Palavras-chave: Educação Física. Produção Colaborativa de Práticas Corporais Inclusivas. Alunos público alvo da Educação Especial. 1.

Documentos relacionados
FORMAÇÃO INICIAL DOS PROFESSORES E A INCLUSÃO DOS ALUNOS PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL VOLTADA À INCLUSÃO SOCIAL

RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO AÇÕES EDUCACIONAIS INCLUSIVAS

DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA ALIADO AO USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NA PERSPECTIVA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA E NO ATENDIMENTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL.

ATENA CURSOS MARGUETE DAL PIVA LONGHI. A SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL: entre o ideal e o real. Passo Fundo

O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DE DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DO INTERIOR DO MATO GROSSO DO SUL: ANÁLISE DOS ASPECTOS INCLUSIVOS

A EDUCAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: QUESTÕES LEGAIS E PEDAGÓGICAS.

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA EM POLÍTICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS

Marcilene França da Silva (1); Eva Lídia Maniçoba de Lima (2)

A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA: PERSPECTIVAS DA UNIDADE ESCOLAR E O PAPEL DO CUIDADOR

"FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA TRABALHAR COM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA" Profª Claúdia Barsand de Leucas PUC Minas 21/08/2014

A PRÁTICA PEDAGÓGICA E O PROCESSO DE INCLUSÃO DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NOS ANOS INICIAIS

Palavras-chave: Deficiência visual. Ensino-aprendizagem.

Pirenópolis Goiás Brasil

O TRABALHO COLABORATIVO E A PRÁTICA PEDAGÓGICA INCLUSIVA

IMPACTOS DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA FORMAÇÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL EM SALA DE RECURSO MULTIFUNCIONAL PERANTE DEMANDAS DE ORGANIZAÇÃO DO CONTEXTO

O COORDENADOR PEDAGÓGICO E A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO: conhecendo a realidade da cidade Branquinha/AL

A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO NO PERÍODO DE 2007 A 2013

PEREIRA, Ana Célia da R. Autora Professora da Escola Municipal Prof. Anísio Teixeira

PROPOSTA DE PROJETO DE ENSINO

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO INTERIOR DO RIO DE JANEIRO

INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO COMPETITIVO: percepções de profissionais de Recursos Humanos

Palavras Chave: Educação Especial. Atendimento Educacional Especializado. Sala de Recursos Multifuncionais.

A ESCOLA REGULAR E OS DESAFIOS DA INCLUSÃO: ASPECTOS CONCEITUAIS E OPERACIONAIS

PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR DE UM ALUNO COM SÍNDROME DE DOWN EM UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL DA CIDADE DE REMÍGIO.

A ATUAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Educação Especial e Inclusão Escolar: políticas, práticas curriculares e pesquisas Márcia Denise Pletsch 1

Os direitos da pessoa com TEA e a prática da inclusão na Rede Municipal de Educação de Feira de Santana. Jayana Ribeiro Secretária de Educação

SALA DE AULA EM SITUAÇÃO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

CONTRIBUIÇÕES DA AUDIODESCRIÇÃO PARA O ENSINO DE CÉLULAS ANIMAIS NO ENSINO MÉDIO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

A PESQUISA COLABORATIVA COMO MÉTODO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

NOME DO CURSO: O uso pedagógico dos recursos de Tecnologia Assistiva Nível: Aperfeiçoamento Modalidade: Presencial

TRABALHO COLABORATIVO DE UMA PROFESSORA ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL EM UMA ESCOLA COM EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL

DIREITO E INCLUSÃO, GARANTIA DO ACESSO DEMOCRÁTICO AO CONHECIMENTO ESCOLAR

O ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO COM DEFICIÊNCIA: CAMINHOS A SEREM PERCORRIDOS. Ana Laura Herrero Pereira¹; Juliana Mantovani²

ESCOLA BILÍNGUE (LIBRAS/PORTUGUÊS): RESPEITO À CONSTITUIÇÃO E AO CIDADÃO SURDO. Cleide da Luz Andrade 1 Lucas Santos Campos 2 INTRODUÇÃO

EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Julho de 2018

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Licenciatura em Educação Física no ano de

DECRETO 7611/2011 Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências

ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NA REDE REGULAR DE ENSINO: INCLUSÃO OU INTEGRAÇÃO?

