JB ADVOGADO Advocacia & Consultoria EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE CUIABÁ (MT) WILLIAN APARECIDO DE JESUS SOUZA, brasileiro, solteiro, Auxiliar de Registro Mercantil Nível II, portador do RG 1647243-8 SSP/MT, CPF 014.478.131-78, residente na Rua Aroeira Selvagens, nº 26, Bairro Jardim dos Ipês, Cuiabá (MT), com a assistência pelo SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ENTIDADES CULTURAIS RECREATIVAS E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, DE ORIENTAÇÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL NO ESTADO DE MATO GROSSO - SENALBA (MT), por seu procurador que ao final assina, com endereço profissional indicado no rodapé, onde recebe intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO PARCIAL DOS EFEITOS DA TUTELA JURISDICIONAL INAUDITA ALTERA PARS contra o CENTRO INTEGRADO DE APOIO PROFISSIONAL, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ 04.351.940/0001-86, que devera ser citado por edital, tendo em vista, se encontrar em lugar incerto e não sabido; e contra a JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE MATO GROSSO, autarquia com personalidade jurídica própria, que deverá ser citada na Av. Historiador Rubens de Mendonça, 3949 - CPA (Centro Político Administrativo ) - Cuiabá-MT, CEP: 78055-500, pelos motivos e fatos jurídicos a seguir expostos: 1
I DOS FATOS E DO DIREITO 1. O primeiro reclamado é uma associação sem finalidade lucrativa, que tem como principal objetivo o apoio integrado ao trabalhador e contratação de profissionais para atuar nos órgãos públicos através de convênios, tendo contratado o reclamante em 09/09/2008. 2. O segundo reclamado, pessoa jurídica de direito público, Departamento de Trânsito do Estado de Mato Grosso, responsável pela fiscalização e gestão do trânsito no Estado, firmou com o primeiro reclamado Contrato de Convênio para prestação de serviços, devendo ser condenado por esse Juízo na responsabilidade subsidiária, tendo em vista a responsabilidade objetiva, prevista no art. 37 da Constituição Federal e a omissão na fiscalização do pacto. 3. Embora tenha sido contratado pela primeira reclamada, o reclamante prestou serviços para o segundo reclamado, tendo recebido como último salário no valor de R$ 826,80, e foi dispensado sem justa causa 23/07/2010, porém, não recebeu os direitos trabalhistas decorrentes da rescisão contratual, devendo agora a reclamada ser condenada no pagamento das verbas rescisórias com as multas previstas nos artigos 467 e 477, ambos da CLT, a saber: gratificação de natal proporcional, férias proporcionais, com um terço constitucional, mais a multa rescisória. 4. Por outro lado, o primeiro reclamado não recolheu integralmente a verba fundiária na conta vinculada do reclamante, devendo agora comprovar nos autos a regularidade dos recolhimentos do FGTS de todo período laboral mais a multa rescisória com a imediata liberação, devendo esse MM. Juízo condenar os demandados nas multas previstas nos artigos 467 e 477, ambos da CLT, bem como, a liberação das guias do Seguro-Desemprego, sob pena de indenização substitutiva. 5. No mais, o reclamante requer ainda o cumprimento das Convenções Coletivas de Trabalho, bem como, o pagamento das diferenças salariais e multas convencionais devidas, conforme prevê as CCTs 2008/2009 e 2009/2010, uma vez que o obreiro recebeu o salário sem os devidos reajustes. 6. De acordo a Cláusula 2ª da Convenção Coletiva 2008/2009, os empregados da primeira reclamada deveriam receber um reajuste salarial equivalente ao INPC acumulado de maio/2007 a abril/2008, que conforme informações do IBGE totalizou em 5,9012%. 7. Já a Cláusula 2ª da Convenção Coletiva 2009/2010, ficou estabelecido um reajuste de 6% sobre os salários de maio de 2010, no entanto, o salário da reclamante não sofreu nenhum reajuste desde a data de 2
