APRESENTAÇÃO DO PERFIL DOS INGRESSANTES DO CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA DA PUCPR

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Transcrição:

APRESENTAÇÃO DO PERFIL DOS INGRESSANTES DO CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA DA PUCPR E. MARTIM 1, M. B. C. STOCCO 2, N. S. P. P. MARTIM 3, F. A. V. PEREIRA 4 1,2,3,4 Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Escola Politécnica, Engenharia Química E-mail para contato: emerson.martim@pucpr.br RESUMO Foi realizada uma pesquisa de perfil dos ingressantes do curso de engenharia química da PUCPR, entre os anos de 2007 a 2013, com a aplicação de um questionário. 96% dos alunos são solteiros e 64% são do sexo feminino. A grande maioria dos alunos terminou o ensino médio há no máximo um ano da data de entrada na Universidade. Questionou-se os alunos a respeito das facilidades e dificuldades nas disciplinas do ensino médio. Os resultados vêm de encontro com ações que estão sendo tomadas pela Universidade no sentido de tentar sanar tais dificuldades acadêmicas. A grande maioria dos alunos é de família residente em Curitiba e região metropolitana, caracterizando uma universidade regional. O conhecimento da existência do curso deveu-se principalmente através do site da universidade. Questionou-se qual a primeira opção entre várias universidades e por meio das respostas verificou-se que as caraterísticas dos alunos permitem concluir que a oferta do curso matutino e noturno é um fator importante na escolha. 1. INTRODUÇÃO Com os avanços tecnológicos dos últimos anos, muito se tem comentado a respeito da mudança do perfil dos alunos ingressantes no ensino superior, independentemente da área de conhecimento. Os atuais alunos ingressantes no ensino superior nasceram em anos bem próximos à popularização da internet e esta mudança pode refletir em muitos aspectos na vida universitária, desde a inscrição no processo seletivo na universidade, a matrícula em disciplinas e nas formas de estudo e aprendizado. Frente ao elevado índice de evasão, Torres (2001) e Salum (2001) estudaram de forma mais aprofundada a evasão nos cursos de engenharia química. Alguns aspectos como a diversidade das habilitações, os aspectos regionais e de mercado, a ambientação e nível dos alunos, bem como as características peculiares das universidades são responsáveis por este cenário. A Engenharia Química realiza a cada dois anos o ENBEQ (Encontro Brasileiro sobre o Ensino de Engenharia Química). Um dos painéis implementados nestes encontros foi a evasão nos cursos de Engenharia Química, no qual foi apresentado e considerado como consenso que dentre as causas internas da evasão nos cursos de Engenharia Química, duas podem ser consideradas as maiores responsáveis: a recepção ao aluno ingressante e a estrutura curricular do curso, com destaque aos problemas associados ao ciclo básico (Cardoso e Scheer, 2003).

