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Transcrição:

48 maio 2014 +11+12+13+14 52 +02 +03 +05 n Editorial outubro 2015 Lei n.º14/2015 n Primeira alteração às RTIEBT Legislação Publicada no Âmbito da Mobilidade Elétrica n n Emprego de dispositivos diferenciais em instalações elétricas de utilização +06 n +07 n +08 n +09 n Formação certificada Perguntas Técnicas + frequentes FEMADEL interessada no modelo de certificação da CERTIEL newsletter 3º trimestre Associação Certificadora de Instalações Eléctricas

editorial A certificação das instalações elétricas como condição prévia à sua ligação à rede de distribuição é fator fundamental para a garantia da segurança de quem as vai utilizar, quer no âmbito doméstico (em nossas casas) quer em escritórios, pequenas indústrias ou comércio. O Estado, ciente dessa sua obrigação, instituiu oportunamente a figura da ANIIE Associação Nacional Inspetora de Instalações Elétricas, em quem delegou a responsabilidade pela coordenação de todo o processo e a quem conferiu, em exclusividade, a competência para certificar as referidas instalações elétricas. Assim, a CERTIEL foi oportunamente escolhida para ser a ANIIE, inicialmente por um período de 10 anos, prazo que foi prorrogado até 31 de dezembro de 2015. Os atuais princípios do Código do Procedimento Administrativo e do Código dos Contratos Públicos determinam que a seleção da entidade que exerça as funções de ANIIE deva ser efetuada através de concurso, que será lançado pela DGEG. Nestes termos, o prazo de reconhecimento da CERTIEL foi novamente prorrogado mediante Portaria emanada da Secretaria de Estado da Energia, agora até que o referido concurso produza efeitos. A CERTIEL considera que este facto traduz a confiança que o Estado deposita na forma como tem desempenhado esta função e na capacidade da CERTIEL para integrar no processo, de forma conveniente para todas as partes interessadas, as orientações constantes da Lei n.º 14/2015, recentemente entrada em vigor. Embora desconhecendo as condições que virão a ser estabelecidas no referido concurso, as quais deverão ser cuidadosamente ponderadas no que diz respeito à sustentabilidade económica que proporcionarão à nova ANIIE, é intenção da CERTIEL, à partida, participar no mesmo. A CERTIEL entende que a sua experiência e know-how, adquiridos ao longo dos últimos 17 anos, na atividade de certificação das instalações elétricas e respetiva coordenação, lhe conferem condições acrescidas para poder continuar a exercer as funções da nova ANIIE que, como até agora, deverá ser fonte de apoio, formação e divulgação de informação aos técnicos, tendo em vista o objetivo final da qualidade e segurança das instalações, em proveito dos respetivos utilizadores. Fernando Manuel Teixeira Mendes Presidente da CERTIEL

Lei n.º14/2015 No passado mês de agosto entrou em vigor a Lei n.º 14/2015, de 16 de fevereiro, que veio estabelecer os requisitos de acesso e exercício da atividade de entidades e profissionais responsáveis pelas instalações elétricas. Este diploma não veio trazer qualquer alteração ao nível da necessidade de certificação das instalações elétricas ou da aprovação de projetos, mantendo-se os procedimentos que já eram utilizados. Assim, o pedido de certificação duma instalação elétrica continua a ser efetuado à CERTIEL, através do Balcão Digital, disponível em +, e a tramitação dos projetos conserva o modelo até agora seguido. A mudança mais significativa que surgiu foi o facto de deixarem de existir as Entidades Regionais Inspetoras de Instalações Elétricas (ERIIE) com área de atuação exclusiva, por revogação dos anexos II e III da Portaria n.º 662/96, de 14 de novembro. A atividade de inspeção assegurada por estas entidades passou a ser da responsabilidade das Entidades Inspetoras de Instalações Elétricas (EIIEL). Estas entidades devem cumprir os requisitos previstos na Lei n.º 14/2015 e dependem de reconhecimento por parte da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). No entanto, a sua contratação é da responsabilidade da CERTIEL, na sua função de Associação Nacional Inspetora de Instalações Elétricas (ANIIE). Na sequência da entrada em vigor do diploma acima mencionado, a DGEG procedeu, até ao momento, ao reconhecimento como EIIEL de três entidades, que optaram por atuar em qualquer ponto do território do Continente e que são o Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), o Laboratório Industrial da Qualidade (LIQ) e o Instituto Electrotécnico Português (IEP), as anteriores ERIIE. O diploma em causa prevê também a existência do Sistema de Registo de Instalações Elétricas de Serviço Particular (SRIESP), no qual, antes do início da atividade, os técnicos responsáveis pelo projeto, pela execução e pela exploração, bem como as entidades instaladoras, devem registar-se. Este registo permitirá disponibilizar no site da DGEG a lista dos profissionais devidamente reconhecidos para os devidos efeitos. O registo é feito através do balcão único eletrónico referido no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, acessível através do portal da empresa ou do site da DGEG (artigo 31.º da Lei n.º 14/2015, de 16 de fevereiro). Enquanto estas plataformas não estiverem operacionais, os pedidos poderão ser apresentados em formato papel na DGEG, na sua sede ou nos serviços locais. A Lei n.º 14/2015 veio também alterar o estatuto do técnico responsável por instalações elétricas de serviço particular, revogando o DL n.º 229/2006, de 24 de novembro, e o DR n.º 31/83, de 18 de abril, e introduzindo, na atividade de execução, a figura da entidade instaladora. Estabelece ainda normas relativas às entidades formadoras.

