Renova HORA DA VIRADA. Empreendimento de Sucesso Especialistas ensinam como fazer um negócio dar certo dentro da comunidade



Documentos relacionados
os projetos de urbanização de favelas 221

COMO INVESTIR PARA GANHAR DINHEIRO

Campanha Nacional de Escolas da Comunidade Colégio Cenecista Nossa Senhora dos Anjos Gravataí RS. Cohab B

W W W. G U I A I N V E S T. C O M. B R

22/05/2006. Discurso do Presidente da República

Construindo do seu jeito

COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações

Empresas não cumprem metas de limpeza de rua em São Paulo

Os desafios do Bradesco nas redes sociais

3 Dicas MATADORAS Para Escrever s Que VENDEM Imóveis

PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL O GUIA PARA COMEÇAR A TER SUCESSO NAS FINANÇAS

12/02/2010. Presidência da República Secretaria de Imprensa Discurso do Presidente da República

DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

Relatório de Atividades do Trabalho Social Residencial Recanto dos Pássaros Limeira/SP

Rio de Janeiro, 5 de junho de 2008

G1 - Apreensivos, moradores temem perder a tranquilidade com Piritubã...

Empresário. Você curte moda? Gosta de cozinhar? Não existe sorte nos negócios. Há apenas esforço, determinação, e mais esforço.

PERÍODO AMOSTRA ABRANGÊNCIA MARGEM DE ERRO METODOLOGIA. População adulta: 148,9 milhões

SECRETARIA DE ESTADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - SEAS

defendem revitalização do Cais Mauá, mas questionam modelo escolhido

Revisão Participativa dos Instrumentos de Planejamento e Gestão da Cidade de São Paulo Volume 1

GRITO PELA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO ESTADO DE SÃO PAULO

BANRIDICAS FINANCEIRAS. A sua cartilha sobre Educação Financeira

Assunto: Entrevista com a primeira dama de Porto Alegre Isabela Fogaça

AÇÃO INTERSECRETARIAL

Urban View. Urban Reports. É velho, mas está novo: retrofit e requalificação urbana

PESQUISA MENSAL DE VALORES DE LOCAÇÃO RESIDENCIAL CIDADE DE SÃO PAULO NOVEMBRO DE 2014

PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS. Programa de Remessas e Capacitação para Emigrantes Brasileiros e seus Beneficiários no Brasil

Educação Patrimonial Centro de Memória

PROJETO MACIÇO DO MORRO DA CRUZ

Urban View. Urban Reports. Higienópolis: como o metrô de gente diferenciada influencia no mercado imobiliário

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação

GOVERNO QUE CUIDA DA CIDADE E DAS PESSOAS!

PESQUISA MENSAL DE VALORES DE LOCAÇÃO RESIDENCIAL CIDADE DE SÃO PAULO JUNHO DE 2014.

Veículo: Editoria: Seu Bolso Dez Minutos

1. Quem somos nós? A AGI Soluções nasceu em Belo Horizonte (BH), com a simples missão de entregar serviços de TI de forma rápida e com alta qualidade.

FICHA DE CADASTRO EMPRETEC. Município Data: / /

Viva Rio lança trabalho socioambiental que contempla Nova Friburgo

Vamos fazer um mundo melhor?

Preparação para seleção do Projeto de Empreendimento. Da ideia à prática

Você sabia. As garrafas de PET são 100% recicláveis. Associação Brasileira da Indústria do PET

ATIVIDADES PARACURRICULARES DE ATRIBUIÇÕES PROFISSONAIS (APAP)

POR QUE PRECISAMOS SER RACIONAIS COM O DINHEIRO?

Apartamentos Disponíveis em Salvador

Controle Financeiro. 7 dicas poderosas para um controle financeiro eficaz. Emerson Machado Salvalagio.

1. A Google usa cabras para cortar a grama

Estudo de Caso. Cliente: Rafael Marques. Coach: Rodrigo Santiago. Duração do processo: 12 meses

Colégio Visconde de Porto Seguro

As 10 Melhores Dicas de Como Fazer um Planejamento Financeiro Pessoal Poderoso

O que é Água Filtrada?

Ficha Técnica: Design e Impressão Mediana Global Communication

Itália - Família italiana descobre tesouro arqueológico durante reforma de banheiro

CANDIDATO BANCADO PELOS PAIS

Arquitetura dos ambientes de saúde

JOGO DA VIDA DICA AOS ADULTOS: LEIA AS INSTRUÇÕES A SEGUIR COM ATENÇÃO E AO MESMO TEMPO VÁ JOGANDO COM A CRIANÇA

Bom Crédito. Lembre-se de que crédito é dinheiro. Passos

PLANO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL E URBANIZAÇÃO

Dito isso, vamos ao que interessa para se abrir um escritório contábil:

Entenda agora as mudanças para as novas contratações do FIES

CARTILHA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

4 passos para uma Gestão Financeira Eficiente

Apesar de colocar-se no campo das Engenharias, profissional destaca-se, também, pelo aprimoramento das relações pessoais

Urban View. Urban Reports. Fielzão e seu impacto na zona Leste

EDUCAÇÃO FINANCEIRA. Carol Oliveira Diretora de Vendas Independente Mary Kay

coleção Conversas #6 Respostas que podem estar passando para algumas perguntas pela sua cabeça.

Programa Paraisópolis

SÃO PAULO SOB O OLHAR DAS CONSULTORAS NATURA

Cenário positivo. Construção e Negócios - São Paulo/SP - REVISTA - 03/05/ :49:37. Texto: Lucas Rizzi

Família. Escola. Trabalho e vida econômica. Vida Comunitária e Religião

Autor: Marcelo Maia

Elaboração de Plano de Negócio Leandro Lind 04.Jun Encontro de Capacitação sobre Projetos Sociais Capacitado, você pode mais!

Compreendendo a dimensão de seu negócio digital

Bairros Cota na Serra do

Relatório de Atividades Maio e Junho

PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA SOBRE PERCEPÇÕES SOBRE SANEAMENTO BÁSICO

Freelapro. Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo

Shopping Iguatemi Campinas Reciclagem

Aqui você vai encontrar esclarecimentos importantes a respeito de seus direitos.

Comitê de Autossuficiência da Estaca

ATIVIDADE 03 POR água ABAIXO!

Veja dicas para se livrar das dívidas e usar bem o crédito

SANEAMENTO BÁSICO E SAÚDE. Desenvolvimento é sinônimo de poluição?

Abordagens para Drenagem Urbana no Município de São Paulo: Ações de curto e longo prazos

EXPEDIENTE RELIZAÇÃO: PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ PREFEITO: JOÃO AVAMILENO VICE-PREFEITA: IVETE GARCIA

Dicas para investir em Imóveis

Casa Saudável. Kit. 1 horta familiar permacultural para produção orgânica. 1 banheiro seco (compostável)

CONFLITO DE SER MÃE EMPREENDEDORA

PARTE 1 Identificação da Experiência

Como Plantar Pensando na Renda

São Paulo (SP) - Proprietário é contra tombamento e quer demolir casa de Ruy Ohtake

Entrevista exclusiva concedida pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao SBT

Respostas dos alunos para perguntas do Ciclo de Debates

Opção. sites. A tua melhor opção!

SABE, ESSA É A MINHA FAMÍLIA. É isso mesmo! A gente nem pensa nisso, não é? Mas vamos ver como acontece. Venha comigo.

CENÁRIO 23/02 a 24/02/2012

7 Negócios Lucrativos

O primeiro guia online de anúncios de Guarulhos a se tornar franquia nacional

Projetos sociais. Criança Futuro Esperança

A Maior Triagem Odontológica do Mundo. Tá, entendi. Agora, como eu vou fazer isso?

Transcrição:

1 edição nº Revista da Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo Renova Empreendimento de Sucesso Especialistas ensinam como fazer um negócio dar certo dentro da comunidade PÁGINAS 16 e 17 HORA DA Gisele Roecker e família no já urbanizado Parque Fernanda VIRADA Novos estudos, urbanização de favelas e obras de infraestrutura mudam a vida de quem mora em área de risco PÁGINAS 6 e 7 Cinema X Favela Moradores afirmam que filmes como Cidade de Deus e Tropa de Elite nem sempre mostram a realidade PÁGINAS 23 e 24

