Editorial Boas-vindas, 2017! Esse ano foi de intenso trabalho para a Diretoria da SGOB, a fim de proporcionar e fortalecer nosso projeto de educação continuada com os seminários especializados e nosso evento maior, o congresso de ginecologia e obstetrícia. Enfrentamos uma série de dificuldades como a mudança em razão das Olimpíadas e a escassez de patrocínio pela política restritiva atual da indústria farmacêutica. Por esse motivo, valorizamos e agradecemos os patrocinadores e apoiadores que estiveram conosco e nos ajudaram a construir um evento memorável. Foi um congresso inesquecível para todos nós!!! Decidimos intensificar nossa campanha de parceria e valorizar em nossas visitas em consultório aqueles patrocinadores que investem com a SGOB na educação continuada dos profissionais médicos. São exemplos para todos pela preocupação de termos cada vez mais especialistas atualizados. Também parabenizamos os profissionais e residentes que compareceram em grande efetividade nos nossos seminários especializados e comprovaram que bons eventos tem casa cheia. É com esse energia renovada que vamos iniciar 2017 para construir um ano ainda mais significativo para nossos Associados e a sociedade. Temos a convicção de que nossos esforços ajudam na promoção de uma saúde com mais qualidade. Em meu nome e em nome de cada um dos diretores da Diretoria da SGOB, desejo um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo aos nossos Associados, Patrocinadores, Parceiros e Colaboradores. Que sigamos juntos e fortalecidos. Boas Festas! Jean Pierre Barguil Brasileiro Presidente da SGOB A Revista da SGOB é uma publicação da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal. Presidente: Jean Pierre Barguil Brasileiro Vice-presidente: David Barreira Gomes Sobrinho Secretário Geral: Evaldo Trajano de Souza Silva Filho Diretor Científico: Vinicius Medina Lopes Tesoureiro Geral: Walquiria Quida Salles Pereira Primo Diretor de Comunicação e Divulgação: Alysson Zanatta Diretora de Defesa Profissional e Honorários Médicos: Cinara Costa Gusmão Diretora de Eventos: Dra. Lucila Nagata Diretora de Informática: Mariana Fonseca Roller Diretora de Ações Sociais: Natália Ivet Zavattiero Tierno Diretor de Cultura: José Domingues dos Santos Júnior Conselho Fiscal: Adalberto Xavier Ferro Filho Adelino Amaral Silva Adriana Gualda Garrido Suplentes do conselho fiscal: Antônio César Paes Barbosa Leonardo Martins Campbell Rosaly Rulli consta Conselho Consultivo: Carlos Portocarrero Sanchez Alberto Carlos Moreno Zaconeta Walquiria Quida Salles Pereira Primo Frederico José Silva Correa Evaldo Trajano de Souza Silva Filho Arte, edição, redação e revisão (61) 3038-9392 / (21) 98284-5290 2 Revista SGOB
48º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal Caros colegas, Após muito trabalho para organizar a programação científica e social, conseguimos fazer mais um congresso inesquecível. Tenho certeza de que para os estudantes e médicos residentes o evento trouxe novas informações e conceitos através de palestras e debates. Para os médicos ginecologistas teve a intenção de atualizálos nos temas de climatério, contracepção, infertilidade, endocrinologia ginecológica, genitoscopia, uroginecologia, endometriose, endoscopia e cirurgia ginecológica, dentre outros. A comissão organizadora teve grande preocupação em garantir um evento com elevado conhecimento científico e aplicação prática destes conhecimentos. A organização adequada e antecipada do evento, nos possibilitou a aprovação para certificação de atualização profissional, pela Comissão Nacional de Acreditação (CNA). Esta conquista foi de grande importância para aqueles profissionais que necessitam acumular pontos para revalidar o título de especialista em ginecologia e obstetrícia (TEGO). Tivemos uma grande dificuldade em conseguir patrocínio para a realização deste evento, tendo em vista a política restritiva que vive atualmente a indústria farmacêutica. Portanto, agradecemos a todos os patrocinadores, em especial ao laboratório Sabin, principal parceiro da SGOB, sem desmerecer os demais, a quem rendemos os nossos mais profusos agradecimentos. Agradecemos ainda aos professores de Brasília e de outros estados que sacrificaram seus afazeres por acreditarem na importância do programa de educação continuada. Tenham certeza que vocês investiram seu tempo na elaboração das aulas, que serviram para o enriquecimento de todos nós. E por fim, agradecemos a presença de todos os participantes, indispensável para o sucesso do evento, e já estamos trabalhando para a realização do próximo. Um Feliz Natal e Próspero Ano Novo. Vinicius Medina Lopes Diretor Científico ESPAÇO PUBLICITÁRIO PAGO Revista SGOB 3
