A saúde precisa de médicos efetivos



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Transcrição:

A saúde precisa de médicos efetivos

BRASÍLIA - DF 0800 2820 454 10 e 11 maio/2014 PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSO Medicina do Esporte Sucesso Absoluto 46ª Turma no Brasil Dr. Haroldo Christo - Coord. Acadêmico Médico do Minas Tênis Clube - Dr. Marconi Gomes da Silva Cardiologista / Méd. Esporte / Pres. SMEXE Dr. Fabiano Araújo Mestre e Doutorando USA 10 e 11 maio/2014 Dr. Mohammed Behnam Talebipour S. Mestre UFMG - CRM-MG 30101 Dra. Cris ane Rocha Mestre UFMG Dr. Fabrício Bertolini Médico do Atlé co Mineiro - Espec. IPSEMG 6ª TURMA NO DISTRITO FEDERAL Dr. Lucas Boechat Mestre e Médico do HC-UFMG Dr. Bruno Andrade Doutorado UFRJ Confira alguns nomes do CORPO DOCENTE Apoio Sociedade Mineira de Medicina do Exercício e do Esporte Medicina Funcional e Preventiva Dr. Walter Taam Filho - Responsável Técnico da Pós CRM-RJ 52.28384-6 - Doutor em Ciência de Alimentos pela UFRJ Dr. Salim Kanaan Mestrado em Ciências Biológicas (Bio sica) pela UFRJ - Prof. Adjunto da UFF Dr. Artur Lemos Pres. Assoc. Méd Brasileira de Oxidologia Cardiologista Confira alguns nomes do CORPO DOCENTE Dr. André Nóbrega Pitaluga Pós Doutorado e Doutor em Biologia Celular e Molecular pela Fundação Oswaldo Cruz Dr. Décio Luis Alves Mestre em Med. Fac. de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Drª. Luciana Borges Doutor IFF/Fiocruz O que Oferecemos Pós Graduação reconhecida pelo MEC. Professores com Al ssima Titulação: Mestres, Doutores e Especialistas. Medicina do Esporte: 400 horas-aula / 20 meses de duração / 1 final de semana por mês. (Prevalecendo sempre o segundo fim de semana de cada mês). Medicina Funcional e Preven va: 400 horas-aula / 20 meses de duração / 1 final de semana por mês. (Prevalecendo sempre o segundo fim de semana de cada mês). Exclusivo para para médicos. Isensão de Taxa de Matrícula de R$ 500,00 para os primeiros 20 alunos inscritos em cada curso Esta é a hora do médico se qualificar neste nicho de mercado em franca ascensão! 0800 2820 454 www.fisicursos.com.br Veja conteúdos programáticos e Corpos Docentes de ambos os cursos na íntegra em nosso site.

EDITORIAL A saúde que sofre da mesmice Em uma relação causa-efeito, não é difícil compreender porque a saúde pública do Distrito Federal continua sua trajetória de declínio, ao ponto de levá-la ao topo das preocupações da população. Esse movimento de decadência está umbilicalmente ligado a um modelo de gestão que não conseguiu reverter esse quadro negativo nos últimos três anos, sustentado em medidas paliativas, provisórias e periféricas ao problema central: prover a população de recursos para ser bem atendida nas unidades da saúde da capital do país. Enquanto os hospitais e centros de saúde são relegados em importância, o GDF sustenta sua atuação no setor, por meio de programas desenvolvidos e financiados pelo governo federal que não suprem as carências da comunidade. Acabam se tornando muito mais instrumentos da propaganda oficial, que destoa em realidade das matérias veiculadas nos jornais, nas quais o caos de atendimento é o cotidiano da verdade. Um exemplo prático disso são os mamógrafos que proliferam sobre rodas e inexistem nos hospitais,. A população sabe o que quer quando reclama das filas e da precariedade do atendimento. Ela pede uma rede de atendimento sólida e capaz de prover com soluções para os seus momentos de enfermidade, 24 horas por dia. Não ficar correndo atrás de carretas, mendigando por um pouco de dignidade e atenção. O problema não é difícil, mas precisa ser enfrentado com coragem e responsabilidade. O que falta para resgatar a qualidade do sistema público distrital são investimentos nos insumos que levem saúde aos pacientes. Entre eles, a principal é a oferta de médicos capacitados para prestar esse atendimento de maneira continuada e compromissada. Desde o primeiro semestre do ano passado, o Sindicato dos Médicos do DF vem cobrando do GDF a realização de concurso público para a contratação de profissionais efetivos para a rede. Isso embasado pela reformulação do Plano de Carreira, Cargos e Salários (Novo PCCS), que permitiu, principalmente nos níveis iniciais da carreira, ter um valor de remuneração mais ajustado à realidade do mercado, para reter os médicos recém-chegados ao sistema. Pois bem, passados mais de seis meses, até o presente momento o Governo do Distrito Federal sequer movimentou-se para reabastecer os quadros da Secretaria de Saúde com profissionais em número suficiente para atender a demanda represada nas unidades de atendimento. Uma escassez que já beira mais de quatro mil profissionais, segundo dados do próprio GDF, publicados no Diário Oficial do DF. A saúde precisa de medidas efetivas, consistentes e sustentáveis para conseguir algum tipo de êxito em termos de qualidade. Enquanto isso, o Secretaria de Saúde lança mão de expedientes muito menos eficazes, como a publicação de editais para a contratação de médicos temporários, demonstrando claramente a visão e a preocupação de curto prazo que o governo local tem com a saúde da população. Ainda há tempo para que o governo comece a promover um processo de ruptura com esse movimento descendente na qualidade dos serviços disponibilizados aos moradores do DF, por meio da contratação de médicos efetivos via concurso público. Profissionais selecionados, capacitados e compromissados em assumir uma carreira que se dedica a atender os mais necessitados que só possuem a rede pública para cuidar da sua saúde. Edição nº 102 3

Revista Sumário Presidente Dr. Marcos Gutemberg Fialho da Costa Vice Presidente Dr. Carlos Fernando da Silva Secretário Geral Dr. Emmanuel Cícero Dias Cardoso 2º Secretário Dr. Ronaldo Mafia Cuenca Tesoureiro Dr. Gil Fábio de Oliveira Freitas 2º Tesoureiro Dr. Luís Sales Santos Diretor Jurídico Dr. Antônio José Francisco P. dos Santos Diretor de Inativos Dr. Francisco José Rossi Diretor de Ação Social Dr. Eloadir David Galvão Diretor de Relações Intersindicais Dr. Augusto de Marco Martins Diretor de Assuntos Acadêmicos Dr. Jair Evangelista da Rocha Diretora de Imprensa e Divulgação Drª. Adriana Domingues Graziano Diretora Cultural Drª. Lilian Suzany Pereira Lauton Diretor de Medicina Privada Dr. Francisco Diogo Rios Mendes Diretores Adjuntos Dr. Antônio Evanildo Alves Dr. Antônio Geraldo da Silva Dr. Baelon Pereira Alves Dr. Bruno Vilalva Mestrinho Dr. Cezar de Alencar Novais Neves Dr. Filipe Lacerda de Vasconcelos Dr. Flávio Hayato Ejima Dr. Gustavo Carvalho Diniz Dr. Paulo Roberto Maranhas Meyer Dr. Ricardo Barbosa Alves Dr. Tiago Sousa Neiva Conselho Fiscal Dr. Cantidio Lima Vieira Dr. Francisco da Silva Leal Júnior Drª. Josenice de Araujo Silva Gomes Dr. Jomar Amorim Fernandes Dr. Regis Sales de Azevedo Conselho Editorial Drª. Adriana Graziano Dr. Gil Fábio Freitas Dr. Gutemberg Fialho Editor Executivo Alexandre Bandeira - RP: DF 01679 JP Produção de conteúdos Azimute Comunicação Diagramação e Capa Strattegia/DSG Projeto Gráfico e Editoração Strattegia/DSG Gráfica Charbel Anúncios +55 (61) 3447-9000 Tiragem 12.000 Exemplares SindMédico-DF Centro Clínico Metrópolis SGAS 607, Cobertura 01, CEP: 70200-670 Tel.: (61) 3244-1998 Fax.: (61) 3244-7772 sindmedico@sindmedico.com.br www.sindmedico.com.br 6 16 Entrevista Geraldo Ferreira, presidente da Fenam 8 política Fenam faz companha por candidaturas médicas 14 aconteceu Médicos do trabalho realizam oficina sobre perícia previdenciária 20 Suplementar Novo alerta aos planos de saúde será reaiizado em abril capa Médicos em campanha: concurso público já! jurídico Multa diária de R$ 1 mil para quem atrapalhar aposentadorias Sindicais A nova onda do governador: Televisão e fita colorida regionais SindMédico na Cidade 24 Vida Médica especial 28 Cães, gatos e outros bichos A contragosto, CRM/DF prepara mudança para nova sede. 5 Opinião 21 Estratégia 28 Vinhos 30 Literárias 10 18 22 Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores.