Com o objetivo de se conhecer um pouco mais a respeito do perfil dos alunos ingressantes no curso de Engenharia Química da PUCPR, implementou-se a partir de 2007 um questionário, inserido na disciplina de Introdução à Engenharia Química, com o intuito de conhecer o perfil do aluno ingressante e fazer o aluno interagir com o ambiente Eureka (ambiente virtual de uso dos docentes e discentes da universidade). As respostas destes questionários passaram por um tratamento estatístico a fim de representar o perfil dos estudantes ingressantes no curso de Engenharia Química da PUCPR de 2007 a 2013. 2. MATERIAIS E MÉTODOS O método utilizado para coleta de dados da presente pesquisa foi um questionário, o qual era aplicado nas turmas ingressantes no curso de Engenharia Química na PUCPR. A disciplina de Introdução à Engenharia Química foi eleita para a realização de tal pesquisa, por se tratar da disciplina específica no primeiro período. O questionário foi disponibilizado no ambiente virtual Eureka nas primeiras semanas de aula, sendo esta a primeira oportunidade para o discente acessar o arquivo do questionário, preenchê-lo e enviar dentro das disponibilidades do Eureka, no prazo previamente determinado. Tal questionário sofreu pequenas alterações ao longo dos anos, mas em linhas gerais, os mesmos itens foram avaliados neste período. A última versão do questionário aplicado aos alunos ingressantes pelo processo seletivo de verão de 2013 encontra-se na Figura 1. Este questionário tem como objetivo um melhor conhecimento dos alunos ingressantes no curso de engenharia química da PUCPR. É a primeira oportunidade também de verificar o funcionamento adequado do Eureka. 1- Em que ano terminou o ensino médio? 2- Qual a disciplina que você teve maiores dificuldades no ensino médio? 3- Qual a disciplina que você teve maiores facilidades no ensino médio? 4- Qual seu local de nascimento? ( ) Curitiba ( ) Região metropolitana ( ) Interior do Paraná ( ) Outros Estados ( ) Exterior 5- Onde sua família reside atualmente? ( ) Curitiba ( ) Região metropolitana ( ) Interior do Paraná ( ) Outros Estados ( ) Exterior 6- Idade: 7- Quais motivos levaram à escolha de engenharia química? 8- Como ficou sabendo do curso de engenharia química da PUCPR? 9- Entre estas possibilidades, qual seria primeira opção? Justifique. ( ) Engenharia Química PUCPR ( ) Engenharia Química UFPR ( ) Engenharia Química UEM ( ) Engenharia de Bioprocessos UFPR ( ) Outra opção. Qual? Figura 1 Questionário Aplicado em 2013

A partir das respostas disponibilizadas pelos estudantes foi possível realizar um estudo e apresentar o perfil dos estudantes ingressantes no curso de Engenharia Química da PUCPR. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES No curso de engenharia química da PUCPR, até 2005 eram ofertadas 60 vagas no período noturno. De 2006 a 2010 a PUCPR ofereceu 120 vagas no período noturno e a partir de 2011 começou a oferecer 60 vagas no período diurno e 60 vagas no período noturno. Além disso, no processo seletivo de inverno de 2012, ofereceu-se pela primeira vez 60 vagas para o período diurno. Desta forma, no período analisado, com exceção de 2012 que foram oferecidas 180 vagas, nos demais foram oferecidas 120 vagas no processo seletivo de verão para engenharia química. O número de alunos analisados em cada ano está apresentado na Figura 2. As vagas ofertadas no processo seletivo não necessariamente correspondem ao número de alunos matriculados regularmente. Quanto ao fato de a partir de 2012 haver entrada de alunos nos processos seletivos de verão e inverno, ainda não se tem um número de questionários respondidos suficiente pelos ingressantes em julho para se fazer um comparativo entre os perfis. Figura 2 Número de alunos que responderam ao questionário Analisou-se o intervalo médio entre o tempo que os alunos terminaram o ensino médio e a entrada na universidade, conforme Figura 3. A maioria terminou o ensino médio no ano anterior ao de entrada na universidade, ou no máximo um ano antes, com 57% e 25%, respectivamente. Merece destaque a diferença significativa entre os calouros ingressantes do período diurno e noturno. No período diurno 57% dos ingressantes terminaram o ensino médio no ano anterior, ao passo que no período noturno 40% se enquadraram neste item. Já com mais de dois anos de término do ensino médio, constata-se novamente uma diferença significativa, sendo que muitos dos alunos do período noturno ficaram muitos anos sem estarem matriculados em algum estudo, grande parte por motivos de trabalho. Estes valores médios apresentados correspondem à média ponderada, levando-se em conta todos os alunos que responderam ao questionário. Em relação à localidade de nascimento dos estudantes, em torno da metade nasceu na cidade de Curitiba e praticamente 80% dos alunos são paranaenses, mostrando que os alunos do curso basicamente escolheram a PUCPR pela localidade, conforme Figura 4. A Figura 5

apresenta o comparativo da residência oficial da família, com predominância absoluta dos moradores de Curitiba e região metropolitana. Uma diferença significativa é observada nos moradores da região metropolitana, com 8% dos alunos do diurno e 17% dos alunos do noturno, atribuída ao fato que muitos dos alunos do curso noturno trabalham na região durante o período diurno e vêm à universidade no período noturno. Figura 3 - Tempo entre o término do ensino médio e a entrada no curso Figura 4 Localidade de nascimento Figura 5 Residência atual da família

