução / definições sobre sistemas de refrigeração Ciclo de refrigeração por compressão Fatores que influenciam o desempenho do sistema de

Leia mais

Profa.. Dra. Ana Maria Pereira Neto

Profa.. Dra. Ana Maria Pereira Neto Universidade Federal do ABC BC1309 Termodinâmica Aplicada Profa.. Dra. Ana Maria Pereira Neto ana.neto@ufabc.edu.br Segunda ei da Termodinâmica 1 Segunda ei da Termodinâmica Comparação com a 1ª ei da Termodinâmica;

Leia mais

GERAÇÃO DE ENERGIA ENGENHARIA ELÉTRICA GERAÇÃO TERMOELÉTRICA A GÁS NATURAL. Prof. Dr. Eng. Paulo Cícero Fritzen

GERAÇÃO DE ENERGIA ENGENHARIA ELÉTRICA GERAÇÃO TERMOELÉTRICA A GÁS NATURAL. Prof. Dr. Eng. Paulo Cícero Fritzen GERAÇÃO TERMO A GÁS NATURAL Prof. Dr. Eng. Paulo Cícero Fritzen GERAÇÃO TERMO A PARTIR DE GÁS NATURAL Fonte:http://eletricasimplesefacil.blogspot.com.br/2015/04/geracao-de-energia-eletrica.html 1. Introdução.

Leia mais

PEA 2597 Uso racional da energia. Biomassa Células a Combustível Geotérmica e outras

PEA 2597 Uso racional da energia. Biomassa Células a Combustível Geotérmica e outras PEA 2597 Uso racional da energia Fontes Renováveis de Energia Biomassa Células a Combustível Geotérmica e outras slide 1 / 23 Fontes Renováveis Biomassa Rejeitos Agricolas Bagaço da cana Fazendas energéticas

Leia mais

COLÉGIO SANTA CRISTINA - DAMAS AULÃO. ENERGIA Do fogo a energia elétrica. Prof. Márcio Marinho

COLÉGIO SANTA CRISTINA - DAMAS AULÃO. ENERGIA Do fogo a energia elétrica. Prof. Márcio Marinho COLÉGIO SANTA CRISTINA - DAMAS AULÃO ENERGIA Do fogo a energia elétrica O fogo O fogo é a rápida oxidação de um material combustível liberando calor, luz e produtos de reação, tais como o dióxido de carbono

Leia mais

Aula 6 Dimensionamento de grandes equipamentos de usinas termoelétricas

Aula 6 Dimensionamento de grandes equipamentos de usinas termoelétricas BIJ-0207 Bases conceituais da energia Aula 6 Dimensionamento de grandes equipamentos de usinas termoelétricas Prof. João Moreira CECS - Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas Universidade

Leia mais

SETOR DE CELULOSE E PAPEL

SETOR DE CELULOSE E PAPEL SETOR DE CELULOSE E PAPEL 7º Encontro da Cadeia Produtiva de Madeira e Móveis BENTO GONÇALVES 12/11/2008 Pedro Vilas Boas Dados Gerais Cadeia Produtiva do Setor Florestal Lenha Carvão Vegetal PRODUÇÃO

Leia mais

Programa de Unidade Curricular

Programa de Unidade Curricular Programa de Unidade Curricular Faculdade Engenharia Licenciatura Engenharia e Gestão Industrial Unidade Curricular Termodinâmica Semestre: 3 Nº ECTS: 6,0 Regente Professor Doutor Manuel Alves da Silva

Leia mais

CURSO INTERNACIONAL ENERGIA NA INDÚSTRIA DE AÇÚ LCOOL. A CANA COMO FONTE DE ENERGIA M. Regis L. V. Leal Copersucar

CURSO INTERNACIONAL ENERGIA NA INDÚSTRIA DE AÇÚ LCOOL. A CANA COMO FONTE DE ENERGIA M. Regis L. V. Leal Copersucar CURSO INTERNACIONAL ENERGIA NA INDÚSTRIA DE AÇÚ ÇÚCAR E ÁLCOOL LCOOL A CANA COMO FONTE DE ENERGIA M. Regis L. V. Leal Copersucar A CANA COMO FONTE DE ENERGIA M. Regis L. V. Leal Centro de Tecnologia Copersucar

Leia mais

FÍSICA E MEIO AMBIENTE PROF MSC WILDSON W DE ARAGÃO

FÍSICA E MEIO AMBIENTE PROF MSC WILDSON W DE ARAGÃO FÍSICA E MEIO AMBIENTE PROF MSC WILDSON W DE ARAGÃO Usinas Hidroelétricas 1. (ENEM MEC) Segundo dados do Balanço Energético Nacional de 2008, do Ministério das Minas e Energia, a matriz energética brasileira

Leia mais

Benefícios da Cogeração de Energia. João Antonio Moreira Patusco

Benefícios da Cogeração de Energia. João Antonio Moreira Patusco Benefícios da Cogeração de Energia João Antonio Moreira Patusco Balanço Energético Contabilidade de Energia de um País ou Região Oferta Interna de Energia = { Perdas na Transformação Perdas na Distribuição

Leia mais

BIOMASSA. Florestas energéticas e resíduos urbanos, industriais e agrícolas são processados para produzir eletricidade

BIOMASSA. Florestas energéticas e resíduos urbanos, industriais e agrícolas são processados para produzir eletricidade POTENTE GERADORA DE ENERGIA Florestas energéticas e resíduos urbanos, industriais e agrícolas são processados para produzir eletricidade Usina experimental de cogeração em Martinho Campos (MG) No Brasil,

Leia mais

GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA DE ELÉTRICA

GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA DE ELÉTRICA Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Sinop Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA DE ELÉTRICA ROGÉRIO LÚCIO LIMA Sinop Outubro de 2016 Principais

Leia mais