A incidência em Portugal da Política de Coesão da UE: Balanço e perspetivas

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Transcrição:

A incidência em Portugal da Política de Coesão da UE: Balanço e perspetivas Duarte Rodrigues Coordenador adjunto do Observatório do QREN ISCTE, 22 de março de 2013

Estrutura Política de Coesão: racionalidade e sinopse histórica; Que resultados? Quantitativos e qualitativos? Desafios e perspetivas para 2014-2020

Política de Coesão: racionalidade e sinopse histórica

A racionalidade da Política de Coesão Objectivo principal - promover um desenvolvimento harmonioso do conjunto da União e, em especial, contribuir para reduzir a disparidade entre os níveis de desenvolvimento das diversas regiões e o atraso das regiões mais desfavorecidas (Tratado); Permitir que todos as regiões beneficiem da integração europeia; Alargamento do mercado interno; Concilia a solidariedade e a equidade na afectação territorial de recursos com a competitividade e a eficiência na sua utilização.

Sinopse histórica A promoção do desenvolvimento harmonioso, enquanto objectivo Comunitário, remonta ao Tratado fundador - Tratado de Roma (1957); 1964 Reconhecida pela CE a necessidade de uma solução Comunitária coordenada para a correcção das disparidades regionais de desenvolvimento. 1958 Entrada em vigor do FSE, já inscrito no Tratado de Roma; 1975 Entrada em vigor do FEDER, cuja criação ficou associada ao primeiro alargamento em 1973 (Irlanda, Dinamarca e Reino Unido) e ao objectivo da União Económica e Monetária; 1993 Entrada em vigor do Fundo de Coesão, criado no âmbito do Tratado da UE; 1986 Política de Coesão assume maior relevância como forma de auxiliar as regiões menos desenvolvidas a ajustar-se aos choques resultantes da integração de mercados, na sequência do Acto Único Europeu. 1988 - Adopção do primeiro regulamento dos Fundos estruturais sob o chapéu da Política de Coesão, no âmbito do pacote Delors I.

1989-1993 Integração dos Fundos Estruturais Regras de administração normalizadas Gestão descentralizada Aumento do orçamento dos Fundos Estruturais até 14 mil milhões de ECU por ano (cerca de 20% do orçamento da UE)

1994-1999 Simplificação de procedimentos Novos instrumentos. Fundo de Coesão e instrumento das pescas Aumento do orçamento dos Fundos Estruturais até 32 mil milhões de ECU/ano (cerca de 30% do orçamento da UE)

2000-2006 Concentração das regiões abrangidas e eliminação progressiva dos recursos financeiros (Phasing-out) 3 Objectivos comuns Introdução dos instrumentos estruturais de pré-adesão para os candidatos (ISPA) Aumento do orçamento dos Fundos Estruturais até 38 mil milhões de /ano (cerca de 33% do orçamento da UE)

2007-2013 Abordagem mais estratégica Orientações estratégicas para a Coesão; Focalizada na Agenda de Lisboa Revista (e.g. earmarking); Mais relevante no orçamento da UE (35,7%); Simplificação (e.g. menos regulamentos; menos objectivos, mono-fundo, proporcionalidade em matéria de controlo, maior flexibilidade nacional na definição das elegibilidades); Descentralização papel mais relevante das regiões e agentes locais; Objectivo convergência Regiões > 75% da UE25 Objectivo convergência Efeito estatístico Objectivo Competitividade regional e emprego Regiões em Phasing-in, naturalmente" acima de 75% Objectivo Competitividade regional e emprego

Que resultados? A dimensão financeira

Saldos orçamentais por EM (2007-2011) "Operating budgetary balance"per capita,, 2007-2011 400 200 0 LV PL BG RO LT EE HU PT SK CZ MT SI EL CY ES IT UK FR DE IE AT FI BE NL SE DK "Com Rebates" "Sem rebates" LU -200 0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 "Gross national income" (GNI) per capita,, 2007-2011 Fonte: Dados da DG BUDGT trabalhados pelo Observatório do QREN

