RELATÓRIO-TÉCNICO DETERMINAÇÃO DE METAIS NA BACIA DO RIO DOCE (PERÍODO: DEZEMBRO-2015 A ABRIL-2016)

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Transcrição:

GIAIA Grupo Independente para Avaliação de Impacto Ambiental RELATÓRIO-TÉCNICO DETERMINAÇÃO DE METAIS NA BACIA DO RIO DOCE (PERÍODO: DEZEMBRO-2015 A ABRIL-2016) MAIO 2016

PARTICIPANTES DA PRIMEIRA EXPEDIÇÃO (04 a 08 de dezembro de 2015) Prof. Dr. André Cordeiro Alves dos Santos (UFSCar Sorocaba) Profa. Dra. Eliane Pintor de Arruda (UFSCar Sorocaba) Dra. Flávia Bottino (UFSCar São Carlos) Profa. Dra. Vívian da Silva Santos (UnB Ceilândia) Natália Carvalho Guimarães (UnB Darcy Ribeiro) Jennifer Oliveira Freira (UnB Ceilândia) Déborah Araújo Morais (UnB Ceilândia) PARTICIPANTES DA SEGUNDA EXPEDIÇÃO (29 de março a 08 de abril de 2016) Prof. Dr. André Cordeiro Alves dos Santos (UFSCar Sorocaba) Dr. Dante Pavan Dra. Flávia Bottino (UFSCar São Carlos) Dra. Luciana Carvalho Bezerra de Menezes (Instituto de Pesca) Msc. Vinicius Moraes Rodrigues (UFSCar Sorocaba) Natália Carvalho Guimarães (UnB Darcy Ribeiro) Márcio Constantino Vicente (Instituto de Pesca) Arthur Rodrigues (Museu Nacional/UFRJ) EQUIPE RESPONSÁVEL PELA AMOSTRAGEM E QUANTIFICAÇÃO DOS METAIS Laboratório Nanotecnologia Verde: Ambiente, Saúde e Sustentabilidade - FCE/UnB Profa. Dra. Vívian da Silva Santos (UnB Ceilândia) - coordenação Natália Carvalho Guimarães (UnB Darcy Ribeiro) Déborah Araújo Morais (UnB Ceilândia) Mirella Giovana Oliveira da Silva (UnB Ceilândia) Prof. Dr. Juliano Alexandre Chacker (UnB Ceilândia) - colaborador Prof. Dr. Marcelo Henrique Sousa (UnB Ceilândia) - colaborador

MAPA DE PONTOS COLETADOS NA PRIMEIRA EXPEDIÇÃO (04 a 08 de dezembro de 2015)

MAPA DE PONTOS COLETADOS NA SEGUNDA EXPEDIÇÃO (29 de março a 08 de abril de 2016)

METODOLOGIA Esquematização das coletas Ponto de coleta antes da barragem de rejeito foi nomeado com a letra M (montante). Pontos após a barragem de rejeitos, atingidos ou não pela lama foram nomeados com a letra J (jusante). Já os afluentes ao longo do Rio Doce, não contaminados pelos rejeitos, foram nomeados com a letra C (controle). Coleta e conservação das amostras para análise de metais Para cada ponto de coleta, após as análises in situ realizadas pela sonda, amostrou-se cerca de 10 L de água. Desta amostragem, 50 ml foi aliquotados em tubo cônico de 50 ml, que foi preservado com HNO3 subdestilado para determinação de metais totais. Uma segunda alíquota do mesmo ponto foi filtrada com membrana de 0,45 μm e posteriormente acidificada com HNO3 para determinação de metais dissolvidos. Conservação: Temperatura de transporte: 4ºC Temperatura de Armazenamento até análise: -20ºC Determinação dos metais As amostras foram armazenadas em freezer até a análise. As análises foram realizadas utilizando o ICP OES (Espectrometria de emissão atômica com plasma indutivamente acoplado) e os metais quantificados nas amostras foram: alumínio (Al) e ferro (Fe) totais e dissolvidos, antimônio (Sb) total, arsênio (As) total, bário (Ba) total, cádmio (Cd) total, cálcio (Ca) total, chumbo (Pb) total, cobalto (Co) total, crômio (Cr) total, estanho (Sn) total, lítio (Li) total, manganês (Mn) total, níquel (Ni) total, paládio (Pd) total, prata (Ag) total e selênio (Se) total. Argônio com pureza de 99,999% (White Martins Praxair) foi utilizado para a geração do plasma, como gás de nebulização e auxiliar. Ar comprimido foi utilizado como gás de corte do plasma quando foi utilizada a vista axial. Nitrogênio grau analítico 99,999% (White Martins Praxair) foi utilizado como gás de purga do sistema óptico do espectrômetro.

