Guia Básico para Configuração de Switches



Documentos relacionados
Roteamento e Comutação

Objetivos: i) Verificar o impacto de loops em redes locais ii) Configurar o protocolo STP para remover loops da rede

Interconexão redes locais (LANs)

Application Notes: VRRP. Aplicabilidade do Virtual Router Redundancy Protocol no DmSwitch

Módulo 8 Ethernet Switching

Faculdade Anhanguera de São Caetano do Sul

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI UFPI Colégio Técnico de Teresina CTT. Professor: José Valdemir dos Reis Junior. Disciplina: Redes de Computadores II

Roteamento e Comutação

Prof. Samuel Henrique Bucke Brito

Fundamentos de Redes de Computadores. Elementos de Redes Locais

Tecnologia de Redes de Computadores - aula 5

RD Press. Switches 3Com, H3C e HPN Serie-A. Diego Dias

Equipamentos de Redes. Professor Leonardo Larback

Redes de Computadores II INF-3A

Acesso Ethernet com Hubs

Link Aggregation IEEE 802.3ad Uma Visão Geral

Redes de Computadores II

PRIMEIRA LISTA DE EXERCÍCIOS CAR. 48 Hosts Link C 6 Hosts

Agregação de enlace ethernet e balanceamento de carga

Entendendo como funciona o NAT

Capítulo 8 - Comutação Ethernet. Associação dos Instrutores NetAcademy - agosto de Página

Arquitetura de Rede de Computadores

Serviço de datagrama não confiável Endereçamento hierárquico. Facilidade de fragmentação e remontagem de pacotes

REDES DE COMPUTADORES Prof. Ricardo Rodrigues Barcelar

Aula Prática Roteador

Na Figura a seguir apresento um exemplo de uma "mini-tabela" de roteamento:

Alta disponibilidade utilizando Roteamento Virtual no RouterOS GUILHERME RAMIRES

Laboratório - Visualização das tabelas de roteamento do host

Faculdade Anhanguera de São Caetano do Sul

Capítulo 5: Roteamento Inter-VLANS

Roteamento e Comutação

Introdução Introduç ão Rede Rede TCP/IP Roteame Rotea nto nto CIDR

Consulte a exposição. Qual declaração descreve corretamente como R1 irá determinar o melhor caminho para R2?

Interconexão de redes locais. Repetidores. Pontes (Bridges) Hubs. Pontes (Bridges) Pontes (Bridges) Existência de diferentes padrões de rede

Centro Tecnológico de Eletroeletrônica César Rodrigues. Atividade Avaliativa

Equipamentos de rede. Repetidores. Repetidores. Prof. Leandro Pykosz

Gerenciamento de Redes de Computadores. Resolução de Problemas

Roteamento Estático (2)

Objetivo: Criar redes locais virtuais (VLANs) usando switches e computadores

Aula Prática Wi-fi Professor Sérgio Teixeira

Curso: Redes II (Heterogênea e Convergente) Tema da Aula: Características Roteamento

Tópicos Especiais em Redes de Telecomunicações

Equipamentos de Rede. Prof. Sérgio Furgeri 1

Rede de Computadores II

ADDRESS RESOLUTION PROTOCOL. Thiago de Almeida Correia

18/05/2014. Problemas atuais com o IPv4

Configuração de VLANS em ambientes CISCO

EA080- Laboratório de Redes de Computadores Laboratório 2 Virtualização (Relatório Individual) Prof. Responsável: Mauricio Ferreira Magalhães

Aula 03 Regras de Segmentação e Switches

Tecnologias de rede O alicerce da Infraestrutura de TI.

OS endereços IP v.4 consistem em 4 octetos separados por pontos. Estes endereços foram separados

REDES DE COMPUTADORES - I UNI-ANHANGUERA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS CURSO DE ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS PROF.