A Figura 6 traz um comparativo entre cidade de origem dos estudantes e a localidade onde a família reside atualmente. Uma parcela significativa dos alunos que nasce no interior, muitas vezes por falta de oportunidade, vem à capital realizar o curso universitário. Tal resultado também pode ser efeito dos alunos PROUNI, oriundos de outros Estados da nação. Figura 6 Comparativo entre a origem dos estudantes e a residência da família Na Figura 7 são apresentadas as disciplinas que os alunos apresentaram maior dificuldade no ensino médio. Era de se esperar as disciplinas da área de humanística, no entanto surpreende o fato que 20% dos alunos enfrentam dificuldade em Português, e isto é preocupante, pois estes alunos, embora na área de engenharia, devem continuar utilizando métodos formais de comunicação, seja através de relatórios técnicos, e-mails formais, apresentações em público, entre outros. Esta característica pode ser sentida em outros cursos de Engenharia da Escola Politécnica, através de outros meios de medição. Frente ao problema ser considerado grave, a Escola Politécnica propôs nos novos projetos pedagógicos dos cursos de engenharia a disciplina de Leitura e Produção de Textos Acadêmicos (LPTA), a qual é obrigatória para todos os alunos ingressantes da Escola (PPE, 2013). Conforme era de se esperar, Química foi a disciplina menos citada, pois um aluno com dificuldade nesta disciplina muito pouco provavelmente escolheria o curso de engenhara química. Já as porcentagens relativas de Matemática (9%) e Física (12%) podem ser consideradas elevadas, para um aluno interessado em fazer um curso de engenharia. Isto possivelmente explique a alto índice de reprovação nas disciplinas introdutórias de engenharia (Cálculo I, Geometria Analítica e Física I). A Escola Politécnica da PUCPR no projeto pedagógico de 2013 implementou também uma disciplina introdutória ao cálculo no primeiro período de todos os cursos de engenharia, denominada Introdução ao Cálculo, com o objetivo de procurar sanar tais dificuldades básicas dos ingressantes dos cursos de engenharia (PPE, 2013). Analisaram-se também as disciplinas que os alunos tiveram maiores facilidades no ensino médio e os resultados estão dentro do esperado, com destaque para a área de exatas (Figura 8). Cardoso e Scheer (2003) realizaram análise semelhante com os ingressantes do curso de Engenharia Química da UFPR e também constataram que uma parcela significativa dos alunos ingressantes no curso tem afinidade com as disciplinas Química, Matemática e Física. Em relação à idade dos alunos ingressantes no curso no momento da aplicação do questionário (no primeiro mês das aulas), a Figura 9 apresenta uma diferença significativa entre os alunos do curso diurno e do noturno, sendo que em torno de 75% do curso diurno apresentavam

17 ou 18 anos. Já para o curso noturno há uma distribuição mais uniforme da idade, além de haver uma parcela significativa com mais de 22 anos. Figura 7 Disciplinas com maior dificuldade no ensino médio Figura 8 Disciplinas com maior facilidade no ensino médio Figura 9 Idade dos alunos ingressantes Os cursos de engenharia foram no passado, predominantemente frequentados por pessoas do sexo masculino. Entretanto, nas últimas décadas vem se observando um crescimento significativo de pessoas do sexo feminino. Se em 2007, 58% dos ingressantes eram do sexo feminino, em 2013 este índice aumentou para 75%, conforme Figura 10. Considerando-se que este crescimento seja linear e mantenha-se esta taxa de crescimento, em 2016 verificar-se-á mais de