Parâmetros instrumentais: Modelo e Marca do Espectrômetro PerkinElmer Optima 8000 Potência do Plasma (W) 1400 Vazão do gás do plasma (L/min) 10 Vazão do gás auxiliar (L/min) 0,2 Vazão de nebulização (L/min) 0,7 Purga da óptica (nitrogênio) (ml/min) 5 Injetor Alumina (2mm d.i.) Câmara de nebulização Scott (Ryton ); ciclônica Processamento do sinal Área sob o pico Tempo de integração Automático Vazão de introdução da amostra (ml/min) 1,5 Replicatas 2 Linhas espectrais monitoradas Alumínio (Al), 396,153 nm; ferro (Fe), 238,204 nm; lítio (Li), 670,784 nm; manganês (Mn), 257,610; arsênio (As), 193,696; cádmio (Cd), 228,802 nm; chumbo (Pb), 220,353 nm; selênio (Se), 196,026 nm; níquel (Ni), 231,604 nm; bário (Ba), 233,527 nm; cobalto (Co), 228, 616 nm; crômio (Cr), 267,716 nm; cálcio (Ca), 317,933 nm; prata (Ag), 328,068 nm; antimônio (Sb), 206,836 nm; estanho (Sn), 189,927 nm; e paládio (Pd), 340,458 nm. Análise dos resultados Os resultados de quantificação de metais nas amostras de rio foram confrontados com a legislação vigente CONAMA 357/2005 para água de rio Classe II. Já os resultados de amostras de água usadas diretamente para consumo humano foram confrontados com os Critérios de Potabilidade da água do Ministério da Saúde Portaria 2914/2011.

RESULTADOS M2 Rio Gualaxo do Norte - MG Coordenadas: -20,276388837-43,431151578 Descrição: ponto antes da barragem de rejeitos. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 05/12/2015. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 30/03/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método M2 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 0,030±0,001 <0,02 Alumínio total - 0,02 0,15±0,02 0,062±0,005 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,018±0,001 <0,002 Bário total 0,7 0,002 0,046±0,002 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 0,005±0,002 <0,001 Cálcio total - 0,02 1,89±0,01 6,91±0,026 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 0,005±0,003 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,046±0,001 <0,01 Ferro total - 0,01 0,47±0,10 0,32±0,01 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 0,410±0,001 0,235±0,003 Níquel total 0,025 0,01 0,02±0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 0,16±0,04 <0,01 Interpretação dos Resultados A qualidade da água do rio Gualaxo do Norte neste ponto melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Mesmo que este ponto não tenha sido impactado pela lama da barragem de Fundão, por estar à montante do ocorrido. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II: Arsênio: Cerca de 2 vezes acima do permitido Cádmio: Cerca de 5X acima do permitido Manganês: Cerca de 4X acima do permitido Níquel: Limítrofe, ou seja, no limite permitido Selênio: Cerca de 16X acima do permitido Na segunda expedição uma significativa melhora na qualidade da água quanto à metais foi observada, sendo que: arsênio, cádmio, níquel e selênio voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já para o metal manganês a concentração diminuiu quase que pela metade, mas ainda está cerca de 2X acima do permitido. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

J1 - Rio do Carmo em Monsenhor Horta - MG Coordenadas: -20,346916667-43,296027778 Descrição: ponto após a barragem de rejeitos antes do encontro com o Rio Gualaxo do Norte. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 06/12/2015. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 30/03/2016.

Elementos Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método J1 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 0,020±0,001 Alumínio Total - 0,02 1,56±0,15 0,16±0,01 Antimônio Total 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,04±0,02 0,022±0,003 Bário total 0,7 0,002 0,07±0,01 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 0,007±0,001 <0,001 Cálcio total - 0,02 5,97±0,01 8,05±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 0,007±0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,042±0,006 0,08±0,01 Ferro total - 0,01 3,12±0,89 0,67±0,03 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 1,94±0,02 0,819±0,005 Níquel total 0,025 0,01 0,02±0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 0,14±0,07 <0,01 Interpretação dos Resultados A qualidade da água no ponto J1 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Mesmo que este ponto não tenha sido diretamente impactado pela lama da barragem de Fundão. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II: Arsênio: Cerca de 4X vezes acima do permitido Cádmio: Cerca de 7X acima do permitido Manganês: Cerca de 19X acima do permitido Selênio: Cerca de 14X acima do permitido Na segunda expedição uma significativa melhora na qualidade da água quanto à metais foi observada neste ponto, sendo que: cádmio e selênio voltaram à estar em conformidade com a CONAMA 357. Já manganês e arsênio embora em menor concentração, continuaram alterados considerando a resolução supracitada. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

J2 Rio Gualaxo do Norte em Paracatu de Baixo - MG Coordenadas: -20,306446685-43,226204463 Descrição: ponto após a barragem de rejeitos. Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 06/12/2015. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 31/03/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método J2 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 <0,02 Alumínio total - 0,02 10,97±1,49 2,85±0,03 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,05±0,01 <0,002 Bário total 0,7 0,002 0,12±0,06 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 <0,001 <0,001 Cálcio total - 0,02 3,89±0,01 4,85±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 0,029±0,005 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 <0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 0,14±0,03 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,037±0,006 <0,01 Ferro total - 0,01 66,30±4,96 17,96±0,65 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 5,29±0,02 0,573±0,008 Níquel total 0,025 0,01 0,014±0,010 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Interpretação dos Resultados: A qualidade da água no ponto J2 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este foi o primeiro ponto coletado que recebeu diretamente a lama de rejeitos da barragem do Fundão no Rio Gualaxo do Norte. Na primeira expedição, em dezembro de 2015, os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II. Arsênio: Cerca de 5X vezes acima do preconizado Chumbo: Cerca de 3X acima do permitido Crômio: Cerca de 3X acima do permitido Manganês: Cerca de 53X acima do permitido Na segunda expedição uma significativa melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais. Observou-se que: arsênio, chumbo e crômio voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já manganês embora em menor concentração (para Mn 10X menor e para U 5X menor) continuou alterado considerando a resolução supracitada. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

