Viabilidade econômica do consórcio alface e rabanete, em função da sazonalidade de preços.

Documentos relacionados
Viabilidade econômica do consórcio rúcula e beterraba em função da sazonalidade de preços.

Análise econômica de cultivos consorciados de grupos de alface x rúcula, em duas épocas, Jaboticabal-SP.

Viabilidade econômica do cultivo consorciado de chicória e rúcula em função da época de estabelecimento do consórcio.

INFLUÊNCIA DAS ÉPOCAS DE CULTIVO E DO ESTABELECIMENTO DO CONSÓRCIO NA PRODUÇÃO DE TOMATE E ALFACE CONSORCIADOS

Custo de produção e rentabilidade da cultura da chicória em Jaboticabal SP.

COMUNICAÇÃO CUSTO DE PRODUÇÃO E RENTABILIDADE DAS CULTURAS DE ALFACE, RABANETE, RÚCULA E REPOLHO EM CULTIVO SOLTEIRO E CONSORCIADAS COM PIMENTÃO

ESTUDO ECONÔMICO DO CULTIVO DA ALFACE E DO COENTRO SOB EFEITO DE ADUBAÇÕES ORGANOMINERAIS INTRODUÇÃO

Produtividade de alface e rabanete em cultivo consorciado estabelecido em diferentes épocas e espaçamentos entre linhas

Análise econômica de cultivos consorciados de alface americana x rabanete: um estudo de caso

RESUMO. Palavras-Chaves: Daucus carota, Lactuca sativa, eficiência agronômica.

Viabilidade produtiva de cenoura em cultivo solteiro e consorciado com rúcula e alface em Mossoró-RN.

Viabilidade produtiva e econômica do consórcio entre chicória e rúcula em função da época de plantio

ANÁLISE DE PRODUTIVIDADE E RENTABILIDADE DAS CULTURAS DE PIMENTÃO, REPOLHO, RÚCULA, ALFACE E RABANETE EM CULTIVO CONSORCIADO.

Produtividade, Renda Bruta e Razão de Área Equivalente de Cenoura e Rúcula, em Sistemas de Consórcio e Monocultivo.

Vegetal, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane s/n, , Jaboticabal-SP. RESUMO

Viabilidade agronômica do consórcio de alface e rúcula, em duas épocas de cultivo

970, Brasília DF, 2 Bolsista de Iniciação Científica,

Saúde; Av. Ministro Salgado Filho, s/n, Soteco, Vila Velha, ES.

Viabilidade da consorciação de pimentão com repolho, rúcula, alface e rabanete

VIABILIDADE ECONÔMICA DOS CONSÓRCIOS DE GRUPOS DE ALFACE COM RÚCULA, EM DUAS ÉPOCAS DE CULTIVO

Viabilidade Agronômica de Consórcios entre Alface e Rúcula no Sistema Orgânico de Produção

Produção e renda bruta da cenoura Brasília e do almeirão Folhas Amarelas, em cultivo solteiro e consorciado

FUNÇÃO DA ÉPOCA DE ESTABELECIMENTO DO CONSÓRCIO

Análise de crescimento em cenoura, cv. Brasília, cultivada na primavera, em Jaboticabal-SP.

Revista de Ciências Agroambientais

Acta Scientiarum. Agronomy ISSN: Universidade Estadual de Maringá Brasil

Produtividade da beterraba e rúcula em função da época de plantio em monocultivo e consórcio

Efeito da consorciação na rentabilidade da cultura da alface cultivada em ambiente protegido

Desempenho do pepino holandês Dina, em diferentes densidades de plantio e sistemas de condução, em ambiente protegido.