GALERIA DE FOTOS 48º CONGRESSO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DO DISTRITO FEDERAL Dr. Paulo Polcheira (CRM/DF 4379) ESPAÇO PUBLICITÁRIO PAGO RT: Dr. Paulo Polcheira (CRM/DF 4379) Dr. Jânio Serafim (CRM/DF 10226) Dr. Alysson Zanatta (CRM/DF 19471) Incontinência Urinária Endometriose Prolapso genital Câncer ginecológico Histerectomia vaginal Histeroscopia Urodinâmico - Cistoscopia Experiência! Credibilidade! O mais completo centro de cirurgia ginecológica do Distrito Federal SEPS 714/914 - Centro Executivo Sabin - salas 209-211 70390-145 - Brasília/DF (61) 3045-0088 www.pelvi.com.br 4 Revista SGOB
ESPAÇO PUBLICITÁRIO PAGO Revista SGOB 5
10 Motivos Porque Acreditamos que a Menstruação Retrógrada Causa Endometriose Alysson Zanatta Doutor em Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo A teoria da menstruação retrógrada como causa da endometriose é a mais popular, a mais aceita, a mais disseminada. É a teoria ensinada nas universidades, a presente na mídia leiga. É utilizada por nós, médicos ginecologistas, para explicarmos as repercussões da doença sobre a saúde da mulher. Dito isso, estarrecedor é o fato que não há comprovação científica da teoria. Há deduções. O evento principal que a comprovaria, a adesão e invasão peritoneal de células endometriais provenientes do refluxo, simplesmente jamais foi comprovado. Talvez porque simplesmente não exista. Hoje dispomos de ferramentas que possibilitariam facilmente a sua comprovação. Por outro lado, sabese que a endometriose ocorre em fetos(1), e que a metaplasia celômica (transformação de células indiferenciadas em células endometriais e musculares lisas) poderia explicar o mecanismo da doença. Mas, se temos provas que existe endometriose em fetos, e se por outro lado não temos provas que células endometriais refluídas com a menstruação possam invadir os órgãos e se transformarem em endometriose, porque ainda acreditamos que a menstruação seja a causa da endometriose? Há um conhecido ditado que diz que uma mentira repetida várias vezes torna-se uma verdade. Vejam os 10 motivos pelos quais a mentira da menstruação retrógrada como causa da endometriose tornou-se uma verdade secular: 1º O ÚTERO SEMPRE FOI A CAUSA DOS PROBLEMAS DAS MULHERES: Na Idade Média, acreditava-se que o útero era um órgão que se movia pelo corpo, um ser voraz, e que quando não tratado adequadamente, manifestava sua ira na forma de dores e doenças. Uma das doenças era a histeria, ou loucura. Histeria é derivada de histero, útero. Ou seja, a loucura seria causada pelo útero. As cólicas e os sangramentos excessivos significavam que o útero precisava ser alimentado, e recomendavase atividade sexual como forma de tratamento. Em suma, todos os esforços deveriam ser feitos para acalmar o útero. A ideia de que o útero seja o grande responsável por doenças femininas é viva e presente no dia de hoje. Prova é que a histerectomia é a cirurgia ginecológica mais realizada no mundo. A histerectomia costuma ser recomendada para diversas causas de dor pélvica, mesmo quando não há causa identificada de doença uterina, como é o caso da endometriose. Muitas mulheres persistem com dores após a histerectomia, mostrando que o útero não era a causa da doença. 2º OS SINTOMAS DA ENDOMETRIOSE COSTUMAM SER MAIS INTENSOS DURANTE A MENSTRUAÇÃO: A dismenorreia é o sintoma típico da endometriose, especialmente quando acompanhada de sinais vagais (náuseas e vômitos, hipotensão, vertigem). Além disso, lombalgia, dores em membros inferiores e sintomas intestinais e urinários são mais intensos e frequentes durante o período menstrual. Portanto, torna-se óbvio deduzirmos que a causa das dores seja a menstruação. Acredita-se que durante a menstruação a endometriose estaria aumentando, estaria se espalhando pela pelve. Fato é que muitas mulheres com endometriose veem a menstruação como um fantasma, e sentem que sua doença está aumentando a cada mês que menstruam, sentindo pânico por menstruarem. Felizmente isso não acontece. Não parece haver aumento do número de locais na pelve acometidos pela doença com o aumento da idade(2). Isso se explica porque, como destacado, não há provas do evento básico que explicaria a menstruação retrógrada como causa da endometriose: a capacidade da célula endometrial proveniente da menstruação aderir e invadir os órgãos da pelve. 6 Revista SGOB