J3 Rio do Carmo depois do Rio Gualaxo do Norte em Barra Longa - MG Coordenadas: -20,290860320-43,054475473 Descrição: ponto após a barragem de rejeitos. Foto: Jennifer Oliveira Freira. Data: 06/12/2015. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 31/03/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método J3 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 0,042±0,001 <0,02 Alumínio total - 0,02 4,58±0,39 0,79±0,15 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,110±0,001 <0,002 Bário total 0,7 0,002 0,04±0,01 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 0,005±0,001 <0,001 Cálcio total - 0,02 2,22±0,01 3,12±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 0,006±0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,038±0,009 <0,01 Ferro total - 0,01 15,83±0,04 >18,00 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 0,96±0,01 0,210±0,002 Níquel total 0,025 0,01 0,06±0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 0,22±0,04 <0,01 Interpretação dos Resultados: A qualidade da água no ponto J3 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este ponto foi diretamente impactado pela lama da Barragem do Fundão. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II. Arsênio: Cerca de 11X vezes acima do permitido Cádmio: Cerca de 5X acima do permitido Manganês: Cerca de 10X acima do permitido Níquel: Cerca de 2X acima do permitido Selênio: Cerca de 22X acima do permitido Na segunda expedição uma significativa melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais. Observou-se que: arsênio, cádmio, níquel e selênio voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já manganês embora em menor concentração continuou alterado considerando a resolução supracitada. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

C1 Rio Piranga - MG Coordenadas: -20,37005555-42,89536111 Descrição: afluente do Rio Doce, que não foi contaminado com rejeito. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 01/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método C1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 Alumínio total - 0,02 0,93±0,06 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,012±0,001 Bário total 0,7 0,002 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 <0,0002 Cálcio total - 0,02 2,42±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 <0,01 Ferro total - 0,01 1,82±0,02 Lítio total 2,5 0,04 0,016±0,001 Manganês total 0,1 0,002 0,024±0,001 Níquel total 0,025 0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01 Interpretação dos Resultados: Este ponto de coleta foi adicionado na segunda expedição e considerado controle, pois é um afluente da Bacia Hidrográfica do Rio Doce que em nenhum momento foi impactado pelo rompimento da barragem do Fundão e próximo do ponto de coleta J4. A qualidade da água no ponto C1 atende aos padrões exigidos por resolução no que se refere aos metais analisados, uma vez que nenhum deles foi encontrado acima do preconizado pelo CONAMA 357.

J4 - Rio Doce na cidade de Rio Doce - MG Coordenadas: -20,247805556-42,886000000 Descrição: ponto após a barragem de rejeitos. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 06/12/2015. Foto: Vinicius Moraes Rodrigues. Data: 01/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método J4 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 <0,02 Alumínio total - 0,02 6,53±2,69 1,67±0,01 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Bário total 0,7 0,002 0,07±0,01 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 0,003±0,001 <0,001 Cálcio total - 0,02 0,75±0,04 2,97±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 0,013±0,004 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 0,004±0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 0,04±0,01 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,103±0,001 0,015±0,002 Ferro total - 0,01 31,10±12,37 7,66±0,72 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 2,19±0,65 0,236±0,002 Níquel total 0,025 0,01 0,04±0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Interpretação dos Resultados: A qualidade da água no ponto J4 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este ponto foi diretamente impactado pelo rompimento da Barragem do Fundão em 05 de novembro. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II. Cádmio: Cerca de 3X acima do permitido Chumbo: Limítrofe, ou seja, no limite permitido Manganês: Cerca de 22X acima do permitido Níquel: Cerca de 2X acima do permitido Na segunda expedição houve uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais. Observou-se que: cádmio, chumbo e níquel voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já para manganês embora em menor concentração (10X menor) continuou alterado considerando a resolução supracitada. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

J5 Rio Doce na BR 262 entre as cidades de Rio Doce e Ipatinga - MG Coordenadas: -20,019819000-42,744726000 Descrição: ponto após a barragem de rejeitos e que faz extração de areia. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 07/12/2015. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 01/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método J5 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 <0,02 Alumínio total - 0,02 5,66±2,69 1,67±0,01 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Bário total 0,7 0,002 0,06±0,01 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 0,004±0,001 <0,001 Cálcio total - 0,02 0,24±0,01 2,93±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 0,010±0,001 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 0,004±0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,071±0,007 <0,01 Ferro total - 0,01 23,96±14,40 13,49±0,15 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 1,20±0,48 0,348±0,005 Níquel total 0,025 0,01 0,06±0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Interpretação dos Resultados: A qualidade da água no ponto J5 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este ponto foi diretamente afetado pelo rompimento da barragem do Fundão ocorrido em 05 de novembro. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II. Cádmio: Cerca de 4X acima do permitido Chumbo: Limítrofe, ou seja, no limite permitido Manganês: Cerca de 12X acima do permitido Níquel: Cerca de 2X acima do permitido Na segunda expedição uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais. Observouse que cádmio, chumbo e níquel voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já manganês embora em menor concentração continuou alterado considerando a resolução supracitada. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