AVALIAÇÃO DO EFEITO DAS CULTURAS INTERCALARES NO CULTIVO CONSORCIADO DE ALFACE

VIABILIDADE ECONÔMICA DO SISTEMA DE PRODUÇÃO SOJA- MILHO SAFRINHA 1.INTRODUÇÃO

DESEMPENHO AGROECONÔMICO DO CONSÓRCIO ALFACE- BETERRABA SOB SISTEMA ORGÂNICO

Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2751

Análise do crescimento de plantas de cebola (Allium cepa L.) em função de doses de nitrogênio em semeadura direta.

PRODUTIVIDADE DE REPOLHO, ALFACE E RABANETE EM CULTIVO CONSORCIADO

Avaliação agroeconômica das culturas da beterraba e coentro em função da época de estabelecimento do consórcio 1

Doses de potássio na produção de sementes de alface.

VIABILIDADE AGROECONÔMICA DO CULTIVO CONSORCIADO DE COENTRO, ALFACE E RÚCULA SOB DIFERENTES ARRANJOS ESPACIAIS.

Rodolfo Rodrigo de Almeida Lacerda 1* ; Caciana Cavalcanti Costa 2 ; Jean Telvio Andrade Ferreira 3 ; Laiza Gomes de Paiva 4

Análise Econômica da Cultura da Alface em Sistema Orgânico no Município de Ilha Solteira-SP

Desempenho de Treze Cultivares de Alface em Hidroponia, no Verão, em Santa Maria - RS.

PERSPECTIVAS PARA O MATO GROSSO DO SUL

ADUBAÇÃO NITROGENADA EM CONSÓRCIO DE ALFACE E RÚCULA

ANÁLISE DE VIABILIDADE AGROECONÔMICA DE SISTEMAS ORGÂNICOS DE PRODUÇÃO CONSORCIADA

CONSÓRCIOS DE PEPINO E ALFACE EM CULTIVO PROTEGIDO: VIABILIDADE AGROECONÔMICA

VIABILIDADE ECONÔMICA DO MILHO SAFRINHA E DA BRAQUIÁRIA EM SISTEMAS INTEGRADOS. Alceu Richetti (1), Gessí Ceccon (2)

Viabilidade Agronômica e Econômica do Cultivo Consorciado de Alface e Cebolinha

Desempenho agronômico de consórcios entre rabanete e alface no Oeste goiano

Tipos de Bandejas e Número de Sementes por Célula Sobre o Desenvolvimento e Produtividade de Rúcula.

Universidade do Estado da Bahia (Uneb) DTCS Campus 3 Juazeiro-BA. 2

Adaptabilidade e Estabilidade Fenotípica de Genótipos de Cenoura em Diferentes Épocas e Espaçamentos.

Viabilidade econômica dos sistemas de produção de trigo e de milho safrinha consorciado com Brachiaria ruziziensis

ANÁLISE ECONÔMICA DA CULTURA DA SERINGUEIRA NO MUNICÍPIO DE POLONI/SP

KEYWORDS : INTRODUÇÃO

Teores de nutrientes na folha da alface em sistema consorciado com cenoura em faixa sob diferentes densidades populacionais das culturas componentes

ISSN: Viabilidade do consórcio entre beterraba e couve-chinesa sob diferentes dias de transplante

Desempenho de Cultivares de Alface Americana Para Mesorregião da Mata do Estado de Pernambuco.

Produção de mini alface em ambiente protegido.

Componentes morfológicos do coentro, cenoura e rúcula em função de sistema de cultivo e densidades populacionais

Produção de cultivares de almeirão, em hidroponia, em função das concentrações de ferro na solução nutritiva.

Variação Estacional de Preços e Quantidades Comercializadas de Cenoura nos CEASAs de Minas Gerais

ESTUDO DO CULTIVO CONSORCIADO DE REPOLHO COM BETERRABA E CENOURA NO MUNICÍPIO DE POMBAL PB.