Opinião Dr. Antonio José Francisco Pereira dos Santos As cores da distopia Apesar dos mais de vinte anos de existência, o Sistema Único de Saúde (SUS) não conseguiu, até o momento, instituir o fluxograma de funcionamento ideal, qual seja, a descentralização dos serviços de saúde, priorizando, como estipulado na Conferência de Alma Ata (Cazaquistão, setembro de 1978). Sem isso, não conseguiu atingir uma de suas premissas básicas, que é a universalização do atendimento. O sistema continua sendo uma utopia. Sem a atenção primária e a prevenção em saúde, nasceu o caos o hospitalocentrismo que, não raramente, compromete o atendimento dos casos de emergências e urgências médicas, pois o funcionamento das unidades básicas de atendimento é insuficiente ou inexistente. Em 2002, o Ministério da Saúde criou, por meio da Portaria 2048/MS, o Acolhimento Com Classificação de Risco (ACCR), com a finalidade de organizar o fluxograma. Mas as normas e orientações técnicas surgem em velocidade imensamente superior à adequação das redes públicas locais e regionais para o acolhimento dos pacientes conforme a premência do cuidado necessário. O resultado é que os pacientes permanecem nas emergências dos grandes hospitais, porque sabem que ali há médicos para atendê-los, apesar de não serem em número adequado à demanda da população. Os marcadores de prioridade vermelha, laranja e amarela não garantem o atendimento no prazo adequado ou sequer prometido ao paciente. Aos demais usuários, ainda sob o critério de gravidade, cabem as cores verde e azul, as quais significam, mais que indiretamente, que devem procurar outros locais para atender suas necessidades. Eis um dilema ético, moral e legal: o médico não pode negar socorro a um paciente, mas os gestores, secretários e ministros da saúde pode fazê-lo? O Ministério da Saúde criou, também, as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que deveriam funcionar como intermediárias entre o atendimento básico e os hospitais. No entanto, em vez de porta de entrada para as emergências dos hospitais, elas se tornaram extensões delas, utilizando também o sistema de classificação de risco. Em nada mudou a estatística de que sete entre 10 pacientes nas salas de espera dos prontos-socorros necessitam de cuidados não emergenciais ou urgentes. A Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/ DF) decidiu, então, adotar a partir de janeiro deste ano o uso de pulseiras, nas mesmas cores da classificação de risco, atribuindo a elas um suposto papel didático e incentivando os usuários não graves a procurar atenção em outro lugar. Aos que não residem nos limites geográficos do DF, a mensagem é que não esperem atendimento nos hospitais púbicos da cidade. Uma simples pulseira tem algum efeito real para resolver o caos do atendimento nos prontos-socorros e UPAS? A resposta é clara: não. Se não houver profissionais e recursos físicos e materiais suficientes tanto na atenção básica, quanto nos hospitais não há solução possível para que o SUS cumpra plenamente sua função. Outrossim, caberia aos usuários, como afirmado em recente entrevista concedida à TV Record pelo secretário adjunto de Saúde, principalmente aos do entorno, procurar por conta própria solução para suas demandas? Em qualquer lugar do mundo, é nos grandes centros que as populações periféricas buscam o suprimento das suas necessidades no que não é disponível em seus locais de origem. Constitucionalmente, o SUS (Artº 197 CCF/88 Saúde é direito do povo e dever do Estado ) é obrigado a seguir as premissas de Universalidade e Equidade. Brasília tem número de médicos muito mais que suficiente para preencher as vagas existentes no sistema público de saúde e, agora, as condições salariais para preenchê-las. Se o governo tiver a coragem de realizar a utopia da universalidade e da equidade, vai, antes de qualquer outra coisa, contratar o profissional para atender o paciente, tanto nas unidades de atenção básica quanto nos ambulatórios e prontos-socorros. Os protocolos de classificação de risco não podem se prestar a ser sistema de castas. A promoção da saúde é instrumento de inclusão social, não pode justificar qualquer tipo de exclusão. Da forma que é proposta, a classificação dos pacientes com as pulseiras coloridas remete diretamente ao sistema de cores das castas de Aldous Huxley, em Admirável Mundo Novo. Sob essa ótica, o serviço público de saúde que se propõe nada tem de utopia, ao contrário, é a realização plena da distopia. Antonio José Francisco Pereira dos Santos é médico aposentado da SES/DF e do Ministério da Saúde e Diretor Jurídico do SindMédico-DF Edição nº 102 5