3º 4º OS SINTOMAS DA ENDOMETRIOSE COSTUMAM DESAPARECER DURANTE A GESTAÇÃO E A AMAMENTAÇÃO: Aqui, o raciocínio é o mesmo para o uso de medicações que suspendem a menstruação. Mulheres grávidas, ou que estejam amamentando, não costumam ter dores de endometriose. Assim, deduz-se da mesma forma que a menstruação estava sendo o motivo da doença, pois, como houve a gestação e a menstruação foi suspensa naturalmente, as dores melhoraram. Uma outra extrapolação dessa teoria (e mito) é que a gravidez trataria a endometriose. Infelizmente (e novamente), isso não acontece. As lesões de endometriose persistem exatamente iguais após a gestação, podendo estar menos inflamadas e até mesmo deixarem de causar dor. Mas ainda estarão lá, presentes. 5º OS SINTOMAS DA ENDOMETRIOSE COSTUMAM MELHORAR COM MEDICAÇÕES HORMONAIS QUE SUSPENDEM A MENSTRUAÇÃO: Os anticoncepcionais, em suas diversas formas, costumam melhorar as dores causadas pela endometriose, e até mesmo provocarem a remissão completa. Assim, se a mulher interrompe sua menstruação, e se ao mesmo tempo as dores melhoram, deduz-se que a causa das dores seja a menstruação. Essa dedução costuma ser extrapolada ao ponto de se dizer que as medicações estão tratando a doença, fazendo-a diminuir ou desaparecer. Sim, é fato que os hormônios podem controlar a dor (com respostas variáveis e temporárias), e que podem ser importante ferramenta no manejo da endometriose. Mas infelizmente nenhuma medicação hormonal é capaz de tratar a endometriose. Tratá-la no sentido de erradicá-la, fazê-la desaparecer. O principal efeito é no controle da inflamação que ocorre nas lesões. Mas as lesões persistem, independente do tempo e de qual hormônio é utilizado. Seria mais correto afirmarmos que as medicações são capazes de controlar a dor da endometriose, total ou parcialmente. EXISTEM DIFERENTES TIPOS DE ENDOMETRIOSE, MAS ELAS SÃO INTERPRETADAS DE FORMA ÚNICA: Há três tipos de endometriose: (a) peritoneal, (b) profunda, e (c) ovariana. Os endometriomas ovarianos representam uma fase avançada da doença, sendo consequência da endometriose profunda. Praticamente não existe endometrioma sem endometriose profunda (associação maior que 99%)(3). Mas apesar das lesões terem formas e comportamentos distintos, elas são estudadas e interpretadas como se fossem uma única doença. Quase todos os estudos científicos são realizados com endometriose peritoneal, onde é possível sim reproduzir e mimetizar uma lesão de endometriose de forma experimental. As conclusões obtidas nos estudos de endometriose peritoneal são então, erroneamente, extrapoladas para as outras formas distintas da doença. Prova que são diferentes é que, mesmo com modernas ferramentas e pesquisadores capacitados, não é possível provocar experimentalmente a endometriose ovariana ou a profunda. Jamais conseguimos produzir endometriose ovariana ou profunda em laboratório. De maneira simplificada, tente injetar sangue menstrual no intestino ou em um ovário de um camundongo e observe se haverá formação de endometriose. Não, esse não é um evento biológico existente. Assim, conseguimos reproduzir em laboratório apenas a endometriose peritoneal. Mas, deduz-se erradamente que todas as formas da doença sejam iguais e que sejam causadas pela menstruação. A extrapolação equivocada das conclusões dessas pesquisas colabora para a perpetuação da mentira da teoria da menstruação retrógrada. 6º A MÍDIA PROPAGA A TEORIA DA MENSTRUAÇÃO RETRÓGRADA: Médicos capacitados (e que por cima ainda são excelentes comunicadores) revezam-se diariamente na mídia escrita e televisiva (programas matinais, etc.) para falarem sobre saúde. E quando o assunto é endometriose, um dos primeiros tópicos abordados é a teoria da menstruação retrógrada. Aqui, novamente, é uma mentira repetida várias vezes tornando-se uma verdade. Não porque sejam maus profissionais (pelo contrário, reitero que costumam ser os melhores), mas porque estão repetindo informações que lhes foram ensinadas nas faculdades, que lhes foram passadas pelos seus assessores, mas que não têm comprovação científica. As consequências da propagação da teoria da menstruação retrógrada na mídia televisiva podem ser extremamente desastrosas. Falamos de milhões de mulheres que podem ter acesso a apenas essa fonte de informação, sem a possibilidade de consultas com especialistas, ou acesso a outras fontes de informação. Revista SGOB 7