DESEMPENHO AGRONÔMICO DA CULTURA DA COUVE FOLHA EM SISTEMAS CONSORCIADOS

taioba com 2 folhas) e 5 (consórcio taioba 2 folhas x alface)

RESUMO. ABSTRACT Effect of lettuce seedlings type arranged in differents plants density on lettuce crop

Viabilidade agronômica de consórcios de brócolis e alface estabelecidos em diferentes épocas

VIABILIDADE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE CULTIVO DE MILHO SAFRINHA

Viabilidade econômica do cultivo de alface e cenoura em sistemas consorciados.

Avaliação da qualidade de mudas de alface produzidas em bandejas de poliestireno e de polietileno com diferentes números de células.

A INFLUÊNCIA DAS FASES LUNARES NAS CULTURAS OLERÍCOLAS : ALFACE, MOSTARDA E RABANETE.

Determinação do período crítico de interferência de plantas daninhas em alface cultivada em ambiente natural e sob agrotêxtil em Ponta Grossa/PR.

Concentrações de Nutrientes no Limbo Foliar de Melancia em Função de Épocas de Cultivo, Fontes e Doses de Potássio.

CONSÓRCIO AGROECOLÓGICO ENTRE ALFACE, CENOURA E RABANETE CULTIVADO NAS CONDIÇÕES DE ROLIM DE MOURA RO

Desenvolvimento de raízes de rabanete sob diferentes coberturas do solo

Avaliação da cultura de alface, consorciado com beterraba, em sistema orgânico.

Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2517

CONSORCIO DE MILHO COM BRACHIARIA BRINZANTHA

Produção de alface em consórcio com cebola em diferentes densidades sob manejo orgânico

VIABILIDADE ECONÔMICA DE PLANTIOS FLORESTAIS SOLTEIROS E DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HORTICULTURA TROPICAL

Análise econômico-financeira da produção de tomate e pimentão no Distrito Federal: um estudo de caso.

RECOMENDAÇÃO DE CULTIVARES CULTIVOS CONSORCIADOS 08/04/2013

VIABILIDADE AGRONÔMICA DAS CULTURAS DE RÚCULA E DE ALMEIRÃO EM SISTEMA DE CULTIVO SOLTEIRO E CONSORCIADO

3 Simpósio Internacional de Agricultura de Precisão

Produtividade de cenoura em policultivos de base ecológica e monocultivo em sistema convencional

PRODUÇÃO DA ALFACE AMERICANA SUBMETIDA A DIFERENTES NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO

Produção e Renda Bruta de Cebolinha e de Almeirão, em Cultivo Solteiro e Consorciado 1.

Revista Brasileira de Agroecologia Rev. Bras. de Agroecologia. 8(2): (2013) ISSN:

Alface crespa e americana em monocultivo e policultivo com bardana.

Produtividade de alface e rúcula, em sistema consorciado, sob adubação orgânica e mineral

CARACTERÍSTICAS AGRO-BOTÂNICAS DE RAÍZES DE MANDIOCA EM FILEIRAS SIMPLES E DUPLAS CONSORCIADA COM FEIJÃO COMUM

Policultivos de coentro x beterraba x rúcula: Avaliação uni e multivariada da eficiência agronômica/biológica

ADUBAÇÃO EM CONSÓRCIO DE BETERRABA COM ALFACE

Consórcio de milho com braquiária: produção de forragem e palhada para o plantio direto

Avaliação de cultivares de alface em túnel baixo de cultivo forçado, na região de Jaboticabal-SP.

CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DA CENOURA CV. BRASÍLIA SOB DIFERENTES AMBIENTES DE CULTIVO E DOSES DE BIOFERTILIZANTE

Produção orgânica de alface e rabanete em cultivo solteiro e consorciado. Organic production of lettuce and radish in monocrop and intercropped

s/n, Serra Talhada PE,

Transcrição:

Viabilidade econômica do consórcio alface e rabanete, em função da sazonalidade de preços. Diego Resende de Queirós Pôrto 1 ; Bráulio Luciano Alves Rezende 1 ; Arthur Bernardes Cecílio Filho 2 ; Estevão Urbinati 3 ; Maria Inez Espagnoli Geraldo Martins 4. 1 Pós-graduandos em Agronomia (Produção Vegetal), UNESP; 2 Prof. Dr. UNESP, Depto. Produção Vegetal, Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, 14884-900, Jaboticabal-SP. E-mail: rutra@fcav.unesp.br; 3 Graduando em Agronomia, UNESP; 4 Profª. Dr. UNESP, Depto. Economia Rural. RESUMO Este trabalho foi realizado com objetivo de verificar a influência da sazonalidade de preços de alface e rabanete sobre a viabilidade econômica de cultivos consorciados das hortaliças. Para o estudo da viabilidade econômica, considerou-se o preço médio da alface e do rabanete nos meses de janeiro e fevereiro (verão), abril e maio (outono), julho e agosto (inverno), e no período de outubro a novembro (primavera), entre 1998 e 2002. As maiores receitas bruta e líquida foram observadas nos cultivos consorciados estabelecidos com a semeadura do rabanete ao zero dia após o transplantio (DAT), no espaçamento 0,30 x 0,30m, e aos 14 DAT, no espaçamento 0,40 x 0,30m, na época do verão. Houve efeito da sazonalidade de preços das hortaliças sobre a rentabilidade dos cultivos consorciados em relação aos seus monocultivos. Palavras-chaves: Lactuca sativa, Raphanus sativus, cultivo consorciado, lucratividade. ABSTRACT Economic viability of the intercropping lettuce and radish, in function of the seasonality of prices. This work was carried with objective to verify the influence of the seasonality of lettuce prices and radish on the economic viability of intercropping cultivation of the vegetables. For the study of the economic viability, the average price was considered of the lettuce and the radish in the months of January and February (summer), April and May (autumn), July and August (winter), and in the period of October the November (spring), between 1998 and 2002. The biggest gross revenues and liquid were observed in the intercropping cultivation established with the sowing of the radish to the zero day after the transplant (DAT), in the spacing 0,30 x 030m, and to the 14 DAT, in the spacing 0,40 x 0,30m, at the period of the summer. It had effect of the seasonality of prices of the vegetables on the profitability of the intercropping cultivation in relation to its monocultures. keywords: Lactuca sativa, Raphanus sativus, intercropping cultivation, profitability.

Os agrossistemas consorciados vêm sendo utilizados há séculos por agricultores com recursos financeiros limitados, visando diminuir os riscos, aproveitar melhor a mão-de-obra e a área que dispõem e ao mesmo tempo aumentar a eficiência de utilização de recursos naturais ou não. Nos últimos cinco anos, o número de trabalhos no Brasil objetivando estudos sobre consorciação de hortaliças foram intensificados. Entre muitos, com alface e rabanete (Cecílio Filho & May, 2002 e Catelan et al. 2002a), beterraba e rúcula (Catelan et al. 2002b) e tomate e alface (Rezende et al. 2003a), constataram viabilidade econômica e, ou, agronômica de consórcios estabelecidos entre hortaliças. Embora as produtividades das culturas sejam dependentes da época de cultivo, o estudo da influência da sazonalidade de preços, ao longo do ano, das hortaliças envolvidas, permite obter informações sobre como a rentabilidade econômica de determinado cultivo pode sofrer variação. Isto posto, dependendo do preço da(s) hortaliça(s) envolvidas no consórcio, aquela combinação de culturas viável economicamente em determinada época do ano, poderá não mostrar a mesma rentabilidade ou até mesmo ser deficitária em relação ao(s) monocultivo(s) em outra época de cultivo. A partir destas informações, o produtor poderá, para cultivos consorciados de viabilidade agronômica cientificamente comprovada, estabelecer entre as culturas consorciadas a que será considerada como principal, ou seja, aquela que será prioritariamente estabelecida e em maior participação (peso) no consórcio, em virtude de seu maior valor de remuneração ao produtor, naquela época específica. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência da sazonalidade de preços de alface e rabanete sobre a viabilidade econômica de cultivos consorciados das hortaliças. MATERIAL E MÉTODOS As produtividades das culturas de alface e rabanete em consórcio e em cultivo solteiro e os índices de uso eficiente de terra foram obtidos de Rezende et al. (2003b), os quais avaliaram e constataram, em experimento conduzido na Unesp, Jaboticabal-SP, no período de setembro a novembro de 2000, a viabilidade agronômica dos cultivos consorciados. A fim de se ter somente o efeito da sazonalidade de preços das hortaliças sobre a viabilidade econômica dos consórcios, foram utilizadas as mesmas produtividades das hortaliças em consórcio e em monocultivo observadas por Rezende et al. (2003b), para as quatro épocas (verão, outono, inverno e primavera) em avaliação.