Entrevista Geraldo Ferreira - Presidente da FENAM guinada política Apesar de comporem a segunda maior bancada profissional do Congresso Nacional, os médicos têm sofrido sérios revezes no panorama legislativo e político. Também não foram muitas as vozes no parlamento que ousaram se levantar contra as ações do governo federal contra a classe. As estruturas do movimento médico foram chacoalhadas em 2013 e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) se esforça para uma guinada mais forte para o campo político. Segundo o presidente da entidade, Geraldo Ferreira, a prioridade agora é politizar a categoria e trabalhar pela eleição de representantes das bases do movimento médico. Revista Médico Qual é a proposta da campanha Saúde: Nossa Voz no Legislativo? Geraldo Ferreira A ideia é fazer nascerem candidaturas oriundas do movimento médico. Temos os exemplos do Paulo Davim (PV/RN) e do Eleuses Paiva (PSD/SP), que começaram suas trajetórias políticas no movimento médico. Reconhecemos a ajuda que tivemos, em episódios recentes, de diversos parlamentares, mas esses dois foram, efetivamente, nossas vozes dentro do Congresso Nacional. Davim, que era da Associação Médica do Rio Grande do Norte, teve o apoio do sindicato, das associações e demais entidades médicas e foi eleito, pela primeira vez em 2002, como legítimo representante da classe médica. Eleuses, eleito em 2006, também é oriundo da Associação Médica de São Paulo. Foi nas associações que ocorreram os primeiros movimentos pelas candidaturas médicas. Hoje, essa bandeira está com os sindicatos. Precisamos do apoio de cada médico. Revista Médico Quando surgiu essa proposta? Geraldo Ferreira Ela foi aprovada no Congresso Extraordinário da Fenam no ano passado, no Rio de Janeiro. Mas é um tema recorrente entre as entidades. Precisamos ter representantes próprios, como têm os professores e petroleiros, por exemplo. Antes do Rio, o assunto foi discutido no congresso do Rio Grande do Norte, em 2011. Foi uma proposta do presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, o Gutemberg Fialho. Teve muito apoio, mas não foi consenso. Com as agressões contra os médicos, no ano passado, retomamos a proposta. Revista Médico Pelo menos no Congresso Nacional os médicos são muitos. Geraldo Ferreira Em todas as legislaturas nós ficamos com a segunda maior bancada, apenas os advogados superam o número de médicos, mas a maioria coloca os compromissos partidários acima das nossas causas. Ao longo dos anos, estamos vendo a degradação do sistema de saúde e gestores subsequentes não trabalham para reverter o quadro. Isso vem se acumulando há anos e já era motivo de desgaste nas relações com os governos. Este governo foi pior ainda, porque agrediu toda a categoria. Por isso, vamos trabalhar pelas candidaturas das nossas bases, para que não fechem posição favorável a toda e qualquer ação governamental. Para realizar essa proposta, precisamos do apoio e da unidade da classe médica. Revista Médico Qual é o perfil do candidato ao qual a Fenam dará aval? Geraldo Ferreira Entendemos que ele, ou ela, precisa ter raízes muito bem firmadas no movimento médico; deve ter liderança e ter participado de gestões das entidades, em especial no movimento sindical; precisa ter familiaridade com a defesa das bandeiras da classe médica; deve ter posição lúcida e clara contra propostas de governo que agridem os interesses da classe médica; deve ser coerente na defesa e na busca de avanços para a saúde pública e para a classe médica. Não podemos cair no erro de apoiar candidaturas sem histórico no movimento médico. Revista Médico Esse apoio se estende a médicos filiados a qualquer partido? Mesmo àqueles que apoiam o atual governo federal? Geraldo Ferreira Nossos representantes têm que estar em sintonia com a resolução do congresso do Rio de Janeiro, de ruptura com este governo e de repúdio a Dilma Rousseff. É muito difícil apoiar candidatos da base do governo. A percepção geral da classe é que estamos em conflito com o governo. A classe médica foi afrontada, agredida, não seria coerente apoiar quem compactua com quem fez isso. 6 Revista Médico

Revista Médico No congresso do Rio de Janeiro também não houve consenso em relação ao posicionamento político da Fenam. O que mudou entre 2011 e 2013? Geraldo Ferreira Cada congresso tem suas características. Até o ano passado, as decisões eram consensuais. Tentava-se não desagradar ninguém. Isso provocava uma paralisia na entidade. É claro que as posições divergentes têm que ser respeitadas, mas a vontade da maioria tem que prevalecer isso faz parte do jogo democrático. A construção do consenso absoluto pode acontecer e isso é desejável, mas isso não pode significar inoperância e paralisia. A Fenam, que estava distanciada da ação porque só tomava decisões por consenso absoluto, tornou-se mais ativa e dinâmica. Revista Médico Como a Fenam vai conduzir essa campanha pela eleição de médicos? Geraldo Ferreira A princípio, estamos fazendo palestras e visitas aos estados, incentivando e articulando com os sindicatos discussões sérias sobre essa questão. A recepção tem sido muito boa. Os médicos querem representação de uma bancada eleita por médicos e voltada aos interesses dos médicos. A questão não é só votar em médicos, é eleger médicos. O voto da categoria não pode ser pulverizado. Estaremos alinhados com os sindicatos de base. Vamos apoiar os candidatos que eles sacramentarem, participar das campanhas e subir em palanque junto com eles. Vemos candidaturas fortes surgindo em diversos estados, como Piauí, Amazonas, Distrito Federal, Rio Grande do Norte. Todos colegas com condições de defender nossas bandeiras. vamos trabalhar pelas candidaturas das nossas bases, que não fechem posição favorável a toda e qualquer ação governamental. Para realizar essa proposta precisamos do apoio e da unidade da classe médica. Revista Médico Por que a Fenam criou uma Comissão de Assuntos Políticos (CAP) separada do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB)? Geraldo Ferreira Tínhamos muitas comissões conjuntas. A CAP era uma delas e houve uma decisão unilateral do CFM de trabalhar individualmente, depois do distanciamento que houve no episódio da negociação para a votação da Medida Provisória do Mais Médicos. Nem a AMB, nem a Fenam aceitaram participar dessas negociações, porque entendemos que não poderíamos abrir mão das nossas posições. Com a criação da CAP Fenam, temos muita tranquilidade para fazer análises com mais agilidade, porque antes tudo dependia de consenso absoluto, novamente. Nada impede que as três entidades se reúnam para ações conjuntas a maioria das causas é de interesse mútuo. Revista Médico Como foi a conversa com a Ramona Rodriguez quando ela estava refugiada no Congresso Nacional? Geraldo Ferreira Logo depois de tomar conhecimento da situação dela, fomos convidados ao gabinete da liderança do DEM (Democratas). Eles nos pediram ajuda para garantir que ela não fosse obrigada a retornar para a ditadura cubana, porque seria alvo de perseguição. Disponibilizamos auxílio jurídico e até mesmo hospedagem. Ela confirmou explicitamente denúncias de exploração brutal dos trabalhadores e a situação escandalosa dos cubanos em comparação às condições oferecidas aos bolsistas de outras nacionalidades. A posição dela é justa. Revista Médico Ela deu alguma informação de que não se tivesse conhecimento sobre a participação no programa Mais Médicos? Geraldo Ferreira Ela nos mostrou algo gravíssimo: em nenhum ponto, o contrato assinado para a participação no programa explicita que está sendo contratado um médico, mas sim um profissional da saúde. Em Cuba, existem três tipos de cursos na área médica, que vão de 2,5 mil horas aulas a 7 mil o que é mais próximo à formação no Brasil. Fora alguns que são mostrados como padrão dos que foram trazidos para atuar no país, são os que têm o curso de menor duração que estão sendo trazidos para cá. E as denúncias de erros cometidos por alguns deles dão a entender que não são médicos. Por isso o governo federal não quis que fizessem o Revalida. Ela (Ramona) deu uma importante contribuição ao movimento médico brasileiro. Revista Médico Os parlamentares que mais se destacam na defesa dos médicos no Congresso Nacional pertencem a partidos de direita. O senhor não teme que as entidades e médicos em geral sejam rotulados por isso? Geraldo Ferreira Na bancada temos médicos espalhados por todos os partidos. Não podemos colocar a qualificação ideológica do médico como de esquerda ou de direita simplesmente ou dividi-los entre um time e outro. No perfil geral, o médico é um liberal que acredita na liberdade da economia, mas que tem sensibilidade social, até pela natureza de sua atividade. O médico é a favor do mérito, por isso não é a favor de distribuição indiscriminada de privilégios, nisso é conservador. O médico compreende a situação de crise que se vive e defende educação, trabalho e saúde como garantias básicas que o Estado tem obrigação de dar a todos os cidadãos. Sobretudo, politicamente, o médico é um democrata, contra o Estado autoritário. Edição nº 102 7

