Acadêmica do 2º período do Curso de Relações Internacionais da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI (SC)

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ADOÇÃO INTERNACIONAL DE CRIANÇAS BRASILEIRAS: uma análise a partir da constituição federativa da república do Brasil, do estatuto da criança e do adolescente e da convenção de Haia. RESUMO Naiana Zuanazzi 1 Claudia Regina Althoff Figueiredo 2 A adoção é um ato de acolhimento afetivo de crianças e adolescentes abandonados pela família natural e que estão sob a tutela do Estado, por outra família - seja ela brasileira ou estrangeira - mediante um processo jurídico. Na legislação brasileira, a adoção internacional passou a ser regulamentada com o Código Civil de 1916, evoluindo para o Código de Menores em 1979, para a Constituição Federativa da República do Brasil em 1988 e para o Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990. Sofreu significativas mudanças em seu ordenamento com a ratificação da Convenção de Haia de 1993. Estas estão presentes na nova lei de adoção nº 12.010/09, na qual o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente passou a ser o norteador dos requisitos de adoção internacional, no intuito de protegê-las de qualquer discriminação ou exploração. Este artigo tem por objetivo analisar o processo jurídico de adoção internacional de crianças brasileiras a partir da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e do Estatuto da Criança e do Adolescente, com ênfase nas alterações legislativas que neles ocorreram após a Convenção de Haia de 1993, em prol da garantia integral dos direitos fundamentais das crianças e adolescentes a serem adotadas. Neste contexto, o artigo se divide em definição de adoção internacional; análise histórica da adoção internacional na legislação brasileira; e adoção internacional de crianças brasileiras após a Convenção de Haia de 1993. No desenvolvimento do presente utiliza-se a método indutivo como base lógica. Como resultado, tem se que a Convenção de Haia somou na legislação brasileira, atribuindo requisitos mais rigorosos para a adoção internacional, de modo que as crianças e adolescentes tivessem assegurados os seus direitos fundamentais e pudessem sentir se integralmente acolhidos como filhos. Palavras chaves: Adoção internacional de crianças brasileiras; Convenção de Haia de 1993; Estatuto da Criança e do Adolescente. INTRODUÇÃO Este artigo tem por finalidade analisar a partir da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e do Estatuto da Criança e do 1 Acadêmica do 2º período do Curso de Relações Internacionais da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI (SC) 2 Professora Orientadora. Graduada em Direito, Mestre em Ciência Jurídica do Programa de Mestrado em Direito da Universidade do Vale do Itajaí. Doutora e Ciências Jurídicas e Sociais pela UMSA. Advogada e Professora do Curso de Direito e do Curso de Relações Internacionais da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI (SC) 120

Adolescente, o processo jurídico de adoção internacional de crianças brasileiras, com ênfase nas alterações legislativas que neles ocorreram, após a Convenção de Haia de 1993. Alterações essas em prol da garantia integral dos direitos fundamentais das crianças e adolescentes a serem adotadas. O tema é de fundamental importância para as Relações Internacionais, porque envolve o direito de crianças e adolescentes que foram adotados por famílias estrangeiras e precisam de proteção legal tanto no seu país natural, quanto no seu país de acolhida. Neste contexto, os dois primeiros itens trazem uma abordagem sobre o conceito de adoção internacional de crianças e adolescentes e como ele foi realizado no Brasil, a partir do Código Civil de 1916 até o Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990. Em seguida, apresentam-se as finalidades da Convenção de Haia de 1993, ratificada pelo Brasil, com o objetivo de analisar as mudanças que ela acarretou no Código Civil, na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 CRFB/99 e especialmente no Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA com a elaboração da lei nº 12.010/09, referentes à adoção internacional de crianças brasileiras. A metodologia de pesquisa empregada é a indutiva, como base lógica, aliada às técnicas do fichamentos e da pesquisa bibliográfica e documental. Em linhas gerais, e longe da pretensão de esgotar o tema, é nesse universo que se desenvolve o artigo. 1 ADOÇÃO INTERNACIONAL A adoção em termos gerais pode ser conceituada como o ato de acolhimento de uma criança ou adolescente abandonado por sua família natural e que esta sob tutela do Estado, por outra família estranha à ela, mediante processo jurídico. 121

