ESCOLA ESTADUAL DR. JOSÉ MARQUES DE OLIVEIRA - ANO 2016

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Transcrição:

Trabalho de recuperação Literatura 1º ano 2016 Maria Tereza. 1º Questão: Na seguinte cena do Auto da Barca do Inferno, o Corregedor e o Procurador dirigem se à Barca da Glória, depois de se recusarem a entrar na Barca do Inferno: Corregedor Ó arrais dos gloriosos, passai-nos neste batel! Anjo Ó pragas pera papel, pera as almas odiosos! Como vindes preciosos, sendo filhos da ciência! Corregedor Ó! habeatis clemência e passai-nos como vossos! Joane (Parvo) Hou, homens dos breviairos, rapinastis coelhorum et perniz perdiguitorum e mijais nos campanairos! Corregedor Ó! Não nos sejais contrairos, Pois nom temos outra ponte! Joane (Parvo) Beleguinis ubi sunt? Ego latinus macairos.ati Baseando- se na leitura integral da obra, responda: a) De que pecado o Parvo acusa o homem de leis (Corregedor)? Este é o único pecado de que ele é acusado na peça? b) Com que propósito o latim é empregado pelo Corregedor? E pelo Parvo? c) O Parvo e o Corregedor seguem em qual barca? Vocabulário: pera: para habeatis: tende homens dos breviairos: homens de leis Rapinastis coelhorum/et perniz perdiguitorum:recebem coelhos e pernas de perdiz como suborno Beleguinis ubi sunt?: Onde estão os oficiais de justiça? Ego latinus macairos: Eu falo latim macarrônico 2ª Questão: Leia Senhora minha, desde que vos vi, lutei para ocultar esta paixão que me tomou inteiro o coração; mas não o posso mais e decidi que saibam todos o meu grande amor, a tristeza que tenho, a imensa dor

que sofro desde o dia em que vos vi. Quando souberem que por vós sofri Tamanha pena, pesa-me, senhora, que diga alguém, vendo-me triste agora, que por vossa crueza padeci, eu, que sempre vos quis mais que ninguém, e nunca me quiseste fazer bem, nem ao menos saber o que eu sofri. E quando eu vir, senhora, que o pesar que me causais me vai levar à morte, direi, chorando minha triste sorte: "Senhor, porque me vão assim matar?" E, vendo-me tão triste e sem prazer, todos, senhora, irão compreender que só de vós me vem este pesar. Já que assim é, eu venho-vos rogar que queirais pelo menos consentir que passe a minha vida a vos servir, e que possa dizer em meu cantar que esta mulher, que em seu poder me tem, sois vós, senhora minha, vós, meu bem; graça maior não ousarei rogar. a) Classifique a cantiga: b) Caracterize o eu-lírico: 3º Questão c) Caracterize o interlocutor: d) Característica principal desse tipo de cantiga: 4ª Questão: O texto abaixo apresenta uma análise de um grande escritor brasileiro do Modernismo. Leia-o atentamente e marque, nas alternativas, V para verdadeiro e F para falso: Ao lado de todo esse movimento histórico em que a música artística se manifestou no Brasil, mais por uma fatalidade individualista ou fantasia de elites do que por uma razão de ser social e étnica, principiou tomando corpo no século XIX uma outra corrente musical, sem força histórica ainda, mas provida de muito maior função humana: a música popular. Não sabemos nada de técnico sobre a música populardos três séculos coloniais. Um povo misturado, porém inda não amalgamado, parava nas possessões que Portugal mantinha por aqui. Esse povo feito de portugueses, africanos, ameríndios, espanhóis, trazia junto com as falas dele as cantigas e danças que a Colônia escutava. E foi da fusão destas que o nosso canto popular tirou sua base técnica tradicional.(...) A tendência para o canto amoroso é dominantíssima em Portugal. No fim do século XVIII o viajante M. Link constatava que as cantigas do povo português são queixosas; no geral contam penas de amor, raramente são sensuais e muito pouco satíricas. Pois essa tendência foi fortemente contrariada aqui. Si a pena de amor freqüenta bem a cantiga brasileira (como aliás freqüenta a cantiga de todos os povos do mundo), ela não toma entre nós uma predominância absoluta. Chegou mesmo a se domiciliar em certas formas particulares: a Modinha, que é geralmente queixume e a Toada cabocla. O Lundu, pelo contrário, no geral trata o amor comicamente. Algumas vezes é senvergonhamente sensual. Porém nas outras formas, a variedade de assunto é vasta.(...) ( Mário de Andrade) Vocabulário amalgamado:mesclado modinha:cantiga popular acompanhada de violão toada:cantiga de melodia simples lundu: canção de caráter cômico