As entidades responsáveis pela formação que qualifica os técnicos responsáveis são entidades da rede do Sistema Nacional de Qualificações ou do ensino superior, sendo a sua certificação da competência da DGEG. Relativamente à definição das qualificações necessárias para o exercício da atividade de projeto, execução e exploração prevê-se a publicação de uma portaria complementar. Enquanto tal não ocorre, consideram-se as qualificações indicadas no catálogo nacional de qualificações assinaladas na área de energia, que fazem referência explícita a técnico eletrotécnico e técnico de instalações elétricas. ATIVIDADE DE EXECUÇÃO A atividade de execução de instalações elétricas de serviço particular apenas pode ser exercida por uma Entidade Instaladora (EI) pessoa coletiva ou empresário em nome individual que cumpra as condições legalmente exigidas e previstas para a atividade de construção, ou, no caso de instalações de baixa tensão com potência até 41,4 kva, por técnicos responsáveis pela execução que cumpram os requisitos previstos na Lei n.º 14/2015, a título individual. No exercício da atividade existe uma limitação para os técnicos responsáveis pela execução de instalações elétricas de serviço particular que não sejam engenheiros da especialidade de engenharia eletrotécnica ou engenheiros técnicos da especialidade de engenharia de energia e sistemas de potência, dado que só podem assumir a responsabilidade pela execução de redes de distribuição, postos de transformação e instalações de produção caso possuam uma qualificação de dupla certificação do sistema nacional de qualificações na área das instalações elétricas de nível 4, ou superior, do Quadro Nacional de Qualificações. Técnicos responsáveis pela execução de instalações elétricas, com inscrição definitiva ou provisória à data de entrada em vigor da Lei n.º 14/2015, não sendo engenheiros ou engenheiros técnicos, ficam sujeitos ao regime transitório previsto, indicado no artigo 34.º, ou seja, encontram-se sujeitos à frequência de uma formação de atualização, nos termos de uma portaria a publicar, a realizar no prazo de cinco anos contados a partir da data de entrada em vigor do diploma acima referido. ATIVIDADE DE PROJETO No que ao projeto diz respeito, podem ser técnicos responsáveis pelo projeto de instalações elétricas de serviço particular engenheiros da especialidade de engenharia eletrotécnica ou engenheiros técnicos da especialidade de engenharia de energia e sistemas de potência, nos termos do regime jurídico aplicável ao exercício da atividade dos profissionais da construção. ATIVIDADE DE EXPLORAÇÃO Relativamente à exploração, os técnicos responsáveis pela exploração de instalações elétricas de serviço particular, regularmente inscritos à data de entrada em vigor da Lei n.º 14/2015, podem continuar a exercer a sua atividade, devendo, aqueles que não sejam engenheiros da especialidade de engenharia eletrotécnica ou engenheiros técnicos da especialidade de engenharia de energia e sistemas de potência, frequentar no prazo de cinco anos contados a partir daquela data formação de atualização, nomeadamente unidades de formação de curta duração integrada no catálogo nacional de qualificações, ministrada por entidade formadora certificada pela DGEG. Técnicos responsáveis pela exploração de instalações elétricas de serviço particular, que não sejam engenheiros da especialidade de engenharia eletrotécnica ou engenheiros técnicos da especialidade de engenharia de energia e sistemas de potência, só podem assumir a responsabilidade pela exploração de instalações elétricas de tensão até 30 kv e potência até 250 kva.