RENOVA SP Í N D I C E Pq. Fernanda a r t i g o Informação também é urbanização RICARDO PEREIRA LEITE A revista que você, leitor, tem em suas mãos é uma iniciativa de suma importância para os projetos de urbanização da Prefeitura. Não são apenas as obras, a casa de papel passado, os equipamentos públicos e áreas de lazer, construídos nas favelas, que compõem um projeto desses. Urbanização implica em mudar a vida de quem mora num assentamento precário, e, para isso, informação é fundamental. O acesso à cidade formal e todos os seus benefícios começa no acesso à informação. Infelizmente, as publicações que temos nas bancas, hoje, não atendem à população dos assentamentos precários da cidade. Favela, quando vira notícia, é porque alguma coisa ruim aconteceu lá. O morador das comunidades humildes precisa de informação: sobre lixo, saúde, mercado de trabalho, precisa saber como anda a obra de urbanização da sua favela, saber em que pé está a construção do seu apartamento, precisa ser incluído no processo que mudará a sua vida. Renovar é tornar novo o que envelheceu, o que ficou ultrapassado. E quanta coisa precisa ser renovada em nossa cidade? Muitas... não é? Eu arrisco dizer que vivemos um momento de renovação, não de coisas, mas de ideias. A ideia de que pobre tem de morar longe, em predinhos construídos lá onde Judas perdeu as botas, é uma dessas que envelheceu. Ninguém mais pensa isso. Por esse motivo, a Prefeitura investe tanto em urbanização de favelas. Porque os paulistanos que moram nelas construíram ali a sua história, fizeram amigos, os filhos estão matriculados nas escolas dali, que fica perto de tudo. Há muito o que ser renovado. Por isso, esta revista é mais do que uma publicação, é uma palavra de ordem: renova, São Paulo! EXPEDIENTE 3 OPINIÃO E CARTAS HABITAÇÃO 4 Cohab adota elevadores de última geração 5 Contrato entre Prefeitura e Sabesp vai urbanizar 36 favelas 6 Prefeitura vai acabar com todas as áreas de risco 8 Renova Centro terá um prédio dedicado aos artistas DIÁRIO DE OBRAS 10 Parque Fernanda é entregue na Zona Sul 11 Mapa das obras na cidade 12 Prédios redondinhos de Heliópolis estão em fase de acabamento 13 Prefeitura inicia cadastramento no Bamburral 14 Urbanização do São Francisco entra na segunda etapa 15 Favela Vinte passa por intervenção urbanística EMPREGOS & FINANÇAS 16 Como fazer os negócios prosperarem na favela 18 Investir na bolsa de valores é fácil CONSTRUÇÃO & DECORAÇÃO Bar do Geraldo 19 Banho quente com economia na conta de luz 20 Redondinhos de Ruy Ohtake ganham decoração modelo 22 Passo a Passo e Pergunte ao Arquiteto CULTURA & LAZER 23 Moradores de favelas não se veem em filmes do gênero 25 Mariane Lima de Souza é a nova musa da Cidade Tiradentes 26 Minha Receita Medalhão com couve crocante e legumes cozidos 27 Meu Bairro, Minha História Denise Caldas Valete, de Nova Jaguaré 28 Retrato Prefeito do Município de São Paulo: Gilberto Kassab Secretário Municipal de Habitação: Ricardo Pereira Leite Secretário Municipal de Comunicação: Marcus Vinicius Sinval Superintendente de Habitação Popular: Elisabete França Diretora Comercial e Social da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo: Ângela Barbon Conselho Editorial: Ricardo Montoro (presidente), Alonso López, Ângela Barbon, Carlos Alberto Pellarim, Elisabete França, Felinto Cunha, Luiz Henrique Girardi, Luiz Henrique Tibiriçá Ramos, Márcia Maria Fartos Terlizzi, Maria Cecília Sampaio Freire Nammur, Maria Teresa Diniz, Nancy Cavallete da Silva, Ricardo Sampaio, Tereza Beatriz Herling, Vanessa Padiá e Violêta Saldanha Kubrusly Coordenadoria de Imprensa do Município: Emerson Figueiredo e Sérgio Rondino Coordenador de Imprensa da Secretaria Municipal de Habitação: Sérgio Duran Jr. (jornalista responsável, MTB: 24.043) Editor: Fernando Cassaro Repórteres: Cristiana Vieira, Débora Yuri e Fabiano Melato Fotógrafos: Fabio Knoll, Fernanda Porto e Lucas Lima Projeto Gráfico e Diagramação: André Bunduki/DinBrasil Renova SP é uma publicação mensal da Secretaria Municipal de Habitação produzida pela DS Comunicação/Popcom Assessoria de Comunicação e Imprensa. Tiragem: 100 mil exemplares Ricardo Pereira Leite é secretário municipal de Habitação Renova SP JULHO 2011 2

RICARDO MONTORO ARTIGO Habitação & cidadania Quando o assunto é habitação, a participação popular é fundamental. Os membros do Conselho Municipal de Habitação que o digam. A cada nova reunião, são chamados a tomar decisões importantes. O CMH é composto de 48 conselheiros: 16 técnicos dos três níveis de governo, 16 representantes de entidades sociais das mais diversas e 16 líderes de movimentos de moradia. É um grupo de pessoas muito diferentes entre si, vindas dos mais diversos setores da sociedade, que têm em comum o conhecimento da realidade habitacional de São Paulo. Várias decisões importantes foram tomadas pelo Conselho: da criação do auxílioaluguel à adaptação do Minha Casa, Minha Vida à realidade paulistana. Nunca houve tanto espaço para a participação popular nas decisões do poder público quanto hoje. Os conselhos gestores dos programas de urbanização são exemplos disso. Decidem tudo junto com a Prefeitura. Percebo um interesse cada vez maior da população nesses espaços de participação, mas ainda é pouco. Uma coisa aprendi com o meu pai, André Franco Montoro: a cidade com a qual sonhamos não será construída pela Prefeitura, mas por todos nós. ARTE: André Bunduki Ricardo Montoro é vice-presidente da Cohab-SP C A R T A S Quem mora no térreo de um conjunto habitacional pode construir no fundo do quintal? Pedro Jacob O conjunto já tem um projeto aprovado que não pode ser modificado. Existem as leis que proíbem construções irregulares, que prejudiquem insolação, ventilação e o espaço de outro morador. Se isso acontecer, deve ser feita a denúncia à Subprefeitura. RECLAME AQUI Eu já estou cadastrada na demanda habitacional da Cohab e gostaria de saber se já estou automaticamente cadastrada para o Programa Minha Casa, Minha Vida? Elizabete Vilas Sim, o cadastro funciona para todos esses programas. Mas saiba que a inscrição não é garantia de atendimento, pois a demanda por habitação social no Brasil e em São Paulo tem crescido muito. Como faço para me cadastrar no Programa Minha Casa, Minha Vida? Iraildes Maria dos Santos Basta acessar o site da Cohab www.cohab.sp.gov.br e escolher a Para tirar dúvidas, reclamar ou fazer sugestões, entre em contato com a Renova SP pelo e-mail: leitor@renovasp.com.br opção faça seu cadastro e seguir as instruções. Moro no Cingapura do Parque Bristol. Ele está cheio de bares no terreno. Gostaria de saber onde posso reclamar para que tirem eles daqui de dentro, pois o contrato que assinei diz que não pode ter comércio no local. Alexandra Bedeschi A tarefa de fiscalização é das subprefeituras. Localize o endereço e telefone da sua na Central 156 ou no link http://www.capital.sp.gov.br/portalpmsp/do/orgaos?op=viewform& cotipounidade=13&coestruturapaiv ertical=92. TELEFONES ÚTEIS Central de atendimento da Prefeitura 156 Central da Habitação 3396-8989 Renova SP JULHO 2011 3

HABITAÇÃO PROJETOS Novos prédios vão ter elevadores de última geração Sistema de segurança impede a abertura das portas da cabina quando o elevador está em movimento Falta de terrenos na cidade faz Prefeitura aumentar altura de condomínios e adotar equipamentos diferenciados MODERNO E SEGURO Botões embutidos, resistentes a golpe de faca e a prova de fogo Espelho em vidro que não se parte em pedaços quando quebrado Peças como botões e corrimão são em aço inox Piso antiderrapante para facilitar acesso de deficientes físicos Busca por áreas usa helicóptero e computador Com apenas 15 quilômetros quadrados disponíveis para a construção de novos empreendimentos em São Paulo, a Prefeitura tem uma missão difícil pela frente: assentar 105 mil famílias em novas casas tarefa que, para ser concluída, precisa do dobro de espaço (cerca de 30 quilômetros quadrados). Para tentar resolver essa conta, a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab) não para de procurar terrenos. A companhia conta com Paredes do elevador devem ser resistentes a impacto, fogo e faca Travas mecânicas impedem que as portas do andar saiam do trilho ARTE: André Bunduki a ajuda de um helicóptero e do programa chamado Google Earth, que mostra fotos tiradas por satélite. Atualmente, a Cohab avalia 450 terrenos. Alguns serão descartados, pois podem estar em zona de risco extremo, próximos à áreas de proteção ambiental, contaminados ou, ainda, reservados para outras obras públicas. O terreno perfeito já não existe mais, lamenta o diretor de patrimônio da Cohab, Marcelo Rodrigues. A Prefeitura foi buscar na Europa normas técnicas para encomendar um modelo de elevador mais confortável e seguro para ser implantado nas torres de 12 andares que estão sendo construídas pela Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab). E os primeiros a experimentarem essa inovação serão as 460 famílias que viverão em dois prédios da área de urbanização de Lageado, na Zona Leste, prevista para ser concluída em 2012. A adoção do elevador é essencial para tentar reduzir a falta de moradia em São Paulo, uma cidade onde é necessário retirar 105 mil famílias de condições precárias de moradia. Como faltam terrenos (leia nesta página), a solução é aumentar a altura dos edifícios. Porém, de acordo com a legislação atual, todos os prédios com mais de quatro pavimentos são obrigados a ter elevadores. Daí a aposta da Cohab em equipamentos duráveis, seguros, econômicos e protegidos contra atos de vandalismo, além de pensados em facilitar a vida de quem tem dificuldades para caminhar (veja ao lado). Estamos negociando para que a manutenção do elevador fique por conta do fabricante nos primeiros cinco anos. Depois, o custo passaria a ser de R$ 25 mensais por morador, explica o secretário municipal de Habitação, Ricardo Pereira Leite. Por ser mais resistente, o elevador precisará de menos reparos ao longo dos anos, tornando-se mais em conta para o condomínio. Para ajudar na conservação do equipamento, a Cohab vai repassar aos futuros condôminos as regras de uso e cuidados com o elevador assim que eles mudarem para a casa nova. Dessa vez, porém, sem suar a camisa nas escadas. FABIANO MELATO Renova SP JULHO 2011 4