UM ESTUDO SOBRE A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DAS SRMs DO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS

AS DIFICUDADES NO ENSINO DA MATEMÁTICA PARA ALUNOS SURDOS NA EREM MACIEL MONTEIRO NO MUNICÍPIO DE NAZARÉ DA MATA, PE

Escola para todos: Inclusão de pessoas com deficiência

A EDUCAÇÃO ESPECIAL EM PROJETOS POLÍTICO-PEDAGÓGICOS DE COLÉGIOS ESTADUAIS PARANAENSES Silmara de Oliveira Gomes Papi Kaira Barbosa da Rosa

OS DESAFIOS DA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO CONTEXTO ESCOLAR REGULAR

NOME DO CURSO:O uso do sistema de FM no ambiente escolar Nível: Aperfeiçoamento Modalidade: Presencial

Palavras-chave: Educação Matemática. Educação Inclusiva. Formação de professores.

ENSINO MÉDIO: INOVAÇÃO E MATERIALIDADE PEDAGÓGICA EM SALA DE AULA 1. Palavras-Chave: Ensino Médio. Inovação Pedagógica. Pensamento docente.

A INCLUSÃO EDUCACIONAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE CURRAL DE CIMA PB: UMA ANÁLISE ACERCA DA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

O USO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA EM SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS DO MUNICÍPIO DE DOURADOS-MS

Algumas discussões relacionadas à educação inclusiva no contexto social e principalmente o escolar

Palavras-chave: Deficiência Intelectual, aluno, inclusão. Introdução

A ESCOLARIZAÇÃO ALUNOS COM DEFICIENCIA INTELECTUAL NO DISTRITO DE ANHANDUÍ

Música e Inclusão: ações pedagógicas para o trabalho com um aluno cego no ensino superior

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONCEPÇÃO DOS DISCENTES SOBRE A FORMAÇÃO INICIAL DOS LICENCIANDO EM QUÍMICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

Palavras-chave: Educação especial. Inclusão escolar. Atendimento educacional especializado.

POLÍTICA DE ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DO UNIBAVE

Material Para Concurso

Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 ISBN

ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): PROPOSTA INTERDISCIPLINAR A PARTIR DA PEDAGOGIA DO MOVIMENTO RESUMO

Trabalho Completo - XXIV Encontro de Pesquisa Educacional do Nordeste - Reunião Científica Regional da ANPEd (2018) GT15 - Educação Especial

ESTUDANTES COM DEFICIENCIA INTELECTUAL

NOME DO CURSO: Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva Nível: Aperfeiçoamento Modalidade: Presencial

Adaptação Curricular e Diplomação de Alunos com Necessidades Educacionais Específicas

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO PROCESSO DE INCLUSÃO EM ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DA CIDADE DE PATOS- PARAÍBA

Rodrigo Machado Merli Diretor Escolar da PMSP Pedagogo Didática de Ensino Superior PUC/SP Estudante de Direito

EDUCAÇÃO ESPECIAL: FORMAÇÃO DE PROFESSORES E DESAFIOS A SEREM ENFRENTADOS

OS NÚMEROS DO PNAIC UFMG/2015

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E DIVERSIDADE JUSTIFICATIVA DA OFERTA DO CURSO

INCLUSÃO DO SURDO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: A ATUAÇÃO DO NAPNE NA GARANTIA DESSE DIREITO

Palavras-chave: Formação Continuada. Múltiplas Linguagens. Ensino Fundamental I.

