RECOLHIMENTO DE TRIBUTOS SOBRE VEÍCULOS - IPVA Introdução O objetivo do presente trabalho é realizar um breve estudo sobre como a Gestão Pública bem aplicada foi capaz de promover uma evolução significativa das atividades que compõem o recolhimento de tributos no processo de licenciamento de veículos automotores. Tal evolução apresenta uma mudança postural definitiva dos atores que figuravam este processo, obtendo-se, por meio de inovações organizacionais e tecnológicas uma otimização dos custos econômicos e sociais, os quais expressam de modo mais adequado as decisões dos agentes e os impactos no corpo social. Temos então: a)a economia que o setor público pôde fazer utilizando meios eletrônicos inovações nas diferentes frentes em que atua, e; b) a economia que a sociedade civil pôde realizar através destas inovações. Podemos assim analisar a estrutura de custos do processo em pauta em duas modalidades: tradicional (ano de1994) e eletrônica (ano de 2003) e avaliar os resultados obtidos pela implementação de meios eletrônicos no governo (programas de e-gov), (ano de 2005). Vejamos: Governo Eletrônico Governo Eletrônico é a utilização das tecnologias da informação e comunicação para dinamizar o relacionamento do governo com a sociedade, reduzindo custos, melhorando processos e diminuindo desigualdades Calmom, 2002 1
Governo eletrônico é um processo que requer comprometimento contínuo dos lideres políticos, recursos e interação entre os setores governamentais, privados e o publico......promovendo objetivos maiores na sociedade e fazendo o governo mais responsável para com seus cidadãos...governo eletrônico pode ser uma ferramenta poderosa para melhorar a qualidade de vida de uma nação Diretrizes para o Governo Eletrônico no Mundo em Desenvolvimento A informática na administração pública deve ser ferramenta de modernização das atividades fim do Governo, levando uma melhoria efetiva ao usuário final e, sempre que possível, ao cidadão. Deve ser utilizada ainda, como instrumento de gestão e para disponibilizar informações públicas de interesse da sociedade, aproximando o cidadão do Estado Vontade Política Covas, 1994 Inicialmente e ainda em 1994 o contribuinte (ator social) contava com um sistema burocrático e ineficaz para o recolhimento do IPVA e Licenciamento. Valia-se de um procedimento que exigia o preenchimento manual de guias obtidas em papelarias e que eram pagas nos bancos. As instituições bancárias processavam o pagamento e prestavam contas à Secretaria da Fazenda (SEFAZ) enviando as vias de pagamentos em papel. A SEFAZ recebia estes papéis e digitava os dados escritos manualmente na guia. A SEFAZ contava com dezenas de digitadores que trabalhavam incansavelmente para digitar todas as informações recebidas, situação que, inevitavelmente, resultava em inúmeras imperfeições na coleta dos dados. Neste momento a PRODESP dava início a prestação de contas que consistia na conciliação bancária, no processamento do pagamento e na geração do arquivo de arrecadação que era enviado ao DETRAN Departamento Estadual de Trânsito. O natural resultado deste trâmite era um imenso desajuste entre recolhimento e arrecadação gerando assim expressivos custos. 2
Custo Social : Filas bancárias; trânsito; transporte; cópias de documentos; Taxa. Custo do Estado: Pessoal; Área Física; Impressão; Administração; Estado (água, luz, telefone, malote, etc.) DISCRIMINAÇÃO PROCESSO TRADICIONAL (1994) PROCESSO ELETRÔNICO (2003) Papel Impressão Informativo do IPVA Correio Tarifas Bancárias de Recolhimento Espaço ocupado pelos processos Espaço ocupado pelos funcionários Energia Elétrica Telefone Mão de Obra Impressora Computador e softwares Diretoria Custo Sonegação do IPVA Investimento de Modernização 452.134 723.4151 24.940.980 875.000 58.234.943 40.605 1.159.200 9.200 46.800 4.336.800 8.000 79.800 1.206.000 176.000.000 0 75.000 20.000 16.932.576 750.000 22.579.349 0 680.400 14.400 64.800 3.502.800 11.200 90.000 1.449.000 0 285.000 CUSTO TOTAL 268.112.877 46.554.525 QUANTIDADE DE PROCESSOS 16.042.684 24.497.769 TOTAL POR PROCESSO 16,71 1,90 3