De Catelan (2002c), foram obtidos os custos operacionais totais (COT) das culturas de alface e rabanete, adotando-se o mesmo valor para as quatro épocas, pelo motivo anteriormente exposto. Para cálculo da receita auferida nos cultivos, considerou-se o preço médio da alface e do rabanete nos meses de janeiro e fevereiro (verão), abril e maio (outono), julho e agosto (inverno) e no período de outubro e novembro (primavera), observados entre 1998 e 2002. RESULTADOS E DISCUSSÃO As produtividades e índices de uso eficiente da terra (UET) que quantificam a produção por área do consórcio em relação à dos monocultivos, encontram-se na Tabela 1. Os preços médios da alface e do rabanete nas diferentes estações de cultivo (Tabela 2), demonstram comportamento semelhante das hortaliças, com redução seqüencial de preços do verão para o inverno. Contudo, diferenciam-se quanto ao período do inverno para primavera, onde se constata elevação do preço do rabanete e continuada redução no preço da alface. As maiores receitas bruta (Tabela 3) e líquida (Tabela 4), foram observadas nos cultivos consorciados estabelecidos com a semeadura do rabanete ao zero dia após o transplantio (DAT) no espaçamento 0,30 x 0,30m (R$ 45.928,12/ha e R$ 40.741,11/ha, respectivamente) e aos 14 DAT, no espaçamento 0,40 x 0,30m (R$ 52.117,84/ha e R$ 46.930,83/ha, respectivamente), ambas na época do verão. Tais resultados se devem aos melhores preços dos produtos no mercado. Mesmo com a grande contribuição da alface na composição da receita do consórcio, em virtude da significativa maior quantidade de produto em relação ao rabanete (Tabela 1), nota-se que a maior remuneração recebida pelo rabanete na primavera em relação ao inverno, somada a redução do preço da alface (Tabela 2), fizeram com que as receitas brutas e líquidas dos melhores consórcios sob espaçamento de 0,30 x 0,30m da alface (UETs de 1,76 e 1,69) fossem maiores do que as obtidas no inverno, para as mesmas condições em análise. Comportamento semelhante ocorre para os consórcios instalados também aos 0 e 7 DAT, sob 0,40 x 0,30m. Estes resultados evidenciam a possibilidade do produtor, na primavera, estabelecer o rabanete como cultura principal, ou seja, fazer a semeadura de quatro linhas de rabanete e nas entrelinhas transplantar a alface, uma vez que esta encontra-se com baixa valorização. Desta forma, o produtor poderá otimizar seu lucro. A rentabilidade medida pela receita líquida entre o melhor consórcio sob espaçamento 0,30 x 0,30m (0 DAT) e a receita líquida obtida no monocultivo de alface foi de

