GEOMETRIA ESPACIAL: UM ESTUDO DE PESQUISAS QUE TRATAM DE CORPOS REDONDOS

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Transcrição:

GEOMETRIA ESPACIAL: UM ESTUDO DE PESQUISAS QUE TRATAM DE CORPOS REDONDOS RICARDO BENEDITO DE OLIVEIRA Curso de Licenciatura em Matemática modalidade EAD Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia. PROFA. DRA. MARIA JOSÉ FERREIRA DA SILVA Departamento de Matemática Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia. RESUMO Este artigo é um recorte da pesquisa de iniciação cientifica que esta inserida no projeto - processo de ensino e aprendizagem de geometria em ambientes computacionais, do Grupo de Pesquisas PEA_MAT do Programa de Estudos Pós-graduados em Educação Matemática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento, do tipo Estado da Arte, sobre as produções científicas que tratam de Geometria Espacial, em especial Corpos Redondos. Nossas buscas resultaram em 65 trabalhos dentre os quais após uma leitura criteriosa, selecionamos 14 pesquisas relacionadas ao nosso tema. Guiados por nossos questionamentos e fundamentados na literatura, as quais tivemos contato, percebemos a falta de maior exploração do uso da tecnologia em relação ao ensino de Corpos Redondos, alguns trabalhos analisados buscaram compreender a aprendizagem dos alunos, dentre eles, duas pesquisas relacionadas ao Ensino Médio, e outras duas abordaram alunos do Curso de Magistério. Consideramos que faltam mais trabalhos que tratem da formação inicial ou continuada dos docentes a fim de buscar conhecimentos e crenças a respeito de Corpos Redondos, e como isto influencia o ensino e aprendizagem dos alunos. Palavras-chave: Geometria Espacial, Estado da arte, Corpos Redondos. Introdução Esta pesquisa esta inserida no Projeto Processo de Ensino e Aprendizagem de Geometria em Ambientes Computacionais PEA-TIC do Grupo de Pesquisas PEA-MAT do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Em linhas gerais, este trabalho colaborará com o grupo num levantamento de pesquisas que tratam especificamente de Corpos Redondos, parte importante da Geometria Espacial, buscando mostrar problemáticas ainda não estudadas nesse tema. O objetivo deste trabalho foi realizar uma

pesquisa bibliográfica, do tipo Estado da Arte, da Produção Científica que tratam de Cilindros, Cones e Esferas. O Ensino de Geometria Espacial me faz questionar, pois sempre percebi que esse conteúdo quando abordado em sala de aula, no Ensino Fundamental e Médio, ocorria de forma superficial e resumida, privilegiando sempre muitas fórmulas e resolução de exercícios de forma algébrica e mecanicamente. Durante a graduação, muitos questionamentos retornaram e me conduziram a buscar um aprofundamento de estudos nesta área, o que foi possível com a Iniciação Científica disponibilizada pela Universidade. A opção pelo tema decorreu de vários fatores, dentre os quais está à percepção de que esse é um tema particularmente problemático dentro da Educação Matemática. O problema com o ensino e aprendizagem da Matemática em sala de aula da Educação Básica é alvo de inúmeras discussões, devido a uma quantidade significativa de reprovações registradas nas escolas, além dos resultados das Avaliações Oficiais, onde os alunos tem apresentado um baixo desempenho nos conceitos de Geometria. 1. Desenvolvimento A pesquisa foi organizada em três etapas. Na primeira fase do projeto, realizamos diversas buscas as quais ocorreram por intermédio da Internet, por meio do site Google acadêmico e também pelo banco de teses da CAPES, este último tem por objetivo divulgar a Produção Científica brasileira. Procuramos identificar trabalhos científicos que tratassem de Sólidos Geométricos, e dentre um acervo muito grande de Monografias, Dissertações e Teses que abordam este tema, logramos encontrar varias pesquisas, que nos obrigou a realizar leitura destes trabalhos para localizar os que tratavam especificamente de Corpos Redondos, o que nos mostrou um resultado muito reduzido. Depois dos trabalhos catalogados, num segundo momento realizamos as leituras de maneira mais minuciosa para que fosse possível então colher dados para nossa pesquisa. Encontramos cinco trabalhos de Geometria Espacial, os quais faziam referências a Corpos Redondos, dentre eles, duas Monografias de