Primeira alteração às RTIEBT LEGISLAÇÃO PUBLICADA NO ÂMBITO DA MOBILIDADE ELÉTRICA No dia 19 de agosto foi publicada a portaria n.º 252/2015 que alterou as RTIEBT Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa Tensão, aprovadas pela portaria n.º 949-A/2006, de 11 de setembro. Por força da documentação técnica dos documentos de normalização internacional que estiveram na base das RTIEBT, foi alterada a parte das regras que diz respeito a instalações especiais, incluindo disposições de segurança que não estavam cobertas pelas regras técnicas anteriormente aprovadas. A presente atualização das RTIEBT consiste no aditamento de uma nova secção à sua parte 7, a secção 722 Instalações elétricas para a alimentação de veículos elétricos em corrente alternada. Secção 722.1 Secção 722.2 Secção 722.3 Secção 722.30 Secção 722.4 Secção 722.5 REGRAS TÉCNICAS DAS INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS DE BAIXA TENSÃO ALIMENTAÇÃO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS (VE) CAMPO DE APLICAÇÃO REFERÊNCIAS NORMATIVAS DEFINIÇÕES DETERMINAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS INSTALAÇÕES PROTEÇÃO PARA GARANTIR A SEGURANÇA SELEÇÃO E INSTALAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PARTE 7 Secção 722 Edição de 2013 Para além da já citada portaria n.º 252/2015, também em agosto foi publicado o Despacho n.º 8809/2015, que aprova o Plano de Ação para a Mobilidade Elétrica, e as portarias n.º 240/2015 e n.º 241/2015. A primeira fixa o valor das taxas e a segunda estabelece os requisitos técnicos a que fica sujeita a atribuição de licenças da atividade de operação de pontos de carregamento da rede de mobilidade elétrica. Considerando o Plano de Ação para a Mobilidade Elétrica, esperam-se para breve novas publicações nesta matéria. Inclusão da secção 722 na parte 7 das RTIEBT

Emprego de dispositivos diferenciais em instalações elétricas de utilização A evolução tecnológica das instalações elétricas, em parte provocada pela crescente diversidade de equipamentos por si alimentados, trouxe repercussões na forma de providenciar a sua segurança. Em particular a proteção contra contactos indiretos, em muitos casos garantida através de dispositivos diferenciais (DR), dispositivos de corte automático sensíveis à corrente diferencial residual, teve de se adaptar às características dos equipamentos justamente devido às perturbações a que estes sujeitam as instalações. Havendo a possibilidade dos potenciais elétricos perigosos, resultantes de falhas de isolamento, poderem originar correntes de defeito com características diferentes das da corrente alternada da rede (com frequências diferentes e inclusivamente não sinusoidais), a reduzida probabilidade dos DR mais comuns, os do tipo AC, atuarem, afeta o bom funcionamento da proteção contra contactos indiretos. Este tipo de situações poderá ocorrer se, simultaneamente, se verificarem falhas de isolamento e à instalação estiverem ligados, a título de exemplo, geradores fotovoltaicos compreendendo os seus inversores, luminárias equipadas com LED, pontos de carregamento de veículos elétricos, entre outros. A recente atualização das RTIEBT, através do aditamento da secção 722 subordinada à alimentação de veículos elétricos, estabelece na sua secção 722.531.2.101 Dispositivos diferenciais (DR) que o circuito dedicado ao carregamento deve ser protegido no mínimo por DR do tipo A, ou do tipo B se o mesmo for trifásico e houver possibilidade de surgirem componentes contínuas resultantes do funcionamento destes sistemas. O documento preliminar Esquemas tipo de unidades de produção para autoconsumo (upac) com tecnologia solar fotovoltaica, disponível a partir de www.dgeg.pt e que propõe critérios para a conceção e implementação de geradores fotovoltaicos a serem empregues neste domínio, também prevê a utilização de DR do tipo B nas mesmas condições referidas no parágrafo anterior. Deste modo torna-se necessário selecionar o tipo de DR a empregar, atendendo às características das correntes de defeito passíveis de se verificar na instalação, devendo para isso avaliar-se as particularidades dos equipamentos existentes no que respeita às perturbações que poderão provocar. Existem, portanto, tipos de dispositivos diferenciais com diferentes designações e formas de atuar.

