TROCAS GASOSAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS SUBMETIDAS À INTERAÇÃO SALINIDADE E DÉFICIT HÍDRICO

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Transcrição:

TROCAS GASOSAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS SUBMETIDAS À INTERAÇÃO SALINIDADE E DÉFICIT HÍDRICO A. D. Lima 1 ; J. A. da Silva 2 ; C. H. C. Sousa 3 ; A. M. E. Bezerra 4 ; C. F. de Lacerda 4 ; L. L. S. de Carvalho 5 RESUMO: Objetivou-se com esse trabalho avaliar as trocas gasosas de espécies florestais submetidas à interação da salinidade e do déficit hídrico do solo. O experimento foi conduzido no Núcleo de Ensino e Pesquisa em Agricultura Urbana do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará, no período de 11 de abril a 05 de setembro de 2014. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial triplo, com quatro espécies florestais (Aroeira, Ipê, Sabiá e Nim), dois níveis de salinidade (1,2 e 8,6 ds m -1 ) e dois regimes hídricos (com e sem déficit hídrico). De posse dos dados tabulados, os mesmos foram submetidos à análise de variância e, após verificada a significância estatística dos fatores avaliados, fez a comparação das médias utilizando-se o teste de Tukey a 5% de probabilidade. A salinidade do solo reduziu as trocas gasosas foliares nas espécies aroeira e sabiá, porém nenhum efeito significativo foi observado em plantas de Nim e Ipê roxo. A restrição hídrica combinada com o estresse salino não afetou de forma significativa as variáveis estudadas. PALAVRAS-CHAVE: Estresses; revegetação; ambiente protegido. GAS EXCHANGE IN FOREST SPECIES UNDER THE INTERACTION SALINITY AND WATER DEFICIT ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the gas exchange of forest species subjected to the interaction of salinity and soil water deficit. The experiment was conducted at the Center for Teaching and Research in Urban Agriculture, Department of Plant Science of 1 Prof. Doutor, Fatene, Caucaia, CE. Fone: (85) 996462932. e-mail: alandinizlima@yahoo.com.br 2 Eng. Agrônomo, UFC, Fortaleza - CE 3 Doutor, Depto de Engenharia Agrícola, UFC, Fortaleza, CE. 4 Prof. Doutor, Depto de Engenharia Agrícola e Fitoecnia, UFC, Fortaleza, CE. 5 Mestranda em Engenharia Agrícola, UFC, Fortaleza, CE. 785

the Federal University of Ceará, in the period from April 11 to September 5, 2014. The experimental design was completely randomized in a factorial triple, four forest species (Aroeira, Ipê, Sabia and Nim), two salinity levels (1,2 and 8,6 dsm -1 ) and two water regimes (with and without deficit ). Possession of tabulated data, they were subjected to analysis of variance and after checked the statistical significance of the assessed factors, made the comparison of averages using the Tukey test at 5% probability. Soil salinity reduced the leaf gas exchange in the mastic and thrush species, but no significant effect was observed in Nim and purple Ipe plants. The water restriction combined with the salt stress did not affect significantly the studied variables. KEYWORDS: Stress; revegetation; protected environment. INTRODUÇÃO O processo de salinização dos solos e das águas subterrâneas e superficiais é um dos mais importantes problemas de degradação ambiental, com seus efeitos prejudiciais sendo mais pronunciados nas áreas de regiões áridas e semiáridas, e que vem crescendo rapidamente em diversas partes do globo, causando problemas de grandes proporções na produtividade das culturas agrícolas. Como se não bastasse, no Nordeste brasileiro é comum à ocorrência de déficit hídrico nas culturas devido à escassez das precipitações, além da distribuição irregular da mesma. Esse tipo de estresse ocorre em qualquer período em que exista a deficiência de água, seja aguda ou crônica, devido ao processo mais intenso de evaporação e transpiração do que os índices de precipitações, afetando assim o crescimento das plantas. Dessa forma, objetivou-se com esse trabalho avaliar as trocas gasosas de espécies florestais submetidas à interação da salinidade e do déficit hídrico do solo. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Núcleo de Ensino e Pesquisa em Agricultura Urbana (NEPAU) do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará UFC, situada em Fortaleza CE, no período de 11 de abril a 05 de setembro de 2014. Para a realização do experimento utilizaram-se quatro espécies florestais, sendo três nativas da Caatinga, Aroeira (Myracrodruon urundeuva Fr Allemão), Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth) e Ipê roxo (Tabebuia impetiginosa (Mart. ex. DC.) Standl) e uma espécie exóticas, Nim (Azadirachta indica A. Juss). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial triplo, com quatro espécies florestais (Aroeira, Ipê, Sabiá e Nim), dois níveis de salinidade (1,2 e 8,6 ds m -1 ) e dois regimes hídricos (com e sem déficit hídrico). Foram realizadas duas medições, 786