Despesas do orçamento da UE em PT M 6.000 5.000 4.000 Despesas do orçamento da UE por rubrica em PT (2000-2011) Administração e Compensações Acções Externas e Préadesão outras Políticas para Competitiv. 3.000 Programa-Quadro Ciência PAC e Pescas 2.000 Desenv. Rural 1.000 Política de Coesão 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Fonte: Dados da DG BUDGT trabalhados pelo Observatório do QREN

Despesas do orçamento da UE por rubrica e EM 100% Despesas do orçamento da UE por rubrica e EM (média 2007-2011) 90% 80% 70% 60% 50% 40% Administração e Compensações Acções Externas e Pré-adesão outras Políticas para Competitiv. Programa-Quadro Ciência PAC e Pescas 30% 20% 10% 0% AT BE BG CY CZ DE DK EE EL ES FI FR HU IE IT LT LU LV MT NL PL PT RO SE SI SK UK Desenv. Rural Política de Coesão Fonte: Dados da DG BUDGT trabalhados pelo Observatório do QREN

Prioridades do orçamento da UE 2007-2013 Rúbricas Coesão (1B) vs. Competitividade (1A) Fonte: Ph. Bertrand, G. Paterson, S. Bohner - DG BUDG (2008) Croissance, compétitivité, cohésion, A virtuous triangle 14

Papel dos fundos comunitários (evolução da execução) Fonte: Sistema Monitorização QREN 15

/habitante 4 000 Papel dos fundos comunitários (execução regional do QREN - 2011) 4,8% 2 000 2,5% 2,6% 3,2% 1,5% 0 0,6% 0,2% 930 1 005 1 303 134 266 2 507 845 Norte Centro Alentejo Lisboa Algarve R. A. Açores /habitante % PIB R. A. Madeira Fonte: Sistema Monitorização QREN 16

A relevância da Política de Coesão no investimento Relevância do FEDER e FC na FBCF 2000-2011 40% 39% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 2,6% 0% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009P 2010P 2011 % FBCF/PIB % FBCF S11/PIB % FBCF S13/PIB % FEDER empresas na FBCF S11 % FC e FEDER público na FBCF S13 Fonte: INE e Sistema Monitorização QREN

A política de Coesão em Portugal QCA I, QCA II, QCA III e QREN QCA I 1989-1993 QCA II 1994-1999 QCA III 2000-2006 QREN 2007-2013 (Mio ECU pr.89) (Mil ECU pr.94) (Mil EURO pr.99) (Mil EURO pr.04) Total de investimentos 18.059 30.127 40.326 28.730 (*) Fundos Comunitários 6.958 16.970 23.834 21.412 FEDER 3.757 8.724 13.296 11.498 FSE 2.028 3.149 4.721 6.853 FEOGA-O / FEADER 1.173 1.894 2.283 3.574 IFOP / FEP 0 213 235 246 Fundo de Coesão 0 2.601 3.299 3.060 Contrapartida Nacional 11.101 13.157 16.492 7.318 (*) Contrapartida Pública 6.658 6.516 7.092 4.503 Contrapartida Privada 4.443 6.641 9.400 2.815 (*) só QREN Fonte: QCA I, QCA II e QCA III (valores da primeira programação).

impactes macroeconómicos significativos 1989-2015 1989-2007 2008-2015 2016-2050 1989-2050 Desvios Percentuais médios entre valores com e sem QCA+QREN (Despesa Pública) PIB a preços de mercado (pr.2000) 2,4 2,0 3,2 1,7 2,0 PIB potencial (a preços de base, pr.2000) 3,6 3,5 3,8 1,4 2,4 PIB per capita ppc 2,4 2,0 3,3 1,8 2,1 VAB sector Transaccionável (pr.2000) 3,9 3,4 5,1 2,9 3,3 VAB sector Não Transaccionável (pr.2000) 2,4 2,6 2,0 0,4 1,3 Consumo Privado (pr.2000) 0,9 0,9 1,0 0,4 0,6 FBCF (pr.2000) 9,0 10,4 5,6-0,2 3,8 da qual: Infraestruturas 56,0 67,2 29,5 1,8 25,4 Investimento Produtivo 1,6 2,4-0,4-1,1 0,1 Efeito multiplicador sobre o PIB (acumulado em * Quociente fim do entre período)* a soma dos valores atuais acumulados (de 1989 até ao fim 0,78 do período) do 0,64 PIB atribuível ao 0,78 QCA+QREN e da 1,28 despesa pública 1,28 executada (QCA+QREN), a preços de 2000 (utilizando uma taxa de desconto de 3%). Fonte: DPP (2011) Avaliação do impacto macroeconómico do quadro de referência estratégico nacional 2007-2013 (QREN)