SANEAMENTO Cantinho do Céu é uma das áreas beneficiadas pelo convênio Fundo Municipal de Saneamento Áreas que o acordo vai beneficiar em 2011 ZONA SUL Paraisópolis: 17.30 6 Imigrantes: 100 Contrato entre Prefeitura e Sabesp permitirá urbanizar 36 favelas Acordo também prevê o tratamento do equivalente a 12 piscinas olímpicas de esgoto por dia Neste ano, 36 áreas da cidade serão beneficiadas com o contrato assinado entre a Prefeitura e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O Comitê Gestor do Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (FMSAI) decidiu que a verba vai financiar parcialmente 21 obras de urbanização de favelas e outras 15 do programa de proteção aos mananciais. Até o final de 2011, cerca de 76 mil famílias passarão a ter água potável, coleta e tratamento de esgoto. Estima-se que seja coletado 30 milhões de litros de esgoto diariamente nas 36 comunidades o equivalente a 12 piscinas olímpicas cheias por dia. Só na favela de Paraisópolis (Zona Sul), 60 mil pessoas serão beneficiadas. Na comunidade de São Francisco (Zona Leste), as obras atenderão a 44 mil habitantes e, no Cantinho do Céu (Zona Sul), à beira da Represa Billings, 34 mil moradores ganharão a rede de água e esgoto. Atualmente, segundo a Sabesp, cerca de 30% do total de esgoto da cidade não é tratado e 11% nem chega a ser coletado. A meta do FMSAI é universalizar o acesso à água potável e coleta e tratamento de esgoto na Capital até 2024. O problema é a cidade informal (irregular), onde só 56% dos moradores têm cobertura. Queremos levar infraestrutura a essas regiões periféricas de São Paulo, diz Marcel Costa Sanches, secretário-executivo do FMSAI e engenheiro da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab). A cada trimestre, o FMSAI recebe 7,5% da receita líquida obtida pela Sabesp da conta de água na capital, que é revertida em obras de implantação de rede de água e de coleta de esgoto, drenagem e canalização de córregos. O montante previsto para 2011 é de R$ 400 milhões R$ 200 milhões serão investidos em intervenções na área de mananciais e R$ 200 milhões, na urbanização de favelas. Presidido pelo secretário municipal de Habitação, Ricardo Pereira Leite, o Comitê Gestor do FMSAI tem, como integrantes, outros sete secretários municipais e três membros da sociedade civil. DÉBORA YURI ZONA SUDESTE Heliópolis K-Gaivotas Sabesp 1: 3.704 Heliópolis H/Sabesp 2: 1.764 Heliópolis G-Rocinha: 524 CENTRO Nova Jaguaré: 3.631 Sapé A: 1.330 Sapé B / Águas Podres: 940 Ponte dos Remédios: 546 Diogo Pires: 193 ZONA LESTE São Francisco: 12.645 Cinco de Julho: 147 Nove de Julho: 250 Dois de Maio: 700 Vitotoma Mastroroza: 275 ZONA NORTE Lidiane: 682 Córrego da Mina: 83 Bamburral: 383 Carina Ari: 53 Gabi: 57 Barão de Antonina: 160 MANANCIAIS Cantinho do Céu/Gaivota: 9.789 Cidade Júlia: 4.140 Jd. Eldorado/Mata Virgem: 2.366 Favela Vinte: 478 Favela Dezenove: 531 Vila Rubi: 476 Pq. São José I e II: 269 Pq. São José VII, Três Cânticos: 198 Nova Grajaú II: 1.635 Cocaia I: 648 Pq. São José VI: 358 Chácara do Conde II: 521 Boulevard da Paz: 1.209 Pabreu-Prainha: 1.610 Condomínio Vargem Grande: 6.000 Total: 75.701 famílias Paraisópolis FOTOS: Fabio Knoll Renova SP JULHO 2011 5

HORA DA VIRADA Gisele vive com a família há 6 meses no Pq. Fernanda (ao lado) Com o lançamento do Concurso Renova SP, a Prefeitura deu um passo importante na urbanização de favelas e na eliminação das áreas de risco da cidade. Aberto para arquitetos de todo o Brasil, o concurso nacional foi lançado em junho e traz uma proposta audaciosa: transformar a vida de 73.136 famílias com o trabalho em 209 favelas e loteamentos irregulares. O resultado do concurso, que está sendo organizado pela Prefeitura em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), deve sair até o final deste mês. Com os projetos escolhidos, as obras devem ser iniciadas imediatamente. Elas serão concluídas em seis anos, ao custo de R$ 3,5 bilhões. Essas são áreas consideradas prioritárias e, por isso, estão recebendo uma atenção especial. Para acabar com os problemas, a Prefeitura realizará obras que variam de acordo com a situação do terreno. Há áreas em que serviços básicos, como a limpeza de córregos, eliminam os riscos. Em outros casos, são necessários obras de drenagem e construção de estruturas de suporte para evitar desmoronamentos. A solução mais radical é a transferência de seus moradores para uma área urbanizada. Apesar disso, as outras comunidades que precisam de ajuda não foram deixadas de lado e deverão ser atendidas até 2024, conforme estabelecido pelo Plano Municipal de Habitação (leia texto nesta página). Esse é um passo importante para melhorar a situação de milhares de pessoas que vivem em lugares inadequados. Problemas que começaram a aparecer devido ao crescimento de São Paulo, que tinha a população de Barueri, com 240 mil habitantes, cem anos atrás. Hoje, são 11 milhões de pessoas. O crescimento acelerado acabou levando moradores a ocupar terrenos como margens de córregos e encostas. Tudo isso está estabelecido no Plano Municipal de Habitação (PMH). Esse documento indica que, até 2024, São Paulo terá todas as favelas urbanizadas e não terá mais moradias em área de risco. As primeiras da fila, que estão contempladas pelo Concurso Renova SP, são aquelas classificadas por um estudo do Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT) como de risco alto e muito alto chamadas de R3 e São Paulo conclui urbanizações e prepara novo arranque Prefeitura organiza concurso nacional para melhorar a vida de 73 mil famílias História semelhante viveu a dona de casa Gisele Roecker, de 32 anos. Hoje, ela vive em um apartamento do já urbanizado Parque Fernanda e não tem mais medo de morrer em uma enchente. Gisele vivia no Valo Velho, Zona Sul, junto do marido, a mãe e os três filhos ao lado de um córrego. Quando chovia, a gente sempre esperava o pior, recorda. Certo dia, ela recebeu a visita de um agente da Prefeitura para credenciá-la a um novo lar. Desconfiada no início, ela decidiu seguir em frente. Deu certo: a mudança aconteceu há seis meses, depois de um ano e meio recebendo Auxílio Aluguel. Resolvida a situação da moradia, o próximo passo de Gisele é voltar a estudar. Essa história mostra que a Prefeitura não esteve parada até agora. Desde 2005, é desenvolvido o maior programa de urbanização de favelas do País. Cerca de 174 mil famílias mudaram de vida por causa do programa. Já foram investidos R$ 3,5 bilhões na urbanização de 176 assentamentos precários. FABIANO MELATO Plano de habitação prevê urbanizar todas as favelas até 2024 FOTO: Lucas Lima FOTO: Divulgação R4 (leia texto ao lado). Elas correspondem a 28.933 famílias. Depois de cuidar dessas famílias, a Prefeitura atenderá as outras 76 mil moradias que estão em áreas com risco baixo e médio. O trabalho começa com a identificação e cadastro das famílias e segue com o a interdição do imóvel, demolição, limpeza da área e vigilância do terreno para que não aconteça uma nova ocupação irregular. Renova SP JULHO 2011 6

PERIGO NO QUINTAL - Como se prevenir de desastres Nunca escavar o barranco e usar a terra removida - o chamado aterro lançado - para construir a casa A água da chuva deve ser canalizada e nunca escorrer pelo terreno A casa deve ser adaptada ao terreno, jamais o contrário A água do esgoto deve ser canalizada para uma fossa ou ligada à rede coletora Moradia pode piorar o risco das áreas vulneráveis Nunca plante bananeira. Ela retém água nas raízes e aumenta a chance do terreno deslizar Fique esperto Um terreno dá sinais quando vai deslizar. Não ignore esses avisos Cerca de um dia antes: Aparecem trincas ou degraus no terreno Surgem rachaduras grandes nas paredes e no chão da casa Se houver muro, note se ele está se inclinando Saia de casa imediatamente e procure a subprefeitura mais próxima e a Defesa Civil (fone 199) Geografia, vegetação, chuva e ocupação sem critério técnico podem transformar um terreno aparentemente inofensivo em um local perigoso para quem decidir viver ali. A explicação é do geógrafo Eduardo Soares de Macedo, um dos responsáveis pelo estudo divulgado no começo deste ano pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) sobre as áreas de risco de São Paulo. Segundo ele, a inclinação do terreno, o tipo de solo e de rocha, a cobertura vegetal e a quantidade de chuva são fatores que determinam o risco de deslizamento, que pode aumentar de acordo com a interferência humana na região. Uma encosta que apresenta risco baixo de deslizamento vai se tornar potencialmente perigosa se for ocupada sem um projeto adequado. Foi utilizando essas premissas que, durante 15 meses, técnicos do IPT esmiuçaram 26 das 31 subprefeituras e prepararam o maior estudo já feito sobre as áreas de risco de São Paulo. Com esse trabalho, as regiões da cidade foram classificadas em quatro categorias, identificadas de acordo com o grau de perigo que representam a seus moradores. As menos problemáticas, onde o risco é menor, foram classificadas como R1 e R2. Se não houver grandes modificações no terreno, em ambas as áreas são raras as chances de acontecer um desastre, como deslizamento de morro ou solapamento (erosão das margens de córrego). Nas áreas R3 e R4, o solo já está tão comprometido que o risco de deslizamento e solapamento é enorme, especialmente em época de chuva forte e prolongada. O barranco deve ser preservado e precisa estar coberto por vegetação - a mata nativa, de preferência; se não for possível, plante vegetação rasteira, como grama Nunca jogue lixo na encosta: além de chamar ratos, cobras e baratas, a sujeira aumenta o peso do solo e pode causar deslizamentos ARTE: André Bunduki Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) Renova SP JULHO 2011 7

