Uma viagem pelas instalações elétricas. Conceitos & aplicações
A ENGENHARIA BRASILEIRA E A ADMINISTRAÇÃO DOS CONTRATOS DE SERVIÇOS TÉCNICOS CLAUDE FRANCK LOEWENTHAL Eng. Eletricista e Seg. do Trabalho
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS NA EXCUÇÃO DE UMA OBRA DE ENGENHARIA? ENTRE OS MAIS COMUNS TEMOS: Aspectos técnicos; Aspectos financeiros; Aspectos administrativos e legais; Aspectos de relacionamento (comunicação, interpretação, interesses, etc.).
A maioria dos engenheiros não gostam de gastar tempo (perder) com detalhes nos contratos; Todos os aspectos mencionados estão presentes nos contratos; Os contratos, principalmente os mal elaborados, são a principal fonte geradora de divergências, controvérsias, conflitos e litígios;
Algumas possíveis consequências de um contrato mal feito Maiores prazos para execução dos serviços; Qualidade dos serviços; Desperdício de material e mão de obra, retrabalho; Maior Turnover, troca de equipes e redução da eficiência; Paralização da obra, perda de material (deterioração, vandalismo e roubo); Desmonte das equipes, dificuldades para nova composição; Pagamento de improdutividade, multas por atraso; Embargo, abandono, falência.
Será que a culpa disso tudo é só o CONTRATO MAL FEITO? Qual será a razão de não se conseguir solucionar as dificuldades tão LOGO QUE ELAS SURGEM? E por que a solução das divergências, controvérsias e dos conflitos e litígios são tão DEMORADAS?
Certamente que não é culpa só do contrato, outros fatores contribuem para que isso ocorra. Em geral o engenheiro, não trabalha sozinho. Além dos conhecimentos técnicos e administrativos, cabe ao profissional conhecer: COMUNICAÇÃO; NEGOCIAÇÃO; CONCILIAÇÃO. Este conhecimento facilita a solução de divergências, controvérsias, conflitos e litígios que, fatalmente, sempre surgirão em nossas atividades.
Quando o assunto chega ao sobrecarregado judiciário, o tempo para a solução do problema é imprevisível. Geralmente leva anos para ser solucionado, causando sérios inconvenientes nas obras/serviços, conforme já mencionado. Tudo agrava o que chamamos de CUSTO BRASIL
Felizmente, utilizando-se os chamados METODOS ADEQUADOS de RESOLUÇÃO DE CONFLITOS MARCs é possível minimizar ou até evitar grande parte dos inconveniente apontados. Os MARCs procuram solucionar os problemas de modo mais direto e em conjunto com as partes, sem que haja a necessidade da interferência do Judiciário
Para melhor compreender os MARCs, vamos classificar cada método em: Não adversariais e auto compositivos: Adversariais e Hetero compositivos: NEGOCIAÇÂO; MEDIAÇÃO e CONCILIAÇÃO. ADJUDICAÇÃO; DRBs Disput Review Boards e ARBITRAGEM Obs.: não é MARC, mas podemos considerar: PROCESSO JUDICIAL
A NEGOCIAÇÃO é o método mais simples, onde as partes, sem interferência de um terceiro, chegam a um acordo satisfatório; A MEDIAÇÃO é um métodos de resolução de conflitos onde uma pessoa independente, imparcial e neutra (o mediador), utilizando técnicas interdisciplinares, com a anuência das partes, contribui para que elas possam avaliar e escolher opções de ganhos mútuos (atende aos interesses de ambas). E regulada pela Lei 13.140 de 2015, que criou a mediação judicial e a extrajudicial.
A CONCILIAÇÃO é semelhante à MEDIAÇÃO, usa as mesmas técnicas, mas o conciliador interfere dando sugestões e pressiona as partes para que cheguem a um acordo. A ADJUDICAÇÃO EM CONTRATO DE CONSTRUÇÃO é uma alternativa para a resolução de conflitos durante a realização de uma obra. Surgindo controvérsias, etc., são contratados especialistas para solucionar o problema. Utilizado em alguns contratos de infraestrutura, serve como alternativa ao DRB, já utilizado no Brasil, com o atrativo de ser menos dispendioso para as partes.
O DRB Disput Review Boards ou CRD - Comitê de Resolução de Disputa, é formada uma equipe de técnicos especialistas, da confiança das partes, contratada para, durante toda a obra, acompanhar todos os serviços do empreendimento e resolver as controvérsias/conflitos que possam surgir. O método é mais dispendioso do que o anterior, tendo em vistas a equipe multidisciplinar à disposição da obra. Por esta razão é adotado para grandes empreendimentos.
A ARBITRAGEM é um meio extrajudicial de resolução de conflitos, pelo qual uma ou mais pessoas (árbitros), recebem os poderes conferidos pelas partes através de uma convenção privada, para decidir, sem a intervenção do estado (poder judiciário), quanto às matérias a eles submetidas. A ARBITRAGEM no Brasil é regida pela Lei 9.307/1996, alterada pela Lei 13.129/2015. A sentença proferida pelos árbitros, não está sujeita à homologação pelo poder judiciário e desde a sua prolação e conhecimento das partes adquire a eficácia de um TITULO EXECUTIVO JUDICIAL. Equivale à sentença de um juiz de direito, produzindo os mesmos efeitos.