Unidade 3 Visão Geral de Equipamentos de Rede

Interconexão de Redes. Aula 03 - Roteamento IP. Prof. Esp. Camilo Brotas Ribeiro cribeiro@catolica-es.edu.br

Quadro de consulta (solicitação do mestre)

O modelo ISO/OSI (Tanenbaum,, 1.4.1)

Professor: Macêdo Firmino Disciplina: Sistemas Operacionais de Rede

LAN Design. LAN Switching and Wireless Capítulo 1. Version Cisco Systems, Inc. All rights reserved. Cisco Public 1

Packet Tracer 4.0: Overview Session. Conceitos e práticas

Curso de extensão em Administração de Redes

Configurando o DDNS Management System

Capítulo 9 - Conjunto de Protocolos TCP/IP e Endereçamento. Associação dos Instrutores NetAcademy - Julho de Página

CONFIGURAÇÃO DE ROTEADORES CISCO. Prof. Dr. Kelvin Lopes Dias Msc. Eng. Diego dos Passos Silva

Veja abaixo um exemplo de um endereço IP de 32 bits:

Há dois tipos de configurações bidirecionais usados na comunicação em uma rede Ethernet:

A Camada de Rede. A Camada de Rede

ICORLI. INSTALAÇÃO, CONFIGURAÇÃO e OPERAÇÃO EM REDES LOCAIS e INTERNET

Funcionalidade Escalabilidade Adaptabilidade Gerenciabilidade

Segurança em Sistemas de Informação Tecnologias associadas a Firewall

Tabela de roteamento

Arquitetura de Rede de Computadores

SISTEMAS DISTRIBUÍDOS

Endereços Lógicos, Físicos e de Serviço

5.2 MAN s (Metropolitan Area Network) Redes Metropolitanas

ADMINISTRAÇÃO DE REDES DE COMPUTADORES. Elementos da rede (Repetidor, hub, bridge, switch, router) Spanning Tree Protocol UALG/FCT/DEEI 2005/2006

Guia de Conectividade Worldspan Go Res! A V A N Ç A D O

Arquitetura de Redes: Camadas de Protocolos (Parte II)

Exercícios de Revisão Redes de Computadores Edgard Jamhour. Nome dos Alunos

Prof. Samuel Henrique Bucke Brito

Capítulo 4 - Roteamento e Roteadores

MANUAL DO USUÁRIO SORE Sistema Online de Reservas de Equipamento. Toledo PR. Versão Atualização 26/01/2009 Depto de TI - FASUL Página 1

Redes de Computadores II

Equipamentos de Redes de Computadores

Virtual Local Area Network VLAN

Capítulo 3: Implementar a segurança por meio de VLANs

BC-0506: Comunicação e Redes Aula 04: Roteamento

Planejamento e Projeto de Redes de Computadores. Eduardo Barrére

Faculdade de Tecnologia SENAC Goiás. Disciplina: Gerenciamento de Rede de Computadores. Goiânia, 16 de novembro de 2014.

1. Explicando Roteamento um exemplo prático. Através da análise de uns exemplos simples será possível compreender como o roteamento funciona.

Curso de extensão em Administração de sistemas GNU/Linux: redes e serviços

MUM Brasil Autenticação através de MPLS/VPLS. Eduardo Braum. Fernando Klabunde

ARP. Tabela ARP construída automaticamente. Contém endereço IP, endereço MAC e TTL

CCNA 2 Conceitos Básicos de Roteadores e Roteamento. Capítulo 7 - Protocolo de Roteamento de Vetor de Distância

Redes Overlay. Estrutura. Exemplo. Um Exemplo Histórico. Aldo Monteiro do Nascimento, Dionei Marcelo Moraes. 08 de novembro de 2006

Rede de Computadores

Aula 4. Pilha de Protocolos TCP/IP:

Universidade do Sul de Santa Catarina. Tecnologia e Comutação Ethernet. Ana Lúcia Rodrigues Wiggers