79%, 78%, 73% e 100% superior, respectivamente, nas estações de verão, outono, inverno e primavera. Em relação ao monocultivo do rabanete, a rentabilidade do consórcio estabelecido ao 0 DAT foi superior em 96%, 104%, 142% e 80%, respectivamente, nas estações do verão, outono, inverno e primavera. Para o produtor que tem a cultura da alface como principal, observa-se que foi na estação da primavera em que ele obtém a maior vantagem do consórcio sobre o monocultivo da alface, justamente por ter sido constatado os piores preços da alface. Mesmo comportamento foi observado para quando o consórcio foi estabelecido sob espaçamento mais largo da alface (0,40 x 0,30m). Nas estações de verão, outono, inverno e primavera, constatou-se superioridade da receita líquida do melhor consórcio (semeadura do rabanete aos 14 DAT da alface) em 45%, 44%, 39% e 55%. Da mesma forma como para a alface, a maior amplitude entre a receita líquida do melhor consórcio estabelecido sob espaçamento de 0,30 x 0,30m (0 DAT) e 0,40 x 0,30m (14 DAT) da alface e o monocultivo do rabanete, foi observada na época de pior preço desta hortaliça, ou seja, no inverno, atingindo 142% e 175%. Diante dos resultados observados, deve-se atentar para a época de cultivo a fim de estabelecer a melhor combinação das culturas envolvidas no consórcio e elevar a rentabilidade do cultivo. LITERATURA CITADA CATELAN, F. Análise econômica dos cultivos consorciados de alface americana x rabanete e beterraba x rúcula em Jaboticabal-SP. 2002c. 63f. (Monografia Graduação), FCAV- UNESP, Jaboticabal-SP. CATELAN, F.; CANATO, G.H.D.; ESPAGNOLI, M.I.; MARTINS, G.; CECILIO FILHO, A.B. Análise econômica das culturas de beterraba e rúcula, cultivadas em monocultivo e consórcio. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 20, supl. 2, p.1-4, 2002b. CATELAN, F.; CANATO, G.H.D.; MARTINS, M. I. E. G.; CECILIO FILHO, A.B. Análise econômica das culturas de alface e rabanete, cultivadas em monocultivo e consórcio. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 20, supl. 2, p.1-4, 2002a. CECILIO FILHO, A. B; MAY, A. Produtividade das culturas de alface e rabanete em função da época de estabelecimento do consorcio, em relação aos monocultivos. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 20, n. 3, p. 501-504, 2002.

REZENDE, B. L. A.; CANATO, G. H. D.; CECÍLIO FILHO, A. B. Productivity of lettuce and radish cultivations as a function of spacing and of time of establishment of intercropping. Acta Horticulturae, Brasília-DF, v. 607, p. 97-101, 2003b. REZENDE, B. L. A.; CANATO, G. H. D.; CECÍLIO FILHO, A. B., MARTINS, I.E.G. Análise econômica de cultivos consorciados de alface x tomate, em Cultivo protegido, Jaboticabal- SP. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 21, supl. 2, p.1-4, 2003a. Tabela 1 - Produtividades, índices de uso eficiente da terra (UET) e custos operacionais totais (COT) das culturas de alface e rabanete em cultivo consorciado e solteiro em dois espaçamentos de plantio da alface. UNESP, Jaboticabal (SP), 2004. Sistemas de cultivo Produtividade (kg/ha) Alface Rabanete UET COT (R$/ha) 0,30 x 0,30m Consórcio 0 DAT* 29.436,75 9.170 1,76 5.187,01 Consórcio 7 DAT 24.680,00 10.780 1,69 5.187,01 Consórcio 14 DAT 25.924,00 7.968 1,55 5.187,01 Monocultivo de alface 25.845,75-1,00 4.071,33 Monocultivo de rabanete - 14.672 1,00 3.723,58 0,40 x 0,30m Consórcio 0 DAT 27.373,50 8.694 1,36 5.187,01 Consórcio 7 DAT 29.169,00 9.996 1,50 5.187,01 Consórcio 14 DAT 36.445,00 8.512 1,61 5.187,01 Monocultivo de alface 34.965,00-1,00 4.071,33 Monocultivo de rabanete - 15.100 1,00 3.723,58 *DAT = semeadura do rabanete em dias após o transplantio da alface. Tabela 2 Preço médio da alface e do rabanete em diferentes estações de cultivo. UNESP, Jaboticabal (SP), 2004. Culturas Preço médio (R$/kg) Verão (1) Outono Inverno Primavera Alface 1,04 0,87 (-16,3) (2) 0,63 (-27,6) (3) 0,57 (-9,5) (4) Rabanete 1,67 1,35 (-19,2) 0,85 (-37,0) 1,06 (+24,7) (1) Verão (janeiro-fevereiro); Outono (abril-maio); Inverno (julho-agosto); Primavera (outubro-novembro). (2) Valor percentual de redução (-) ou aumento (+) no preço da hortaliça entre os meses de verão/outono, outono/inverno (3) e inverno/primavera (4). Tabela 3 Receita bruta (RB) das culturas de alface e rabanete em cultivo consorciado e solteiro, nas diferentes épocas do ano, em dois espaçamentos de plantio da alface. UNESP, Jaboticabal (SP), 2004. 0,30 x 0,30m Tratamento RB (R$/ha) Verão** Outono Inverno Primavera