Especialização em Educação Matemática, uma da Universidade Federal Fluminense e a outra da Universidade Federal de Minas Gerais; duas Dissertações de Mestrado, uma da Universidade do Estado de São Paulo - UNESP e da Universidade de Campinas UNICAMP, e por último uma Tese de Doutorado da Faculdade de Educação - UNICAMP, conforme apresentados no quadro 1. N º Quadro 1 - Pesquisas selecionadas na primeira fase Titulo Autor Tipo Universidade Ano Ano 01 Áreas e Volume de Corpos Redondos Jose Carlos Gaspar Monografia Universidade Federal Fluminense. 2005 02 Arquimedes e o Volume Esfera 03 04 A produção Matemática em um ambiente virtual aprendizagem: o caso da Geometria Euclidiana Espacial O conhecimento geométrico de Alunos CEFAM sobre figuras espaciais: um estudo das habilidades e dos níveis conceito. Alessandra Pereira da Silva Silvana Claudia dos Santos Odaléa Aparecida Viana Monografia Dissertação Universidade Federal Minas Gerais. UNESP / Campus Rio Claro. 2005 2006 Dissertação UNICAMP. 2000 05 Solução de Problemas Geométricos: dificuldades e perspectivas. Nelson Antonio Pirola. Fonte Construção do autor no Excel Tese UNICAMP. 2000 Desde o início de nossa pesquisa, já era esperado um número muito reduzido de trabalhos sobre o tema de Corpos Redondos, fato confirmado diante das dificuldades em localizar pesquisas que permitissem levantar o estado atual das pesquisas sobre cilindros, cones e esferas. Diante desse número pequeno de pesquisas relacionadas (Quadro 1), ampliamos nossa busca por artigos publicados em revistas especializadas e em Anais de Congressos e Simpósios. Essas buscas resultaram em vários artigos (Quadro 2), dos quais foram selecionados nove artigos sendo seis deles publicados em Anais de Co ngressos e três deles em revistas especializadas. Quadro 2 - Artigos selecionados Nº Autor Titulo Ano 1 Marcelo Carlos Proença Nelson Antonio Pirola. O conhecimento de Polígonos e Poliedros: uma análise do desempenho de alunos do Ensino Médio em exemplos e não exemplos. Revista/ Congresso 2011 Ciência e Educação

2 Geisa Zili Shinkawa, Nelson A,Pirola, Andreia Aparecida.S. B.Nascimento. 3 Monica Vasconcelos. 4 Odaléa Aparecida Viana. O ensino das figuras planas e dos sólidos geométricos no Ensino Fundamental: construções, jogos, softwares e objetos do cotidiano. A diferenciação entre figuras geométricas não planas e planas: o conhecimento dos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental. Conceitos e Habilidades Espaciais Requeridos pelas Questões de Geometria do ENC/ENADE para Licenciatura em Matemática. 2009 XXI CIC UNESP 2008 Zetetiké 2009 Bolema 5 Marcelo Almeida Bairral, Armando Horta Dumont. Estudo desenvolvimento de docentes ensinando poliedros e corpos redondos. 2009 CIBEM 6 6 Danielly Barbosa Souza, Rômulo Marinho Rego. Uma intervenção didática aplicada ao estudo de Geometria no 7ª série do Ensino Fundamental utilizando a modelagem matemática como um ambiente de aprendizagem. 2010 VI EPBEM 7 Acylena Coelho Costa, Ana Priscila B. Bermejo, Monica Suelen F. Moraes. Análise do Ensino de Geometria Espacial. 2009 X EGEM 8 George Souza Alves, Adriana Benevides Soares e Cabral Lima. Um estudo sobre o desenvolvimento do raciocínio espacial no Ensino Médio através da utilização do software Calques. 2009 XXV CSBC 9 Edgar Marçal et Al. O uso de dispositivos móveis para auxiliar a aprendizagem significativa na Geometria Espacial. 2009 XV Workshop sobre Educação na Escola Fonte Construção do autor no Excel Após o levantamento e definição dos trabalhos a serem analisados, passamos à leitura, análise e redação do relatório final. A metodologia utilizada em nossa pesquisa é bibliográfica, do tipo estado da arte, pois de acordo com Reis (2006), este é o mais adequado para pesquisas bibliográfica com valor acadêmico e é considerado Iniciação Científica. Segundo esse pesquisador, é necessário que o aluno selecione, no mínimo, quatro textos de referência, escrito por quatro diferentes autores sobre o tema escolhido (REIS, 2006, p.53). Nesse contexto, Gil (1999, p.26) relata que a pesquisa bibliográfica se desenvolve a partir de material já elaborado e tem como vantagem cobrir uma gama ampla de fenômenos, nesse sentido, optamos por utilizar o estado da arte com o intuito de mapear e de discutir a produção acadêmica do tema em estudo, pois para o autor a investigação científica depende de um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos para que seus objetivos sejam atingidos.