Redes. Pablo Rodriguez de Almeida Gross

MÓDULO 7 Modelo OSI. 7.1 Serviços Versus Protocolos

Spanning Tree Protocol: Evoluções

Transcrição:

RD Press Guia Básico para Configuração de Switches Alta Disponibilidade Switches 3Com, H3C e HPN Serie-A Diego Dias

R D PR E S S Guia Básico para Configuração de Switches Alta Disponibilidade RD Press Rotadefault.com.br Comutadores.com.br Autor: Diego Dias Revisão: Millena Mota

Índice Introdução à Alta Disponibilidade de Switches Ethernet... 7 Gateway e Roteamento...10 Alta Disponibilidade...10 Spanning-Tree...... 12 Resumo:Como funciona uma Rede Ethernet...13 Eleição do Switch Root...16 Forçando o Switch Root da Rede...17 Display STP...18 Evolução do STP (802.1d)...19 Explicando um pouco mais sobre o Rapid Spanning-Tree...21 Edge... 22 Point-to-Point......23 Quais portas foram bloqueadas ou encaminham dados?...24 Custo das portas...26 Multiple Spanning-Tree...31 Configurando o MSTP......33 Posicionamento do Switch Root na topologia...35 Troubleshooting STP......36 Estudo de Caso 1...37 Link Aggregation...40 Configurando o Link Aggregation......42 Configuração para Comware 5...42 Configuração para Comware 3... 43 Verificando o Link Aggregation...44 Configurando o Link Aggregation entre Cisco e HPN...45 Detalhes importantes para a agregação de portas em Switches...48 Estudo de caso 2...49 VRRP... 52 Utilizando o VRRP...54 Eleição do Switch Master... 55 VRRP Modo de Preempção...57

VRRP Load Balance... 58 Configurando o VRRP Load Balance... 58 Display para visualizar o modo do VRRP...59 Utilizando o VRRP com o MSTP...60 Estudo de caso 3... 62 IRF & XRN... 64 Arquitetura IRF e XRN...67 Configurando o IRFv2, IRF e XRN... 68 Configuração para o IRv2...69 Display IRFv2... 72 Auto-update para o IRFv2...72 Configuração para o IRF em Switches 3Com 4800G... 73 Auto-update para o IRF em Switches 3Com 4800G...75 Display IRF... 75 Agregação de portas para o IRF para Switches 4800G...76 Configuração para o XRN... 77 Configuração do XRN para Switches 3Com 5500...78 Display XRN...81 Problemas na conexão entre os Switches do IRF (IRF Split)...82 Configurando MAD com LACP...83 Configurando MAD com BFD...85 Após a correção da falha...87 Apêndice A... 89

Quem deve ler esse livro? Esse livro pode ser utilizado por técnicos ou administradores de Switches Ethernet da 3Com, H3C e HPN Serie-A, familiarizados com a configuração de VLANs e a comunicação entre as redes. O ebook tambem servirá para administradores com formação Cisco que desejam por necessidade profissional gerenciar um ambiente com diversos vendors. Apesar do título do livro ser Guia Básico para Configuração de Switches Alta Disponibilidade, o conteúdo abordado no ebook poderá ser relacionado à materiais de Certificação de Nível Intermediário como HP ASE Network Infrastructure e CCNP da Cisco. Mas o foco não são os exames de certificação, e sim os comandos e cenários do dia-a-dia de um administrador de Redes. Agrego a esse material minhas experiências como administrador de redes de pequeno e médio porte, incluindo a administração de Data Centers. O Livro inclui estudos de caso para análise de topologias similares a cenários reais, trabalhando de forma progressiva desde o gerenciamento de uma rede com Spanning-Tree, LACP, VRRP até a utilização de Stacking/Clusterização (XRN ou IRF) de Switches para prover redundância na rede local.