Secretaria de Estado de Educação Subsecretaria de Educação Básica SEMINÁRIO DE ENCERRAMENTO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE

ETAPA 6 ESTUDO SOBRE PROCESSOS E DOCUMENTOS CURRICULARES PARA GESTORES EDUCACIONAIS E ESCOLARES

ANEXO II EDITAL Nº 80/2013/PIBID/UFG PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA - PIBID

AÇÔES REALIZADAS PELA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NO ATENDIMENTO AOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA

TERMO DE REFERÊNCIA 01/2010

PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PROJETO PÓS-GRADUANDOS NA ESCOLA

REGULAMENTAÇÃO INTERNA NÚCLEO DE APOIO ÀS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECÍFICAS NAPNE \CAMPUS BARREIRAS

COMO ESTÃO AS ESCOLAS PÚBLICAS DO BRASIL?

FORMAÇÃO DE PROFESSORES E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ANÁLISE DOS PROJETOS PEDAGÓGICOS DOS CURSOS DE LICENCIATURA DA UEMS

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO MÉDIO EM UMA ESCOLA PARTICULAR: VISÃO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA.

Adaptação Curricular. Andréa Poletto Sonza Assessoria de Ações Inclusivas Março de 2014

NOME DO CURSO: Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva Nível: Especialização Modalidade: Presencial

Educação inclusiva: deficiências da formação e da prática docente

AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES EDUCACIONAIS DO (A) ALUNO (A) DAS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE MACEIÓ/ALAGOAS

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG

POLITICA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: SISTEMAS EDUCACIONAIS INCLUSIVOS E O TRABALHO EM REDE


ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA EM UMA ESCOLA PÚBLICA DE BRAGANÇA/PA

POLÍTICAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS: ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DOCENTE PARA INCLUIR O ESTUDANTE SURDO

Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade

CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS E PRÁTICAS DE INCLUSÃO EM UM INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

O LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS NO PROCESSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

MATEMÁTICA E INCLUSÃO: O PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM DE ALUNOS CEGOS EM CLASSES REGULARES E A UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

DOSSIÊ: TRABALHO DOCENTE NO CONTEXTO DA INCLUSÃO ESCOLAR APRESENTAÇÃO

PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL E A INCLUSÃO ESCOLAR

Capacitação Multidisciplinar Continuada. EDUCAÇÃO INCLUSIVA e NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS (NEE)

TERMO DE REFERÊNCIA 04/2010

FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM LICENCIATURA QUÍMICA NA UEPB: TRABALHO COM A EDUCAÇÃO ESPECIAL

Transcrição:

INCLUSÃO DE ALUNOS PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA REDE REGULAR DE ENSINO DA CIDADE DE CATALÃO: ANÁLISE E ESTÍMULO DA PRODUÇÃO COLABORATIVA DE PRÁTICAS CORPORAIS INCLUSIVAS Cristiane da Silva Santos Lidiene Prolicena dos Santos Regional Catalão da Universidade Federal de Goiás Eixo Temático: 1) Práticas pedagógicas inclusivas Palavras-chave: Educação Física. Produção Colaborativa de Práticas Corporais Inclusivas. Alunos público alvo da Educação Especial. 1. Introdução A presente pesquisa tem como tema a inclusão dos alunos público alvo da Educação Especial PAEE (Estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação) nas aulas de Educação Física da rede regular de ensino e a produção colaborativa de vivências corporais inclusivas. Os estudos desenvolvidos na área da Educação e Educação Física evidenciam problemas no processo de inclusão dos alunos PAEE na rede regular de ensino (CIDADE; FREITAS, 2002; RODRIGUES, 2004; CHICON, 2013). Esses problemas estão relacionados à política, à organização, à falta de acessibilidade (arquitetônica, urbanística, transporte, informação e comunicação, ajuda técnica, dentre outras), às barreiras atitudinais, às condições didático-pedagógicas, às metodologias inadequadas e ao despreparo dos professores (formação inicial e continuada) para atender às necessidades específicas dos estudantes PAEE. São problemas relacionados também com a falta de clareza no referencial que conceitua as políticas, de modo a provocar diferentes, senão antagônicas, formas de inserção desses alunos no ensino regular.