Ramanowski (2006, p.39) também nos fornece elementos importantes quando nos mostra que esta metodologia é muito empregada em trabalhos de pesquisas na área de educação, pois segundo seus estudos relata que: 2. Estudos Preliminares podem significar uma contribuição importante na constituição do campo teórico de uma área de conhecimento, pois procuram identificar os aportes significativos da construção da teoria e prática pedagógica [...] identificar experiências inovadoras investigativas que apontem alternativas de solução para os problemas da prática e reconhecer as contribuições da pesquisa. Inicialmente realizamos um prévio estudo do objeto matemático de nossa pesquisa, baseando-se em Dolce e Pompeo (1993) e Bongiovanni, Vissoto e Laureano (1993), onde mostramos as definições usualmente apresentadas para os Corpos Redondos, seus principais elementos e como calcular as medidas de área e de volume dos cilindros, cones e esferas. Em seguida abordamos alguns aspectos da importância do Ensino da Geometria, onde segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais devem ser um conteúdo abordado no Ensino Fundamental, pois sua construção conduz o aluno a desenvolver um tipo especial de pensamento que lhe permite compreender, descrever e representar, de forma organizada o mundo em que vive (Brasil, 1998, p.51). Esta necessidade não é só justificada nos documentos oficiais, mas também por relatos de muitos pesquisadores em seus trabalhos. Dentre eles podemos citar Lorenzato (1995, p. 5) quando nos diz que: bastaria o argumento de que sem estudar Geometria as pessoas não desenvolvem o pensar geométrico ou o raciocínio visual e, sem essa habilidade, elas dificilmente conseguirão resolver as situações de vida que forem geometrizadas, também não poderão se utilizar da Geometria como fator altamente facilitador para a compreensão e resolução de questões de outras áreas do conhecimento humano. No entanto o contato com a bibliografia estudada indica que o Ensino da Geometria ainda apresenta sérios problemas em sala de aula. Pavanello (1993, p.35) nos mostra que a geometria é conteúdo pouco trabalhado nas escolas tanto no Ensino Fundamental como no Médio, em alguns casos os professores raramente trabalham o que se propõe durante o ano letivo.

Alguns fatos levaram a Geometria a estar num segundo plano, uma delas o Movimento da Matemática Moderna teve uma parcela significativa neste episódio, nesse sentido Lorenzato (1995) em sua pesquisa nos relata que esse movimento ocorrido não somente no Brasil, aboliu com o ensino lógico-dedutivo com demonstrações e por fim não conseguiu algebrizar a geometria, criando desta forma uma lacuna que se estende até os dias atuais. Contudo, outro suposto problema, seria a falta de preparo dos professores. Alguns pesquisadores atribuem que isto ocorre face à exagerada importância que os professores dão ao livro didático, quando de suas práticas pedagógicas em sala de aula, pois abordam nas aulas de geometria definições e propriedades, fórmulas e exercícios desligados de qualquer aplicabilidade com a realidade. Pereira (2011, p. 13) confirma esta realidade e nos relata que tradicionalmente o Ensino de Geometria Espacial se resume ao quadro verde, a instrumentos como esquadro, régua, compasso, o livro didático, apresentando-se muitas vezes exemplos distantes da realidade do aluno. As leituras dos trabalhos encontrados na primeira fase desta pesquisa, proporcionaram observar que as tecnologias e o uso do computador no ambiente escolar, pode ser uma ferramenta valiosa na construção do conhecimento dos alunos, no que se refere ao Ensino de Geometria. As orientações dos PCN nos mostram que as técnicas em suas diferentes formas e usos, constituem um dos principais agentes de transformação da sociedade, pelas implicações que exercem no cotidiano das pessoas (BRASIL, 1997, p.34). O emprego das TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação tem promovido grandes mudanças na sociedade e no ambiente escolar quando utilizadas em sala de aula, proporcionam mudanças das práticas dos docentes, se transformando em um aliado para o ensino-aprendizagem dos alunos. Silveira e Bisognin (2008, apud Machado, 2010, p.47) nos dizem: quando usados adequadamente, esses recursos facilitam a construção de conhecimentos geométricos de maneira significativa. Aproximadamente duas décadas atrás, docentes de matemática trabalhavam no quadro negro utilizando-se do giz para desenhar cilindros, cubos, esferas e outros sólidos, porém, esses avanços da tecnologia