Diniz 3 como Trata-se de instituto jurídico, que pode ser definido, conforme [...] o ato jurídico solene pelo qual, observados os requisitos legais, alguém estabelece, independente de qualquer relação de parentesco consangüíneo ou afim, um vinculo fictício de filiação, trazendo para sua família na condição de filho, pessoa que, geralmente, lhe é estranha. Dá origem, portanto, a uma relação jurídica de parentesco civil entre adotante e adotado. É uma ficção legal que possibilita que se constitua entre o adotante e adotado um laço de parentesco de 1º grau na linha reta. como Em termos de adoção internacional, ela pode ser conceituada Instituto jurídico de ordem pública que concede a uma criança ou adolescente em estado de abandono, a possibilidade de viver em um novo lar, em outro país, assegurado o bem estar e a educação, desde que obedecidas às normas do país do adotado e do adotante 4. Entretanto, a adoção também é um ato de amor e afetividade. É uma medida de proteção e uma instituição de caráter humanitário, que tem por um lado, por escopo, dar filhos àqueles a quem a natureza negou e por outro lado uma finalidade assistencial [...] 5 em relação ao adotado. Neste contexto, a legislação vigente dos países, em especifico a legislação brasileira, assume dois papéis fundamentais para a adoção. Um em relação á garantia de adoção às famílias interessadas e outro, em relação à garantia dos direitos fundamentais do adotado. Em função disto, depois da Convenção de Haia, os requisitos para adoção internacional de crianças brasileiras têm sido cada vez mais rigorosos. E isto porque sua finalidade passou a ser a manutenção das crianças sob tutela da família natural o máximo possível, ou então, a adoção á famílias residentes em território nacional. Sendo uma medida excepcional a adoção internacional. 3 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito de família. 22. Ed.rev. e atual de acordo com a reforma do CPC. São Paulo: Saraiva 2007. p. 483. 4 GOULART, Maria Izabel. Nacionalidades em processos internacionais de adoção: um estudo comparativo entre o Estatuto da Criança e do Adolescente e Convenções Internacionais. 2005. 54 f. Monografia (Especialização) - Curso de Relações Internacionais, Centro de Educação Superior São José, Universidade do Vale do Itajaí, São José, 2005. 5 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito de família. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 523. 122

Cabe ressaltar, portanto, que a legislação brasileira para adoção internacional de crianças e adolescentes atualmente, visa garantir integralmente os direitos do adotado, sem que ele sofra qualquer discriminação por sua filiação. 2 ANÁLISE HISTÓRICA DA ADOÇÃO INTERNACIONAL NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA. Na legislação brasileira, a adoção de crianças e adolescentes por brasileiros passou a ser sistematizado como instituto a partir do Código Civil de 1916, nos artigos 368 á 378 da lei nº 3.071. Na qual ficou estabelecida, segundo Fernandes 6, que: Somente os maiores de cinquenta anos, sem prole legítima ou legitimada, podiam adotar; deveria haver uma diferença de dezoito anos entre o adotante e o adotado; o pátrio poder era transferido, mas os direitos e deveres do adotado com a sua família biológica não se extinguiam; a adoção era por escritura pública e era permitida a sua revogação por vontade do adotado, quando este se tornava capaz. Em 1957, o Código Civil de 1916 sofreu a primeira alteração pela lei nº 3.133, na qual ficou instituído que a adoção seria possível, se os adotantes possuíssem mais de 30 anos e fossem casados a pelo menos cinco anos, com ou sem filhos 7. Mas somente na lei nº 4.655/65, é que a legislação brasileira concedeu o aparato de proteção à menoridade, permitindo a adoção de crianças de até sete anos de idade em situação irregular: exposto, abandonado, órfão, filho natural reconhecido apenas pela mãe impossibilitada de prover a sua criação, filhos cujos pais tivessem sido destituídos do pátrio poder ou que houvessem consentido por escrito na legitimação 8. Foi a partir dela também, que o adotado passou a ser 6 FERNANDES, Ana Karoline. Adoção internacional de crianças brasileiras. 2013. 69 f. Monografia (Especialização) - Curso de Direito, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas, Universidade do Vale do Itajaí, Balneário Camboriú, 2013. p. 10. 7 GOULART, Maria Izabel. Nacionalidades em processos internacionais de adoção: um estudo comparativo entre o Estatuto da Criança e do Adolescente e Convenções Internacionais. 2005. 54 f. Monografia (Especialização) - Curso de Relações Internacionais, Centro de Educação Superior São José, Universidade do Vale do Itajaí, São José, 2005. p. 10. 8 SAAD. Martha Solange Scherer. Adoção Civil: implicações jurídicas em face da CF/88 e da lei nº 8. 069/90 - ECA. São Paulo: Editora Jurídica Brasileira, 1999. p. 30. 123