aos 60 e 120 dias após o transplantio, da condutância estomática (gs), taxa de transpiração (E) e taxa de fotossintética (A) em folhas completamente expandidas, utilizando-se um IRGA (Modelo ADC System, ADC, UK). De posse dos dados tabulados, os mesmos foram submetidos à análise de variância e, após verificada a significância estatística dos fatores avaliados, fez a comparação das medias utilizando-se o teste de Tukey a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 1A, percebe-se que as espécies Aroeira, Ipê e Sabiá apresentaram redução da gs no solo CS se comparado ao solo SS, enquanto o Nim obteve comportamento contrário, mais não diferindo entre os dois níveis salinos. Já na última leitura realizada, Figura 1B, observa-se que houve redução dos valores da gs de todas as espécies seja no solo SS ou CS se comparado à primeira leitura realizada. Todas as espécies apresentaram valores estatisticamente semelhantes no solo SS e CS, com exceção da espécie sabiá, que apresentou valores de 0,22 e 0,16 mol m -2 s -1 para os solos SS e CS, respectivamente. Em seus estudos Sousa et al., (2012) avaliando o efeito de corretivos sobre a recuperação de um solo afetado por excesso de sais e sódio em espécies arbóreas nativas da Caatinga concluiram que o excesso de sais e sódio no solo elevou os teores de sódio e a relação Na + /K + na parte aérea, mas diminuiu a condutância estomática e a concentração intercelular de CO 2. (A) (B) Figura 1 - Representação gráfica da condutância estomática (gs) para interação espécies e salinidade no início (A) e no final (B) das leituras realizadas. A e B - Barras com as mesmas letras maiúsculas, para salinidade, e pelas mesmas letras minúsculas, para espécies, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P > 0,05). 787

Para as espécies Aroeira e Sabiá percebe-se que existe diferença estatística entre a condição de solo SS e CS para as taxas de transpiração. As plantas dessas espécies apresentaram reduções de 47,27 e 34,44%, respectivamente, do solo CS e SS (Figura 2). Comportamento diferenciado obteve o Nim que teve valor superior quando o solo era salino, mais que estatisticamente não diferenciou do solo sem salinidade. O Ipê apresentou redução da transpiração na maior imposição do estresse (CS), mas também não foi sufuciente para diferenciá-lo do solo SS. De acordo com Larcher (2006), a redução da transpiração é um mecanismo que ajuda a reduzir a rápida exaustão da água no solo pelas plantas. Comumente, quando o fluxo interno de água na folha se torna insuficiente para a manutenção da turgescência foliar, tal fato atua diretamente no declínio da condutância estomática e da transpiração, o que observamos nesse trabalho. Isto sugere que houve redução do fluxo de água na planta, devido provavelmente à concentração total de sais na zona radicular. Figura 2 - Representação gráfica do teste de média para transpiração (E) em função da interação espécies e salinidade do solo na leitura inicial. Barras com as mesmas letras maiúsculas, para salinidade, e pelas mesmas letras minúsculas, para espécies, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P > 0,05). Para a interação entre os três fatores avaliados, espécie, salinidade e regime hídrico (Tabela 3) verifica-se que as espécies Nim, Aroeira e Ipê, dentro da própria espécie, não sofreram o efeitos dos tratamentos. Para a espécie Sabiá o menor valor de transpiração (2,668 mol m -2 s -1 ) foi observado quando o tratamento o impôs a salinidade sem a restrição hídrica (CSSR), o qual diferenciou dos demais tratamentos analisados. Quando se compara entre espécies, percebe-se que a espécie Nim, apresentou os menores valores de transpiração de todas as espécies avaliadas, com seu menor valor no tratamento SSCR (0,948 mol m -2 s -1 ), não diferindo estatisticamente dos demais tratamentos. 788