modificaram esta prática, contribuindo para o surgimento de outras metodologias que associadas a esses recursos possibilitam ao professor trabalhar em sala de aula obtendo assim um resultado melhor no ensinoaprendizagem da geometria. Mas só o uso de tecnologias em sala de aula não é sinônimo de melhorias nos padrões educacionais, e nesse aspecto D Ambrosio (2003 apud Magedanz, 2005, p.26) afirma que é claro que a tecnologia é somente um instrumento no processo educacional, portanto ela em si não implica uma boa educação, mas a sua falta certamente implica em má educação. 3. Resultados e Considerações Finais Após a seleção dos trabalhos a serem analisados, adotamos como critérios de análise identificar, a partir do fichamento, as teorias utilizadas para análise dos dados, os sujeitos das pesquisas, o uso ou não de tecnologia e o conteúdo específico trabalhado a respeito dos corpos redondos. A seguir passamos a descrever os resultados obtidos. Dos 14 trabalhos selecionados que possibilitaram colher dados para nossa análise, 14% deles se referem a Monografias de Especialização e Dissertações de Mestrados respectivamente, 7% Teses de Doutorado e 65% a Anais de Congressos. É possível observarmos o tema de Corpos Redondos como um assunto ainda pouco escolhido para desenvolvimento de trabalhos de pesquisa em pós-graduação. Nesses trabalhos observamos que os autores desenvolveram suas pesquisas em várias etapas de ensino, alguns se referem a alunos da 4ª série do Ensino Fundamental, onde apontam que esses alunos chegam ao Ciclo II dessa etapa de ensino com defasagem de aprendizagem. O mesmo fato se repete com os alunos que iniciam o Ensino Médio, pois a grande defasagem de conhecimentos são frutos da falta de aprendizagem durante o Ensino Fundamental. Algumas das pesquisas analisadas avaliaram alunos do Curso de Magistério, indicando que aprenderam muito pouco durante sua etapa escolar, não sendo preparados para a atividade profissional. O mesmo ocorre com os alunos de licenciatura, onde alguns trabalhos evidenciam que docentes têm

dificuldades de abordarem o tema da geometria em sala de aula, provavelmente reflexos negativos de sua graduação. No gráfico 1 é possível observarmos os trabalhos selecionados em relação aos sujeitos da pesquisa. Gráfico I Sujeitos dos trabalhos analisados. Fonte: Construção do autor no Excel. Outro critério por nós definido refere-se ao uso dos meios tecnológicos no Ensino da Geometria, e embora sejam apontados como um facilitador para a aprendizagem, ainda parece serem pouco utilizado pelos docentes em sala de aula. Podemos constatar nos resultados, pois apenas cinco dos trabalhos analisados, ou seja, 36 %, os autores utilizaram algum desses recursos em suas pesquisas. No que se refere aos conteúdos de Geometria Espacial abordados nas pesquisas selecionadas, última categoria analisada, constatamos uma variedade de temas, sendo que os conteúdos mais abordados referem-se às figuras geométricas (36%), e os Corpos Redondos objeto de nosso estudo representam apenas 14%. Porém os conteúdos menos trabalhados com 7% cada um são resolução de problemas e conceitos primitivos de geometria, conforme observamos abaixo no gráfico 2.