Agradecimentos A atividade de escrever o segundo ebook foi muito prazerosa. Houve uma boa aceitação do primeiro livro, muitos contatos e novas amizades que surgiram. Assim como no volume anterior, não consegui exemplificar nesse material tudo o que gostaria, mas a conclusão do material é uma grande vitória. Gostaria de agradecer aos meus amigos do Rota Default: Roger Sales e Ricardo Amaral, pela amizade e companherismo. Gostaria de agradecer também ao colaborador indireto do Rota Default Paulo Roque, pela troca de experiência e desafios; e aos amigos da HP. Para finalizar, quero agradecer a minha Mãe, quero agradecer a minha companheira (muito paciente) Millena Mota pela ajuda na revisão do material, e louvar a Deus pela compreensão e entendimento a cada dia sobre a vida e pela paz! Grandes coisas fez o SENHOR por nós, pelas quais estamos alegres. Salmos 126:3

Capítulo 1 Introdução à Alta Disponibilidade de Switches Ethernet Este capítulo é uma breve introdução à necessidade da Alta Disponibilidade para a LAN U ma rede de computadores consiste em 2 ou mais dispositivos interligados entre si, de modo a compartilhar recursos físicos e lógicos por um padrão de endereçamento lógico, para troca de informações. Para a comunicação de diversos equipamentos em uma Área de Rede Local (LAN), utilizamos dispositivos que proveem uma quantidade necessária de portas para acesso aos computadores, servidores e etc, como os Switches. Com a demanda de redes altamente disponíveis e confiáveis, faz-se necessário a criação de uma topologia de rede resiliente, com caminhos e equipamentos redundantes oferecendo maior tempo de atividade e eliminando pontos únicos de falha. Os serviços oferecidos aos clientes internos e externos das Empresas necessitam de funcionamento 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias por ano, com o SLA de noventa e nove por cento de disponibilidade, oferecido para se ganhar vantagem de mercado. 7

Exemplo 1-1 Disposição Hierarquica em camadas para os equipamentos da LAN A função básica de um Switch é encaminhar pacotes IP, baseado na leitura de endereço MAC do cabeçalho Ethernet, montando uma tabela de endereços MAC pela monitoração de mensagens trocada pelos equipamentos antes de iniciarem a sua comunicação. Com o passar dos anos diversas funções foram atríbuidas aos Switches Ethernet, tornando-os equipamentos estratégicos para Rede Local, incluindo funções de roteamento de alto desempenho, Stacking/ Clusterização, Balanceamento de tráfego, Firewall, Qualidade de Serviço, etc. A redundância em uma Rede Local tornou-se item indispensável para os dias atuais, permitindo a criação de caminhos de redes com equipamentos redundantes. Apesar do cabeçalho IP possuir mecanismo para detecção de Loop na rede, como o campo TTL, a comunicação entre equipamentos dentro da mesma sub-rede (provida pelo Switch Ethernet) não utiliza-se dessas informações (do cabeçalho IP), e sim, campos do cabeçalho Ethernet, sendo assim, a informação não é lida e o loop não é identificado. Nesse cenário, para Alta Disponibilidade, o loop lógico ocasionado pelo loop 8

físico derrubaria a rede com um dos comportamentos conhecidos como tempestade de Broadcast. Exemplo 1-2 Comparação do Cabeçalho IP e do Cabeçalho Ethernet Para eliminar o loop lógico (ocasionado pelo loop físico) faz-se necessário a utilização de protocolos auxiliares para resolver a questão. O protocolo mais utilizado para detecção de loops na LAN (e também um dos mais "odiados") é o Spanning-Tree (STP), as vezes denominado como um mal necessário. Há anos prevemos a substituição do STP com protocolos como o TRILL ou SPB, mas a grande parte das Redes Locais é ainda totalmente dependente de protocolos com variações do STP como o PVST, RSTP e o MSTP. Alguns cenários tambem incluem a utilização de protocolos proprietários para topologia em anel com o RRPP, protocolos para 9