7º 8º A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA PROPAGA A TEORIA DA MENSTRUAÇÃO RETRÓGRADA: Graças aos esforços e pesquisas da indústria farmacêutica, hoje podemos contar com medicações capazes de controlarem (em maior ou menor grau) a dor da endometriose, e de proporcionarem melhor qualidade de vida às mulheres. Isso é fantástico. E para comercializar seus produtos, a indústria vale-se do marketing, algo natural em qualquer negócio. Entretanto, no caso da endometriose, esse marketing pode ser enganoso e levar a conclusões equivocadas. Pensem comigo: se a infecção é causada por uma bactéria, e eu comercializo um antibiótico, nada mais natural do que eu fazer marketing demonstrando qual é essa bactéria e os malefícios que ela pode causar, pois eu comercializo justamente o antibiótico capaz de matar aquela bactéria. Ora, se eu comercializo uma medicação capaz de suspender a menstruação e controlar a dor da endometriose, eu buscarei divulgar que a endometriose é causada pela menstruação, pois eu comercializo justamente a medicação capaz de suspender a menstruação! Não haveria nada de mal nisso, fosse a endometriose causada pela menstruação. Mas não o é. Não há provas que a menstruação retrógrada cause endometriose. Então, como propagandear um fato que não tem comprovação científica? A bula de uma conhecida pílula lançada no mercado há alguns anos começa com a seguinte frase a endometriose é causada pela menstruação.... É a primeira frase da bula. O marketing que nós médicos recebemos dos laboratórios é essencialmente direcionado à teoria da menstruação retrógrada. Isso não causaria maiores problemas, não fosse o fato de que alguns médicos têm como fonte de informação científica exclusiva aquela recebida dos laboratórios, por vezes enviesada. Repito que a possibilidade de termos medicações capazes de controlar a dor da endometriose é algo fantástico. Mas devemos ser cautelosos com o tipo de marketing realizado. É como dizer que o cigarro te torna mais saudável, algo que também não tem comprovação científica. FUTUROS MÉDICOS SÃO ENSINADOS QUE A ENDOMETRIOSE É CAUSADA PELA MENSTRUAÇÃO RETRÓGRADA: Como ex-professor de Ginecologia da Universidade de Brasília, pude contribuir e vivenciar o ensino aos futuros médicos. E como dizer algo diferente do que está nos livros-textos? Não é simples. Por vezes você certamente poderá ser mal interpretado. Mas fato é que os livros continuam a trazer a teoria da menstruação retrógrada como a principal explicação para a endometriose, por motivos que já destaquei, dentre os quais o principal é a extrapolação de conclusões de pesquisas com endometriose peritoneal. E, se futuros médicos são ensinados assim, é possível que a teoria da menstruação retrógrada ainda se perpetue por um longo tempo. É necessário que se quebre o ciclo de propagação de informações sem comprovação científica, por mais desafiador que se possa parecer. 9º A ENDOMETRIOSE É VISUALMENTE IDENTIFICADA (OU NÃO) DE DIFERENTES MANEIRAS POR DIFERENTES MÉDICOS: Como falar de uma doença que pode ser enxergada (ou não) de diferentes maneiras por diferentes médicos? Dez diferentes médicos não teriam dificuldade em identificar e retirar um bebê durante uma cesárea. Mas dez diferentes médicos poderiam identificar as lesões de endometriose de dez formas diferentes durante as cirurgias, ou simplesmente não identificá-las. Esse é um dos grandes desafios da endometriose. Façam a experiência: mostrem imagens de laparoscopias para diferentes médicos. Vocês certamente ouvirão diferentes opiniões. Ouvirão relatos como não há nada, está tudo normal, ou são apenas aderências, ou há pequenas lesões de endometriose, sem maior gravidade, ou então há várias e graves lesões de endometriose, como posso ver aqui, aqui e aqui.... Ressalto, diferentes médicos vendo