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Transcrição:

VII Congresso Brasileiro e XVIII Congresso Mundial de Epidemiologia Interdisciplinaridade no campo da Saúde: contribuições de estudos sobre a violência contra a mulher Lilia Blima Schraiber Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Departamento de Medicina Preventiva. Grupo interdisciplinar de pesquisa e intervenção Violência e Gênero nas práticas de saúde 2008

DESAFIOS na Pesquisa ( na intervenção) Tema complexo: interdisciplinar Objeto médico-social: insuficiência das disciplinas isoladas Articulando tradições científicas diversas: a precedência e a contribuição das ciências sociais e humanas e as necessidades tecnológicas da Saúde Integralidade Aprender a trabalhar com as emoções e a posicionar-se ética e politicamente de modo claro Tema sensível: abordagem particular

Violência referida à mulher: peculiaridades Inquérito Nacional, NIJ/CDC, Estados Unidos, 1998. Violência Física e Sexual na Vida segundo Sexo da Vítima Porcentagem mulher homem Tipo Física ª 51,9 66,4 Sexual ª 17,6 3,0 Física e Sexual ª 55,0 66,8 ª p 0,001 [Tjaden e Thoennes, NIJ/CDC, 1998]

Distribuição de Violência Física e Sexual segundo relacionamento com agressor e sexo da vítima 80 76 Porcentagem de Vítimas 70 60 50 40 30 20 17,9 16,8 32,3 14,1 60 Mulheres (n=2669) Homens (n=3606) 10 8,6 6,8 0 Parceiro Íntimo Outro Familiar Conhecido Estranho [Tjaden e Thoennes, NIJ/CDC, 1998]

Violência de gênero contra a mulher: de que problema se trata? Brasil: VF/S na vida Altas taxas de agressões sexuais, físicas e emocionais; na maioria combinadas SP: 41%; ZMPE: 40,6% 19 serviços SUS/SP: 54,8% Parceiro é o principal agressor Sobressai o tipo sexual pelo diferencial entre homens e mulheres P: 70%; 90% P: 83% Brasil: V Sexual por P M:11,8%; H: 5,1% Violência das relações de intimidade (afetivo-sexuais)

INVISIBILIDADE da Violência Por ter sentidos diferentes em diferentes culturas Por ter sentidos diferentes para homens e mulheres Por não ter sentido tecnológico na saúde Silêncios e Recusas de natureza social, de gênero e de medicalização da saúde pesquisa e na assistência em saúde

A violência contra a mulher é um produto da subordinação de gênero Quatro tópicos são consistentemente associados às sociedades com altos níveis de violência doméstica: Normas culturais ou legais dando direito/ propriedade masculina sobre as mulheres Controle masculino sobre a riqueza da família Noções de masculinidade associadas à dominação e soberania ( maior liberdade e poder de delimitar comportamentos/ honra masculina) Controle masculino das decisões

A violência contra a mulher como questão da desigualdade de gênero Estabelecido como um conjunto objetivo de referências, o conceito de gênero estrutura a percepção e a organização concreta e simbólica de toda a vida social. O núcleo essencial da definição baseia-se na conexão integral entre duas proposições: o gênero é um elemento constitutivo de relações sociais baseado nas diferenças percebidas entre os sexos, e o gênero é uma forma primeira de significar as relações de poder. (Scott, 1991)

Definindo sexo e gênero Sexo se refere às diferenças biológicas entre os homens e as mulheres ( categoria empírica/ variável do estudo). Gênero se refere às relações sociais e culturais entre homens e mulheres. Portanto se refere não aos homens ou mulheres enquanto indivíduos deste ou daquele sexo, mas à identidade de sujeito social e atribuições culturais de cada qual, em razão da relação entre eles. Este processo recobre o corpo biológico em seu uso historicamente construído ( conceito teórico/ categoria analítica).

Violência e Gênero: VCM como questão de gênero Violência de Gênero: comportamento de aculturação da mulher nos referentes do maior poder do masculino (Gênero); em crises ou ameaças de ruptura da dominação tradicional, comportamentos de reconquista do poder e autoridade perdidas ou de prevenção da perda.