agregação de portas como o LACP, Stacking ou features em cenários específicos como o Smart-Link e/ou Monitor-Link. Termos como SDN (Software Defined Networking), descrevem uma arquitetura que separa o Plano de Dados do Plano de Controle. Com o SDN, o Plano de Controle é administrado em um Software Centralizado separado do equipamento de rede e é independente de soluções e protocolos dos fabricantes (desde que soluções abertas sejam utilizadas), abrindo um caminho para a customização da Rede Local e o surgimento de novas soluções. Gateway e Roteamento Com a função de Gateway também atribuída aos Switches para Roteamento entre VLANs, o protocolo VRRP (Virtual Router Redundancy Protocol) tornou-se uma ferramenta importante para a redundância de Switches que atuam como Gateway das VLANs, mantendo o roteamento de pacotes mesmo em caso de falhas em um dos Switches. Técnicas de Clusterização ou também conhecida como Stacking de Switches com os protocolos XRN, IRF e IRF versão 2, também são utilizadas como alternativas para facilitar a administração e estabilidade da LAN com o Switch slave assumindo a função principal na falha do master. O termo Stacking/Empilhamento também é utilizado para denominar a ação de conectar um Switch ao outro via UpLink. Nesse ebook, utilizaremos o termo para identificar a administração de 2 ou mais Switches como um único equipamento. Alta disponibilidade Uma rede bem estruturada, segmentada em camadas como Core, Distribuição e Acesso, ou com o Núcleo Colapsado somente com as camadas de Core e Acesso (para os Switches) facilita a disposição de novos equipamentos na LAN, além da estrutura física necessária, como 10

cabeamento, energia elétrica e a redundância de equipamentos, incluindo também a parte lógica. Nesse volume focaremos as principais features para prevenção de Loop como Spanning-Tree (802.1d, 802.1w e 802.1s), Link-Aggregation (802.3ad), alta disponibilidade do Gateway utilizando o VRRP e o empilhamento de Switches com as features proprietárias da 3Com/H3C/HP (XRN, IRF e IRFv2), que acrescentam maior inteligência aos dispositivos. Boa leitura! 11

Capítulo 2 Spanning-Tree O Protocolo Spanning-Tree é responsável por uma rede livre de loops e com caminhos redundantes em caso de falha no link principal... O sucesso do protocolo Ethernet em Switches deve-se a sua função Plug&Play do protocolo para o funcionamento em uma Rede Local. Com pouca ou quase nenhuma configuração, é possível estabelecer a comunicação de todos os equipamentos de uma empresa, imaginando que a rede utilize um servidor DCHP, por exemplo. A inteligência dos Switches Ethernet vem da capacidade de monitorar as mensagens trocadas entre dispositivos da rede (como os computadores) e montar uma tabela com o mapeamento de endereços MAC vinculado às portas do Switch. Exemplo 2-1 Comportamento Plug&Play de um Switch Ethernet 12

Resumo: Como funciona uma rede Ethernet? As mensagens trocadas entre computadores para descoberta dinâmica de hosts com endereço IPv4 para comunicação, possuem comportamento Broadcast. O Switch, ao receber uma mensagem Broadcast, encaminha a informação para todas as portas, exceto para a porta que recebeu a mensagem inicial. Já para os host com endereços em IPv6, as mensagens para descoberta de vizinhos e roteadores são em endereços Multicast, mas o comportamento inicial da mensagem é muito similar (para um Switch) a uma mensagem Broadcast. Exemplo 2-2 Comportamento do Switch ao receber uma mensagem Broadcast O que é um loop Ethernet? Toda vez que um Switch recebe um frame Ethernet, faz uma busca em sua tabela MAC para encaminhar o pacote para a interface correta. Caso a informação não exista ou seja Broadcast ou Multicast para a rede local, ela é inundada para todas as portas. Quando um Switch recebe um broadcast, ele o repete em cada porta (exceto naquela em que foi recebido). Em um ambiente com loop, os broadcasts podem ser repetidos infinitamente (Gary A. Donahue, Network Warrior, O Reilly, 2007, p.59) 13