registrado juridicamente com o sobrenome dos pais adotivos, rompendo definitivamente os laços com a família consangüínea. Em relação à adoção internacional deste período, as disposições legais previstas não faziam exigências ás famílias interessadas, o que possibilitava que a adoção pudesse ser como uma espécie de comércio de crianças. Bastava ás famílias estrangeiras fazerem o registro de adoção (procuração) em um cartório, mediante representantes legais e estavam aptas a levar consigo a (as) crianças brasileiras escolhidas. Por um lado, muitas crianças foram beneficiadas com este acolhimento, recebendo muito amor e carinho e definitivamente se tornando legítimos filhos dos adotantes. Mas por outro, muitas foram usadas para a criminalização como objeto lucrativo, intensificando na década de setenta, o tráfico internacional de crianças 9. Dada esta situação de vulnerabilidade das crianças brasileiras em relação á garantia de seus direitos fundamentais, foi regulamentado em 1979 o Código de Menores, cujo intento era disciplinar a adoção internacional no ordenamento jurídico. Por meio dele, as famílias estrangeiras poderiam optar pela adoção plena prevista no Código Civil ou pela adoção simples, prevista no Código de Menores e com intervenção judiciária. Na adoção plena, os registros de parentescos do adotado eram substituídos pelos da nova família, rompendo por completo qualquer vínculo com os pais biológicos. Enquanto que na adoção simples de menores, não implicava o desligamento com a família brasileira do adotado. Com a promulgação da Constituição Federativa da República do Brasil em 1988, ficam esclarecidos no artigo 227 10 os deveres que a sociedade e as famílias (independentes de sua nacionalidade) têm de assegurar os direitos 9 COSTA, Flávio Jobim da. Adoção internacional no Brasil: um estudo doutrinário a partir da sua evolução legislativa. 2011. 94 f. TCC (Graduação) - Curso de Direito, Departamento de Direito Publico e Filosofia do Direito, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. p. 27. 10 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil nº 66, de 13 de julho de 2010. Da Ordem Social. Brasília. Disponível em <http://www.senado.gov.br/ legislacao/const/c on1988/con1988_13.07.2 10/art_227_.shtm> Acesso em 11 abr. 2015. 124