Com base no texto acima, coloque V ou F ( ) O texto demonstra entre outras coisas a relação entre as cantigas trovadorescas e a música popular brasileira. ( ) O tema amoroso nas cantigas brasileiras apresenta as mesmas características do canto amoroso português. Essas características, diga-se de passagem, são exatamente as mesmas em todas as regiões do mundo. ( ) O texto é literário, pois apresenta figuras de linguagem e é passível de várias interpretações ( ) Enquanto a sensualidade e a sátira são abundantes nas cantigas portuguesas, no Brasil essas características não são marcantes. ( ) O canto popular brasileiro tirou sua base técnica tradicional predominantemente de Portugal. 5ª Questão: A escola árcade teve início em 1768, no Brasil. Sobre ela, indique e explique: a) Três de suas principais características 6ª Questão b) Três lemas árcades e seus significados c) Dois poetas e seus respectivos nomes árcades 7ª Questão: Com base na leitura integral da obra Iracema, responda: a) Em Iracema, Alencar traz como personagem central uma índia. Como se define a personagem Iracema, mulher e índia, em relação ao movimento literário a que pertenceu Alencar? b) Após ferir Martim, Iracema quebra sua flecha. O que isso significa? 8ª Questão c) Ao deixar Iracema,grávida e sozinha, na praia, Martim deixa-lhe quais sinais? O que eles representam?

9ª Questão: Minha bela Marília, tudo passa; A sorte deste mundo é mal segura; Se vem depois dos males a ventura, felicidade Vem depois dos prazeres a desgraça. Estão os mesmos deuses próprios Sujeitos ao poder do ímpio Fado: impiedoso Apolo já fugiu do céu brilhante, Já foi pastor de gado. (Tomás Antônio Gonzaga) Com base no poema acima e em nosso estudo sobre o Arcadismo, responda: a) Qual o tema literário, frequente na poesia árcade, predominante na estrofe transcrita? b) Nos versos, o poeta recorre ao uso da antítese, para desenvolver seu argumento. Dê exemplos 10ª Questão c) Quais as 2 diferenças básicas que podemos encontrar nos versos árcades acima e em um poema barroco? 11ª Questão: Texto 1 Quem deixa o trato pastoril amado Pela ingrata, civil correspondência, a vida na cidade Ou desconhece o rosto da violência, Ou do retiro a paz não tem provado. Que bem é ver nos campos transladado No gênio do pastor, o da inocência! E que mal é no trato, e na aparência Ver sempre o cortesão dissimulado! Ali respira amor, sinceridade; Aqui sempre a traição seu rosto encobre; Um só trata a mentira, outro a verdade. Ali não há fortuna, que soçobre; Aqui quanto se observa, é variedade:

Oh ventura do rico! Oh bem do pobre! (Cláudio Manuel da Costa) Texto 2 Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus. (Carlos Drummond de Andrade) Depois de uma leitura atenta, responda: a) O texto 1 relaciona, por meio de antíteses, dois lugares. Quais são esses lugares? 12ª Questão b) De que fala o texto 2? c) Em que divergem os textos 1 e 2? 13ª Questão: No Brasil, o Barroco teve início em 1601, com a publicação do poema épico Prosopopeia, e finalizou-se em 1768, ano em que Cláudio Manuel da Costa publica Obras Poéticas, inaugurando o Arcadismo brasileiro. Sobre o Barroco, responda brevemente. O que significam os termos: a)conceptismo b) Cultismo

14ª Questão c) Feísmo 15ª Questão: Ondas do mar de Vigo Se vistes meu amigo E ai, Deus se verrá cedo! Ondas do mar levado Se vistes meu amado E ai, Deus se verrá cedo! Se vistes meu amigo O por que eu suspiro E ai, Deus se verrá cedo! Se vistes meu amado Por que hei gran cuidadohj E ai, Deus se verrá cedo! Sobre a cantiga acima: a) Dê sua classificação e justifique b) Indique, se houver, o paralelismo e o refrão 16ª Questão c) Indique sua origem (paralelismo) 17ª Questão: SONETO DA INTIMIDADE Nas tardes de fazenda há muito azul demais. Eu saio às vezes, sigo pelo pasto, agora Mastigando um capim, o peito nu de fora No pijama irreal de há três anos atrás.

Desço o rio no vau dos pequenos canais Para ir beber na fonte a água fria e sonora E se encontro no mato o rubro de uma amora Vou cuspindo-lhe o sangue em torno dos currais. Fico ali respirando o cheiro bom do estrume Entre as vacas e os bois que me olham sem ciúme E quando por acaso uma mijada ferve Seguida de um olhar não sem malícia e verve Nós todos, animais, sem comoção nenhuma Mijamos em comum numa festa de espuma. (Vinicius de Moraes) O poeta Vinicius de Moraes, apesar de modernista, explorou formas clássicas como o soneto acima transcrito, em versos alexandrinos (12 sílabas) rimados. Considerando- se o que se acaba de afirmar, responda: a) Essa forma clássica tradicionalmente exigiu tema e linguagem elevados. O Soneto da intimidade atende a essa exigência? Justifique. 18ª Questão b) Como os quartetos anunciam a identificação do eu lírico com os animais? Como os tercetos a confirmam? 19ª Questão O que é literatura? 20ª Questão Até agora, qual escola literária achou mais interessante? Por quê?