No decorrer da história da educação dos alunos público alvo da Educação Especial, as práticas sociais que a orientam foram marcadas por diferentes fases histórico-conceituais, começando pela exclusão social, passando pelo atendimento segregado, integração social e, recentemente, a inclusão. Segundo Sassaki (1997 apud CIDADE; FREITAS, 2002, p. 23) a inclusão é um processo amplo, com transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas, inclusive da própria pessoa com necessidades especiais. Nesse contexto, a inclusão escolar requer mudanças na concepção e nas práticas de gestão, de sala de aula e de formação de professores, para a efetivação do direito de todos à escolarização (BRASIL, 2010). A escola como um espaço inclusivo tem sido alvo de inúmeras reflexões e debates. A ideia da escola como espaço inclusivo nos remete às dimensões físicas e atitudinais que permeiam a área escolar, onde diversos elementos como a arquitetura, engenharia, transporte, acesso, experiências, conhecimentos, sentimentos, comportamentos, valores etc. coexistem, formando este lócus extremamente complexo. (CIDADE; FREITAS, 2002, p. 26) A partir disto, a discussão de uma escola para todos tem suscitado debates sobre programas e políticas de inserção de alunos PAEE, formação de professores, currículos, etc. (CIDADE; FREITAS, 2002). Além desses fatores precisamos romper com os fatores que historicamente tem excluído os alunos que estão fora dos padrões de corpo, de habilidade, dentre outros, das aulas de educação física na escola. É imprescindível questionar: como estas aulas estão sendo organizadas? Quais práticas pedagógicas vêm sendo desenvolvidas? Dentre outras. Mais especificamente no que se refere à participação dos alunos com deficiência, as aulas de Educação Física eram usadas para proibir a matrícula dessas pessoas na escola. A Portaria ministerial de 13/02/1938 estabelecia [...] a proibição da matrícula em estabelecimento de ensino secundário, de alunos cujo estado patológico os impeça permanente das aulas de Educação Física. No decorrer da história dessa disciplina esses alunos sempre foram dispensados dessas aulas tendo em vista o Decreto nº 69.450 (vigente de 1971 a 1996). Até hoje, encontramos escolas que dispensam alunos com deficiência das aulas de Educação Física.

Não estamos aqui afirmando que nunca houve na história da Educação Física professores preocupados em incluir e trabalhar com a diversidade em suas práxis escolares, nem que nunca na história da Educação Física houve professores preocupados com tais questões. No entanto, o que se percebe é que prevalece ainda hoje nas práxis da Educação Física escolar, o ideário de se trabalhar com corpos fortes e saudáveis, mesmo depois de tantos documentos com focos e garantias inclusivas. (SANTOS; ZOBÓLI, 2012, p. 4) Em uma pesquisa realizada por Chicon e pelos relatos de seus alunos no trabalho da disciplina de Educação Física Adaptada foi possível observar o quadro de exclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais (NEEs) das aulas de Educação Física se mantinha em algumas escolas, e em outras, essas crianças participavam pouco. Percebemos, também, que o professor pouco fazia para mediar a situação e que as atividades como queimada e futebol eram a tônica da aula. (CHICON, 2013, p. 18) O estudo de Maia (2002) reforça que o uso de métodos de ensino inadequados e a não mediação do professor na promoção da interação entre os membros do grupo passa a ser um obstáculo ao processo de inclusão (MAIA, 2002 apud CHICON, 2013, p. 18). Esse fato pode estar relacionado a diversos fatores como, por exemplo, a formação dos professores. Sabemos que muitos professores de Educação Física e hoje atuantes nas escolas não receberam em sua formação conteúdos e/ou assuntos pertinentes a Educação Física Adaptada ou a Inclusão, pois a disciplina Educação Física Adaptada surgiu oficialmente nos cursos de graduação através da Resolução 3/87 do Conselho Federal de Educação (CIDADE; FREITAS, 2002). Estudos realizados com os professores que atuam na Educação Básica com alunos com deficiência revelam o despreparo para lidar com esse público alvo da Educação Especial. As pesquisas vêm apontando que os professores afirmam que não tiveram durante sua formação inicial disciplina ou discussões sobre a educação dos alunos público alvo da educação especial. É unânime a constatação de que os professores que atuam na Educação Básica não estão preparados para incluir os alunos com deficiência, seus cursos de graduação não os preparam para isso (VITALIANO; MANZINI, 2010, p. 51). Diante disso, este estudo tem como objetivo analisar a organização das aulas de Educação Física da rede regular de ensino da cidade de Catalão visando a inclusão (inserção, participação e aprendizagem) dos alunos público alvo da Educação Especial, bem como por