fundamentais das crianças e dos adolescentes. Além disto, o parágrafo 5º do referido artigo, na visão de Costa 11 é um dispositivo constitucional que determina que a adoção internacional seja sempre assistida pelo Poder Público e, ainda, que a lei estabelecerá os casos e as condições de sua efetivação. O sexto parágrafo, por conseqüência, determina a igualdade de direitos que deve existir entre os filhos, indiferente de sua filiação. Revogando os pressupostos do Código de Menores de 1979, a lei nº 8069/90 12 - Estatuto da Criança e do Adolescente representou para a legislação brasileira, um importante instrumento de proteção aos direitos das crianças e dos adolescentes. A partir de seus fundamentos, a adoção internacional passou a ser aderida apenas em situações em que a criança ou adolescente em situação irregular, não foi acolhido por nenhum casal brasileiro (art. 31) 13 ; atendendo os requisitos de que o adotante independente de seu estado civil deve ser maior de 18 anos e ser 16 anos mais velhos que o adotado, sendo capaz de oferecer a ele, um ambiente familiar adequado. Quanto ás obrigações do Estado, este ficou responsável por manter os programas de auxílio às famílias carentes para que seus filhos pudessem permanecer sob sua guarda o máximo possível. Sendo de competência do Ministério Público a participação obrigatória no processo de adoção (art. 201, III) 14. 11 COSTA, Flávio Jobim da. Adoção internacional no Brasil: um estudo doutrinário a partir da sua evolução legislativa. 2011. 94 f. TCC (Graduação) - Curso de Direito, Departamento de Direito Publico e Filosofia do Direito, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. p. 30. 12 BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente nº 1, de 13 de julho de 1990. Das Disposições Preliminares. Brasília. Disponível em < http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-deapoio/legislacao/trafico-de-pessoas/ Lei%208.069_ECA.pdf> Acesso em 11 abr. 2015. 13 BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) art. 31. Disponível em < http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atu ação -e-conteudos-de-apoio/legislacao/trafico-depessoas/lei%208.069_eca.pdf> Acesso em 11 abr. 2015. 14 BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) art. 201, III. Disponível em < http://pfdc.pgr.mpf.mp.br /atuação -e-conteudos-de-apoio/legislacao/trafico-depessoas/lei%208.069_eca.pdf> Acesso em 11 abr. 2015. 125

Também ficou estabelecido que as Comissões Estaduais Judiciárias de Adoção (CEJA) ficariam responsáveis por instruir o processo de adoção internacional 15 fazer o cadastro, avaliar as condições das famílias estrangeiras e conceder ou não a habilitação à elas. Todos os estrangeiros que demonstrarem interesse em adotar, deverão inscrever se e requerer a adoção perante CEJA ou CEJAI do estado determinado a propor a ação de adoção, onde serão estipuladas as condições tais como: os interessados deverão satisfazer os requisitos legais sobre a adoção, deverão ser pessoas compatíveis com a natureza da adoção, além de oferecer um ambiente familiar adequado 16. Ademais, a adoção plena passou a ser a única permitida (art. 47) 17 ; o estágio de convivência passou a ser realizado em território nacional segundo as determinações de prazo de uma autoridade competente (art.46) 18 ; o direito de consentimento do adolescente maior de 12 anos passou a ser uma exigência (art. 45 2) 19 e o adotado passou a ter os mesmo direitos de um filho legitimo, sendo proibida qualquer forma de discriminação (art. 227) 20. 3 ADOÇÃO INTERNACIONAL DE CRIANÇAS BRASILEIRAS APÓS A CONVENÇÃO DE HAIA DE 1993 15 COSTA, Flávio Jobim da. Adoção internacional no Brasil: um estudo doutrinário a partir da sua evolução legislativa. 2011. 94 f. TCC (Graduação) - Curso de Direito, Departamento de Direito Publico e Filosofia do Direito, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. p. 33. 16 LIBERATTI, Wilson Donizette. Citado por GOULART, Maria Izabel. Nacionalidades em processos internacionais de adoção: um estudo comparativo entre o Estatuto da Criança e do Adolescente e Convenções Internacionais. 2005. 54 f. Monografia (Especialização) - Curso de Relações Internacionais, Centro de Educação Superior São José, Universidade do Vale do Itajaí, São José, 2005. p 17. 17 BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) art. 47. Disponível em < http://pfdc.pgr.mpf.mp.br /atuação -e-conteudos-de-apoio/legislacao/trafico-depessoas/lei%208.069_eca.pdf>acesso em 11 abr. 2015. 18 BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) art. 46. Disponível em < http://pfdc.pgr.mpf.mp.br /atuação -e-conteudos-de-apoio/legislacao/trafico-depessoas/lei%208.069_eca.pdf>acesso em 11 abr. 2015. 19 BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) art. 45. Disponível em < http://pfdc.pgr.mpf.mp.br /atuação -e-conteudos-de-apoio/legislacao/trafico-depessoas/lei%208.069_eca.pdf>acesso em 11 abr. 2015. 20 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil nº 66, de 13 de julho de 2010. Da Ordem Social. Brasília. Disponível em <http://www.senado.gov.br/ legislacao/const/c on1988/com1988_13. 07.2010/art_227_.shtm> Acesso em 11 abr. 2015 126