C2 - Rio Piracicaba em Ipatinga - MG Coordenadas: -19,50922222-42,541419444 Descrição: afluente do Rio Doce, que não foi contaminado com rejeito. Ponto antes do despejo da Estação de Tratamento de Esgoto. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 02/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método C2 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 Alumínio total - 0,02 0,68±0,06 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,02±0,01 Bário total 0,7 0,002 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 <0,0002 Cálcio total - 0,02 4,16±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 <0,01 Ferro total - 0,01 1,11±0,01 Lítio total 2,5 0,04 0,017±0,001 Manganês total 0,1 0,002 0,05±0,01 Níquel total 0,025 0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01 Interpretação dos Resultados: Este ponto de coleta foi adicionado na segunda expedição e considerado controle, pois é um afluente da Bacia Hidrográfica do Rio Doce que em nenhum momento foi impactado pelo rompimento da barragem do Fundão e é próximo do ponto J10 (Rio Doce em Ipatinga MG). A qualidade da água no ponto C2 é boa no que tange aos metais avaliados, apenas o arsênio está no limite do preconizado pelo CONAMA 357, mas mesmo assim se considera esta concentração em conformidade. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

J10 Rio Doce em Ipatinga - MG Coordenadas: -19,476861111-42,475972222 Descrição: ponto após a barragem de rejeitos e que faz extração de areia. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 07/12/2015. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 02/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método J10 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 0,026±0,018 0,26±0,01 Alumínio total - 0,02 15,77±3,79 2,28±1,18 Antimônio 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Bário total 0,7 0,002 0,09±0,01 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 <0,001 <0,001 Cálcio total - 0,02 0,28±0,02 4,24±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 <0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 0,16±0,01 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,079±0,005 0,65±0,11 Ferro total - 0,01 93,74±2,67 11,65±2,40 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 2,60±0,08 0,279±0,001 Níquel 0,025 0,01 0,04±0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Interpretação dos Resultados: O ponto J10 que corresponde ao Rio Doce na cidade de Ipatinga-MG merece especial atenção. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II. Manganês: Cerca de 26X acima do permitido Níquel: Cerca de 2X acima do permitido Na segunda expedição houve uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração dos metais citados acima. A concentração de níquel abaixou para níveis não detectáveis e manganês diminui consideravelmente. Entretanto, na segunda expedição os níveis de alumínio e ferro dissolvidos aumentaram a níveis preocupantes, ambos em níveis cerca de 2X acima do permitido. Isso comprova que, altos níveis de ferro e alumínio totais na água apesar de não serem de interesse para a resolução CONAMA 357 são indicadores da necessidade de monitoramento periódico, uma vez que mudanças físico-químicas, bem como despejo de outros contaminantes na água, dentre outros fatores, podem inesperadamente modificar a solubilidade dos metais presentes neste corpo d água. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

C3 - Rio Santo Antônio próximo à Ipatinga - MG Coordenadas: -19,234347000-42,320763000 Descrição: afluente do Rio Doce, que não foi contaminado com rejeito. Fonte: Google Earth. Data: 02/05/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método C3 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 Não coletado Alumínio total - 0,02 0,84±0,16 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,012±0,001 Bário total 0,7 0,002 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 <0,0002 Cálcio total - 0,02 3,18±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 Não coletado Ferro total - 0,01 1,21±0,03 Lítio total 2,5 0,04 0,016±0,001 Manganês total 0,1 0,002 0,024±0,01 Níquel total 0,025 0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01 Interpretação dos Resultados: Este ponto de coleta foi adicionado na segunda expedição e considerado controle, pois é um afluente da Bacia Hidrográfica do Rio Doce que em nenhum momento foi impactado pelo rompimento da barragem do Fundão e está localizado entre os pontos J10 e J11 (Rio Doce em Ipatinga MG e Rio Doce em Naque - MG). A qualidade da água no ponto C3 é boa no que tange aos metais avaliados, apenas o arsênio está no limite do preconizado pelo CONAMA 357, mas mesmo assim se considera esta concentração em conformidade com esta resolução.