meio do ensino colaborativo, promover e estimular os professores da área na produção de vivências corporais inclusivas. Mais especificamente pretendemos: A) Refletir sobre os principais fatores que levam a exclusão no contexto das aulas da Educação Física; B) Identificar e analisar as políticas públicas de Educação do Estado de Goiás e do município de Catalão, tendo como eixo central, a inclusão escolar dos alunos público alvo da Educação Especial; C) Identificar e analisar a formação dos professores de Educação Física, bem como a organização de suas aulas, tendo como eixo central de análise a participação desses alunos; D) Verificar e analisar as aulas de Educação Física na perspectiva desses alunos; E) Promover por meio do ensino colaborativo, a formação dos professores da área, bem como, estimular a produção colaborativa de vivências corporais inclusivas. 2. Metodologia Tendo em vista os objetivos do estudo, esta pesquisa será desenvolvida com utilização de dois tipos de delineamentos: pesquisa social de caráter descritivo-exploratório e a pesquisa colaborativa. O universo deste estudo compreenderá as escolas estaduais e municipais da rede regular de ensino de Catalão GO. Selecionaremos 10 % das escolas municipais e 10% das escolas estaduais que tiverem o maior número de alunos PAEE matriculados. A população do estudo será composta pelos professores de Educação Física e alunos público alvo da Educação Especial. Como fonte de coleta de dados, utilizaremos entrevista semiestruturada e faremos observação simples das aulas de Educação Física. Para a análise dos dados utilizaremos o método denominado análise de conteúdo (BARDIN, 1977 apud TRIVIÑOS, 1987). 3. Considerações iniciais De acordo com o cronograma da pesquisa não temos condições de explicitar até a presente data nenhum resultado, pois o trabalho ainda se encontra em fase coleta, análise e interpretação dos dados parciais. Entretanto, frente aos objetivos propostos esperamos com

este estudo aprofundar os debates referentes a esta temática bem como ampliar as discussões dos processos de produção de conhecimento nessa área. Além disso, poderemos apresentar um raio x de como as aulas de Educação Física estão organizadas de modo a permitir a inclusão dos alunos público alvo da Educação Especial, visando com isto auxiliar os administradores das escolas na tomada de decisões políticas acerca do assunto. Referências BRASIL. Manual de orientação: programa de implantação de sala de recursos multifuncionais. Brasília: MEC/SEESP, 2010. CHICON, J. F. Jogo, mediação pedagógico e inclusão. 2. ed. Várzea Paulista/SP: Fontoura, 2013. CIDADE, R. E. A, FREITAS, P.S. Educação física e inclusão: considerações para a prática pedagógica na escola. Revista Integração, Brasília, v. 14, p. 26-30, 2002. Edição Especial. RODRIGUES, D. A inclusão na universidade: limites e possibilidades da construção de uma universidade inclusiva. Cadernos, n. 23. 2004. SANTOS, V. R.; ZOBOLI, F. O corpo deficiente no contexto histórico da Educação Física. 2012. Disponível em: <www.labomidia.ufsc.br/.../20-o-corpo-deficiente-no-contexto- historico>. Acesso em: nov. 2014. TRIVIÑOS, A.N. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em Educação. São Paulo: Atlas, 1987. VITALINO, C. R.; MANZINI, E. J. A formação inicial de professores para a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. In:. (Org.) Formação de professores para a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Londrina: EDUEL, 2010. p. 49-112.