Antes de discorrer sobre a adoção internacional na Convenção de Haia, faz-se necessária uma breve abordagem acerca do conceito e finalidade da referida convenção. 3.1 Conceito e finalidade da Convenção de Haia de 1993 A Convenção de Haia de 1993 ou então, Convenção Relativa á Proteção das Crianças e Cooperação em Matéria de Direito Internacional, teve sua origem na 17º Conferência do Direito Internacional Privado com a finalidade de organizar uma convenção multilateral capaz de solucionar os problemas práticos do processo de adoção internacional, principalmente no que diz respeito ao tráfico de crianças. Neste sentido, sua finalidade para com os países que a ratificassem era instaurar um sistema de cooperação entre eles, assegurando-lhes o direito de adoção entre si. Para evitar abusos na adoção internacional e garantir o respeito aos direitos das crianças. Figueiredo que 21 Sob este contexto, compreende se pelas palavras de A Convenção representa um conjunto de regras articuladas, não para proibir a adoção internacional, mas voltadas para disciplinar a sua efetivação de forma a materializar um tratamento igualitário entre os países de origem e os de acolhida, sem ganhos ilícitos, e, principalmente que atenta ao superior interesse da criança. Feitas as considerações acerca da Convenção em tela, trata-se de verificar o que a mesma estabelece sobre a adoção internacional e sua harmonia e compatibilidade com a Lei 12.010/09. 3.2 A Convenção de Haia de 1993 e a Lei nº 12.010/09. A Convenção de Haia foi ratificada pelo Brasil em 29 de maio de 1993 e promulgada pelo Presidente da Republica por meio do Decreto 3.087 de 21 FIGUEIREDO, Luiz Carlos de Barros. Adoção Internacional: a Convenção de Haia e a normativa brasileira: doutrina e prática: uniformização de procedimentos. Curitiba: Juruá, 2005. p.53. 127

1999, com o objetivo de melhorar seus desígnios na adoção internacional, assegurando a execução dos direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes promovendo o seu bem estar. Não há, portanto, conflitos entre as normas da Convenção e as normas vigentes na legislação brasileira, mas sim, complementaridade. A partir dela, o Código Civil brasileiro sofreu alterações em 2002, bem como o ECA em 2009, tendo como principal consequencia a criação da nova lei de adoção brasileira Lei nº 12.010/09. A seguir serão apresentadas as mudanças mais significativas que ela trouxe para o ECA no que concerne a adoção internacional. Em seu art. 13, parágrafo único 22, ficou determinado à obrigatoriedade a todas as gestantes ou mães que tenham interesse em entregar seus filhos a fazerem o encaminhamento ao Juizado da Infância e da Juventude, priorizando desta forma, as famílias adotantes já cadastradas no Poder Judiciário. No seu art. 19, parágrafo 3º 23, ficou estabelecido à preferência pela tutela familiar da criança ou do adolescente, sendo considerada uma excepcionalidade a busca por uma família substituta. Em concordância com a Convenção de Haia sobre a necessidade participativa do adotado em relação ao seu processo, o art. 28 do ECA 24, versa sobre o respeito á escolha da criança e do adolescente, considerando que esta, poderá ser feita pelo grau de afetividade estabelecido com sua família. 22 QUADRO COMPARATIVO ECA E A LEI Nº 12.010/09. Art. 13. Disponível em < 23 QUADRO COMPARATIVO ECA E A LEI Nº 12.010/09. Art. 19. Disponível em < 24 QUADRO COMPARATIVO ECA E A LEI Nº 12.010/09. Art. 28. Disponível em < 128