J11 Rio Doce em Naque MG Coordenadas: -19,236833333-42,308083333 Descrição: ponto após a barragem de rejeitos. Foto: Jennifer Oliveira Freire. Data: 07/12/2015. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 02/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método J11 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 <0,02 Alumínio total - 0,02 8,60±1,42 2,27±1,26 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Bário total 0,7 0,002 0,07±0,01 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 0,004±0,002 <0,001 Cálcio total - 0,02 0,76±0,01 2,65±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 0,005±0,002 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,043±0,004 <0,01 Ferro total - 0,01 25,49±16,76 6,69±0,24 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 1,21±0,39 0,142±0,001 Níquel total 0,025 0,01 0,05±0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Interpretação dos Resultados: A qualidade da água no ponto J11 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este ponto foi diretamente afetado pelo rompimento da barragem do Fundão ocorrido em 05 de novembro. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II. Cádmio: Cerca de 4X acima do permitido Manganês: Cerca de 12X acima do permitido Níquel: Cerca de 2X acima do permitido Na segunda expedição uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais. Observouse que cádmio e níquel voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já manganês, embora em menor concentração continuou alterado considerando a resolução supracitada. Este ponto se comportou de forma semelhante ao ponto J5. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

J12 Rio Doce em Governador Valadares MG Coordenadas: -18,883133424-41,950998621 Descrição: ponto após a barragem de rejeitos, na captação de água para abastecimento público. Foto: Todd Southgate. Data: 08/12/2015. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 03/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método J12 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 0,03±0,01 <0,02 Alumínio total - 0,02 6,05±2,36 2,16±0,29 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,040±0,001 <0,002 Bário total 0,7 0,002 0,09±0,06 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 0,003±0,001 <0,001 Cálcio total - 0,02 1,23±0,01 3,70±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 0,015±0,007 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 0,004±0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 0,04±0,01 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,141±0,007 <0,01 Ferro total - 0,01 15,86±5,89 6,36±0,83 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 1,26±0,47 0,104±0,001 Níquel total 0,025 0,01 0,05±0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Interpretação dos Resultados: A qualidade da água no ponto J12 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este ponto foi diretamente afetado pelo rompimento da barragem do Fundão ocorrido em 05 de novembro. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II. Arsênio: Cerca de 4X acima do permitido Cádmio: Cerca de 3X acima do permitido Chumbo: Limítrofe, ou seja, pouco acima do limite. Manganês: Cerca de 12X acima do permitido Níquel: Cerca de 2X acima do permitido Na segunda expedição uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais. Observouse que: arsênio, cádmio, chumbo e níquel voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já manganês, embora em menor concentração continuou alterado considerando a resolução supracitada. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

J13 Rio Doce em Galileia MG Coordenadas: -19,006500000-41,542527778 Descrição: ponto após a barragem de rejeitos. Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 08/12/2015. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 03/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método J13 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 0,21±0,03 0,057±0,003 Alumínio total - 0,02 20,54±11,03 1,56±0,16 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,03±0,01 <0,002 Bário total 0,7 0,002 0,38±0,05 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 0,004±0,001 <0,001 Cálcio total - 0,02 1,98±0,01 3,24±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 0,004±0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 0,07±0,01 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,27±0,03 0,112±0,007 Ferro total - 0,01 26,37±0,75 3,99±0,18 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 1,06±0,35 0,081±0,001 Níquel total 0,025 0,01 0,06±0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Interpretação dos Resultados: A qualidade da água no ponto J13 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este ponto foi diretamente afetado pelo rompimento da barragem do Fundão ocorrido em 05 de novembro. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II. Alumínio dissolvido: Cerca de 2X acima do permitido Arsênio: Cerca de 3X acima do permitido Cádmio: Cerca de 4X acima do permitido Crômio: Limítrofe, ou seja, pouco acima do limite. Ferro dissolvido: Limítrofe, ou seja, pouco abaixo do limite. Manganês: Cerca de 10X acima do permitido Níquel: Cerca de 2X acima do permitido Na segunda expedição uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais. Observou-se que: alumínio, arsênio, cádmio, crômio, manganês e níquel voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357.

J14 Rio Doce em Baixo Guandu ES Coordenadas: -19,507149641-41,015188235 Descrição: ponto após a barragem de rejeitos. Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 08/12/2015. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 03/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método J14 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 Não coletada <0,02 Alumínio total - 0,02 6,00±0,77 0,77±0,01 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,010±0,001 0,006±0,001 Bário total 0,7 0,002 0,06±0,01 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 0,007±0,001 <0,001 Cálcio total - 0,02 1,01±0,01 3,53±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 0,007±0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 0,005±0,001 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 Não coletada <0,01 Ferro total - 0,01 4,40±0,14 1,48±0,07 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 0,11±0,01 0,029±0,001 Níquel 0,025 0,01 0,04±0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 0,14±0,08 <0,01 Interpretação dos Resultados: A qualidade da água no ponto J14 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este ponto foi diretamente afetado pelo rompimento da barragem do Fundão ocorrido em 05 de novembro. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II. Arsênio: Limítrofe, ou seja, no limite permitido Cádmio: Cerca de 7X acima do permitido Manganês: Limítrofe, ou seja, no limite permitido Níquel: Cerca de 2X acima do permitido Selênio: Cerca de 14X acima do permitido Na segunda expedição uma melhora significativa na qualidade da água no que tange a concentração de metais foi observada, onde todos os metais quantificados voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

C4 - Rio Guandu entre Baixo Guandu e Colatina ES Coordenadas: -19,561250000-41,013805556 Descrição: afluente do Rio Doce, que não foi contaminado com rejeito. Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 04/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método C4 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 Alumínio total - 0,02 0,98±0,40 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,003±0,001 Bário total 0,7 0,002 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 <0,0002 Cálcio total - 0,02 4,73±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 <0,01 Ferro total - 0,01 1,93±0,07 Lítio total 2,5 0,04 0,016±0,010 Manganês total 0,1 0,002 0,03±0,01 Níquel total 0,025 0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01 Interpretação dos Resultados: Este ponto de coleta foi adicionado na segunda expedição e considerado controle, pois é um afluente da Bacia Hidrográfica do Rio Doce que em nenhum momento foi impactado pelo rompimento da barragem do Fundão, é o Rio Guandu que está localizado entre Baixo Guandu e Colatina - ES. Todos os metais quantificados estão em conformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357.