Em 1995 o Estado de São Paulo passou por um processo de modernização da Administração Estadual que decidiu implementar gradualmente um Programa de Governo Eletrônico. Foi criada uma base de dados chamada de contas-correntes, onde para cada veículo registrado no Estado, eram gerados os débitos e os lançamentos. Este arquivo então era enviado ao DETRAN. Infelizmente o sistema ainda possuía muitos erros... Em 1997, objetivando uma melhoria no processo de coleta de dados o governo inicia um sistema de envio das guias já preenchidas e com código de barras para o endereço residencial do contribuinte. Neste ano a arrecadação teve sérios problemas de atendimento: o cadastro do DETRAN estava com muitos problemas, o que fez com que mais da metade das guias postadas não chegassem aos seus destinos. A partir de 1998 o pagamento do IPVA era via digitação do número do RENAVAM. O contribuinte, tendo recebido a guia em casa, ia ao banco e efetuava o pagamento. No caso de não recebimento o mesmo ia ao banco, informava o número do RENAVAM e ali mesmo efetuava o pagamento. O contribuinte já contava neste momento com inúmeras formas de pagamento do IPVA e caixa, auto-atendimento, telefone, Internet, Home Banking, débito agendado e banco 24 horas. O processo de recolhimento do IPVA, nesta altura, já demonstra um excelente resultado, sugerindo então a aplicação de um sistema semelhante para o recolhimento de outras contribuições. Os bancos passam a oferecer uma abrangência maior no processo de recolhimento de taxas. Em 2002 o contribuinte deixa de receber a guia do IPVA passando a receber um aviso de vencimento, constando informações sobre o veículo, o Imposto, seguro obrigatório, multas e licenciamento, podendo assim optar pelo pagamento apenas do Imposto ou de todos os débitos constantes em seu registo, em rede bancária ou Internet. 4
Relógio Econômico Em números absolutos, conforme FERREIRA (2002), a arrecadação devido ao IPVA evoluiu de um patamar de menos de R$ 500 milhões em 1994 para quase R$ 3 bilhões em 2001. Como porcentagem da arrecadação do Estado, em 1994 o IPVA representava cerca de 3% da arrecadação do Estado. Em 2001, quase 8%. Os bancos tiveram como benefício o pagamento pelo Estado de uma valor por transação efetuada nos seus vários meios de prestação de serviço, além da cobrança da taxa dos usuários dos seus sistemas. Revés Os despachantes foram os maiores atingidos pela implementação do IPVA e Licenciamento Eletrônico, pois o serviço foi facilitado de tal forma que mesmo os contribuintes mais conservadores podem pagar o IPVA sem recorrer ao despachante. Com isso muitos tiveram que alterar o seu comportamento frete ao mercado. RESULTADO ECONOMICO - 2002 Custo para o Estado da Cobrança do IPVA; Economia de 92%; O fator que mais contribuiu para a redução desse custo foi a eliminação dos digitadores e a eliminação do processo de conciliação da arrecadação com os bancos: de 120 contratados em 1994 para apenas 2 em 2002. Custo para o Cidadão da Cobrança do IPVA; Economia de 85%. 5
CONCLUSÃO O estudo do caso que analisamos é um claro exemplo de como os programas de Governo eletrônico podem aumentar a eficiência na utilização dos recursos, sem aumentar a carga tributária para a sociedade civil e sem onerar a máquina pública com novos investimentos realizados por meio do aumento da dívida pública. O aumento da transparência, o combate à sonegação e à corrupção são parte do mesmo processo. No caso do IPVA, o procedimento eletrônico reduziu drasticamente o espaço para a sonegação e para a corrupção, provocando ainda uma melhora significativa do serviço ao cidadão e redução considerável no custo do mesmo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: - DIRETRIZES PARA O GOVERNO ELETRÔNICO (2002); - CALMON (2002); - http://www.relogiodaeconomia.sp.gov.br/br/ GPTI grupo: Emanuel A. P. dos Santos Fábio Stratico Gláucia Ribeiro Rafael Henrique Biscaro Rafael Lincoln Lisboa Prof: Dr. José Carlos Vaz 6