O QREN no final de 2012 12,2 mil M de fundos executados até Dez. 2012 (56,9%) Fonte: Sistema Monitorização QREN

Que resultados? As realizações e resultados

Os resultados até ao QCA III REDE DE AUTO-ESTRADAS (KM) TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL 1800 25 1600 1400 1200 1000 PORTUGAL 20 15 PORTUGAL 800 600 10 400 5 200 0 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 1980 1990 1995 2000 2001 2002 2003 78 77 76 75 74 ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA PORTUGAL 65 55 45 35 TAXA DE ESCOLARIZAÇÃO-SECUNDÁRIO PORTUGAL 73 72 71 1980 1990 1995 2000 2001 2002 2003 25 15 1985 1990 1995 2000 Fonte: OECD and EUROSTAT

... também ao nível da governação das políticas públicas Melhoria do planeamento estratégico e das competências de programação operacional; Experiência de governação multinível; Orçamento plurianual de investimento; Reforço dos mecanismos de monitorização e de uma cultura de avaliação; Estímulo de aplicação do princípio da parceria;

Competitividade e coesão - ISDR (2009) Competitividade Coesão Fonte: INE

A organização do QREN Prioridades Stratégicas AGENDAS Fatores de Competitiv. PO Temáticos Potencial Humano Valorização Territorial PO Region (Continent e) PO Region (Regiões Autón.) Educação e Qualificação Crescimento Sustentado Potencial Humano 6,4 mil M 0,3 mil M Coesão Social Valorização Urbana e Territorial Eficiência da Governação Fatores de Competitiv. Valorização Territorial 3,1 mil M FEDER: 1,2 mil M F.Coesão: 3,1 mil M 2,5 mil M FEDER: 3,1 mil M 0,5 mil M FEDER 0,7 mil M Baseado na programação dos fundos do QREN ao nível de eixo prioritário e excluindo a Assist.Técnica

As prioridades de PT na aplicação da PC: evolução e comparação com UE Melhorar o Capital Humano 1,2% 23,7% 22,4% 7,6% 23,7% Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (IDT ), Inovação e Empreendedorismo 23,1% 21,2% 17,4% 18,5% 23,1% Investimento em Infra-estruturas Sociais 8,8% 13,8% 21,6% 4,9% 13,8% Protecção do Ambiente e Prevenção de Riscos 11,1% 12,2% 13,5% 11,1% 14,5% Transportes 7,4% 13,0% 23,9% 7,4% 22,2% Reabilitação Urbana e Rural 4,0% 2,1% 5,5% 4,0% 3,0% 0% 10% 20% QREN (Reprog. 2012) QREN (2007-2013) QCA III + FC (2000-2006) % 10% 20% Portugal EU27 Fonte: Sistema Monitorização QREN e COM, dados trabalhados pelo Observatório do QREN

Prioridades do QREN português no contexto europeu (temas prioritários do regulamento) % de fundos do QREN por tema prioritário segundo os grupos de Estados-Membros Melhorar o Capital Humano IDT, Inovação e Empreendedorismo 35% 30% 25% 23,7% 24,4% 27,2% 30,0% 23,1% 20% 15% 10% 5% 5,9% 5,5% 10,4% 7,7% 4,8% 8,8% 7,6% 9,6% 16,4% 14,5% 18,5% 0% CONV EU2 CONV Most CONV CO/CO(4) Most COMP COMP Portugal EU27 CONV EU2 CONV Most CONV CO/CO(4) Most COMP COMP Portugal EU27 Fonte: Sistema Monitorização QREN e COM, dados trabalhados pelo Observatório do QREN