J15 Rio Doce em Colatina ES Data da coleta: 05/04/2016 Coordenadas: -19,510638889-40,554916667 Descrição: ponto após a barragem de rejeitos. Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 08/12/2015. Foto: Vinicius Moraes Rodrigues. Data: 05/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método J15 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 <0,02 Alumínio total - 0,02 3,19±1,08 0,81±0,12 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,014±0,001 0,004±0,001 Bário total 0,7 0,002 0,06±0,01 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 0,005±0,002 <0,001 Cálcio total - 0,02 1,17±0,01 4,43±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 0,006±0,002 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,058±0,01 <0,01 Ferro total - 0,01 3,77±0,84 1,28±0,04 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 0,10±0,02 0,015±0,001 Níquel total 0,025 0,01 0,07±0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 0,05±0,01 <0,01 Interpretação dos Resultados: A qualidade da água no ponto J15 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este ponto foi diretamente impactado pela lama da Barragem do Fundão. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II. Arsênio: Limítrofe, pouco acima do permitido Cádmio: Cerca de 5X acima do permitido Manganês: Limítrofe, no limite do permitido Níquel: Cerca de 3X acima do permitido Selênio: Cerca de 5X acima do permitido Na segunda expedição uma significativa melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais, observando-se que todos os metais avaliados estavam em conformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

J16 - Rio Doce em Linhares ES Coordenadas: -19,480750000-39,925611111 Descrição: ponto após a barragem de rejeitos, na Faz. Maria Bonita. Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 09/12/2015. Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 05/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método J16 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 0,051±0,01 0,068±0,004 Alumínio total - 0,02 3,50±1,08 0,81±0,12 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,072±0,001 0,005±0,003 Bário total 0,7 0,002 0,08±0,01 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 0,005±0,001 <0,001 Cálcio total - 0,02 1,49±0,01 3,57±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 0,005±0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,050±0,001 0,15±0,03 Ferro total - 0,01 4,68±0,13 2,05±0,13 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 0,24±0,02 0,048±0,001 Níquel total 0,025 0,01 0,06±0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 0,12±0,03 <0,01 Interpretação dos Resultados: A qualidade da água no ponto J16 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este ponto foi diretamente afetado pelo rompimento da barragem do Fundão ocorrido em 05 de novembro. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II. Arsênio: Cerca de 7X acima do permitido Cádmio: Cerca de 5X acima do permitido Manganês: Cerca de 2X acima do permitido Níquel: Cerca de 2X acima do permitido Selênio: Cerca de 12X acima do permitido Na segunda expedição uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais. Observou-se que: arsênio, cádmio, manganês e níquel voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357.

J17 Rio Doce em Regência ES Coordenadas: -19,644584993-39,824053610 Descrição: ponto após a barragem de rejeitos. Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 09/12/2015. Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 06/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método J17 Expedição 1 Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 Não coletada <0,02 Alumínio total - 0,02 4,16±0,29 0,93±0,01 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,02±0,01 0,008±0,002 Bário total 0,7 0,002 0,07±0,01 <0,002 Cádmio total 0,001 0,0002 0,007±0,004 <0,001 Cálcio total - 0,02 3,20±0,02 4,53±0,02 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 0,007±0,004 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 Não coletada <0,01 Ferro total - 0,01 4,28±0,37 1,33±0,02 Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04 Manganês total 0,1 0,002 0,160±0,001 0,027±0,001 Níquel total 0,025 0,01 0,05±0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 0,03±0,01 <0,01 Interpretação dos Resultados: A qualidade da água no ponto J17 (foz do Rio Doce) melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este ponto foi diretamente afetado pelo rompimento da barragem do Fundão ocorrido em 05 de novembro. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d água de Classe II. Arsênio: Cerca de 7X acima do permitido Cádmio: Cerca de 5X acima do permitido Manganês: Cerca de 10X acima do permitido Níquel: Cerca de 2X acima do permitido Selênio: Cerca de 12X acima do permitido Na segunda expedição uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais. Observou-se que: arsênio, cádmio, manganês, níquel e selênio voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Como forma de amenizar a falta de água de qualidade para consumo, a população de Regência ES tem recorrido à água potável dos poços artesianos após a contaminação do Rio Doce, de onde retiravam água para tratamento e posterior consumo. No intuito de verificar a qualidade desta água quanto à concentração de metais, amostraram-se dois poços em dois diferentes povoados pertencentes à Regência, um deles bem próximo ao rio Doce (Entre Rios) e o outro mais distante (Areal). Povoado Entre Rios - Sr. Nilton Rio Doce Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 06/04/2016.