POLÍTICA Médicos na política Com programa nacional, a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) pretende incentivar candidaturas e voto em médicos para o Legislativo No dia 15 de março, o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) receberá o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM/MS) para falar sobre representação política de médicos no Legislativo brasileiro. A atividade faz parte do programa Saúde: Nossa Voz no Legislativo, promovido pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), com o objetivo de despertar a consciência da classe médica para a importância de sua participação política. A proposta original do programa foi feita pelo presidente do SindMédico- DF, Gutemberg Fialho, no XI Congresso Nacional da Fenam, em maio de 2012, em função dos entraves e reveses políticos na área da saúde e, em especial, em relação à classe médica, mesmo antes da gestão da presidente Dilma Rousseff. O conflito com o governo federal sobre as políticas de saúde motivou a retomada da ideia pela Federação, que tornou público o repúdio à administração de Dilma. Agora, com o apoio dos sindicatos, a Federação promove encontros entre médicos e parlamentares ao redor do país. Em eventos realizados no Piauí e no Gutemberg Fialho e Carlos Fernando participaram da inauguração do programa, no Piauí. Amazonas, Mandetta (DEM/MS) e o deputado estadual Luiz Castro (PPS/AM) foram com as candidaturas. posição entre os médicos de colaborar os parlamentares participantes. Com esses Nas palestras que já foram realizadas, eventos, a Fenam espera contribuir para o presidente da Fenam ressaltou que a revolta a construção de uma bancada de parlamentares ligados à classe. Por isso, além de do tratada e como a saúde pública está sendo com a forma como a classe médica está sen- estimular os profissionais a se candidatar a conduzida não diminuiu desde os confrontos cargos públicos, também será incentivado do ano passado. A percepção geral é a de o voto em políticos que se proponham a que este governo tem a marca da hostilidade defender as bandeiras médicas. contra os médicos, destaca Geraldo Ferreira. Segundo o presidente da Fenam, A federação não definiu apoio a nenhum dos Geraldo Ferreira, já se percebe uma dis- pré-candidatos à Presidência da República. Fotos: Ascom/Fenam Médicos militares poderão ter vínculo público civil O Congresso Nacional aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 122/2011, do senador licenciado e atual ministro da Pesca Marcelo Crivella, que permite aos profissionais de saúde das Forças Armadas acumularem outro cargo público, no âmbito civil. A nova lei beneficiará cerca de 3,5 mil médicos de carreira, que, pela legislação atual, depois da reforma, aos 50 anos, perdem suas aposentadorias se assumirem outro emprego. Com a mudança, serão reformados aos 55 anos e poderão acumular a aposentadoria e os novos vencimentos. Crivella afirma que a PEC se propõe a conter a evasão de médicos do serviço militar ao possibilitar que aumentem sua renda. Para atender à atual demanda, as Forças Armadas têm 3 mil profissionais em regime temporário. A pedido do Ministério da Defesa, o militar que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva, como forma de assegurar a prioridade do vínculo militar sobre qualquer outro. Caso o militar tome posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, ele poderá permanecer na ativa, mas sem direito a promoções senão por antiguidade. A PEC terá repercussão direta nos estados que não permitem duplo vínculo para profissionais de saúde da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. No Distrito Federal, onde o Sindicato dos Médicos (SindMédico-DF) obteve, há anos, por via administrativa, que os médicos nessa situação não tivessem que fazer opção por um ou outro vínculo, a situação será finalmente apaziguada, sem que haja novos questionamentos ou percalços. 8 Revista Médico

Mais de uma centena de baixas no Mais Médicos O diretor Jurídico do SindMédico- DF, Antonio José dos Santos, que representa a entidade na Federação Nacional dos Médicos como diretor de Formação Profissional e Residência Médica, participou de visita à médica cubana Ramona Rodriguez, que abandonou o programa Mais Médicos em fevereiro, refugiou-se no gabinete da liderança do partido Democratas (DEM) no Congresso Nacional e expôs um movimento de debandada de intercambistas. Em entrevista coletiva, no dia 6 de maio, ela afirmou ter sido convidada para trabalhar no território brasileiro no fim de 2012. Disse que recebia apenas US$ 400 por mês e outros US$ 600 seriam depositados mensalmente em uma conta em Cuba e entregues aos profissionais somente após o término do contrato com o governo brasileiro. Ramona também acionou a Justiça Trabalhista para pedir indenização por danos morais e receber a diferença do salário de R$ 10 mil oferecido pelo governo brasileiro, que, segundo a médica, não foi pago a ela durante os quatro meses em que trabalhou no país. Os líderes do DEM nos pediram ajuda para que, obtendo asilo no país, Ramona pudesse se manter. Oferecemos ajuda para ela se manter enquanto se preparasse para a prestação do Revalida e pudesse exercer a medicina de maneira regular, informou Antonio José. O valor da bolsa que Ramona pretende questionar na Justiça pode estar subestimado. Em dezembro, o Tribunal de Contas da União (TCU) pediu esclarecimentos ao Ministério da Saúde sobre possíveis irregularidades verificadas no convênio com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), responsável pelo convênio com o Visita da Fenam a Ramona, na liderança do DEM. governo cubano para a vinda de trabalhadores daquele país para atuar no programa Mais Médicos. A primeira questão refere-se ao valor pago, por médico, ao regime castrista, que seria integralmente pelo teto de R$ 30 mil por profissional e não pela possível variação entre o piso de R$ 10 mil e o teto previstos no contrato. O caso de Ramona ganhou repercussão e começou a desnudar a fragilidade do eleitoreiro programa Mais Médicos para o Brasil. Até o dia 11 de fevereiro, 27 cubanos haviam abandonado o programa, sendo que cinco deles não voltaram para a ilha e para o tacão do regime totalitário castrista, que recebe apoio financeiro, a expensas do contribuinte brasileiro, do governo Dilma Rousseff. Na internet, as tropas de choque do partido da presidente insistem em atribuir as deserções à conspiração das entidades médicas com partidos de direita e iniciativas do governo dos Estados Unidos para cooptação de profissionais da saúde cubanos. Ninguém se propõe a explicar os 89 bolsistas considerados faltosos, prestes a serem desligados do programa. Atuação empresarial de Chioro é alvo de investigação Tudo o que todos já sabem Antes de assumir o Ministério da Saúde, o ex-secretário de saúde de São Bernardo do Campo (SP), Arthur Chioro foi levado a Cuba pela presidente Dilma Rousseff, a título de deixar claro que o atual ministro vai dar continuidade ao programa que é destaque na campanha pela reeleição para a presidência e pela conquista do governo do estado de São Paulo. Petista de carteirinha, Chioro ocupa cargos nos governos federal e municipal (também nas mãos do Partido dos Trabalhadores) desde 2003. Antes de assumir o Ministério, era presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, que reúne gestores de 645 municípios. Ao mesmo tempo, era sócio majoritário da Consaúde Consultoria, Auditoria e Planejamento Ltda., que presta serviços a diversas prefeituras, inclusive no estado de São Paulo conduta imprópria para ocupantes de cargos públicos. Em setembro de 2013, a promotora Taciana Trevisoli Panagio instaurou um inquérito civil público para apurar se há violação ao princípio da administração pública no fato de Chioro acumular a função de diretor da empresa e de secretário de Saúde. As consultorias dos petistas em seus negócios particulares já renderam dores de cabeça ao governo: o ex-ministro Antonio Palocci foi demitido do cargo após se envolver em escândalo referente à evolução patrimonial de consultoria de sua propriedade. O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) foi investigado pela Comissão de Ética Pública da presidência pelo mesmo motivo. Instituída no âmbito do Senado Federal, a comissão temporária destinada a propor soluções ao financiamento do sistema de saúde do Brasil (CTS) encerrou os trabalhos em dezembro. O relatório não tem densidade para ser mais que recheio de pasta dos arquivos do parlamento. No entanto, os senadores participantes da comissão reconheceram o déficit do financiamento da saúde em torno de R$ 45 bilhões anuais. Também reconheceram que esse valor corresponde e vai ao encontro do Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que tramita atualmente na Câmara dos Deputados, estabelecendo que 10% das Receitas Correntes Brutas (RCB) da União sejam definidos para o setor da saúde. Edição nº 102 9