Principais resultados Compromisso e execução por agenda operacional temática e principais áreas de intervenção (Dez. 2012) Compromisso 20 mil M 92% Execução 12 mil M 57% Compromisso Execução Compromisso Execução Compromisso Execução Potencial Humano Fatores de Competitividade Valorização Territorial Fonte: Sistema Monitorização QREN

Principais resultados Compromisso e execução por agenda operacional temática e principais áreas de intervenção (Dez. 2012) Outros 94.285 abrangidos 10.687 bolseiros 2,2 milhões formandos noutras formações 382.791 adultos com competências certificadas 556.595 formandos dupla certificação 726 1º CEB 51 2º e 3º CEB 118 escolas ensino secundário Outros 1.632 lojas cidadão 1.133 ações coletivas 3.301 I&D projetos 6.912 empresas 8.136 empresas (92% PME) 8,2 M investimento Outros 327 sociais; 135 saúde, 162 cultural; 350 desporto 3,7 milhões de pessoas em áreas urbanas com projetos de renovação urbana 4.322 km de coletores drenagem águas residuais 3.754 km estradas 123 km ferrovia Potencial Humano Fatores de Competitividade Valorização Territorial Fonte: Sistema Monitorização QREN

Taxa de abandono escolar precoce % 50 39 2005 2011 45 23 23 34 21 30 23 39 37 20 26 55 44 48 32 Meta 2020 (10%) 0 Portugal Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve R. A. Açores R. A. Madeira Portugal UE 27 44 39 18 16 % 40 23 14 0 2000 01 02 03 04 05 06 07 08 09 2010 2011 Fonte: Relatório anual do QREN IV

Taxa de escolaridade (secundário e 3º CEB) da população dos 25-64 anos % 80 UE 27 - Pelo menos com o secundário 71 73 73 Portugal - Pelo menos com o 3º CEB 44 27 51 32 56* 35* 40 Portugal - Pelo menos com o secundário 0 2000 01 02 03 04 05 06 07 08 09 2010 2011 * Quebra de série do Inquérito ao Emprego Fonte: Relatório anual do QREN IV

Despesas em I&D (% do PIB) % Meta 2020 2,7 2,5 0,0 0,7 1,6 1,4 0,6 0,6 1,3 1,0 0,8 0,4 0,5 0,2 Portugal Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve R. A. Açores 2003 2009 0,4 0,8 0,20,3 R. A. Madeira % 3 UE 27 1,9 1,83 2,00 1,59 Portugal 0,7 0,78 0 2000 01 02 03 04 05 06 07 08 09 2010 Fonte: Relatório anual do QREN IV

Contributo para alteração do perfil de especialização produtiva FBCF SI QREN Serviços de mercado com fraca intensidade de conhecimento % dos setores na FBCF 2010 e nas aprovações QREN até junho 2012 Setor primário Serviços de mercado com forte intensidade de conhecimento Indústrias de alta e média-alta tecnologia 40% 20% 0% Indústrias de baixa e média-baixa tecnologia Setores característicos do turismo Indústrias de rede e construção 4 % dos setores nas aprovações QREN até 2011 e exportações líquidas de conteúdo importado (2008) % fundo aprovado 8 Informática Outros serviços às empresas Produtos metálicos Papel e pasta Mobiliário Minerais não-metálicos Têxteis Química e farmacêutica Automóvel Máquinas e equipamentos Vestuário Alimentação e bebidas 0 0 4 8 12% Peso nas exportações líquidas de conteúdo importado (2008) Fonte: Relatório anual do QREN IV