DR do tipo AC Comummente empregues nas instalações, atuam na circunstância de ocorrerem correntes residuais sinusoidais alternadas de defeito de aumento brusco ou lento. Estes DR evidenciam a marca: DR do tipo A Atuam na circunstância de ocorrerem correntes residuais de defeito: n detetáveis pelos DR do tipo AC; n pulsantes diretas; n pulsantes diretas sobrepostas a correntes diretas de 0,006 A; n com ou sem controlo angular da fase, independentemente da polaridade, com aumento brusco ou lento. Estes DR evidenciam a marca: DR do tipo F Atuam na circunstância de ocorrerem correntes residuais de defeito: n detetáveis pelos DR do tipo A; n compostas resultantes de circuitos estabelecidos entre fase e neutro ou fase e terra; n pulsantes diretas sobrepostas a correntes diretas de 0,01 A; n qualquer das mencionadas independentemente de sofrerem aumento brusco ou lento. Estes DR evidenciam a marca: DR do tipo B Atuam na circunstância de ocorrerem correntes residuais de defeito: n detetáveis pelos DR do tipo F; n alternadas até 1000 Hz; n alternadas sobrepostas a correntes diretas 0,4 vezes a corrente estipulada IΔn; n pulsantes diretas sobrepostas a correntes diretas 0,4 vezes a corrente estipulada IΔn ou 10 ma, dependendo da que for mais elevada; n diretas incluindo as resultantes de circuitos com retificadores; n qualquer das mencionadas independentemente de sofrerem aumento brusco ou lento. Estes DR evidenciam a marca: Formação certificada modelo de formação implementado O pela CERTIEL desde o ano de 2014 substituiu o modelo anterior de formação baseado em sessões de seminário. Importa agora dar conta das novas temáticas disponíveis, para um modelo formativo onde foram já mais de 650 os profissionais que frequentaram um número superior a 40 ações de formação, tendo, praticamente todos, demonstrado muito agrado com os conteúdos apresentados e colocado questões sobre as ações cujos temas pretendem frequentar. Não será demais referir que a frequência em cada módulo formativo resulta na emissão do respetivo certificado com o selo DGERT, da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho. A oferta, inicialmente composta por quatro temas, é agora de seis ações formativas distintas, estando ainda previstos, para o ano de 2016, pelo menos mais dois novos conteúdos que irão, certamente, ao encontro da ambição de conhecimentos por parte dos profissionais, mantendo-se todas elas com a duração de um dia. NOVAS AÇÕES DE FORMAÇÃO As duas novas ações de formação, sobre os temas Instalações elétricas em locais de habitação e Instalações coletivas e entradas em edifícios de habitação, tiveram nas suas primeiras sessões em setembro uma grande procura, sendo resultado disso o facto de todas as ações agendadas para Lisboa e Porto terem ficado imediatamente esgotadas. Para dar resposta a esta procura, a CERTIEL disponibilizou novas datas nos meses de outubro e novembro. Em relação a 2016, todos os interessados poderão ficar registados sem compromisso em qualquer uma das seis ações previstas ocorrer em datas futuras, sendo então contactados pela CERTIEL para esse efeito. Como tem vindo a ser habitual, a divulgação destas ações é efetuada recorrendo ao portal da CERTIEL, página de facebook+ e o contacto privilegiado via SMS e correio eletrónico+ para o endereço disponibilizado.

Perguntas Técnicas + frequentes O QUADRO DE ENTRADA DE UMA HABITAÇÃO PODEREI ESTABELECER O QUADRO DE ENTRADA NUM COMPARTIMENTO INTERIOR E/OU DISTANTE DO ACESSO NORMAL DO LOCAL? Não, o quadro de entrada deve ser estabelecido dentro do recinto servido pela instalação elétrica e, tanto quanto possível, junto ao acesso normal do recinto e do local de entrada da energia (RTIEBT 801.1.1.5). E NÃO EXISTINDO ESPAÇO PARA ESTABELECER O QUA- DRO DE ENTRADA JUNTO AO ACESSO NORMAL? Quando, técnica ou economicamente, não for aconselhável localizar o quadro de entrada junto ao acesso normal do recinto, este pode ficar instalado num outro local desde que possa ser desligado à distância a partir do acesso normal ao recinto (RTIEBT 801.1.1.5). O QUADRO PODERÁ FICAR NO INTERIOR E NUMA ZONA DE PASSAGEM? A localização e a instalação do quadro de entrada devem ser tais que um acidente que se produza no seu interior não possa, em caso algum, causar obstáculo à evacuação das pessoas ou à organização de socorros (RTIEBT 801.1.1.5). DEVIDO À FALTA DE ESPAÇO, POSSO COLOCAR O QUADRO A 50 CM DO CHÃO? O quadro de entrada deve ser instalado em local adequado e de fácil acesso, por forma a que os aparelhos nele montados fiquem, em relação ao pavimento, em posição facilmente acessível (RTIEBT 801.1.1.5 e 801.5.11). Para efeitos de aplicação desta regra, considera-se que os órgãos de manobra dos dispositivos de proteção instalados nos quadros estão facilmente acessíveis se forem colocados entre 1,0 m e 1,8 m acima do piso (RTIEBT 801.5.11). É POSSÍVEL ESTABELECER O QUADRO DE ENTRADA NO INTERIOR DE UM ROUPEIRO? Os quadros não devem ser instalados em locais cujas condições de influência externas sejam inadequadas (como, por exemplo, casas de banho, arrumos, alpendres, caves e roupeiros). Nos locais onde forem instalados os quadros deve-se ter particular cuidado em evitar que elementos da construção ou objetos (decorativos ou outros) possam dificultar o acesso aos dispositivos nele colocados (RTIEBT 801.5.11). É PERMITIDO INSTALAR O QUADRO DE ENTRADA NA PAREDE ONDE TAMBÉM EXISTIRÁ UM AQUECEDOR? Os quadros não devem ser colocados por cima ou por baixo de aparelhos de aquecimento, de fogões, de esquentadores, de lava-loiças, de torneiras de água ou de outros equipamentos que possam prejudicar o seu normal funcionamento (RTIEBT 801.5.11). OS EQUIPAMENTOS QUE PRETENDO ALIMENTAR SÃO DA CLASSE II E/OU III DE ISOLAMENTO. POS- SO PRESCINDIR DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO NO CIRCUITO QUE OS ALIMENTA? Não. Apesar de não ser ligado a estes equipamentos (Classe II e ou III), todos os circuitos devem ser dotados de condutor de proteção, ao qual devem ser ligados: o terminal (ou barramento) de terra dos quadros da instalação, os contactos de terra das tomadas e os ligadores de massa dos aparelhos de utilização alimentados diretamente por meio de circuitos finais (RTIEBT 801.5.6.2).