RENOVA CENTRO Antigo Cineasta terá 59 apartamentos Recanto dos Artistas começa a sair do papel FOTO: Fernanda Porto Programa Renova Centro desapropria edifício Cineasta e, até 2012, entrega as primeiras unidades para atores, músicos, bailarinos, entre outros Aluguel social? Somente munícipes ou famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 1635) podem participar do programa, sendo que pessoas acima de 60 anos e/ou em situação de rua e/ ou portadoras de direitos especiais e/ou moradores de áreas de risco têm preferência. Além disso, os beneficiários não podem ser donos ou permissionários de outro imóvel. Fonte: Resolução CFMH nº 23 A Prefeitura de São Paulo deu mais um passo na implantação do Programa Renova Centro. Dessa vez, a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab) adquiriu o Edifício Cineasta, prédio que estava abandonado na Avenida São João, para transformá-lo no Recanto dos Artistas. Os seus futuros 59 apartamentos receberão apenas músicos, atores, cenógrafos, bailarinos, entre outros profissionais que dedicaram a vida à arte e hoje passam por dificuldades para pagar por uma moradia digna. Um dos inquilinos já escolhidos é a atriz e cantora pernambucana Salomé Parísio, de 90 anos. Apesar da carreira de sucesso no rádio e no teatro e apresentações em 14 países, Salomé recebe uma aposentadoria mensal de R$ 1.380 o equivalente a pouco mais que dois salários mínimos. A aposentadoria de hoje não dá. É preciso de ajuda de A, de B para poder viver, afirma a futura moradora do Recanto dos Artistas. O projeto é um sossego. É o lugar para o artista morar. O edifício Cineasta foi erguido nos anos 1920 e durante cinco décadas serviu como hotel. Depois, ficou abandonado até a Prefeitura comprá-lo por R$ 4,2 milhões. Agora, os antigos quartos do hotel vão ser transformados em apartamentos com sala, dormitório, cozinha e banheiro. As primeiras unidades devem ser entregues no final do próximo ano. Os artistas vão morar em um local não só histórico, mas também em um pólo de lazer, comentou o secretário municipal de Habitação, Ricardo Pereira Leite. Outro futuro morador do Recanto dos Artistas é o comediante César Macedo, de 76 anos. Bastante lembrado pelas novas gerações como o Eugênio da Escolinha do Professor Raimundo, ele já pensa na futura convivência entre artistas para novas empreitadas. O ator pode envelhecer trabalhando. É só entrosar, garante César. E, com tantos artistas juntos, não faltarão oportunidades para novos sucessos surgirem no prédio localizado a poucos passos da famosa esquina entre as avenidas Ipiranga e São João. FABIANO MELATO Renova SP JULHO 2011 8

Cara nova para a região central O Edifício Cineasta é o terceiro imóvel desapropriado pelo Programa Renova Centro. O projeto prevê o restauro de 53 prédios abandonados na região central e transformá-los em moradia para 2.500 famílias, sendo que a maioria dos apartamentos será destinada a locação social famílias com renda até três salários mínimos. O investimento será na ordem de R$ 400 milhões. E para essas famílias a mudança será positiva, já que todas vão pagar um aluguel baixo em comparação aos preços de mercado. Além disso, vão viver em uma área bem servida de opções culturais, com muito transporte público e milhares de empresas para buscar um emprego. Todas as famílias vão receber apartamentos reformados e, algumas delas, vão viver em edifícios com valor histórico. Fazemos questão de ter prédios tombados no Renova Centro. A administração pública tem o poder de absorver prejuízos em nome da história, explica o diretor de Patrimônio da Cohab, Marcelo Rodrigues. Em 2009, iniciativa semelhante ao Programa Renova Centro levou algumas famílias para a região. Uma delas foi a cozinheira Magali Aparecida Martins, de 48 anos. Ela, os dois filhos e a cadela Mel vivem no Edifício Senador Feijó, pertinho da Catedral da Sé. Lugar bem diferente do seu endereço anterior, na Vila Monumento, na Zona Sul. Minha vida melhorou 100%, comemora. O aluguel baixo na faixa de R$ 100 permite a Magali investir no apartamento, que já conta com pintura nova, sofás e televisão. A vida dela melhorou tanto que ela não reclama nem do barulho. A gente até esquece que está no Centro depois das 18h, afirma. ENTREVISTA Nicette Bruno Chegou a hora de arregaçar as mangas Considerada a madrinha do Recanto dos Artistas por todo seu empenho em criar um condomínio para a classe cultural, a atriz Nicette Bruno disse que agora chegou a hora de arregaçar as mangas. Ela não descarta, inclusive, que parcerias e projetos culturais surjam a partir da convivência dos moradores do antigo Cineasta. É o início de uma trajetória feliz e muito longa, resume. Quais seus planos para o futuro Recanto dos Artistas? Trabalhar para que o edifício se transforme realmente em um local onde os artistas se sentirão amparados, respeitando a dignidade e a individualidade de cada um, e que eles tenham condição de aproveitar o seu potencial para construir alguma coisa. Como você se envolveu com a ideia de levar moradia popular aos artistas aposentados? Eu quero respeito a cada um deles por tudo o que fizeram. E, para aqueles que não puderem mais estar em atividade, que nós possamos dar um apoio. FOTO: Divulgação Magali não reclama nem do barulho FOTO: Lucas Lima Qual é a importância da administração pública em auxiliar artistas aposentados? É o mínimo que se pode fazer. Eu acho que essa categoria, a artístico-cultural, é fundamental para um país. Não é nada demais, é uma obrigação. Mas acho que o cidadão deve se dispor não apenas para cobrar ou criticar, mas também atuar. É a isso que estou me propondo como cidadã: trabalhar em benefício da minha categoria, fazendo a minha parte. Renova SP JULHO 2011 9

DIÁRIO DE OBRAS NORTE SUL LESTE SUDESTE CENTRO mananciais SUL Urbanização do Parque Fernanda está quase pronta Prefeitura entrega 348 apartamentos para 1.200 moradores da área A segunda das Três Irmãs está diferente. A Prefeitura concluiu o processo de urbanização do Parque Fernanda, no Capão Redondo (Zona Sul). Para a antiga favela virar bairro, foram construídas 348 unidades habitacionais espalhadas em um condomínio de 33 blocos. A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) também fez obras de infraestrutura, como rede de água, esgoto e drenagem, pavimentação, canalização de córregos e paisagismo. Os apartamentos vão receber cerca de 1.200 moradores. As obras começaram em março de 2008 e custaram R$ 38 milhões a Prefeitura investiu 58% desse valor e a Caixa Econômica Federal, 42%. Apenas o Centro Comunitário não está finalizado. Junto do Jardim Irene e do Jardim das Rosas, o Parque Fernanda compõe a região que recebeu o apelido de Três Irmãs. Ela começou a ser ocupada nos anos 1970, sendo que todas essas antigas favelas ficavam próximas ao Córrego Pirajussara. Em termos de habitação, aquelas favelas nunca tinham recebido qualquer atenção, só água e luz, que chegaram nos anos 1980, Pq. Fernanda teve obras de infraestrutura e paisagismo diz o diretor da Regional Sul (Habi-Sul) da Sehab, Carlos Alberto Pellarim. Até por isso, a população acolheu muito bem o projeto. Com 160 unidades habitacionais, o Jardim Irene ficou pronto em 2009 e o Jardim das Rosas já tem 140 apartamentos entregues. Mistura de playground com centro esportivo e de fitness, o Caminho Verde, aberto à vizinhança, é o queridinho dos locais. Ao ar livre, foram instalados brinquedos para crianças e adolescentes, quadras e aparelhos de ginástica. Cada irmã terá o seu, sendo que o do Jardim Irene primeiro a ser entregue já é um sucesso. Desenhamos um programa de urbanização não só para aquelas favelas, mas para o bairro inteiro, diz a autora do projeto, Neide de Souza Ferreira, arquiteta do GTA (Grupo Técnico de Apoio). DÉBORA YURI FOTO: Lucas Lima O Q U E É...... Área de Risco? É um local onde há risco de morte para as pessoas que o habitam. São identificados em margens de encostas e beira de córregos ou rios. Nesses pontos, sempre há perigo de deslizamentos, solapamentos e nundações. Locais com lixo ou entulho também são áreas de risco... Auxílio Aluguel? É um programa da Prefeitura destinado às famílias retiradas de área de risco ou por conta de obras de urbanização. Também pode ser usado em situação de emergência, como em caso de incêndio ou desabamento. O benefício é de R$ 300 mensais, tendo a duração de seis meses ou até a moradia definitiva ficar pronta.... Cadastramento? É uma ficha que o funcionário da Prefeitura preenche com os dados do morador após uma visita à casa dele. Ela serve para identificar todas as pessoas que vivem em uma comunidade para, futuramente, atender a todos.... Parceria Social? É um programa da Prefeitura voltado a famílias que vivem em situação de rua ou sem residência fixa, em situação de extrema pobreza. O benefício é de R$ 300 mensais, com duração de 30 meses, sendo que a pessoa deve guardar de R$ 6 a R$ 15 por mês em uma caderneta de poupança e cumprir várias obrigações... Programa 3 Rs? É a sigla para Recuperação do Crédito, Revitalização do Empreendimento e Regularização Fundiária da Prefeitura. Foi criado para recuperar conjuntos habitacionais já existentes que estavam degradados, inclusive com a invasão e criação de novas favelas nas áreas comuns dos prédios... Reintegração de Posse? É quando um juiz manda as pessoas que vivem em um terreno particular ocupado saírem. O pedido é feito pelo proprietário da área, e a Prefeitura não tem como impedir... Termo de Atendimento Habitacional? É um documento oficial afirmando que o morador tem direito a receber apartamento ou casa da Prefeitura. É dado quando ele deixa a sua moradia por conta de alguma obra ou remoção... Urbanização? É um projeto da Prefeitura para transformar a favela em um bairro com ruas pavimentadas, calçadas, rede de água e esgoto, praças, posto de saúde. Além disso, o morador recebe a documentação regularizada de sua casa ou apartamento... Verba de Apoio Habitacional? É um dinheiro que o morador recebe para se mudar de bairro ou cidade. É dado quando, durante o cadastramento, a pessoa afirma que prefere o dinheiro. Ao aceitar, não poderá ser atendido novamente pela Prefeitura. Renova SP JULHO 2011 10