O comportamento de flooding (inundação, em uma tradução livre) é essencial para a comunicação entre equipamentos da rede local e o aprendizado dinâmico de endereços via Switch. A partir do momento que a nossa LAN torna-se complexa, o comportamento de flooding do Switch torna-se um problema para caminhos redundantes na comunicação entre equipamentos da rede. Exemplo 2-3 Loop Ethernet gerado pela redundância de caminhos A mensagem broadcast gerada pelo host A para o host C, ao chegar ao Switch é encaminhada para todas as portas, e o comportamento continua a ser replicado por todos os Switches da rede infinitamente. STP (Spanning-Tree) O Protocolo Spaning-Tree utiliza um algoritmo para detecção de caminhos alternativos colocando as interfaces redundantes em modo temporário de bloqueio, eliminando o loop lógico. A grande maioria dos Switches do mercado já vem com o Spanning-Tree habilitado. Ao tirarmos um Switch da caixa e colocarmos na rede, haverá a comunicação com todos os outros Switches para convergência e eliminação lógica de caminhos redundantes, favorecendo o comportamento Plug&Play do Protocolo Ethernet. 14

Todo Switch da LAN, ao iniciar, encaminha e recebe informações sobre os outros Switches da rede através da troca de mensagens chamadas BPDUs (Bridge Protocol Data Units).Os BPDU's são os responsáveis pelo correto funcionamento do algoritmo do Spanning-Tree e são encaminhados a cada 2 segundos em todas as portas. O Objetivo do STP é eliminar loops na rede com a negociação de caminhos livres através do Switch Root (Raiz). Dessa forma é garantido que haverá apenas um caminho para qualquer destino com bloqueio dos caminhos redundantes. Se houver falha no enlace principal, o caminho em estado de bloqueio torna-se o principal. O algoritmo do STP (chamado STA) deve encontrar um ponto de referência na rede (Root) e determinar os caminhos disponíveis, além de detectar os enlaces redundantes e bloqueá-los. Exemplo 2-4 Escolha do Switch Root pelo STP e a eleição dos caminhos bloqueados. Sempre será escolhido pelos Switches o melhor caminho até o Switch Root para encaminhamento de dados. A utilização do STP é geralmente imperceptível devido ao fato da convergência e da troca de mensagens do protocolo ocorrer sem a necessidade de configurações adicionais. Atualmente a grande maioria dos Switches Ethernet do mercado, como Cisco, 3Com, Procurve, HPN, Dell e etc., possuem o Spanning-Tree ativo ou a possibilidade de ativação do protocolo. 15

Eleição do Switch Root A idéia básica por trás do algoritmo Spanning-tree é que os Switches transmitam mensagens entre si que os permitam calcular uma nova topologia, livre de loops. As mensagens BPDU s geradas, contêm informações de configuração suficientes para que os Switches elejam para quais portas encaminharão os dados, baseando-se em custo do caminho, informações do Switch e informações da porta. Pois é pensado no algoritmo que uma porta com custo de 100Mb é estatisticamente mais lenta que uma interface de 1Gb para grande vazão de dados. O valor principal para eleição do Root (comparado entre todos os Switches da LAN) é o valor Bridge ID, composto da prioridade e do endereço MAC do Switch. Por default todos os Switches vêm de fábrica com o valor da Prioridade para 32768. Vence a eleição quem tiver a menor prioridade, e, em caso de empate, é verificado o endereço MAC do dispositivo. Mesmo que os Switches da rede local tenham escolhido um Switch como Root, caso um novo equipamento encaminhe um BPDU Superior (com melhor valor de Bridge ID), a topologia deverá convergir a partir do novo Switch Raiz. Exemplo 2-5 Troca de mensagens entre os Switches para eleição do Root. Após a eleição, se houver algum caminho redundante, o mesmo será bloqueado! 16