FEMADEL interessada no modelo de certificação da CERTIEL No passado mês de julho, uma Delegação da FEMADEL Federação Marroquina de Eletricidade, composta por Ahmed Azirar e Ahmed Rahmani, visitou, a seu pedido, a CERTIEL. Tendo tomado conhecimento do modelo de inspeção e certificação das instalações elétricas implementado em Portugal, os representantes da FEMADEL manifestaram um grande interesse na introdução de um processo de certificação similar em Marrocos, numa altura em que se verifica no país uma grande aposta do Estado na construção de habitação social, a par do crescimento igualmente significativo da construção a todos os níveis. Esta Delegação da FEMADEL pretendeu, assim, nesta reunião, ouvir a CERTIEL sobre a forma como em Portugal este processo se desenrolou e como hoje se encontra concretizado. Ficaram assim abertas as portas para uma eventual futura colaboração da CERTIEL com a FEMADEL na implementação de um sistema de certificação, caso a evolução da legislação de Marrocos aponte nesse sentido, como é desejo daquela federação. CERTIEL PARTICIPA EM EVENTO DA FEMADEL Naquela primeira reunião, a CERTIEL foi convidada a estar presente no Electritec Le Salon International des Technologies de l Electricité (Salão Internacional de Tecnologias de Eletricidade), que ocorreu em Casablanca entre os dias 15 e 18 de setembro último, o que veio a acontecer com a participação de uma representação da CERTIEL nas atividades que tiveram lugar no dia 16 de setembro. No âmbito de uma mesa-redonda sobre a temática Segurança elétrica das habitações Por um controlo eficaz, a CERTIEL apresentou o modelo de certificação implementado em Portugal, numa perspetiva das vantagens do sistema para os diferentes intervenientes na atividade e do incremento da segurança, quer dos utilizadores quer das próprias instalações, bem como do aumento da sua eficiência energética, fator hoje decisivo para a sustentabilidade dos países.

atendimento AO PÚBLICO presencial: 9h00 às 16h30 telefónico: 9h00 às 17h30 TÉCNICO presencial: terça: 9h30 às 12h30 (com marcação prévia) telefónico: segunda e quarta: 9h30 às 12h00 email Certiel: certiel@certiel.pt email Correio do Leitor: correio.leitor@certiel.pt www.facebook.com/certiel PROPRIEDADE DIRETOR EDIÇÃO CERTIEL Associação Certificadora de Instalações Eléctricas Rua dos Anjos, 68 1150-039 LISBOA - PORTUGAL T +351 213 183 200 F +351 213 183 289 certiel@certiel.pt Carlos Alberto Ferreira Botelho Direção da Qualidade, Recursos e Inovação PRODUÇÃO EDITORIAL Infofluxos www.infoqualidade.net PRODUÇÃO GRÁFICA Cempalavras www.cempalavras.pt PERIODICIDADE Trimestral