admissão até a extinção do contrato de trabalho o que ocorreu em 23/07/2010. 8. Assim, pede a condenação da primeira reclamada na concessão dos reajustes salariais a reclamante, na forma dos itens 4/6, que devem compor a remuneração da obreira para refletir no pagamento das férias vencidas, gratificações natalinas, FGTS mais multa rescisória, nos termos da legislação vigente, bem como, o pagamento das diferenças salariais que se apurar em liquidação de sentença. 9. No mais, a reclamante tem direito ao recebimento da multa prevista na Cláusula 28, da Convenção Coletiva de Trabalho 2008/2009 e 2009/2010, eis que, as reclamadas não concederam os dois reajustes previstos nas normas convencionais, ou seja, deve pagar ao reclamante o valor de R$ 110,00 (multa no valor de R$ 51,00 por violação a Cláusula 2ª, da CCT 2008/2009 e R$ 51,00 por violação a Cláusula 2ª da CCT 2009/2010). 10. Por fim, o demandante vem a Juízo assistido pela entidade sindical da categoria a que pertence, razão pela qual, os reclamados devem ser condenados no pagamento dos honorários assistenciais, no percentual de 15% sobre o valor do julgado. II - DO PEDIDO DA TUTELA ANTECIPADA INAUDITA ALTERA PARS E DO REQUERIMENTO 11. Entende o reclamante que se encontram presentes os requisitos ensejadores ao deferimento da Tutela Antecipada, na forma do art. 273 do Código de Processo Civil, pois, o pedido ao final formulado versa sobre a expedição de Alvará Judicial para liberação do FGTS e habilitação ao Seguro Desemprego, direitos certos determinados e exigíveis. 12. De acordo Aviso Prévio que acompanha a presente ação, resta comprovado que o reclamante foi dispensado sem justa causa, e por esta razão, tem direito ao levantamento do FGTS depositado em sua Conta Vinculada junto a Caixa Econômica. 13. No mais, o encerramento das atividades da primeira e a dispensa imotivada de todos os seus empregados, é fato público e notório, eis que a imprensa mato-grossense divulgou várias matérias neste sentido, inclusive, existem várias Reclamações Trabalhistas em andamento nas Varas do Trabalho de Cuiabá. 14. Nesse contexto, pede o deferimento da Tutela Antecipada para possibilitar o saque do FGTS depositado na Conta Vinculada do reclamante, já disponível em qualquer CEF, mediante Alvará Judicial, que deverá inclusive, possibilitar a habilitação da obreira ao Seguro Desemprego. 3
15. Proferida a decisão acerca da Tutela Antecipada, pede a notificação dos reclamados, para audiência de conciliação, instrução e julgamento, sendo o primeiro através de Edital, consignando as penas de confissão e revelia, e ao final, seja a presente ação julgada totalmente procedente, condenando os demandados, sendo o segundo de forma subsidiária, nos seguintes pedidos: a) gratificação de natal, no valor de R$ 482,30; b) férias proporcionais mais um terço, no valor de R$ 918,66; c) efetuar baixa na CTPS do autor e recolher e liberar o FGTS mais a multa rescisória, garantindo a integralidade dos depósitos, sob pena de pagar o valor de R$ 2.100,00; d) no pagamento da multa prevista no art. 467 da CLT, no valor de R$ 700,40; e)no pagamento da multa prevista no art. 477 da CLT, no valor de R$ 826,80; f) liberação das guias do Seguro-Desemprego, sob pena de indenização no valor de R$ 3.500,00; g) na concessão dos reajustes salariais previstos nas normas coletivas, sendo 5,9012%, no mês de maio de 2009 e 6% no mês de maio de 2010, com o pagamento das diferenças. h) a média das diferenças salariais acima pleiteadas deve integrar a remuneração do obreiro para refletir no pagamento das férias vencidas e proporcionais, gratificações natalinas, FGTS mais multa rescisória, nos termos da legislação vigente. i) no pagamento das multas previstas nas Cláusulas 28, da Convenção Coletiva de Trabalho 2008/2009 e 2009/2010, no valor de R$ 110,00; j) no pagamento dos honorários advocatícios, no percentual de 15% sobre o valor da execução do julgado, R$ 1.291,50. 16. Por medida de cautela, caso esse MMº Juízo entenda que não estão presentes os requisitos ensejadores ao deferimento da Tutela Antecipada, que seja feita a citação dos demandados, protraindo a análise do pedido, os quais envolvem obrigação de fazer do empregador, quando da realização da audiência inicial. 17. Nos termos e sob as penas da lei, a parte reclamante declara-se pobre sem condições de arcar com o pagamento das despesas processuais e dos honorários advocatícios, sem prejuízos no sustento próprio e da sua família, razão pela qual, pede que lhe sejam deferidos os benefícios da justiça gratuita. 18. Protesta provar o alegado por todos meios de provas admitidas no direito, em especial os depoimentos dos reclamados. 4
19. Em homenagem ao Parágrafo Único do art. 852-A, a presente Reclamação Trabalhista deve ser processada no Rito Ordinário, independente do valor atribuído à causa, uma vez que a ação foi proposta também contra autarquia estadual. 20. Atribui-se à causa o valor de R$ 9.000,00 (nove mil reais). Termos em que pede deferimento. Várzea Grande (MT), 25 de novembro de 2010. João Batista dos Anjos OAB/MT 6658 5