Gráfico II Temas abordados nos trabalhos analisados. Fonte: Construção do autor no Excel. Diante do objetivo de apresentarmos uma análise da produção acadêmica de pesquisas sobre os Corpos Redondos, nossa pesquisa possibilitou considerarmos que esse tema é pouco abordado e trabalhado pela Comunidade Científica, haja vista da dificuldade que encontramos inicialmente de localizar trabalhos, pois foram pouquíssimos os específicos relacionados aos cilindros, cones e esferas. A maioria dos trabalhos selecionados foram localizadas em anais de congressos e revistas especializadas. Considerando o cenário, educacional, e baseado nas leituras da literatura selecionada, foi possível observar que o Ensino de Geometria Espacial, onde estão inserido os Corpos Redondos, não está ocorrendo em sala de aula de forma satisfatória, uma dessas constatações são os resultados negativos de avaliações oficiais como SARESP, Prova Brasil, ENEM. Através de nossa pesquisa, foi possível encontrar alguns trabalhos que buscavam compreender a aprendizagem dos alunos, dentre eles dois abordavam os Corpos Redondos no Ensino Médio, e outros dois com alunos do Curso de Magistério. Não pretendemos acrescentar mais polêmica às questões que envolvem esse ensino, mas focar algumas reflexões principalmente do Ensino de Corpos Redondos em sala de aula. No que tange à aprendizagem dos conteúdos de Geometria Espacial, não podemos aceitá-la a partir de aplicação de fórmulas, a memorização de exercícios resolvidos em sala de aula ou nos livros didáticos, isso só contribui para que alunos não desenvolvam o raciocínio geométrico.

Alguns pesquisadores nos mostraram em suas pesquisas que as aulas tradicionais não têm contribuído para promover o ensino e aprendizagem dos conteúdos estudados em sala de aula. Relatam que os docentes precisam encontrar soluções modifique este cenário, uma delas e o uso das Tecnologias de Comunicação e Informação. No que se refere ao uso de meios tecnológicos no Ensino de Geometria, sua utilização ainda é muito pequena, como constatamos em nossa pesquisa, foram apenas cinco trabalhos que se utilizaram desse recurso. Já Maciel (2011, p.10) em sua pesquisa, nos diz que: os professores devem buscar uma formação continuada, dessa forma se atualizarem frente o avanço tecnológico que surge a cada dia, que associado no seu ambiente de trabalho proporcionará uma fonte inesgotável de pesquisa, conhecimento e aprendizado, tornando as aulas mais criativas e agradáveis, condizentes com a realidade do público escolar. É necessário conforme apontam pesquisadores, que os professores tenham tempo e inclusive oportunidade de se familiarizarem com as novas tecnologias educativas, dominar os principais procedimentos técnicos para sua utilização e assim criar novas possibilidades pedagógicas, fazendo escolhas conscientes das que sejam mais adequadas quando utilizadas em sala de aula. Concluímos que faltariam mais trabalhos que tratassem da formação inicial e continuada dos professores, a fim de buscar conhecimentos e crenças a respeito da Geometria Espacial e de Corpos Redondos, e, como isto influencia o ensino e aprendizagem dos alunos. Finalizando nosso trabalho acreditamos ter conseguido responder ao questionamento principal de nossa pesquisa e ter feito apontamentos que possam servir para posteriores estudos. REFERÊNCIAS: BONGIOVANNI, V., VISSOTO, O. R. L., LAUREANO, J. L. T. Matemática e vida 2º grau, volume 3, Editora Ática, 408 p. 1993. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais MEC/SEF, 1998. DOLCE, O. POMPEO, J. N. Fundamentos de Matemática Elementar, Geometria Espacial: posição e métrica, volume 10, 5ª Ed. Ver. São Paulo, Atual, 440 p. 1993.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1999. LORENZATTO, S. Por Que Ensinar Geometria? Revista da Sociedade Brasileira de Educação Matemática. São Paulo, ano III, n. 4, 1995. MACIEL, A.D., MORAES, J. P., PEREIRA, A. L. A. Formação de Professores e inclusão digital, In:ICCEG, Agosto, 2011 MAGEDANS, A. Computador e escola: implicações pedagógicas num processo interdisciplinar, Monografia de Especialização em Educação Matemática, Centro Universitário UNIVATES, 2005. PAVANELLO, R. M. O abandono do ensino de geometria no Brasil: causas e consequências. In Revista Zetetiké, ano 1, nº1, p.7-17, 1993. PEREIRA, L. R. P. Proposta didática para aplicação pratica do ensino de geometria espacial, Monografia de Especialização em Matemática, Mídias digitais e Didática, Departamento de Matemática Pura e Aplicada, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011. ROMANOWSKI, J. P. As pesquisas denominadas do tipo estado da arte em Educação, In Revista Diálogo Educação, Curitiba/PR v.6, n.19, set/dez. 2006 REIS, L. G. Produção de monografia da teoria a pratica, São Paulo, SENAC, 2006.