JURÍDICO Aposentadorias não serão revertidas Gdf faz manobras, mas o sindicato montou cerco jurídico para preservar médicos Fotos: Cidney Martins O presente de Agnelo anunciado no final do ano foi alvo de duras críticas em assembleia realizada na sede do SindMédico-DF, em janeiro. O presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho, e integrantes da assessoria jurídica falaram para cerca de 120 médicos, que se reuniram em assembleia, no dia 30 de janeiro. O tema foi a Ação Rescisória, de 19 de dezembro de 2013, pela qual o Governo do Distrito Federal (GDF) tenta fazer a reversão de aposentadorias obtidas pela contagem diferenciada de tempo trabalhado em condições insalubres garantida pelo Mandado de Injunção 836, de 2009. Os que já foram aposentados podem ficar tranquilos. A reversão não é possível. Quem for pressionado por intimação ou pressão direta da Secretaria de Saúde deve procurar a assessoria jurídica, afirmou Gutemberg. Multa e prisão Gutemberg Fialho também anunciou que a 2ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, em 22 de janeiro, mandou que o GDF se manifestasse sobre o descumprimento do MI 836 (com prazo de cinco dias já decorridos) sob pena de imposição de multa diária e outras penalidades previstas em lei, até a prisão do responsável pelo sobrestamento dos processos de aposentadoria. A multa por descumprimento foi arbitrada em R$ 1 mil por dia, não só para os réus da ação, mas para todos os agentes administrativos ou políticos que tiverem dado causa ao descumprimento. Os médicos sindicalizados devem insistir na continuidade dos processos sobrestados junto aos departamentos de recursos humanos das regionais em que estiverem lotados, fazendo a requisição por escrito, à qual deve ser anexada cópia do despacho do juiz (ambos disponíveis na sede do sindicato). Custeio de pareceres A assembleia também aprovou a contribuição extra de R$ 250 para custeio de pareceres de especialistas em Direito Previdenciário e Constitucional. São peças jurídicas de custo elevado, porém indispensáveis, que serão anexadas aos processos avaliados pelo STF, pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios e pelo Tribunal de Contas do DF. Defasagem do FGTS entre 1999 e 2013 pode chegar a 88% Milhares de trabalhadores brasileiros têm sido prejudicados por um cálculo de correção dos saldos de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) abaixo da variação inflacionária. A correção mensal dos depósitos no FGTS é feita com base na Taxa Referencial (TR), acrescida de juros de 3% ao ano, o que, segundo especialistas, seria insuficiente para recompor perdas diante da inflação. A defasagem pode chegar a 88% no período de 1999 a 2013. Por isso, a exemplo do que estão fazendo dezenas de milhares de pessoas em todo o Brasil, a assessoria jurídica do SindMédico-DF vai ingressar com ação revisional na Justiça para pleitear a recuperação das perdas, com o objetivo de recompor o saldo dos sindicalizados. A Advocacia Riedel informa que a correção só se dará sobre os rendimentos inadequadamente corrigidos e não sobre o montante do saldo. As ações serão pro- postas contra a Caixa Econômica Federal de forma individualizada ou coletiva. Todos os trabalhadores que têm ou tiveram conta vinculada ao FGTS a partir de janeiro de 1999 podem requerer seus direitos, inclusive aqueles que já tenham sacado o dinheiro do fundo. O tribunal competente para julgamento é o de Justiça Federal. Documentos necessários para ajuizar a ação: Identidade, CPF, Carteira de Trabalho e extratos do FGTS de 1999 a 2013. 10 Revista Médico

Desconto indevido de GAB e GCET Barriga jurídica Nova vitória judicial do SindMédico-DF em benefício dos médicos sindicalizados. A 7ª Vara de Fazenda Pública do DF mandou expedir os precatórios referentes ao desconto indevido da Gratificação de Ações Básicas em Saúde (GAB) e da Gratificação por Condições Especiais de Trabalho (GCET) em períodos de férias e licenças previstas em lei, no período de 2005 a 2012. Os médicos sindicalizados que foram prejudicados pelo desconto indevido e participam da ação judicial devem levar cópias dos contracheques ou fichas financeiras ao Departamento Jurídico do sindicato para que sejam anexados aos processos. Vitória em ação de devolução de Imposto de Renda Os médicos que fazem parte do grupo do precatório 449/94 podem comemorar uma conquista extremamente importante para reaver o Imposto de Renda retido indevidamente à época em que receberam os valores que lhes eram devidos pelo governo. Foi obtida na ação judicial promovida pelo Sindicato dos Médicos do Difamador de médico é condenado No dia 15 de janeiro, o 3º Juizado Especial Criminal de Brasília condenou José Luís Garcia Mir, autor do livro O Caso Tancredo Neves O Paciente, a pena de 30 horas de serviços à comunidade por injúria sofrida pelo radiologista Gilnei Godoi Guimarães, que fez parte do Inobservância de prazos pode prejudicar defesas A diretoria Jurídica do SindMédico-DF alerta os médicos sindicalizados para a observância dos prazos para a elaboração e apresentação de defesas tanto para casos de processos administrativos quanto judiciais. A equipe da Advocacia Riedel notificou a diretoria sobre casos em que os médicos têm apresentado suas DF junto à 7ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal. Os valores a serem ressarcidos, hoje, ultrapassam R$ 200 mil para cada um dos médicos participantes do grupo. O GDF ainda pode recorrer. Resta aguardar a tramitação do recurso e trânsito em julgado da ação. corpo médico que atendeu o ex-presidente. A pena é leve diante do peso da agressão infringida. O radiologista ainda move ação indenizatória, na esfera cível, na qual solicita compensação financeira pelo dano moral causado à sua imagem e reputação profissional. causas com prazo exíguo para a preparação dos advogados. O médico deve tratar as intimações e notificações com a urgência devida. O sindicato solicita ao colega que, ao receber intimação judicial ou notificação de processo administrativo, agendem imediatamente uma consulta com os advogados para dar a eles todos os elementos e o tempo necessário para a elaboração de uma boa defesa. Existe uma expressão no jornalismo que significa a publicação de notícia incorreta a barriga às vezes, provocada pela voracidade pelo furo, pela excitação do jornalista, pelo pouco conhecimento do meio ou do assunto em questão ou, ainda, por declarações equivocadas de fontes que desconhecem as implicações dos fatos que lhes são relatados ou que não tiveram tempo para fazer uma análise adequada deles. Foi o que ocorreu no caso da ação de Inconstitucionalidade julgada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) em relação à aplicação do teto constitucional aos salários dos servidores do Governo do Distrito Federal (GDF). O julgamento do TJDFT não contesta nem anula a decisão do Superior Tribunal de Justiça, que mandou separar os vínculos dos médicos para a aplicação do teto. O que foi questionado pelo Ministério Público, que moveu a ação, foram as instruções normativa que extrapolou a ordem judicial e estendeu a outras categorias profissionais e a ocupantes de cargos comissionados o que o STJ reconheceu ser direito dos médicos. Mesmo depois de questionado da incorreção da primeira instrução normativa, a correção feita pelo governo excluiu os comissionados, mas manteve outros profissionais o que permanecia fora do escopo da decisão do STJ. Em respeito ao Estado de Direito, o GDF deve cumprir o que determinou o Superior Tribunal de Justiça. Edição nº 102 11