Para viabilizar a ARBITRAGEM é necessário que as partes firmem uma convenção de arbitragem, assim entendidas a CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA e o COMPROMISSO ARBITRAL: A CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA, inserida em um contrato no lugar da Cláusula de Foro, vincula as partes ao procedimento arbitral de tal sorte que quando do surgimento de um conflito as partes se obrigam a resolvê-lo pela via arbitral. O COMPROMISSO ARBITRAL é o meio pelo qual as partes que se encontram em um conflito escolhem a arbitragem a fim de ter o mesmo resolvido por árbitros. Portanto, o compromisso arbitral pode ser firmado pelas partes depois do surgimento do conflito.
A ARBITRAGEM já vem sendo adotada por um bom tempo no Brasil e pode-se dizer que ela já está praticamente consolidada, face as várias vantagens que tem em relação ao processo judicial. Nas relações comerciais internacionais e em países norte americanos, europeus e asiáticos, há muito tempo se utiliza a ARBITRAGEM.
No início houve resistência de OAB, advogados e magistrados, que não conseguiam se convencer de que uma pessoa, capaz e idônea, mas sem formação jurídica, poderia decidir quem estava certo ou errado, e promover a justiça prolatando uma sentença Atualmente essa resistência praticamente acabou, os tribunais do poder judiciário aceitam e ratificam as decisões dos árbitros (desde que não exista erro ou má fé).
O CNJ vem apoiando e incentivando à utilização dos MARCs, que auxiliam aquele poder a aliviando parte do seu trabalho. Com a promulgação das leis de mediação, novo código civil e aprimoramento da lei de arbitragem, o poder judiciário percebeu que não está estruturado para atender essas leis. O judiciário necessita e conta com as instituições de mediação e arbitragem, já existentes. Estuda credenciar alguma para as mediações judiciais, previstas em Lei.
Algumas vantagens e características da ARBITRAGEM: 1. Menos adversarial do que o judiciário, favorecendo o diálogo e a conciliação entre as partes, aumentando o percentual de acordos; 2. Procedimento sigiloso, preservando a imagem e interesses das partes; 3. Muito mais rápido do que o judicial, não existindo recursos da decisão arbitral. 4. A Sentença, que é um título judicial, é única e definitiva;
5. A relação custos x benefícios é muito vantajosa; 6. Os árbitros são escolhidos pelas partes (árbitro único ou tribunal com três) e a participação de advogados é opção das partes, não havendo obrigatoriedade; 7. Mais flexível, menos formal, árbitros mais técnicos, preserva o relacionamento comercial.
Em geral os litígios são resolvidos em CÂMARAS DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM (CMA), que possuem seus regulamentos dos procedimentos a serem adotados nos processos. No Paraná existem várias CMAs idôneas que prestam serviços de resolução de conflitos, entre estas câmaras, podemos destacar a Câmara de Mediação e Arbitragem do Crea do Paraná (CMA CREA-PR), criada em 2002 (segunda câmara criada no sistema Confea/Creas), para contribuir, preferencialmente, com os profissionais do sistema, na resolução de conflitos oriundos do relacionamento com seus contratantes. Criada a CMA CREA-PR, foi necessário elaborar toda a documentação (regulamentos, código de ética, regras de procedimento administrativo, formulários, etc.) para que ela pudesse começar suas atividade que, efetivamente ocorreu em 2004, após uma campanha de divulgação e esclarecimentos. Neste período até a data de hoje, foram atendidos 173 processos de mediação e 74 arbitragens, e realizadas 740 audiencias
A CMA CREA-PR, percebeu a existência de grande quantidade de profissionais contratados verbalmente e, se com contratos, estes eram sem cláusula compromissória e, as vezes, seque a de foro. Por esta razão, teve a iniciativa de inserir a Clausula Compromissória no documento de Anotação de Responsabilidade Técnica ART de modo que, se o profissional e seu contratante optarem pela Arbitragem como meio de resolução de conflitos, a Cláusula é impressa nas vias da ART. Se não optarem pela arbitragem, a Cláusula não é impressa na ART. A Cláusula referida é a seguinte:
CLÁUSULA COMPROMISSORIA As partes decidem que qualquer conflito ou litígio originado do presente contrato, inclusive no tocante a sua interpretação ou execução, será resolvido por arbitragem, de acordo com a Lei nº 9.307/96, de 23 de setembro de 1996, através da Câmara de Mediação e Arbitragem do Conselho Regional de Engenharia, e Agronomia do Estado do Paraná CMA CREA-PR, localizada à Rua Dr. Zamenhof, 35, Alto da Glória, Curitiba, Paraná, telefone 41 3350-6727, e de conformidade com o seu Regulamento de Arbitragem. Ao optarem pela inserção da presente cláusula neste contrato, as partes declaram conhecer o referido Regulamento e concordar, em especial e expressamente, com os seus termos.
Convidamos a todos que ainda não aderiram aos MARCs que aprofundem seus conhecimentos sobre eles, em especial a Mediação e a Arbitragem. Aos que já conhecem e utilizam esses institutos legais de resolução de conflitos, solicitamos que divulguem e esclareçam seus conhecidos a respeito das vantagens em utilizá-los. Além de pacificar os relacionamentos, temos recursos modernos e ágeis para a solução de conflitos.
Então, vamos parar de sofrer sem necessidade???
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OBRIGADO Claude Franck Loewenthal Eng. Eletricista e de Seg. do Trabalho E-mail: Claude@ceconsult.com.br A ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE ENGENHEIROS ELETRICISTAS AGRADECE A OPORTUNIDADE DE PARTICIPAR MAIS UMA VEZ DO CINASE