Invisibilidades para homens e mulheres: a banalização e naturalização G F, população de baixa escolaridade, Brasil SP/ ZMPE Em abstrato: M Injustificável; Não deveria ocorrer H Tolerável, pode ocorrer (conflitos graves); Necessária, como disciplina ou controle Concretamente, no dia-a-dia: Natural para Homens: Instintiva ou por Impulso ela me faz perder a cabeça Natural para as Mulheres: Fatalidade ou Destino quando ele bebe, perde a cabeça

Invisibilidade e condição subordinada: representações e sentimentos contraditórios Porque a mulher não conta o que está acontecendo? Ellsberg, 1998 Não pode ou não consegue falar Sente-se envergonhada ou humilhada Sente-se culpada pela violência Tem medo de ser culpada pela violência Teme pela sua segurança e dos filhos Sente que não tem controle sobre sua vida Espera que o agressor mude; ele promete Tem medo de perder os filhos Quer proteger o parceiro: razões econômicas ou afetivas

Violência: primeiras delimitações 1. Violência, Natureza e Cultura: a questão da intencionalidade ( Minayo, 1994; 1999) 2. Violência e Gênero: questão da desigualdade de gênero ( Scott, 1991; Safioti & Almeida, 1995; Heise et al, 1999; Garcia- Moreno et al, 2006; Schraiber et al, 2005 )

3. Violência e Poder: a perspectiva de sujeitos em relação Relações sujeitos sujeitos mediadas pelas normas sociais (Foucault, 1995; Costa, 1986) Emancipação: responsabilidade e liberdade de sujeito; autoestima e agir ético (Arendt, 1994; Chauí, 1984) 4. Violência e Linguagem: bloqueios da ideologia e da comunicação ( agir comunicativo) (Habermas, 1980; Freitag; Rouanet, 1980; Ricouer, 1995; Chauí, 1984)

5. Violência e Direitos Sociais e da Pessoa Da Lei e da Ética VCM como violação dos direitos da mulher / direitos reprodutivos VCM como violação dos direitos humanos e dignidade da pessoa Do público ao privado Das normas e dos Direitos na esfera pública Direitos e violações na vida doméstica ( Schraiber et al, 2005 )

Desafios da VCM como questão da Saúde Questão científica: do vivido à construção conceitual um objeto contra cultural (não tradicional) Questão sócio-cultural sentido nas relações sociais Questão do campo da Saúde agravo à saúde Questão tecnológica: do conhecimento à intervenção Danos Riscos atenção às pessoas prevenção / promoção

Estudos sobre violência contra mulher A precedência histórica da produção nas Ciências Sociais e Humanas Grande e diversa produção teórico-conceitual com alto potencial explicativo.como incorporá-la? Conhecimento em que a explicação repousa na compreensão e interpretação da violência como fenômeno sócio-cultural. Como relacioná-lo com as exigências tecnológicas do campo da Saúde, que demanda empíricos delimitados (atos e comportamentos)? Da relação entre a Teoria e o Empírico

Referências GARCIA-MORENO, C; JANSEN, HAFM; ELLSBERG, L; WATTS, C.[on behalf of WHO Multicountry Study Team] Prevalence of intimate partner violence: findings from the WHO multi-country study on women s health and domestic violence THE LANCET v. 368,pp: 1260-1269, 2006 KRUG, E G; DAHLBER, L L; MERCY, J A; ZWI, A B; LOZANO, R, WHO Report on Violence and Health, Genebra, World Health Organization, 2002. HEISE L.; ELLSBERG M.; GOTTEMOELLER M. Ending violence against women. Population Reports, vol. XXVII, n. 4, 1999 JANSEN, HAFM, WATTS C, ELLSBERG M, HEISE L, GARCIA-MORENO C. Interviewer training in the WHO Multi-country Study on Women s Health and Domestic Violence. Violence Against Women 2004; 10:831-49 SCHRAIBER, LB; D OLIVEIRA, AFP Violência contra mulheres: interfaces com a saúde.interface Comunicação, Saúde, Educação., vol.3, n.5, p.11-27, 1999. SCHRAIBER, LB; D OLIVEIRA, AFPL; HANADA, H; FIGUEIREDO, W F; COUTO, MT; KISS, L; DURAND, G; PINHO, A. Violência vivida: a dor que não tem nome, Interface Comunicação, Saúde, Educação, vol 7 n. 12 2003 pp 41-54

7. Schraiber LB, d Oliveira AFPL, França-Jr I. Violência sexual por parceiro íntimo entre homens e mulheres no Brasil Urbano em 2005. Rev. Saúde Pública 2008 (prelo). 8. Schraiber LB, d Oliveira AFPL, Hanada H, Figueiredo WS, Couto MT, Kiss LB et al. Violência vivida: a dor que não tem nome. Interface - Comunic, Saúde, Educ 2003; 7(12):41-54. 9. Schraiber LB, d Oliveira AFPL, Couto MT, Hanada H, Kiss LB, Durand J et al. Violência contra a mulher entre usuárias de serviços básicos de saúde da rede pública da grande São Paulo. Rev Saúde Públ 2007; 41(3):359-67 10. SITE Estudo Trabalho em Rede intersetorial em 3 capitais apresentado ao MJ: www.jameletro.com.br/gs2005 11.World Health Organization. Putting women's safety first: ethical and safety recommendations for research on domestic violence against women. Geneva: Global Programme on Evidence for Health Policy; 1999. (Report n.who/eip/gpe/99.2)