JURÍDICO Relatório das ações judiciais coletivas GAB e GCET manutenção do pagamento em períodos de férias e licenças previstas em lei OS 2010/01825 Deferida a liminar em 24/08/2010. Sentença procedente em 04/07/2011. Aguardando processamento do recurso do DF. Lei da Transparência Divulgação do nome, remuneração e lotação do servidor na internet OS 2012/01871 Mandado de Segurança. Em 18/12/2012, o TJDF julgou procedente a ação, impedindo a divulgação de informações dos servidores médicos na internet. Interposto Recurso Extraordinário pelo DF junto ao STF. Designado relator o ministro Ricardo Levandowski. Aguardando julgamento. Benefício Alimentação Ressarcimento do valor pago pelos servidores distritais a título de custeio OS 2011/01643 Sentença proferida em 04/11/2013, julgando improcedente a ação. Apelação interposta pelo SindMédico-DF. Aguardando remessa dos autos ao TJDF para julgamento do recurso. Desvio de função de especialidade médica pediatria no atendimento à neonatologia OS 2012/02073 Deferida a liminar em 26/10/2012 pelo TJDF. Aguardando julgamento desde 10/10/2013. GMOV manutenção do pagamento OS 2012/00429 Indeferida a liminar em 14/03/2012. Aguardando julgamento desde 02/12/2013. Manutenção do pagamento do adicional de insalubridade nas férias e licenças OS 2012/02923 ação foi julgada procedente. Contagem diferenciada do tempo de serviço insalubre relativo ao período celetista Ação contra o INSS OS 2006/01716 Sentença proferida em 10/03/2009, julgando procedente a ação. Aguardando julgamento da apelação pelo TRF desde 31/07/2013 com o relator desembargador Ney Bello. Requerida tramitação preferencial e prioridade. Concurso público de 2008 perito médico legista da Polícia Civil do Distrito Federal edital estabelece regime de dedicação exclusiva, com a impossibilidade do exercício de outra atividade pública ou privada OS 2008/00135 Deferida liminar para suspender o regime de dedicação exclusiva. Sentença proferida em 14/10/2011, julgando procedente a ação. Apelação do DF rejeitada em 21/06/2012 pelo TJDF. Recurso Extraordinário do DF indeferido em 03/12/2012. Aguardando julgamento de agravo regimental interposto pelo DF desde 13/08/2013. Tíquete Alimentação pagamento do benefício suprimido em 1995 Decisão definitiva favorável. Aguardando a expedição de precatório. Requerida tramitação preferencial e prioridade. Redução da VPNI e descontos dos valores recebidos indevidamente Mandado de Segurança OS 2008/02383 Liminar deferida para impedir a redução da VPNI e o desconto de qualquer valor pago a esse título. Decisão proferida em 20/01/2009, julgando procedente a ação. Interpostos recursos pelo DF. Aguardando julgamento pelo STF desde 19/06/2013, com o relator ministro Dias Toffoli. Requerida tramitação preferencial e prioridade. Impugnação à Portaria 1675/2006 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Afronta à atividade médica autorização de homologação de atestados médicos pela chefia imediata do servidor, sem passar pela análise do profissional médico OS 2007/00567 Sentença proferida em 04/07/2008, julgando procedente a ação. Aguardando julgamento da apelação da União desde 28/05/2009. Relator desembargador Carlos Moreira Alves. Requerida tramitação preferencial e prioridade. Contagem diferenciada do tempo de serviço insalubre relativo aos servidores estatutários federais Mandado de Injunção OS 2007/06118 Decisão definitiva favorável. Jornada semanal dos analistas legislativos de 30 para 20 horas Mandado de Segurança OS 2007/00347 Decisão proferida em 27/07/2010, julgando improcedente a ação. Interposta apelação. Aguardando julgamento pelo TRF desde 01/08/2013, com o relator desembargador Ney Bello. Manutenção da jornada de 20 horas para os ocupantes do cargo de analista judiciário na especialidade médica do TJDF OS 2009/01462 Mandado de Segurança. Decisão proferida em 09/10/2009, julgando procedente a ação. Desde 26/01/2011 aguardando julgamento no STJ da apelação interposta. Relator ministro Benedito Gonçalves. 12 Revista Médico

ACONTECEU Médicos do trabalho se reúnem no SindMédico-DF Perícia previdenciária foi tema de oficina dos especialistas CDRB recebe certificação da ONA A Clínica de Doenças Renais de Brasília (CDRB) comemorou no dia 22/02 a conquista do Certificado de Acreditado com Excelência da Organização Nacional de Acreditação (ONA). Com isso, ela passa a ser o único estabelecimento de Nefrologia do Centro-Oeste a possuí-lo. A diretora de imprensa e divulgação, Adriana Graziano, prestigiou o evento. Fotos: Cidney Martins Divulgação A Associação Brasiliense de Medicina do Trabalho (Abramt) promoveu a Oficina de Perícia Previdenciária e Medicina do Trabalho, no auditório do SindMédico-DF, no dia 6 de fevereiro. O evento foi prestigiado pelo presidente do sindicato, Gutemberg Fialho. No dia seguinte, a Abramt fez sua assembleia anual de pres- Posse da nova diretoria da ABP O diretor adjunto do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (Sind- Médico-DF), Antônio Geraldo da Silva, foi reconduzido à presidência da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) por mais três anos, depois de um profícuo trabalho à frente da entidade promovendo campanhas de conscientização pública, entre as quais se destacou aquela pela criminalização da discriminação dos portadores de distúrbios psiquiátricos. A cerimônia de posse foi realizada no Leme Tênis Clube, no Rio de janeiro. Obituário tação de contas sob a presidência da médica do trabalho Rosylane Nascimento das Mercês Rocha. A Abramt tem outro evento programado para os próximos meses. O II Congresso Brasiliense de Medicina do Trabalho será realizado em Brasília, entre os dias 23 e 26 de abril, na sede da Associação Médica de Brasília (AMBr). Homenagens a Pedro Chacel O ex-conselheiro no conselho Regional de Medicina do Distrito Federal e do Conselho Federal de Medicina Pedro Pablo Magalhães Chacel, falecido no último mês de dezembro, recebeu duas homenagens no mês de fevereiro. No dia 18, o CRM/DF. descerrou a placa nominativa do plenário com o nome do médico. O secretário-geral do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Emmanuel Cícero Cardoso, representou a diretoria da entidade no evento. No dia 19, foi a vez do CFM, que nominou a corregedoria Conselheiro Pedro Pablo Magalhães Chacel. Parceria renovada O presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, a presidente da Academia de Medicina de Brasília (AMeB), Janice Magalhães Lamas, e o presidente da Federação Brasileira de Academias de Medicina (FBAM), José Leite Saraiva, firmaram contrato pelo qual o sindicato estende por mais três anos a cessão de espaço físico para a academia e para a federação na sede da entidade. O contrato foi assinado no dia 12 de fevereiro. Trouxe grande pesar à classe médica a perda dos médicos Pablo Chacel, Manoel Scartezini, Jesus Divino de Freitas Souto e Kunio Suzuki. A diretoria do SindMédico-DF se solidariza com familiares e amigos neste momento de dor. 14 Revista Médico