as mesmas imagens. E porque isso acontece? Não há necessariamente maus e bons médicos, mas sim diferentes experiências. Novamente, nos remetemos à formação médica nas universidades. Voltemos aos nossos livros-texto e professores, e ao que eles nos mostram como sendo lesões de endometriose. Pensem comigo: 1. Meu cérebro só será capaz de identificar uma lesão de endometriose se eu já tiver visto antes uma lesão de endometriose, e... 2. Se alguém tiver me falado que aquela lesão é endometriose, e... 3. Se eu acreditar que aquela lesão realmente possa ser endometriose, e... 4. Se eu remover a lesão de endometriose em sua totalidade, e... 5. Se a biópsia confirmar que aquela lesão é endometriose. 8 Revista SGOB
Pois bem, se nunca me mostraram (ou se eu não tive o interesse de aprender) como é uma lesão de endometriose, ou uma lesão profunda retroperitonial escondida atrás das aderências, então eu jamais serei capaz de identificar o que é endometriose. O mesmo raciocínio vale para os exames de imagem (ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e/ou ressonância magnética pélvica), onde apenas alguns profissionais serão capazes de identificar as lesões de endometriose profunda. Pois então: se eu não consigo identificar visualmente a doença, como entender sua evolução e história natural? Parece mais óbvio então eu deduzir que, quando identificadas as lesões, elas tenham sido causadas pelas últimas menstruações. Não identificar a endometriose significa não tratar a endometriose. Não identificar a endometriose significa perpetuar a noção de que ela seja causada por menstruação retrógrada. A TEORIA DA MENSTRUAÇÃO RETRÓGRADA JUSTIFICA TODAS AS 10º FALHAS TERAPÊUTICAS: E por último, o mais importante. Dizermos que a menstruação causa endometriose justificará, automaticamente, a persistência da endometriose após qualquer tipo de tratamento realizado, seja com um anticoncepcional, ou um tratamento de reprodução assistida, ou uma cirurgia. A teoria da menstruação retrógrada justifica as múltiplas cirurgias que algumas (não raras) portadoras de endometriose sofrem ao longo de sua vida. A mulher estaria fadada a conviver para sempre com uma doença crônica, sem cura, até o momento de sua menopausa, pois ela sempre vai menstruar, e a endometriose sempre voltará. Conclusão Vários fatores contribuem para a perpetuação da teoria da menstruação retrógrada como causa da endometriose, proposta por Sampson em 1921. Fatos seculares (o útero como causa das doenças femininas) e modernos (propagação pela mídia televisiva), associados à dificuldade de identificação da endometriose nos exames e nas cirurgias, são responsáveis pela infeliz perpetuação dessa teoria. Reproduzido parcialmente com autorização em http://aendometrioseeeu.blogspot.com.br/2016/12/os-10-motivos-porque-ainda-acreditamos.html Referências 1. Signorile PG, Baldi F, Bussani R, et al. Embryologic origin of endometriosis: analysis of 101 human female fetuses. J Cell Physiol. 2012; 227:1653-1656. 2. Redwine DB. The distribution of endometriosis in the pelvis by age groups and fertility. Fertil Steril. 1987; 47:173-175. 3. Redwine DB. Ovarian endometriosis: a marker for more extensive pelvic and intestinal disease. Fertil Steril. 1999; 72:310-315. ESPAÇO PUBLICITÁRIO PAGO Revista SGOB 9
REPORTAGEM MULTIMÍDIA DESTACA A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA Descumprimento de lei, desumanização do parto, privação de informações, desrespeito com as decisões da parturiente, etc. Esses são apenas alguns dos problemas que desencadeiam a violência obstétrica nos hospitais públicos e privados. Qual a importância da presença do acompanhante no momento do parto? Há políticas públicas que defendam essas mães? Como conscientizar as parturientes e os profissionais de saúde a respeito da violência obstétrica? Essas e outras questões são respondidas na reportagem multimídia, que conta com a participação de especialistas e vítimas da violência obstétrica. Tratase de trabalho de conclusão de curso na graduação em jornalismo no Instituto de Ensino Superior de Brasília (IESB), com textos, vídeos e podcast produzidos por Beatriz Lopes e Michele Pinheiro, com orientação da Profª. Mscª Luísa Guimarães Lima. Convidada a se manifestar sobre o tema, a SGOB destaca que os médicos obstetras trabalham, em sua grande maioria, em condições altamente desfavoráveis à boa prática médica. Hospitais lotados, falta de profissionais, leitos e de materiais básicos influenciam diretamente na qualidade do atendimento prestado. A SGOB trabalha para a capacitação profissional e constante atualização sobre boas práticas médicas, de forma a enfrentar o problema. A entidade atua na defesa dos direitos dos médicos obstetras e participa, ativamente, na discussão de propostas para constante melhorias na assistência à parturiente. Veja aqui o site e compartilhe sua opinião: http://bsljornalista.wixsite.com/violenciaobstetrica 10 Revista SGOB