ARTE: André Bunduki PERUS 9 5 7 W Y A M 29 28 30 33 37 38 34 35 39 40 41 42 43 44 45 63 2 O X T campo limpo I PIRITUBA JARAGUÁ R I J D CC FF EE F G 1 butantã 5 9 10 BB 6 7 19 8 12 11 1314 15 161718 20 21 31 26 27 23 32 25 2422 m boi mirim 36 H 5 6 G FREGUESIA Q BRASILÂNDIA casa verde C B lapa AA S SUL DD santo amaro mananciais 4 parelheiros N NORTE pinheiros N CENTRO 3 46 47 48 49 50 51 5253 54 56 55 57 58 59 60 61 64 6566 69 67 70 68 71 72 73 7476 77 75 78 81 79 80 cidade ademar 1 capela do socorro 7 6 sé vila mariana jabaquara 4 Z 62 82 JAÇANÃ TREMEMBÉ santana tucuruvi 2 3 U ipiranga V 2 1 3 4 vila maria D vila guilherme E J K mooca H C vila prudente SUDESTE Obras da Secretaria Municipal de Habitação na cidade penha aricanduva ermelino matarazzo 1 3 2 REGULARIZAÇÃO DE LOTEAMENTOS 1 - Brasil Novo 2 - Jardim Corisco II 3 - Campo Limpo 4 - Jardim Joana D Arc 5 - Jardim Paulistano 6 - Rua Francisco Reis 7 - Sitio Itaberaba DIVISA DAS REGIÕES LIMITE DAS SUBPREFEITURAS LIMITE DAS ÁREAS DE MANANCIAIS A E K L PARCERIAS 1 - Barra Bonita 2 - Brotas 3 - Campos do Jordão 4 - Leme 5 - Mongaguá 6 - Guarujá 7 - Caraguatatuba 8 - Mirassol 9 - Paranapiacaba 10 - Santa Adélia REASSENTAMENTO 1 - Domenico Martinelli 2 - Areião 3 - Estevão Baião 4 - Corruiras PROGRAMA 3 R s A - Jd. do Lago B - Lidiane C - Jd. Imperador D - Nova Tietê E - Chácara Bela Vista F - São Domingos/Camarazal 4 G - São Domingos/Camarazal 7 H - José Paulino dos Santos I - City Jaraguá J - Chaparral K - Tiquatira L - Goiti são miguel paulista LESTE L guaianases 10 7 Itaquera 3 4 4 cidade 8 5 tiradentes 6 9 B 8 são mateus F 2 itaim paulista 1 COHAB 1 - Jardim Mirian 2 - Parque Boa Esperança 3 - Unidos Venceremos 4 - Paulo Freire 5 - Recanto da Felicidade 6 - Parque do Gato 7 - Olarias 8 - Barro Branco II 9 - Barro Branco I, II, III, IV - Sta. Etelvina 1/6A URBANIZAÇÃO DE FAVELAS A - Jardim Nova Tereza B - Dois de Maio C - Sampaio Côrrea D - Nova Jaguaré E - Vitotoma Mastroroza F - São Francisco Global G - Tiro ao Pombo H - Jardim Guarani / Boa Esperança I - Diogo Pires J - Barão de Antonina K - Nove de Julho L - Cinco de Julho M - Carina Ari N - Jardim Edite O - Bamburral P - Lidiane / Sampaio Côrrea Q - Gabi R - Ponte dos Remédios S - Paraisópolis T - Jardim Olinda U - Heliópolis V - Jardim Celeste V W - Jardim das Rosas X - Córrego da Mina Y - Parque Fernanda I Z - Cidade Azul AA - Jardim Colombo BB - São Judas CC - Thomas II DD - Real Parque EE - Sapé FF - Água Podre PROGRAMA MANANCIAIS 1 - Cidade Júlia 2 - Nova Pantanal 3 - Jd. Eldorado / Mata Virgem 4 - Jd. dos Lagos 5 - Santa Margarida V 6 - Jd. Dionísio I e II/Vila Santa Lúcia 7 - Vila Santa Célia 8 - Jd. Ângela II 9 - Jd. São Joaquim 10 - Jd. Arnaldo 11 - Vila Bom Jardim 12 - Nagib I e II 13 - Jd. Planalto 14 - Minuetos 15 - Pq. São Francisco 16 - Kagohara II 17 - Jd. Herculano 18 - Alto da Riviera B 19 - Neumas/Kagohara IV 20 - Pq. Novo Santo Amaro V / Luz Soriano 21 - Pq. Novo Santo Amaro III 22 - Pq. Novo Santo Amaro VI 23 - Pq. Novo Santo Amaro I e II 24 - Boulevard da Paz 25 - Pq. Nova Santo Amaro VII 26 - Costa do Valado 27 - Renato Locchi 28 - Jd. Solange 29 - Jararau II 30 - São Lourenço 31 - Fujihara II 32 - Jd. Fujihara I e III e Nakamura II 33 - Xambores I e II / Vila Verde 34 - Jd. Araguari / Muriçoca 35 - Chácara Flórida / Chácara Bandeirantes 36 - Cidade Ipava / Vila Jaci 37 - Jd. Capela / Santa Bárbara 38 - Pq. das Cerejeiras 39 - Enlevo 40 - Jd. Calú 41 - Chácara Sonho Azul 42 - Arizona 43 - Cavalo Branco 44 - Ângelo Tarsini 45 - Cardeal Rossi 46 - CEU Cidade Dutra 47 - Alcindo Ferreira / Jd. Cruzeiro 48 - Vinte 49 - Jd. Satélite I e II 50 - Dezenove 51 - Jd. Represa 52 - Ribeirão das Pedras 53 - Ipojuca Luis de Araújo 54 - Vila Rubi 55 - Jd. Pouso Alegre 56 - Jd. Real 57 - Pq. América 58 - Jd. Toca 59 - Pq. São José VI 60 - Jd. Itatiaia 61 - Pq. São José I e II 62 - Cantinho do Céu / Gaivota 63 - Jd. Horizonte Azul / Sapato Branco 64 - Jd. Manacás 65 - Pq. São José VII, Três Cânticos e Entorno 66 - Alto da Alegria 67 - Nova Grajaú II 68 - Cocaia I 69 - Jd. Icaraí I 70 - Jd. Icaraí II e III 71 - Jd. Icaraí IV 72 - Jd. São Bernardo II 73 - Vila Santa Francisca / Cabrini IV 74 - Vila Santa Fé 75 - Pq. Maria Fernando I e II 76 - Chácara do Conde II 77 - Jd. Noronha 78 - Jd. Iporã / Jd. Casagrande 79 - Nova Varginha 80 - Jd. Nova Marilda 81 - Condomínio Vargem Grande 82 - Pabreu Renova SP JULHO 2011 11