Ainda mais linda e comunicativa Revista Médico ganha novo projeto gráfico e editorial Fazer uma publicação que há anos é líder de informação junto à classe médica, ao ponto de ser adotada como referência até mesmo por outros veículos, é um desafio que o Sindicato dos Médicos do DF encara a cada edição. Porém, de tempos em tempos, novos patamares precisam ser impostos e superados, como forma de manter a fórmula de vitalidade e credibilidade conquistada perante a classe médica de Brasília. Nesta edição, a Revista Médico apresenta aos seus leitores uma reformulação que permitiu modernizar o produto gráfico editorial, mantendo os princípios que fizeram com que ela se tornasse a revista do médico. Para a diretora de imprensa e comunicação, Adriana Graziano, o principal desafio do novo projeto foi garantir que todos pudessem compreender e assimilar bem as mudanças feitas e ainda assim identificar como sendo a publicação que há anos leva informações de qualidade com diversidade para as mãos de cada colega. Não é fazer uma nova revista, mas renovar uma revista que já é muito querida, destaca Adriana. Adriana Graziano, diretora de Imprensa e Comunicação Uma nova estética Mais interativa Novidades sempre A publicação recebeu um projeto gráfico que prioriza a leveza da leitura, a disponibilidade e importância das matérias apresentadas aos médicos e um sistema de iconografia, que vai facilitar aos leitores encontrar o que desejam de maneira rápida e eficiente. As fontes utilizadas para redigir matérias e títulos formam um conjunto mais harmônico, limpo e sofisticado. Ela passou a ganhar toques equilibrados com as cores corporativas do sindicato: o verde e o laranja. A Revista Médico passa a adotar em seu campo editorial uma premissa que se faz presente no dia a dia do sindicato. Ser uma publicação com a personalidade e a presença do médico, que cada vez mais abre espaços para registrar a importância dele em suas páginas. A partir da próxima edição vamos abrir uma canal próprio para os médicos se manifestarem sobre os conteúdos apresentados na edição anterior, conta Adriana. Uma dos principais desafios que a publicação se propõe a superar a partir de agora é o de sempre inovar e experimentar conteúdos novos para leitura dos médicos. Assim, nas próximas edições, novas seções serão introduzidas, para que o colega possa desfrutar de uma ampla gama de assuntos, garantindo a característica da Revista Médico de ser inteligente, mas ainda mais bonita e comunicativa.

Capa saúde pode chegar ao Fim do mandato como no início da atual gestão: em estado de emergência O prazo para a realização de concurso e contratação de médicos efetivos em situação normal ainda este ano é exíguo. Após o dia 5 de julho, a legislação eleitoral permite que tanto os concursos quanto as contratações sejam feitos apenas em casos emergenciais. Embora o novo Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) tenha pavimentado o caminho para entrada de novos médicos efetivos no serviço público, a atual gestão do Governo do Distrito Federal pode chegar ao fim do mandato da mesma forma que começou: em situação de emergência na saúde. Diante da inércia governamental, o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) lançou campanha pela realização de concurso público para médicos efetivos. Dezenas de peças publicitárias foram distribuídas por outdoors da cidade e spots foram veiculados em uma rádio de notícias e outra popular. O governo deve aos médicos e à população a contratação de mais profissionais efetivos. É uma medida que faz parte do compromisso firmado com as entidades médicas ainda na campanha eleitoral de 2010, destaca o presidente do sindicato, Gutemberg Fialho. Fotos: Cidney Martins Médicos e pacientes são reféns dos gestores A pediatra Larissa Oliveira Dias (foto) tem uma filha de oito meses e voltou recentemente da licença maternidade. Trabalha no pronto socorro do Hospital Regional de Samambaia (HRSAM). Como nas outras unidades de saúde do Distrito Federal, a quantidade de médicos lotados naquela unidade de saúde é insuficiente para a demanda. Sozinha no plantão, já teve que, fora do horário de seu plantão, acompanhar um bebê removido para o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), deixando seu próprio bebê esperando por ela em casa. E ela ainda amamenta. Há relatos de casos em que médicos permanecem durante todo o período do plantão seguinte atendendo urgências porque não há substituto mesmo que nesses casos a obrigação seja das chefias. E casos de quem pede demissão porque é ameaçado pelo fato de seguir os protocolos de atendimento. Os salários condizentes com o mercado e a redução do tempo de progressão ao topo da carreira obtidos na negociação do novo Plano de Carreira Cargos e Salários (PCCS), no ano passado, deveriam permitir a mudança na rotina de trabalho dos médicos que permanecem no serviço público, mas a promessa do concurso até agora não se concretizou Médicos e pacientes continuam reféns no círculo vicioso da demanda crescente e estagnação no quadro de servidores. 16 Revista Médico

GDF insiste em adotar medidas paliativas O Conselho de Política de Recursos Humanos (CPRH), conforme publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) do dia 21 de outubro de 2013 (http://migre.me/hx7nf), autorizou a realização de concurso para contratação de 997 novos médicos, sendo que 665 vagas seriam para provimento imediato. O secretário de Saúde, Rafael Barbosa, chegou a declarar à imprensa que o edital do concurso seria lançado até o fim de 2013. Mediante acordo entre o Minis- de assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a contratação de médicos temporários para preenchimento das vagas no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), reassumido pelo GDF depois do desastre da terceirização para a Real Sociedade Espanhola de Beneficência, na mesma época em que o governador declarou situação de emergência na saúde do DF. Desde então, não se falou mais em emergência, mas a medida para lidar com o caos permanece a mesma, critica Gutemberg Fialho. Brasília abaixo da média nacional Segundo relação existente no Portal da Transparência do Governo do Distrito Federal (http://migre.me/hwqj5), existem 572 pediatras em atividade na Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) dados de 18 de fevereiro. Segundo aponta a Demografia Médica do Brasil de 2013, elaborada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o número de pediatras com registro ativo no CFM era de 1.144 quando foi feita a apuração para a publicação. Havia mais pediatras no serviço público, mas o número declina junto com as condições de trabalho nas unidades de saúde só em Santa Maria, a quantidade caiu de 33 para sete pediatras. Os 4.758 médicos atuantes no serviço público, excluídos os aposentados, afastados e cedidos constantes da relação da Secretaria de Transparência, correspondem a cerca de 40% dos médicos registrados no Distrito Federal. Os pediatras são 50% do total de 1.144 especialistas e os clínicos são 705, ou 69%. Enquanto a média nacional de médicos atuando no Sistema Único de Saúde (SUS) é de 55% do total, no DF, o percentual é de apenas 34%. Apesar de ser a capital com a maior oferta proporcional de médicos, Brasília é a 13ª na razão de médicos atendendo pelo SUS. As estatísticas não mentem: a deficiência na assistência pública em saúde tério Público e a Secretaria de Saúde, os contratos temporários seriam encerrados e as vagas seriam preenchidas pelos efetivos. No DODF de 17 de dezembro de 2013, o GDF publicou a Lei 5.240, que alterou a Lei nº 4.266, de 2008, para ampliar as hipóteses que justificam as contratações temporárias de profissionais para a Secretaria de Saúde do DF (http://migre.me/hx7mk). As contratações temporárias deste governo começaram, em 2011, quando o Ministério Público do DF e a Secretaria de Saúà população e as condições de trabalho inadequadas para os médicos são de responsabilidade de sucessivos governos, que não fizeram a adequada atualização dos quadros de médicos e demais profissionais da saúde. Do início da atual gestão até agora, foi pavimentado o caminho para que o quadro pudesse mudar, mas a máquina governamental parece emperrada. Qualquer proposta de recuperação da rede que não incluir a contratação de médicos efetivos é inadequada e insuficiente para solucionar o caos na assistência pública de saúde, alerta o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho. O caminho mais fácil contratações temporárias e terceirização de serviços e unidades de saúde podem ser questionado judicialmente tanto pela sociedade civil quanto pelo Ministério Público e pelos partidos políticos, que podem ver na medida uma forma indireta de angariar votos e colaboração na campanha eleitoral deste ano. O tempo está passando e mesmo que o governo lance edital para a realização do concurso, o prazo para a realização do certame é curto e sujeito a contestações. Depois disso, ainda é necessário concluir o processo de contratação. O relógio está contra o governo. Usuários do sistema público de saúde e médicos esperam impacientes. Edição nº 102 17