Quanto à idade permitida para adoção, o art. 42 25, determina que se tenham dezoito anos completo, sendo que a diferença entre adotado e adotante deve ser no mínimo de dezesseis anos. Além disto, o prazo mínimo de convivência para adoções internacionais passou a ser de 30 dias, obrigatoriamente em território nacional. 26 O parágrafo único do art. 48 27 em contrapartida, garante ao adotado o direito de conhecer sua família biológica depois dos dezoito anos, mas caso ele tenha menos de 18, será concedida uma permissão com orientação jurídica e psicológica. Outra importante modificação, esta presente nos parágrafos seis e sete do art. 50 28, que atendem a regra de subsidiariedade instituída pela Convenção de Haia. [...] a regra da subsidiariedade significa, em matéria de adoção internacional, tempo e ordem, isto é: que as Autoridades Centrais, os juízes de Estados estrangeiros de residência dos pais adotivos e os interessados (por exemplo, pais adotivos ou intermediários das agências) somente poderão ser ativos quando e se as Autoridades Centrais e os juízes do país de residência da criança estabeleceram com clareza que uma solução nacional para aquela criança não é mais possível ou desejável, sempre tendo em vista seu bem - estar concreto e o respeito ao direito e manutenção do vínculo familiar de origem. 29 25 QUADRO COMPARATIVO ECA E A LEI Nº 12.010/09. Art. 42. Disponível em < 26 QUADRO COMPARATIVO ECA E A LEI Nº 12.010/09. Art. 46. Disponível em < 27 QUADRO COMPARATIVO ECA E A LEI Nº 12.010/09. Art. 48. Disponível em < 28 QUADRO COMPARATIVO ECA E A LEI Nº 12.010/09. Art. 50. Disponível em < http://www. promenino.org.br/portals/0/legislacao/quadro%20comparativo%20%20eca%20x%20nova%20lei%2 0da%20ado%C3 29 MARQUES. Claudia Lima. A Convenção de Haia de 1993, e o regime da adoção internacional no Brasil, após a aprovação no novo Código Civil em 2002, in Acervo Operacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, 2003. (CD-ROM). 129

No sexto parágrafo estão definidos os princípios de criação de cadastros para a adoção de crianças ou adolescentes por famílias estrangeiras. Enquanto que no sétimo, está determinado o acesso integral das autoridades estaduais e federais aos prefalados cadastros incumbindo a estas a troca de informações e a cooperação mutua para melhoria dos sistemas 30. Cabe ressaltar também, que segundo o conceito de adoção internacional do art. 51 31, os brasileiros residentes no exterior que manifestem interesse em adotar crianças ou adolescentes no Brasil, devem seguir as mesmas normas de adoção que os estrangeiros. Quanto aos procedimentos de adoção internacional de crianças brasileiras, o art. 52 do Eca estabelece como requisitos, aqueles dispostos nos seus artigos 165 a 170 referentes a tutela e a guarda. Art. 52. [...] I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua residência habitual; II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um relatório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção internacional; III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira; IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de vigência; 30 COSTA, Flávio Jobim da. Adoção internacional no Brasil: um estudo doutrinário a partir da sua evolução legislativa. 2011. 94 f. TCC (Graduação) - Curso de Direito, Departamento de Direito Publico e Filosofia do Direito, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. p. 75. 31 QUADRO COMPARATIVO ECA E A LEI Nº 12.010/09. Art. 51. Disponível em < 130