Exemplo 2-6 Após eleição do Switch Root, os caminhos redundantes são bloqueados nos Switches não-root Baseado nas informações do Bridge ID dentro dos BPDUs, os switches são capazes de: Para o Switch Root: o Eleger um Switch único, entre todos da LANs, para ser o Root Bridge (Raiz). Para os Switches não-root: o Calcular a distância do caminho mais curto para o Raiz (Root Bridge). o Eleger uma porta designada (designated port) para cada segmento. o Eleger a porta root (root port) que dá o melhor caminho para Root. o As portas não selecionadas serão colocadas em estado de bloqueio. Forçando o Switch Root da rede As melhores práticas sugerem a configuração do Switch Core da rede como Root utilizando o comando stp root primary que alterará a prioridade para o valor 0 (zero), forçando o dispositivo a ser o Raiz. 17

A escolha deverá ser estratégica pela posição privilegiada do equipamento na rede, melhor arquitetura, processamento, etc. Exemplo 2-7 Alterando o Bridge Priority do Switch <Switch> system-view [Switch] stp root primary! Forçando a prioridade do Switch (Bridge Priority) para o valor 0 (zero) Uma segunda maneira de alterar a prioridade Switch é pela utilização do comando stp priority 4096 (sempre escolha valores múltiplos de 4096) Obs: Se houver mais de um Switch com a prioridade 0, vence a eleição quem possuir o menor endereço MAC. Display STP O comando display stp exibe informações como o valor do Bridge ID (Bridge priority e endereço MAC) do Switch e do Root, timers,etc. Exemplo 2-8 Verificando o valor do Bridge ID (Bridge Priority e o endereço MAC) do Switch e do Switch Root da LAN. [Switch]display stp -------[CIST Global Info][Mode STP]------- CIST Bridge :32768.0000-0000-1234! Lista a Prioridade do Switch como 32768 e o endereço MAC 0000-0000-1234 Bridge Times :Hello 2s MaxAge 20s FwDly 15s MaxHop 20 CIST Root/ERPC :0.0000-0000-abcd/ 20000! A linha exibe a prioridade do Switch Root da Topologia como 0 (zero nesse caso) e o endereço MAC 0000-0000-abcd <saída omitida> Algumas versões do Comware 5 para os Switches HPN série A, possuem como padrão o STP desabilitado. 18

Exemplo 2-9 Verificando se o STP está desabilitado no Switch e habilitando o protocolo. <Switch> system-view [Switch] display stp Protocol Status :disabled Protocol Std. :IEEE 802.1s Version :3 Bridge-Prio. :32768 MAC address :000f-e203-0200 Max age(s) :20 Forward delay(s) :15 Hello time(s) :2 Max hops :20! Identificando que o STP está desabilitado no Switch [Switch]stp enable %Jun 18 16:21:10:253 2012 Switch MSTP/6/MSTP_ENABLE: STP is now enabled on the device.! Habilitando o Spanning-Tree no Switch e a mensagem de log exibida na console [Switch]display stp -------[CIST Global Info][Mode MSTP]------- CIST Bridge :32768.000f-e203-0240 <saída omitida> Evolução do STP (802.1d) A versão inicial do protocolo Spanning-tree chamada de 802.1d começou a tornar-se ineficiente com o passar dos anos, conforme as exigências de disponibilidade e desempenho da rede aumentavam. Em casos de falha do enlace principal, a convergência poderia levar até 50 segundos para o link redundante (em estado de bloqueio) gerando um grande tempo de instabilidade em toda a rede. O IEEE atualizou a versão do protocolo e resolveu alguns problemas, como o tempo de convergência, e foi bem aceito pelo mercado, sendo chamado de Rapid Spanning-Tree (RSTP/802.1w). A versão melhorada do protocolo evoluiu o tempo de convergência de forma significativa para resultados práticos de até 2 (dois) segundos. 19

20