SINDICAIS O GDF faz... Propaganda muita propaganda nova aposta da secretaria de saúde, sistema de circuito interno é mais um embuste Não será por falta de TV que o paciente dos hospitais púbicos vai perder os jogos da Copa do Mundo de Futebol. Depois de alardear os monitores de televisão da sala do governador Agnelo Queiroz como ferramenta para resolver os problemas da saúde pública do Distrito Federal, o Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou a instalação de monitores eletrônicos nas salas de espera e corredores das unidades de saúde. Projeto da Assessoria de Comunicação Social (Ascom) da Secretaria de Estado de Saúde (SES/DF), os monitores se destinariam a prestar informações úteis ao paciente. Em visita aos hospitais de Samambaia (HRSAM) e Materno Infantil (HMIB), diretores do SindMédico-DF verificaram que o sistema é pouco ou nada efetivo na prestação de serviço aos pacientes. Se houvesse gente com tempo disponível para administrar esse sistema em todos os turnos, seria melhor usar a força de trabalho deles em atividade realmente útil, critica o presidente do sindicato, Gutemberg Fialho. No HMIB foi verificado que realmente são exibidos vídeos educativos sobre programas contra, por exemplo, tabagismo. Até a previsão do tempo é exibida. Mas a programação não fica por aí. Como era de esperar, o sistema é usado para veiculação de campanhas publicitárias do governo as mesmas exibidas em comerciais de TV aberta. Se o governo quer, realmente, melhorar a situação dos pacientes, a solução é a contratação de médicos efetivos. Fitas e monitores de TV podem servir para propaganda, não melhoram em nada a prestação de assistência, nem as condições de trabalho dos médicos e demais profissionais da saúde, aponta Gutemberg. Medidas de preservação da imagem do médico O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) tomou medida judicial para preservar a categoria de situações como a ocorrida na virada do ano de 2012 para 2013, quando o número insuficiente de médicos nas emergências foi atribuído às faltas injustificadas de alguns profissionais. No dia 19 de dezembro, protocolizou representação contra a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, por não ter criado nenhum plano de contingência para suprir eventuais carências de pessoal durante o período. Durante todo o período de férias, o presidente do sindicato, Gutemberg Fialho, o vice, Carlos Fernando, a diretora de Divulgação e Imprensa, Adriana Graziano, e o diretor Jurídico, Antonio José dos Santos, atenderam a imprensa denunciando a falta de pessoal e a necessidade de contratação de médicos efetivos para atender a demanda reprimida. Seguro contratado pelo SindMédico-DF auxilia famílias A perda de um familiar é dolorida e os trâmites para sepultamento são um peso extra nesses momentos conturbados, mas que exigem ações práticas. Por isso, o SindMédico-DF oferece aos médicos sindicalizados, gratuitamente, um serviço para auxiliar suas famílias em caso de óbito. O convênio com a Mapfre Seguros para a modalidade de seguro decessos garante a execução dos serviços referentes a sepultamento, cremação (no município de residência que deve ser atualizado do médico onde houver o serviço). O seguro também oferece embalsamamento e traslado nos casos de ocorrência de óbito durante viagem no Brasil ou no exterior. No caso de a família assumir os custos, a seguradora reembolsa o valor de R$ 4 mil. Por isso, é importante que as famílias saibam desse benefício para que possam acionar a seguradora, que assume integralmente as despesas, quando acionada no momento de tomada de providências. Os médicos sindicalizados são inscritos automaticamente, com período de carência de 90 dias, contados a partir do primeiro dia do mês subsequente ao ato de sindicalização. Os números de contato com a Mapfre, que devem ser informados às famílias, são 0800 775-7196 (do Brasil) e 55-11 4689-5519 (do exterior). 18 Revista Médico

Sindicalização em ritmo de campeonato Campanha para atrair novos médicos vem recheada de prêmios Dentro em breve os médicos de Brasília vão receber uma nova convocação para compor o time do SindMédico-DF. É a Campanha de Sindicalização de 2014, dando uma grande oportunidade a todos os colegas que ainda não fazem parte dos quadros da instituição, para que possam fazê-lo, não só pelas significativas atividades de representação e defesa da classe médica, mas também para participar do sorteio de diversos prêmios. Aproveitando a paixão dos brasileiros pelo futebol, em ano de copa do mundo, o sindicato vai sortear ao longo do ano duas TVs de LED 3D de 50 polegadas e IPADs entre os novos médicos que se sindicalizarem, bem como entre os colegas que já são sindicalizados, que indicaram novos membros para fazer parte deste time de muitas conquistas obtidas nos últimos anos. Para o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, esta ação mostra a preocupação do sindicato em sempre executar ações profissionais e efetivas em favor do médico, que estimulem a proximidade entre a instituição e a classe médica. Somos o sindicato que sabe bem entregar uma conquista do porte do Novo PCCS, bem como fazer uma ação promocional com prêmios para novos membros da nossa equipe, compara. Assessoria contábil gratuita para declaração do IR O SindMédico-DF facilita a sua declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), por meio do Balcão da Contabilidade. Estando de posse de todos os documentos necessários, entre em contato pelo telefone 61 3244-1998 agende seu horário de atendimento, e faça a sua declaração sem nenhum custo. Não deixe para a última hora! O atendimento será feito na sede do Sindicato dos Médicos (SGAS 607 Sul, Edifício Metrópolis, Cobertura 1)

SUPLEMENTAR Novo alerta aos planos de saúde Pelo quarto ano consecutivo, médicos fazem alerta a operadoras de planos de saúde Reunidos na Academia Paulista de Medicina, no dia 7 de fevereiro, representantes de entidades médicas de todo o país ergueram cartões amarelos às operadoras de planos de saúde. Pelo quarto ano consecutivo, o Dia Nacional de Advertência e Protesto aos Planos de Saúde, 7 de abril (Dia Mundial da Saúde), será marcado por protestos e manifestações. A proposta foi aprovada na reunião da Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu), da qual participaram o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho, e o vice-presidente, Carlos Fernando. A pauta de reivindicações inclui o reajuste do valor das consultas e procedi- mentos, tendo como referência a CBHPM em vigor; uma nova contratualização e hierarquização baseadas nas propostas das entidades médicas nacionais já apresentadas à ANS; o fim da intervenção antiética dos planos de saúde na autonomia da Três pontos da proposta da ANS são claramente desfavoráveis aos médicos: o primeiro é a adoção do Índice de Conformidade da Contratualização (I-CC), que estabelece o monitoramento dos contratos assinados entre as operadoras e os médicos por uma auditoria contratada pela própria operadora, o que compromete a autonomia da fiscalização. O Índice de Métodos Extrajudiciais de Solução de Controvérsias (I-MESC) proposrelação médico/paciente; e a readequação da rede para garantir acesso pleno e digno aos pacientes. A evolução na relação com os planos de saúde é lenta e um processo constante com o qual todos os médicos que atuam na saúde suplementar precisam se comprometer, destaca o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho. A Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu) é uma comissão tripartite composta pela Associação Médica Brasileira (AMB), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam). Contratualização nas mãos das operadoras A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio da consulta pública nº 54/2013, está propondo um sistema de boas práticas entre operadoras e prestadores, que poderá agravar ainda mais os conflitos no setor. As propostas entregues pelas entidades médicas nacionais, em 2012, para o estabelecimento de uma nova contratualização, até agora tem sido desconsiderada. to subtrai o direito do médico de recorrer à Justiça em caso de litígio com as operadoras. A ANS propõe novamente a remuneração diferenciada para um mesmo serviço de acordo com critérios vinculados à excelência no atendimento a padrões e protocolos, desfechos clínicos, boas práticas determinadas pelas próprias operadoras de planos de saúde o Índice de Remuneração por Critérios de Qualidade (I-RCQ). SindMédico-DF está à frente das atividades de protesto contra planos de saúde desde 2011 O Centro Clinico Sul e a frente do Congresso Nacional já foram palco das manifestações de alerta aos planos de saúde. As atividades da Comissão Distrital de Honorários Médicos (CDHM) incluíram também a um seminário sobre saúde suplementar. 20 Revista Médico