Tabela 3 - Teste de média para transpiração (E) em função da interação das espécies, salinidade e regime hídrico na leitura final. SSSR SSCR CSSR CSCR NIM 1,762 ca 0,948 ca 1,129 ba 1,253 ca AROEIRA 1,377 ca 1,912 bca 2,231 aba 2,104 bca IPÊ 3,314 ba 2,593 ba 3,000 aa 2,733 ba SABIÁ 4,578 aa 4,167 aa 2,668 ab 4,223 aa SSSR Sem salinidade e restrição hídrica; SSCR - Sem salinidade com restrição hídrica; CSSR - Com salinidade e sem restrição hídrica; CSCR Com salinidade e com restrição hídrica. As médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem estatisticamente entre si. Segundo Castro Neto (2003), em uma situação de boa disponibilidade de água, as plantas cultivadas geralmente apresentam altas taxas de transpiração. À medida que a água do solo se torna escassa, a planta começa a reduzir sua taxa transpiratória para diminuir a perda de água e economizar a água disponível no solo (KANG et al., 2003). Pela Figura 3, observa-se que para as espécies Nim e Ipê não foi verificado efeito significativo da salinidade, enquanto que para as espécies Aroeira e Sabiá as reduções na taxa fotossintética foram relativamente altas, alcançando os valores de 40 e 39% menores nos tratamentos com salinidade, respectivamente. Essas respostas encontradas nesse trabalho podem ser explicadas pelo estresse salino que provoca diminuição do potencial de turgescência dos tecidos foliares (TAIZ; ZEIGER, 2013), provocando o fechamento dos estômatos, aumento da resistência à difusão do CO 2 e diminuição da taxa fotossintética (CHAVES et al., 2009). Figura 3- Representação gráfica do teste de média para taxa de assimilação de CO 2 (A) em função da interação espécies e salinidade do solo na leitura inicial. Barras com as mesmas letras maiúsculas, para salinidade, e pelas mesmas letras minúsculas, para espécies, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P > 0,05). Na Figura 4A pode-se observar a relação das espécies florestais e a taxa de assimilação de CO 2 (A), na última leitura realizada, onde percebe-se que a espécie Ipê foi a que apresentou o maior valor (10,98 µmol m -2 s -1 ). Entretanto, de todas as espécies, o Nim apresentou o menor valor (6,05 µmol m -2 s -1 ), diferindo estatisticamente da espécie das outras espécies estudadas. 789

Na representação gráfica do teste de média da A em função do regime hídrico, Figura 4B, verifica-se que as plantas submetidas a restrição de 50% da sua necessidade hídrica (CR), apresentaram maiores valores absolutos (8,76 µmol m -2 s -1 ) se diferenciando muito pouco em relação as plantas sem restrição hídrica (SR), que apresentaram valores de fotossíntese de 7,94 µmol m -2 s -1. Dessa maneira, verifica-se que o efeito da restrição de 50% da necessidade hídrica não foi suficiente para causar danos no aparato fotossintético das espécies avaliadas, o que também foi observada para as variáveis estudadas até o momento, visto que não houve significância estatística em função desse fator. (A) (B) Figura 4 - Representação gráfica do teste de média para taxa de assimilação de CO2 (A) da interação espécies e salinidade na leitura final para as espécies estudadas (A) e para a interação salinidade e déficit hídrico (B) na leitura final. Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P > 0,05). CONCLUSÕES A salinidade do solo reduziu as trocas gasosas foliares nas espécies aroeira e sabiá, porém nenhum efeito significativo foi observado em plantas de Nim e Ipê roxo. A restrição hídrica combinada com o estresse salino não afetou de forma significativa as variáveis estudadas. REFERÊNCIAS CASTRO NETO, M. T. Efeito do déficit hídrico na transpiração e resistência estomática da mangueira. Revista Brasileira de Fruticultura, v.25, n.1, p.93-95, 2003. CHAVES, M. M.; FLEXAS, J.; PINHEIRO, C. Photosynthesis under drought and salt stress: regulation mechanisms from whole plant to cell. Annals of Botany, v.103, p.551 560, 2009. 790

KANG, S. et al. Crop coefficient and ratio of transpiration to evapotranspiration of winter wheat and maize in a semihumid region. Agricultural Water Management, v.59, n.03, p.239-254, 2003. LARCHER, W. Ecofisiologia Vegetal. São Carlos: RIMA, 2006. 531p. SOUSA, F. Q. de; ARAÚJO, J. L.; da SILVA, A. P.; PEREIRA, F. H. F.; SANTOS. R. V. dos; LIMA, G. S. de; Crescimento e respostas fisiológicas de espécies arbóreas em solo salinizado tratado com corretivos. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental v.16, n.2, p.173 181, 2012. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 918p. 791