Metais Valor permitido CONAMA 357/2005 Limite de detecção do método Nilton Rio Expedição 2 Alumínio dissolvido 0,1 0,02 Não coletada Alumínio total - 0,02 0,17±0,02 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,005±0,001 Bário total 0,7 0,002 0,04±0,01 Cádmio total 0,001 0,0002 <0,0002 Cálcio total - 0,02 9,84±0,06 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 Cobalto total 0,05 0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 Ferro dissolvido 0,3 0,01 Não coletada Ferro total - 0,01 7,17±0,01 Lítio total 2,5 0,04 0,017±0,001 Manganês total 0,1 0,002 0,95±0,01 Níquel total 0,025 0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 Prata total 0,01 0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01 Este ponto de coleta foi adicionado no intuito de avaliar a qualidade da água do rio Doce em um ponto muito próximo ao poço artesiano utilizado para obtenção de água para consumo humano. Pela proximidade a qualidade da água no rio (água superficial) poderia gerar alguma influência sobre a qualidade da água do poço artesiano (água subterrânea). Assim, o metal manganês ficarou acima do permitido pela CONAMA 357. Ferro e alumínio dissolvidos não foram coletados neste ponto. Ressaltando que Mn está cerca de 9X acima do permitido. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Povoado Entre Rios Sr. Nilton - Poço Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 06/04/2016. Metais Portaria 2914/2011 Limite de detecção do método Nilton poço Expedição 2 Alumínio dissolvido - 0,02 <0,02 Alumínio total 0,2 0,02 0,66±0,03 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 <0,002 Bário total 0,7 0,002 <0,002 Cádmio total 0,005 0,0002 <0,0002 Cálcio total - 0,02 5,07±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 Cobalto total - 0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 0,005±0,002 Ferro dissolvido - 0,01 31,11±0,27 Ferro total 0,3 0,01 34,13±0,02 Lítio total - 0,04 0,17±0,01 Manganês total 0,1 0,002 0,52±0,01 Níquel total 0,07 0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 Prata total - 0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01

Interpretação resultados poço povoado entre rios ES Sr. Nilton Como a água deste poço artesiano é diretamente usado para consumo humano, a fim de se obter informações sobre a qualidade da água, faz-se necessário comparar os resultados com os Critérios de Potabilidade da Água fornecido pelo Ministério da Saúde em sua Portaria 2914/2011. Desta forma, foi possível verificar que vários metais estão em desconformidade com esta portaria, tornando a água imprópria para consumo. Os metais que estão em desconformidade são: Alumínio total: cerca de 3X acima do permitido; Ferro total e dissolvido: cerca de 1140X acima do permitido; Manganês total: Cerca de 5X acima do permitido; Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Areal - Sra. Helena Poço Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 06/04/2016. Metais Portaria 2914/2011 Limite de detecção do método Helena Poço Expedição 2 Alumínio dissolvido - 0,02 0,15±0,01 Alumínio total 0,2 0,02 0,18±0,01 Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 Arsênio total 0,01 0,002 0,02±0,01 Bário total 0,7 0,002 <0,002 Cádmio total 0,005 0,0002 <0,0002 Cálcio total - 0,02 3,39±0,01 Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 Cobalto total - 0,001 <0,001 Crômio total 0,05 0,04 <0,04 Estanho total - 0,004 <0,004 Ferro dissolvido - 0,01 3,71±0,01 Ferro total 0,3 0,01 3,83±0,02 Lítio total - 0,04 0,017±0,001 Manganês total 0,1 0,002 0,026±0,001 Níquel total 0,07 0,01 <0,01 Paládio total - 0,01 <0,01 Prata total - 0,002 <0,002 Selênio total 0,01 0,01 <0,01

Interpretação resultados poço artesiano Areal Sra. Helena Como a água deste poço artesiano é diretamente usado para consumo humano, a fim de se obter informações sobre a qualidade da água, faz-se necessário comparar os resultados com os Critérios de Potabilidade da Água fornecido pelo Ministério da Saúde em sua Portaria 2914/2011. Desta forma, foi possível verificar que vários metais estão em desconformidade com esta portaria, tornando a água imprópria para consumo. Os metais que estão em desconformidade são: Arsênio total: Limítrofe, ou seja, no limite permitido Ferro total e dissolvido: cerca de 13X acima do permitido; Anexo1. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso de ferro encontra-se no