95% dos calouros do curso do sexo feminino, levando-se em conta tais hipóteses. Na Figura 10 é apresentada a linha de tendência com a equação que determina a porcentagem de ingressantes dos sexos em função do ano. Na média, neste período avaliado, 64% dos alunos são do sexo feminino. Figura 10 Sexo dos alunos Perguntou-se aos alunos de que forma conheceram o curso de engenharia química da PUCPR. O item mais citado com mais de 50% dos alunos foi através do site da PUCPR, mostrando a grande importância de se ter um site atualizado, com informações precisas e que cativem o aluno do ensino médio. Outros itens mais citados foram conversas com amigos (17%), professores e colégio (15%), familiares (9%) e Feira de Cursos e Profissões (7%), sendo este último um evento que é realizado anualmente na universidade. Perguntou-se também aos alunos qual a sua primeira opção de curso, caso lhe fosse dada a oportunidade de escolha entre Engenharia Química da PUCPR, da UFPR, da UEM ou outra Instituição ou curso. Os resultados estão apresentados na Figura 11. Há uma diferença bastante significativa entre o perfil dos alunos ingressantes do período diurno e noturno. Para os alunos do curso diurno, é nítida a preferência por alguma universidade pública (UFPR, UEM ou outra universidade). A justificativa atribuída à escolha pela UFPR é por ser pública bem conceituada e estar localizada em Curitiba. Somente 23% citaram o curso de Engenharia Química da PUCPR como primeira opção, embora esta parcela já possa ser significativa, a PUCPR busca aumenta-la nos próximos anos, pois encontra-se em processo de mudança em seu PDI. Já em relação aos ingressantes do curso noturno, a situação apresentada mostrou-se bastante diferente. Praticamente o dobro (em relação ao matutino) dos alunos (45%) apresentou o curso de engenharia química da PUCPR como primeira opção. As principais justificativas apresentadas pela escolha da PUCPR foram pelo fato do curso noturno permitir que o aluno trabalhe durante o dia e tenha condições de pagar a universidade, e por ser a PUCPR a única instituição do Estado do Paraná a oferecer Engenharia Química no período noturno, além do fato de poder estagiar durante o dia, para os alunos que ainda não trabalham. Outro item bastante citado foi o descaso que o Governo Federal tem tratado as universidades públicas nos últimos anos. Estes fatos apresentados justificam a oferta do curso nos períodos diurno e noturno, pois atende a mercados com público bastante diferenciado. A grande maioria dos alunos prefere as universidades em Curitiba (UFPR e PUCPR), sendo que a UEM praticamente se restringiu a alunos em que a família reside no interior do Estado ou outros Estados (principalmente região

Oeste do Estado de São Paulo). Já no item outros foram citados os cursos de Engenharia de Bioprocessos da UFPR, Engenharia de Alimentos (UEPG, UNICENTRO) e mesmo Medicina. 4. CONCLUSÕES Figura 11 Preferência do aluno A análise dos resultados indica que é muito importante a manutenção dos cursos de Engenharia Química da PUCPR diurno e noturno, em função dos diferentes perfis dos ingressantes do curso. A principal fonte de obtenção de informações a respeito do curso é através do site da universidade, mostrando que o trabalho realizado pelo departamento responsável tem atingido seus objetivos. Porém as informações devem estar permanentemente atualizadas. A PUCPR ainda tem como público principal os alunos de Curitiba e região metropolitana, o que pode ser mudado nos próximos anos, visto que a PUCPR está em constante reformulação de seus projetos pedagógicos e institucionais e visa tornar-se uma WCU (World Class University). Quanto as disciplinas que os alunos apresentam maiores dificuldades ou facilidades, as medidas tomadas pela Escola Politécnica no novo PPC de 2013 vem de encontro tentando diminuir tais problemas. 5. REFERÊNCIAS CARDOSO, A. T. M. e SCHEER, A. de P. Diagnóstico do acompanhamento acadêmico dos calouros de engenharia química da UFPR In: COBENGE, 2003, Rio de Janeiro, RJ. Projeto Pedagógico da Escola Politécnica (PPE), 2013. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR SALUM, A. Evasão nos Cursos de Engenharia Química. In: IX ENCONTRO BRASILEIRO SOBRE O ENSINO DE ENGENHARIA QUÍMICA ENBEQ 2001, Poços de Caldas, MG, Painel 2, 2001. TORRES, A. E. B. Causas e Consequências da Evasão nos Cursos de Engenharia Química. In: IX Encontro Brasileiro Sobre O Ensino De Engenharia Química ENBEQ-2001, Poços de Caldas, MG, Painel 1, 2001.