Consórcio 0 DAT * 45.928,12 37.989,47 26.339,65 26.499,15 Consórcio 7 DAT 43.669,80 36.024,60 24.711,40 25.494,40 Consórcio 14 DAT 40.267,52 33.310,68 23.104,92 23.222,76 Monocultivo de alface 26.879,58 22.485,80 16.282,82 14.732,08 Monocultivo de rabanete 24.502,24 19.807,20 12.471,20 15.552,32 0,40 x 0,30m Consórcio 0 DAT 42.987,42 35.551,85 24.635,21 24.818,54 Consórcio 7 DAT 47.029,08 38.871,63 26.873,07 27.222,09 Consórcio 14 DAT 52.117,84 43.198,35 30.195,55 29.796,37 Monocultivo de alface 36.363,60 30.419,55 22.027,95 19.930,05 Monocultivo de rabanete 25.217,00 20.385,00 12.835,00 16.006,00 *DAT = semeadura do rabanete em dias após o transplantio da alface. **Verão (Janeiro-Fevereiro); Outono (Abril-Maio); Inverno (Julho-Agosto); Primavera (Outubro-Novembro). Tabela 4 - Receita líquida (RL) das culturas de alface e rabanete em cultivo consorciado e solteiro, nas diferentes épocas do ano, em dois espaçamentos de plantio da alface. UNESP, Jaboticabal (SP), 2004. Tratamento RL (R$/ha) Verão** Outono Inverno Primavera 0,30 x 0,30m Consórcio 0 DAT* 40.741,11 32.802,46 21.152,64 21312,14 Consórcio 7 DAT 38.482,79 30.837,59 19.524,39 20.307,39 Consórcio 14 DAT 35.080,51 28.123,67 17.917,91 18.035,75 Monocultivo de alface 22.808,25 18.414,47 12.211,49 10.660,75 Monocultivo de rabanete 20.778,66 16.083,62 8.747,62 11.828,74 0,40 x 0,30m Consórcio 0 DAT 37.800,41 30.364,84 19.448,20 19.631,53 Consórcio 7 DAT 41.842,07 33.684,62 21.686,06 22.035,08 Consórcio 14 DAT 46.930,83 38.011,34 25.008,54 24.609,36 Monocultivo de alface 32.292,27 26.348,22 17.956,62 15.858,72 Monocultivo de rabanete 21.493,42 16.661,42 9.111,42 12.282,42 *DAT = semeadura do rabanete em dias após o transplantio da alface. **Verão (Janeiro-Fevereiro); Outono (Abril-Maio); Inverno (Julho-Agosto); Primavera (Outubro-Novembro).