SUDESTE Prédios de Ruy Ohtake entram em fase de acabamento Até julho, serão entregues 162 apartamentos em Heliópolis Chamados de redondinhos, o primeiro condomínio está em fase final de pintura FOTO: Lucas Lima Entrou em fase de acabamento a primeira leva de redondinhos, prédios cilíndricos projetados pelo arquiteto Ruy Ohtake que a Prefeitura está construindo em Heliópolis, no Sacomã (Zona Sudeste). Com 162 apartamentos, o condomínio 2 do Sabesp 1 está em fase final de pintura e deve ser entregue em julho. O Sabesp 1 terá três condomínios com 22 blocos e 390 unidades habitacionais, além de área de lazer, espaço comunitário e paisagismo. Ele será entregue em etapas o condomínio 1, com 162 unidades habitacionais, e outros 66 apartamentos do condomínio 3 têm previsão de entrega para outubro. O custo total da obra é de R$ 52 milhões, sendo que a Prefeitura entrou com 64% do valor e a Caixa Econômica Federal (CEF), com 36%. A estética foi a primeira razão para desenhar prédios cilíndricos, explica Ruy Ohtake. Colocar um edifício assim em Heliópolis é mostrar que é possível fazer moradias para a população carente como se elas ficassem em qualquer outro lugar. É integrar essa comunidade à cidade, diz. Ao fazer um prédio circular, é preciso afastá-lo dos outros, Ohtake continua. Assim, as famílias de Heliópolis podem ter uma visão ampla. Com esse formato, foi possível ainda desenhar a sala com quase 7 m de frente, num apartamento de 50 m 2. Já as cores fortes, eu coloco em todos os meus projetos. Faço um resgate dessas cores em São Paulo, que é muito sem vida. Além do Sabesp 1, outro empreendimento que integra o projeto de urbanização de Heliópolis maior favela de São Paulo, com 100 mil habitantes entrou em fase de acabamento. Em julho, o Comandante Taylor será entregue com 421 unidades habitacionais. A obra custará R$ 40 milhões: 57% desse montante veio da Prefeitura e 43%, da CEF. DÉBORA YURI SUDESTE Prefeitura começa duas obras de revitalização no Ipiranga A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) iniciou as obras de revitalização de dois conjuntos habitacionais: Jardim Imperador e José Paulino dos Santos, ambos no Ipiranga. Os 1.200 apartamentos contemplados pela reforma receberão pintura, paisagismo, áreas de lazer, cercamento condominial e cobertura das garagens. Além disso, equipamentos de segurança serão instalados. O Jardim Imperador ficará pronto em outubro, enquanto o José Paulino dos Santos será concluído em abril de 2012. As obras integram o Programa 3 Rs sigla para Regularização, Recuperação de Créditos e Revitalização dos Empreendimentos. Criado pela Superintendência de Habitação Popular (Habi) da Sehab, o objetivo dos 3Rs é erradicar problemas de inadimplência, irregularidades na situação fundiária e deterioração de prédios e áreas complementares. Ao todo, as obras custarão R$ 3,6 milhões. SUL Jd. das Rosas ganha 60 apartamentos e uma academia de ginástica Mais 60 famílias receberam as chaves de seus apartamentos no Jardim das Rosas, no Capão Redondo (Zona Sul). Além das unidades, os moradores que também vão contar com uma academia, com direito a um estagiário de Educação Física para orientar os usuários. O Jardim das Rosas receberá um investimento de cerca de R$ 26 milhões para urbanizar uma área de 36 mil m² e entregar 200 apartamentos. Serão feitas também obras de infraestrutura como redes de água e esgoto, sistema de drenagem, pavimentação e paisagismo. A expectativa é entregar tudo até julho, afirma o diretor da Regional Sul (Habi- -Sul) da Sehab, Carlos Alberto Pellarim. RAIO-X 200 7/2011 26 milhões Famílias atendidas Entrega Valor da Obra Renova SP JULHO 2011 12

NORTE Entregues 60 unidades no Tiro ao Pombo FOTO: Lucas Lima Moradores começam a ser transferidos Prefeitura começa atendimento às famílias do Bamburral Favela dará lugar a cinco blocos com 240 apartamentos Moradores de áreas de risco começaram a ser transferidos da favela Bamburral, em Perus (Zona Norte). Até a primeira quinzena de junho, 136 famílias já haviam se mudado do local. Todas elas foram atendidas por programas sociais da Prefeitura. Situado no entorno do aterro sanitário dos Bandeirantes, o Bamburral é uma área contaminada que sofre também com as chuvas. As obras de intervenção, que custarão R$ 45 milhões, fazem parte de uma parceria da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e a Subprefeitura de Perus. Entramos na fase preliminar da urbanização do Bamburral, com o atendimento às famílias e a abertura de espaço para o canteiro de obras, diz a diretora da Regional Norte (Habi-Norte) da Sehab, Maria Cecília Nammur. O projeto do escritório Brasil Arquitetura prevê cinco blocos habitacionais e uma grande praça central, de 4 mil m². Marcelo Ferraz, que é arquiteto e sócio da empresa, afirma que serão construídos cerca de 240 apartamentos. O Bamburral é uma área de risco alto, formada por um pequeno vale com o córrego no meio, explica. Vamos voltar o terreno ao que ele deve ser. As encostas servirão apenas para recreação, e não moradia. DÉBORA YURI City Jaraguá e Lidiane ganham revitalização Dois conjuntos habitacionais da Zona Norte estão sendo revitalizados pela Prefeitura. Ambos fazem parte do programa 3 Rs: o City Jaraguá, no Jaraguá, com 2.604 unidades, e o Lidiane/Vila Nova, na Casa Verde, que tem 260. Os 2.864 apartamentos terão novas pinturas e ligações de gás, e os prédios receberão paisagismo, áreas de lazer e cobertura nas garagens. As obras no Lidiane/Vila Nova terminam em agosto, enquanto a reforma em City Jaraguá será concluída em dezembro de 2012. Ao todo, as duas obras custarão R$ 8,6 milhões. A Prefeitura entregou as 60 primeiras unidades habitacionais (UHs) do Residencial Tiro ao Pombo, na Brasilândia, Zona Norte. Os apartamentos fazem parte da primeira etapa das obras de urbanização da favela, que deve ser totalmente concluída até dezembro deste ano. A urbanização também prevê a implantação de rede de água, esgoto e drenagem mais a pavimentação das ruas da área. Presente ao evento de entrega, o secretário municipal de Habitação, Ricardo Pereira Leite, ressaltou que o projeto mantém as pessoas no mesmo bairro onde já viviam, preservando os laços das famílias com o bairro. A secretaria acabou com a área de risco, promoveu melhorias na infraestrutura e ainda preservou a relação social dos moradores, disse. Até o fim do ano, outras 155 UHs serão entregues. As obras do Tiro ao Pombo, cuja área de intervenção é de 25 mil m², foram iniciadas em abril de 2008. No total, serão 215 apartamentos com 48 m². Foram investidos R$ 25 milhões na obra, sendo R$ 12.250 milhões da Caixa Econômica Federal e o restante da Prefeitura. O nome da comunidade foi herdado de um clube de tiro ao pombo que funcionou naquela área até o começo dos anos 1960. Fundado por portugueses, os sócios abatiam as aves com arma com munição de chumbinho. RAIO-X 215 12/2011 25 milhões Famílias atendidas Entrega Valor da Obra Renova SP JULHO 2011 13

LESTE Começa a segunda fase de obras no São Francisco Nova etapa entregará 844 apartamentos e revitalizará Promorar Rio Claro A favela de São Francisco, em São Mateus (Zona Leste), entrou na segunda etapa do projeto de urbanização. Nessa fase, que vai até junho de 2012, a Prefeitura vai construir 844 apartamentos na área. Os prédios terão entre cinco e sete pavimentos. Localizada ao lado da Avenida Jacu-Pêssego, a comunidade com cerca de 15 mil famílias passará por obras no custo de R$ 120 milhões, sendo que R$ 53 milhões são da Prefeitura e R$ 45 milhões já estão comprometidos pelo Governo Federal. São obras para remover as casas de áreas de risco, contenção de encostas, recuperação de moradias e reforma e abertura de ruas. Também faz parte do pacote a revitalização do Promorar Rio Claro, que fica dentro da gleba e foi construído em regime de mutirão, nos anos 1990. Além disso, uma parceria com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente está mudando a cara do antigo aterro sanitário, desativado em 1985. O espaço de 367 mil m² vai virar um parque para a comunidade, com áreas de lazer e trilhas ecológicas. Focamos em parcerias para agregar os projetos e fortalecer o trabalho de educação ambiental com as famílias e lideranças, diz a coordenadora do projeto, Marcelle Dayer. FABIANO MELATO LESTE Prefeitura trabalha em três conjuntos habitacionais na Penha e em Itaquera Os conjuntos habitacionais Chaparral e Tiquatira, na Penha, e Goiti, em Itaquera, começaram a ser revitalizados pela Prefeitura. Ao todo, mais de 776 apartamentos e cerca de 3.100 moradores serão beneficiados. Parte do programa 3Rs (Regularização, Recuperação e Revitalização), as obras devem ser concluídas em novembro. O custo da reforma é de R$ 2,3 milhões. CENTRO Cohab reforma Parque do Gato e Olarias A Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab-SP) vai revitalizar os condomínios Parque do Gato (no Bom Retiro) e Olarias (no Canindé). A agenda de trabalho inclui a pintura dos edifícios e a revisão total do sistema de segurança anti-incêndio, além da construção de um centro comercial no Parque do Gato. Os dois conjuntos, localizados na região central, somam 660 imóveis. Para renovar a pintura, a Cohab vai apostar em tons de verde e azul nas áreas externas dos prédios no Parque do Gato, as escadas ganharão tinta vermelha. Já o centro comercial terá lojas moduladas e vai contar com serviços básicos, como mercado e padaria. A previsão da Cohab é finalizar as obras de revitalização até agosto deste ano, totalizando um investimento de R$ 2,5 milhões sendo R$ 1,3 milhão para o centro comercial. FOTO: Fabio Knoll Renova SP JULHO 2011 14