V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados pela autoridade consular, observados os tratados e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramentado; VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com a nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual. 32 Neste contexto, conclui - se que a legislação brasileira após a Convenção de Haia tornou-se mais rigorosa em relação à adoção internacional de crianças brasileiras. A partir dela, a adoção por estrangeiros passou a ser uma medida excepcional e o Poder Público assumiu por meio das Autoridades Centrais a responsabilidade pelo processo adotivo internacional, tanto no país de origem quanto no de acolhida. Além disto, o principio do interesse da criança passou a ser o norteador do ordenamento jurídico, visando assegurar seus direitos fundamentais e evitando qualquer forma de negligencia, discriminação ou exploração. CONSIDERAÇÕES FINAIS A adoção internacional é um instituto de ordem pública que permite às crianças e adolescentes abandonados, uma oportunidade de ter um lar e uma família no exterior, quando esgotadas as possibilidades de adoção em território nacional. 32 QUADRO COMPARATIVO ECA E A LEI Nº 12.010/09. Art. 52. Disponível em < 131

Na década de 70, as disposições legais sobre adoção internacional não faziam exigências às famílias interessadas, transformando a adoção num comércio de crianças. Com a promulgação da CRFB/88, contudo, ficaram esclarecidos os deveres da sociedade, do Poder Público e das famílias (independente de sua nacionalidade) na garantia dos direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes. Neste contexto, a Convenção de Haia contribui ao complementar as normas brasileiras vigentes sobre adoção internacional. E a mais significativa delas foi a Lei nº 12.010/09 que alterou o ECA. Percebe-se, portanto, que a legislação brasileira após a Convenção de Haia, preocupou se em impor requisitos mais rigorosos para o processo jurídico de adoção internacional, para garantir o bem estar do adotando e principalmente, assegurar os direitos da pessoa humana. REFERÊNCIA DAS FONTES CITADAS BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil nº 66, de 13 de julho de 2010. Da Ordem Social. Brasília. Disponível em <http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/con1988_13.07.2010/art_227 _.shtm>acesso em: 11 abr. 2015. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente nº 1, de 13 de julho de 1990. Das Disposições Preliminares. Brasília. Disponível em<http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuação-e-conteudos-de-apoio/legislacao/trafico-depessoas/lei%208.069_eca.pdf>acesso em: 11 abr. 2015. COSTA, Flávio Jobim da. Adoção internacional no Brasil: um estudo doutrinário a partir da sua evolução legislativa. 2011. 94 f. TCC (Graduação) - Curso de Direito, Departamento de Direito Publico e Filosofia do Direito, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito de família. 22. ed.rev. e atual de acordo com a reforma do CPC. São Paulo: Saraiva 2007. FERNANDES, Ana Karoline. Adoção internacional de crianças brasileiras. 2013. 69 f. Monografia (Especialização) - Curso de Direito, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas, Universidade do Vale do Itajaí, Balneário Camboriú, 2013. 132

FIGUEIREDO, Luiz Carlos de Barros. Adoção Internacional: a Convenção de Haia e a normativa brasileira: doutrina e prática: uniformização de procedimentos. Curitiba: Juruá, 2005. GOULART, Maria Izabel. Nacionalidades em processos internacionais de adoção: um estudo comparativo entre o Estatuto da Criança e do Adolescente e Convenções Internacionais. 2005. 54 f. Monografia (Especialização) - Curso de Relações Internacionais, Centro de Educação Superior São José, Universidade do Vale do Itajaí, São José, 2005. MARQUES. Claudia Lima. A Convenção de Haia de 1993, e o regime da adoção internacional no Brasil, após a aprovação no novo Código Civil em 2002, in Acervo Operacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, 2003. (CD-ROM). Quadro comparativo ECA e a Lei Nº 12.010/09. Art. 13. Disponível em <portals/0/legislacao/quadro%20comparativo%20%20e ca%20x%20nova%20lei%20da%20ado%c3%a7%c3%a3o%20_2_pdf>acesso em11abr. 2015. SAAD. Martha Solange Scherer. Adoção civil: implicações jurídicas em face da CF/88 e da lei nº 8. 069/90 - ECA. São Paulo: Editora Jurídica Brasileira, 1999. 133