Revista SGOB 11
SGOB 2017 AGENDA DE EVENTOS EVENTO DATA LOCAL 1 Seminário Especializado da SGOB Tema: Jornada de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia do DF Desafios do PTGIC 18 de março Associação Médica de Brasília 2 Seminário Especializado da SGOB Tema: Jornada de Reprodução Humana 6 de maio Associação Médica de Brasília 3 49º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal Valorizando o dia a dia do gineco/obstetra 14, 15 e 16 de junho Centro Internacional de Convenções do Brasil CICB 4 V Jornada de US em Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal XI Simpósio de Medicina Fetal do Distrito Federal 11 e 12 de agosto Associação Médica de Brasília 5 Seminário Especializado da SGOB TOP TEMAS 28 de outubro Associação Médica de Brasília INFORMAÇÕES: Secretaria Executiva da SGOB Tel.: (61) 3245-3681 / (61) 99622-2865 (WhatsApp) E-mail: sgob@sgob.org.br www.sgob.org.br ESPAÇO PUBLICITÁRIO PAGO 12 Revista SGOB
Boas Festas!!! Que o novo ano chegue repleto de bênçãos para as famílias e, em sua bagagem, nos traga muita saúde para compartilharmos a vida com os nossos amados. Feliz Natal! Feliz Ano Novo! Diretoria SGOB Revista SGOB 13
Brasília 2017 Aguardamos todos de braços abertos! Marque na sua agenda! 49º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal Valorizando o dia a dia do gineco/obstetra 14 a 16 de junho de 2017 CICB - Centro Internacional de Convenções do Brasil www.sgob.org.br sgob@sgob.org.br Parceiro Associado(a): Solicite a apresentação do crachá no recebimento das visitas dos representantes. A SGOB realiza anualmente o Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal, ficando cada vez menor a par?cipação das empresas e da indústria farmacêu?ca nos eventos, com isso tornando mais diecil sua realização. Pedimos aos colegas associados que entendam quão é importante a atualização dos médicos e a importância do congresso da SGOB para todos. 14 Revista SGOB 2017 Solicite o crachá de parceiro SGOB e confira quem está nos ajudando na nossa atualização. SEU APOIO É FUNDAMENTAL
HORMÔNIO ANTI-MÜLLERIANO IMPORTANTE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DA RESERVA OVARIANA E INVESTIGAÇÃO DE INFERTILIDADE. Uma baixa reserva ovariana é um importante fator limitante para o sucesso de qualquer modalidade de tratamento de infertilidade. Ela indica a redução na quantidade e qualidade de oócitos em mulheres em idade reprodutiva. vmp8.com Comentários: Metodologia: A baixa reserva ovariana pode estar relacionada à idade, como observada em mulheres em idade avançada, ou pode ocorrer em mulheres jovens por vários fatores etiológicos. Avaliar a reserva ovariana e individualizar a estratégia terapêutica é muito importante para otimizar a taxa de sucesso de tratamento de infertilidade. O hormônio anti-mülleriano (HAM), uma glicoproteína da superfamília do fator de crescimento TGFβ, é um importante marcador da reserva ovariana, o qual pode, indiretamente, determinar a quantidade de óvulos existentes nos ovários e predizer a resposta à estimulação ovariana em Programas de Reprodução Assistida. Como não apresenta significantes variações durante o ciclo menstrual, o HAM tem a vantagem sobre o FSH de poder, a critério médico, ser dosado em qualquer fase do ciclo. ECLIA Imunoensaio de Eletroquimioluminescência R.T.: Dra. Sandra Soares Costa, CRF 402 - DF / José Gastão da Cunha Neto, CRM-DF 11924 Material: Soro Liberação de Resultado: Dois dias úteis Dr. Rafael Jácomo - Diretor Técnico do Laboratório Sabin. Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília UnB. Doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP. Hematologista e Patologista Clínico. ISO 9001: 61 3329-8000 2008