MANANCIAIS A nova paisagem da Favela Vinte Prefeitura concluiu parte das obras de urbanização e a canalização do córrego que passa pela comunidade O córrego que ameaçava a segurança de moradores e casas toda vez que transbordava passa agora debaixo de uma rua urbanizada: esse é apenas um dos detalhes do novo retrato da Favela Vinte. Parte das obras de urbanização foram concluídas em março pela Prefeitura, como a canalização do córrego que passava no local. Foi a primeira vez que a comunidade, que começou a se formar em 1954, passou por uma intervenção urbanística. Na área de 33 mil metros quadrados na região dos mananciais, Zona Sul, a comunidade convivia com problemas típicos das áreas de risco, como rede de água e esgoto insuficiente para atender todas as 478 famílias. Além de apresentar soluções para os problemas de saneamento básico, o projeto criou uma área comum onde cada morador terá acesso aos equipamentos públicos, comenta o projetista do novo bairro, Stetson Lareu, da Arquitetos Urbanistas. As obras custaram R$ 7,7 milhões, sendo que R$ 4,7 milhões vieram do Governo Federal e o restante da Prefeitura. A conclusão será em agosto. FABIANO MELATO Pabreu vai ser integrado à Represa Billings Ocupada irregularmente há 15 anos, o Pabreu, comunidade localizada às margens da Represa Billings (Zona Sul), teve as obras de urbanização iniciadas. Projeto será igual ao do Cantinho do Céu As cerca de 20 mil pessoas que habitam a região vão contar com sistemas de água tratada, coleta de esgoto, drenagem de chuva e calçamento de ruas. Serão investidos cerca de R$ 77 milhões no projeto, e as obras devem se estender até 2015. O charme da nova infraestrutura, porém, será o parque linear ao longo da margem da represa. A exemplo do que aconteceu no vizinho Cantinho do Céu, o Pabreu terá também uma estrutura de lazer à beira da água, com brinquedos para crianças e equipamentos para ginástica. A ideia é fazer o que fizemos no Cantinho do Céu: integrar a comunidade às margens da Represa Billings e não ficar de costas para ela, explica o diretor do Programa Mananciais, Ricardo Sampaio. O projeto prevê a construção de 554 unidades para as famílias que hoje ocupam locais onde há risco de morte. O cadastramento desses moradores já está sendo feito pela Secretaria Municipal de Habitação. DEPOIS ANTES Urbanização do Jardim Icaraí I inclui reforma do campo de futebol As obras de urbanização no Jardim Icaraí I, na região dos mananciais (Zona Sul) foram concluídas. Com investimento de R$ 4,8 milhões, o pacote incluiu a pavimentação das vielas da comunidade e a implantação das redes de distribuição de água tratada e do sistema de coleta de esgoto. A proposta da Prefeitura era tornar o local agradável e, principalmente, seguro para as cerca de 240 famílias que vivem na região. Não foi deixado de lado nem a diversão dos moradores: um campo de futebol passou por uma reforma geral e ganhou grama nova, alambrados, vestiário e iluminação. FOTOS: Divulgação Renova SP JULHO 2011 15

EMPREGO & FINANÇAS TRABALHO Sucesso no pedaço Como montar o negócio certo para bombar dentro da comunidade Dois hambúrgueres, alface, queijo, bacon especial, maionese, tomate e um pão de São Bernardo... Esse é o sanduíche número 1 de Heliópolis, que custa R$ 8, seduz centenas de pessoas e fez fama até fora da comunidade. Comecei como bomboniére, em 1996, num espaço de 16 m². O pessoal chegava e pedia salgados, então coloquei. Depois, falavam que eu também devia vender lanches, conta o dono da lanchonete Mec Favela, Adelmo Alves de Siqueira, 58 anos sendo 23 deles em Heliópolis. Com o sucesso, a loja cresceu. Atualmente, são seis funcionários que fazem mais de 300 lanches aos sábados em uma casa de 100 m². Investi pouco. Na época, coloquei R$ 2.000, lembra o rei do hambúrguer de Heliópolis. Um exemplo de negócio que nasceu e prosperou na comunidade, o Mec Favela reúne vários ingredientes certeiros para vingar (veja quadros ao longo da reportagem). Adelmo investiu apenas R$ 2.000 para abrir o Mec Favela O empreendedor deve pesquisar para descobrir o que a sua comunidade não tem e o que ela precisa, diz Reinaldo Messias, consultor do Sebrae-SP. Não é necessário fazer algo sofisticado para conseguir lucro. Tem de ver oportunidade na região e praticar preço acessível. O futuro empresário também deve regularizar o negócio, procurando a Junta Comercial do Estado de São Paulo, a Receita Federal, a Secretaria da Fazenda do Estado, a Previdência Social, o sindicato da categoria e a Prefeitura. Se o estabelecimento tiver apenas um empregado que ganhe salário mínimo ou o piso da categoria e receita bruta anual de até R$ 36 mil, basta fazer o registro no Portal do Empreendedor. Outro ingrediente que Adelmo usou para encorpar o Mec Favela foi ouvir a clientela. Até o nome da casa que no início era Mec Social passou pela crivo do público. Os clientes queriam que eu mudasse para Mec Favela porque eles chamavam a casa assim. Topei, e pegou, diz. Além de preço bom e sintonia com os clientes, Adelmo afirma que a qualidade é decisiva para o sucesso. O povo quer consumir coisas boas. Kaiser e Itaipava aqui não giram; no Mec Favela, o pessoal só bebe Brahma ou Skol, sentencia. DÉBORA YURI SERVIÇO: Mec Favela. Rua Mina Central, 366, Heliópolis, tel. 2215-9354. ABRA SEU NEGÓCIO ATIVIDADE Faça uma pesquisa para saber o que a comunidade precisa e não encontra perto de casa Atividades básicas, ligadas a alimentação e cuidados pessoais, costumam dar certo Avalie se você tem afinidade com a atividade escolhida LOCAL Ao escolher um imóvel, analise se a atividade será atraente para o público daquelas redondezas Verifique na Prefeitura se é permitido abrir empresa no endereço escolhido A garagem da própria casa é interessante pelos custos, mas só serve para alguns empreendimentos, como cabeleireiro. Nem pense em abrir um restaurante VERBA Pense no valor que você pode investir e também numa reserva para os primeiros seis meses Faça contas para ver se vai ter lucro: quanto eu vou gastar? Quanto eu espero vender? Desconfie de tempo de retorno curto (menos de seis meses) ou longo demais (mais de um ano e meio) SERVIÇO: Sebrae-SP. Tel. 0800-570-0800. www.sebraesp.com.br. / Portal do Empreendedor. www. portaldoempreendedor.gov.br. FOTO: Lucas Lima Fontes: Paulo Melchor e Reinaldo Messias, consultores do Sebrae-SP Renova SP JULHO 2011 16

É nóis nas fritas Hoje você se sente Suave na nave ou está mais para Virado no Jiraia? Os grafiteiros Marcos Leite da Silva, de 23 anos, Rômulo Sene da Silva, de 18, e Rodrigo Queiroz da Silva, de 17, estão curtindo dias suaves. Ou, para usar outra expressão comum na Cidade Tiradentes CT, para os íntimos, De boa na lagoa. Os três desenham as estampas das camisetas da CT Cohab Wear, grife lançada em abril passado no Mercado Mundo Mix, feira que rola na Avenida Paulista. Estamos ingressando no mundo da moda, criamos um segmento novo nesse mercado. Somos grafiteiros, mas queremos ter uma renda, trabalhando num negócio que não fuja demais da nossa origem, diz Marcos, que vive no bairro da Zona Leste há 14 anos. A CT Cohab Wear foi criada com apoio da subprefeitura local e da ONG Ação Comunitária. O objetivo é gerar renda aos alunos do curso de grafite da Estação da Juventude e tentar mudar a imagem do bairro, sempre associado à criminalidade e ao desemprego. Como é início do negócio, decidimos investir na marca: comprar mais camisetas para estampar, fazer um caixa, explica Rômulo. As camisetas custam de R$ 25 a R$ 30, e o maior sucesso FOTO: Lucas Lima Jovens da CT Cohab Wear vão começar a vender pela Internet é a estampa com a frase É nóis nas fritas. O próximo passo dos grafiteiros-estilistas é criar um site para vender pela Internet. Fazemos mais sucesso entre o pessoal de fora, que valoriza o nosso trabalho. Nosso público tem 30, 40 anos. É o pessoal ligado à geração de renda, à cultura de periferia, que tem dinheiro, mas também consciência social, conta Marcos. ONDE COMPRAR: Estação da Juventude. Rua Pedro Iovine, 161, Cidade Tiradentes, tel. 2285-7739 / Galeria Mundo Mix. Rua Augusta, 2.559, Jardins, tel. 3063-1892 / Loja Social da Secretaria Municipal de Assistência Social. Rua Líbero Badaró, 561, Centro, tel. 3291-9664. FAÇA MARKETING PARA BOMBAR - Tenha uma relação próxima com os moradores da comunidade, principalmente com as lideranças e associações - Capriche na beleza do ponto de venda e invista em atendimento diferenciado - Se quiser adotar um nome relacionado a favelas, use sempre um toque de humor. O Mec Favela, por exemplo, não agride os moradores locais, porque é divertido - O boca a boca é forte na comunidade. Portanto, bons produtos e serviços são bem falados rapidamente assim como o mau atendimento - Mostre-se ativo e envolva-se na busca de soluções para os problemas locais Fonte: Fábio Mariano Borges, professor do curso Conhecendo e Conquistando o Consumidor da Classe Média e das Classes Populares da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Em Heliópolis, Bar do Geraldo atrai VIPs Instalado numa garagem acanhada, toda decorada com pôsteres do Palmeiras, o Bar do Geraldo reúne uma clientela fiel há 17 anos. É lá que moradores e visitantes de Heliópolis param para tomar uma cerveja ou uma cachaça nordestina, ouvindo sertanejo e forró. Já comprei casa, carro e coloquei minhas filhas na faculdade, conta o dono, Geraldo Pereira de Souza, 53 anos, 27 deles em Heliópolis. A mais velha é enfermeira, a caçula cursa direito. Aos finais de semana, o boteco ferve com partidas de dominó e churrasquinho feito com carnes compradas pelo público e assadas gratuitamente por Geraldo. Seu lucro vem das bebidas que acompanham os petiscos. Clientes famosos de fora de Heliópolis, como o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o arquiteto Ruy Ohtake, sempre que podem dão uma passada no bar. O Ohtake vem e toma uma pinguinha. Já o Suplicy chega, bebe uma Coca-Cola e come um doce de amendoim, conta Geraldo. SERVIÇO: Bar do Geraldo. Rua Paraíba, 1C, Heliópolis. Renova SP JULHO 2011 17