CONCLUSÕES GERAIS De modo geral, a qualidade da água de toda a Bacia Hidrográfica do Rio Doce melhorou ao se comparar os resultados obtidos na coleta de dezembro/2015 com os resultados obtidos na coleta de abril/2016. No entanto, inegavelmente, o rompimento da barragem do Fundão ocorrido no dia 05 de novembro de 2015 irá impactar este ecossistema ainda por longos períodos e é impossível predizer por quanto tempo de forma exata e inequívoca. Dentre os 18 metais quantificados, atenção especial deve ser dada aos seguintes metais: alumínio e ferro dissolvidos, arsênio total, cádmio total, chumbo total, crômio total, manganês total, níquel total e selênio total. É incontestável que a lama da barragem do Fundão despejou sobre a calha do rio Gualaxo do Norte e consequentemente no rio Doce uma elevada sobrecarga de metais como ferro, alumínio e manganês; e possivelmente tenha contribuído de forma significativa para o aumento da concentração de níquel, visto o aumento considerável da concentração deste elemento em todos os pontos de coleta que receberam diretamente a lama da barragem, ou seja, do ponto J2 à J17. E da mesma forma, pode ser observado que a tendência é que estes metais se sedimentem tornando seus níveis novamente normais e a água própria para captação e uso humano, até porque em muitos pontos este fenômeno já foi observado, onde as concentrações dos metais supracitados aumentaram muito e foram diminuindo com o passar do tempo até chegar a níveis não detectáveis no corpo d água. Mesmo não tendo padrão de legislação comparativa, os metais Ferro (Fe) e Alumínio (Al) totais estão em concentrações extremamente altas em todos os pontos de coleta afetados pela lama de rejeito. Considerando primeira e segunda expedições GIAIA, pode-se supor que parte do ferro e alumínio foram sedimentados para o fundo do rio, fato que pode ser corroborado com a determinação de metais em amostras de sedimentos (experimentos ainda não realizados). Entretanto estas mudanças de características dos sedimentos do rio (alto teor de metais) irão impactar os organismos que interagem diretamente com este (comunidade bentônica) e em médio ou longo prazo promover um processo chamado de biomagnificação, ou seja, bioacúmulo destes metais ao longo da cadeia trófica e este efeito cedo ou tarde chegará até o homem. Paralelamente, estes metais sedimentados podem se ressuspender para o corpo d água ou até mesmo se redissolver sem aviso prévio, devido à diversos processos

bióticos e abióticos que podem os remobilizar, constituindo-se em fontes de poluição secundárias afetando a qualidade da água, deixando clara a necessidade de um monitoramento mais rigoroso do que o habitual nesta região a fim de se acompanhar de perto este processo. Um exemplo prático verificado neste relatório foi o ponto de coleta J10 (rio Doce na cidade de Ipatinga MG) que embora as concentrações de ferro e alumínio total tenham diminuído, seja por sedimentação e/ou pelo movimento natural das águas, foi observado um aumento significativo na concentração de ferro e alumínio dissolvido acima dos valores considerados limites estabelecidos pela CONAMA 357. Diversos fatores podem ter contribuído para estes aumentos tais como mudanças (mesmo que transitórias) de: ph, potencial de oxidação, força iônica e despejo de outros contaminantes. Estes fatores podem aumentar a biodisponibilidade destes metais já presentes no rio. Além disso não se pode descartar outras fontes poluidoras. Com relação ao metaloide arsênio foi observado níveis elevados também em afluentes controles e aparentemente pouco impactados com atividade mineradora, demonstrando que sua ocorrência pode ser natural da geologia do solo da região, no entanto seu aumento transitório em alguns pontos não descarta a possibilidade de que a própria passagem da lama, pela promoção de mudanças nas características físicoquímicas do rio, tenha redissolvido e tornado o arsênio biodisponível. O mesmo pode ter ocorrido com os elementos cádmio total, chumbo total, crômio total, níquel total que tiveram suas concentrações aumentadas em pontos alternados ao longo de toda a bacia hidrográfica. Um fato preocupante e que merece maior investigação é o elevadíssimo teor de ferro dissolvido, mais de 1000X acima do permitido, em águas subterrâneas utilizadas para consumo humano. Este resultado pode indicar que uma parte significativa do ferro presente no Rio Doce possa ter a capacidade de percolar o solo e chegar até camadas mais profundas contaminando o lençol freático. No entanto as coletas neste relatório se restringiram a 2 poços próximos à Regência-ES e para um panorama mais completo sobre a qualidade das águas subterrâneas que circundam a bacia hidrográfica do rio Doce, outros pontos de coletas devem ser estabelecidos.

Ressalva Por mais que a qualidade da água esteja melhor considerando os metais aqui avaliados; outros impactos secundários à elevação brusca, mesmo que transitória, de metais no ambiente aquático devem ser considerados, tais como: contaminação de lençóis freáticos (águas subterrâneas), promoção de resistência bacteriana, extermínio de espécies aquáticas endêmicas, tanto da biota quanto da microbiota, dentre muitos outros fatores já pontuados por vários especialistas e cuja investigações devem ser fortemente encorajadas. Além de destruição de mata ciliar e consequente assoreamento do rio Doce e afluentes. Outro ponto importante é que não se deve subestimar o potencial de elementos químicos que não são classificados como metais pesados, (por exemplo: ferro e manganês) no que tange suas capacidades de desencadear efeitos indesejados no ambiente ou na população humana, por mais que estes metais desempenhem atividades benéficas no organismo quando em níveis adequados, em excesso podem causar diversos efeitos tóxicos, principalmente em exposições crônicas. Além disso, contaminantes orgânicos que eventualmente possam ter sido utilizados durante a extração dos minerais, também podem impactar fortemente na qualidade da água e não foram avaliados por este presente relatório.