FINANÇAS FOTO: Lucas Lima Marcio não quer mais saber de renda fixa Com planejamento e uma pequena reserva mensal, é possível aplicar na bolsa de valores Investir em ações não é coisa de rico Decepcionado com o baixo desempenho da renda fixa e de olho em uma rentabilidade maior para suas economias, o contador Marcio Eli Pereira resolveu, em janeiro deste ano, que já era hora de se arriscar na bolsa de valores. Aos 40 anos, casado e desde 2008 vivendo de bicos, Marcio pegou R$ 1000 e optou pelo mercado de ações com um plano na cabeça a aposentadoria em 15 anos. Agora toda a vez que eu juntar uma grana, vou aplicar na bolsa, afirma. Pessoas com o perfil de Marcio o pequeno poupador com um plano de investimento a longo prazo estão mostrando que a bolsa não é mais coisa de milionário. Insatisfeitos com o baixo rendimento da caderneta de poupança, eles têm buscado retorno maior ao entrar no mundo das ações. É o melhor investimento? Depende. Se você planeja comprar uma casa, organizar a viagem dos seus sonhos ou já está, como o contador Marcio, pensando na aposentadoria, o mercado de ações é um bom negócio, sugere Bruno di Giorgio, superintendente de marketing da corretora Banif Invest. O lance é pensar no longo prazo. Se houver queda no preço das ações, algum tempo depois elas se recuperam, e o poupador não perde dinheiro basta ter paciência. Para quem, por outro lado, guardou um dinheiro e vai precisar usá-lo em breve, a melhor aplicação ainda são os investimentos tradicionais, como a caderneta de poupança. Também é importante aplicar todo mês para ver o dinheiro crescer além dos rendimentos. Há quem comece o pé de meia na bolsa com R$ 100 mensais, explica Bruno, que dá outra dica importante: nunca concentre suas economias em uma única aplicação. Diversifique entre as opções que lhe deixam seguro. É a velha história de nunca guardar todos os ovos na mesma cesta. Se ela cair, você perderá todo o estoque. FABIANO MELATO Como aplicar na bolsa? A bolsa de valores é um mercado onde os investidores compram e vendem ações. A ação nada mais é que um pedaço de uma companhia e, ao comprá-la, a pessoa se torna sócia daquele empreendimento e vai ganhar uma fração dos lucros. Se a empresa for bem, o preço da ação sobe. Caso contrário, a ação fica mais barata, e o comprador perde dinheiro. É aí que mora o risco, já que o investidor ficará com o dinheiro empatado até as ações voltarem a subir ou perderá parte do investimento. Para começar, existem dois caminhos: banco ou corretora de valores. Ambos oferecem uma variedade de fundos e decidem quais os melhores momentos para comprar ou vender as ações e cobram taxa de administração. A diferença está na rentabilidade que alguns podem ter. Um bom indicador é olhar se, no passado, aquele fundo teve bom retorno. Para quem quiser entender mais sobre o assunto, a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa) oferece cursos gratuitos sobre o mercado de capitais. Para consultar uma lista de corretoras e saber quais cursos estão disponíveis, acesse o site www.bmfbovespa.com.br. FOTO: Divulgação Renova SP JULHO 2011 18

cano revestido CONSTRUÇÃO & DECORAÇÃO ECONOMIA Banho quente sem chuveiro elétrico Placa de aquecimento solar é a pedida para reduzir a conta de luz no fim do mês água aquecida trajetória da água cano sem revestimento cano revestido CAIXA TÉRMICA água quente Que tal chuveiro à vontade sem aumentar os gastos com energia elétrica? É esse o milagre que a instalação de placas solares para o aquecimento de água faz. Economia que pode reduzir em até 40% o valor da conta de luz. Para instalar esse sistema, é preciso ter uma verba extra. As placas, canos especiais e a caixa térmica (veja o diagrama acima) para atender uma família de quatro pessoas custam R$ 4 mil, calcula o professor do curso de Engenharia Elétrica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Mario Kawano. À primeira vista, o investimento inicial para instalar esse equipamento é caro, mas ele é recuperado em pouco tempo. Cálculos do professor Mario apontam que um chuveiro moderno, usado por quatro pessoas (que tomam banhos diários de 15 minutos de duração), consome R$ 90 por mês. Ou seja, 5cm ou mais água da rua água fria em três anos e nove meses o dinheiro gasto com as placas já está recuperado. A instalação é simples. O sistema principal precisa ficar no alto para aproveitar melhor o sol e para que a água tenha pressão o suficiente no chuveiro. Os tubos podem ficar do lado de fora da parede, evitando quebra-quebra e mais despesa com cimento e acabamento. Para proteger os canos aparentes, eles são revestidos com alumínio. Agora, se você estiver construindo ou reformando a casa, a dica é embutir a tubulação para o acabamento ficar melhor. É claro que nem tudo é perfeito: tempo nublado ou chuvoso não combina com as placas solares. A água quente da caixa térmica pode acabar e, se ela esvaziar antes de o tempo melhorar, o morador terá de recorrer ao velho chuveiro elétrico. FABIANO MELATO FONTE: professor Mario Kawano, da PUC-SP ARTE: André Bunduki X X X X Lâmpada branca é a mais econômica Apesar de ser três vezes mais cara, a lâmpada fluorescente de luz branca é a melhor para quem pensa em economizar. A economia está no fato de ela durar oito vezes mais em relação à incandescente de luz amarelada e consumir quatro vezes menos energia elétrica. O retorno virá em até três meses. Nem mesmo aquela história de que a lâmpada fluorescente gasta mais energia elétrica em ambientes onde há acende-apaga como corredores e banheiros torna ela uma opção pior. De fato, a fluorescente precisa de energia extra para começar a funcionar, mas não a ponto de comprometer as vantagens sobre a amarelinha. Compare e escolha Incandescente é mais barata, porém pesa mais na conta de luz Lâmpada comum de 60 W Preço: R$ 2,50 Custo: R$ 0,12 por dia (acesa durante 5 horas) Vida útil: mil horas Luminosidade: luz amarelada, 15 lúmens* por watt Lâmpada fluorescente compacta de 15 W Preço: R$ 8 Custo: R$ 0,03 por dia (acesa durante 5 horas) Vida útil: 8 mil horas Luminosidade: luz branca, 60 lúmens* por watt * Lúmen é a unidade de medida de luz; para comparar, uma vela acesa emite 14 lúmens; o sol do meio-dia, 100 mil lúmens Fonte: Ministério das Minas e Energia e Osram Renova SP JULHO 2011 19

DESIGN Redondinho COM ESTILO Em Heliópolis, apartamento projetado por Ruy Ohtake ganha decoração para inspirar futuros moradores FOTOS: Fabio Knoll Produtos foram comprados em grandes magazines Assim como o próprio apelido revela, os prédios redondinhos de Heliópolis, na Zona Sudeste, têm paredes circulares. Foi justamente essa característica singular do projeto assinado pelo arquiteto Ruy Ohtake que deixou os futuros moradores com dúvidas: como decorar o novo lar? Para resolver o problema, a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) decorou um apartamento de um dos condomínios circulares e o abriu a visitação, criando uma espécie de show-room. Com essa iniciativa, mostramos que esses apartamentos de 50 m 2 podem comportar muito bem uma família de cinco pessoas, diz Sueli Pace Girardi, coordenadora do trabalho social da Regional Sudeste (Habi-Sudeste) da Sehab. O apartamento escolhido para servir de exemplo tem sala, cozinha, dois quartos, banheiro e área de serviço. Ele ficará aberto ao público até julho, quando as 162 unidades do condomínio 2 do Sabesp 1 vão ser entregues. Todos os móveis e eletrodomésticos foram adquiridos pela Construbase, empresa que está realizando a obra. Tudo foi comprado em grandes magazines. Queríamos mostrar que é possível decorar bem uma casa procurando redes que oferecem preços dentro do universo da classe C, explica a arquiteta Vanessa Padiá, coordenadora do projeto de urbanização de Heliópolis. A Sehab pretende levar essa ideia para outros projetos de urbanização, sendo que Real Parque (na Zona Sul) e Comandante Taylor (também em Heliópolis) serão os próximos a receberem unidades-modelo decoradas. DÉBORA YURI Renova SP JULHO 2011 20