Desafios e perspetivas para 2014-2020 A alteração do contexto sócioeconómico

A profunda alteração do contexto % 8 6 Evolução do PIB (e contributos) e taxa de desemprego Programação QREN Implementação % 16 15,7 12 consumo público 4 8 Consumo privado 2 0-2 -4 4 0-4 -3,2-8 Investimento Procura externa líquida PIB pm (variação anual) -6-8 2000 01 02 03 04 2005 06 07 08 09 2010 11 12-12 -16 Taxa de desemprego (escala da direita) Fonte: INE

Investimento como variável crítica da(s) crise(s) 30% 27,0% FBCF em % do PIB "Efeito PPP" FBCF pública/pib FBCF/PIB 20% 15,9% 16,4% 10% 3,4% 2,6% 1,7% 0% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Efeito PPP: Alteração da forma de tratamento em contabilidade nacional de 4 PPP rodoviárias, que passaram a ser consideradas como investimento das Administrações Públicas (ver destaque INE de 23 abril 2011). Fonte: INE, Projeções da 5ª Avaliação e cálculos próprios 36

% 20 10 0-10 % 20 10 0-10 -20 a nível mundial (Público e Privado) Variação da % FBCF (pública e privada) no PIB: Portugal -20 Privado Público -30 Público sem efeito PPP 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 OCDE -30 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Fonte: OCDE, AMECO e cálculos próprios37

milhões de pessoas 5,4 o desafio do desemprego % 20 16,9% 5,1 15 4,8 10 4,5 4,5 4T 2002 4T 2003 4T 2004 4T 2005 4T 2006 4T 2007 4T 2008 4T 2009 4T 2010 4T 2011 5 4T 2012 Emprego (escala da esquerda) Taxa de desemprego (escala da direita) Fonte: INE 38

Programação 2014-2020 O enquadramento comunitário para o novo ciclo

Negociação período 2014-2020 num contexto europeu marcado Agravamento da crise e forte pressão orçamental Reforço da Governação Económica da UE Identificação de desígnios estratégicos na UE 2020 Elevação das críticas sobre valor acrescentado da PC Apelo crescente ao Better Spending Respostas: Maximizar Resultados, Assegurando Níveis Elevados de Concentração e Pleno Cumprimento de Condicionalidades

Eligibilidade 2014-2020 GDP/capita* < 75 % of EU average 75-90 % > 90 % *index EU27=100 3 categorias de regiões Less developed regions Transition regions Canarias Guyane Réunion Guadeloupe/ Martinique Madeira Açores Malta More developed regions Regional GDP figures: 2006-07-08 GNI figures: 2007-08-09 EuroGeographics Association for the administrative boundaries Fonte: CE

Envelope financeiro para Política de Coesão 2014-2020 (CE 8 fev)

Principais (re)orientações Alinhamento com EU 2020 e PNR Subordinação aos mecanismos de governação económica (semestre europeu): condicionalidade macroeconómica; recomendações oriundas desse processo; Orientação para resultados: indicadores, reporte, monitorização e avaliação quadro de performance (metas e milestones) 5% de reserva de performance a nível nacional Concentração temática maximizar impactos Condicionalidades ex-ante assegurar condições prévias à eficácia da política

Principais (re)orientações Maior integração Quadro estratégico Comum (QEC) integração entre fundos QEC e com outros instrumentos e políticas comunitários Contrato de parceria, com reporte próprio PO multi-fundos e/ou multi-categorias (mas eixos em regra monofundos e mono-categorias) Instrumentos que promovem abordagens mais integradas ou orientadas para resultados: Integrated Territorial Investment, para desenvolvimento urbano (5% FEDER) ou outras estratégias territoriais; Community Led local development lógica LEADER; Joint Action Plan contratualização com base em resultados Alinhamento das regras dos diferentes fundos

Principais (re)orientações Abordagem territorial Quadro Estratégico Comum: principais desafios territoriais (urbano, rural, zonas costeiras, etc.); prioridades de cooperação; mecanismos de coordenação (entre fundos e entre políticas europeias); Acordo de Parceria e PO mecanismos de coordenação de financiamentos; abordagens integradas de mobilização dos fundos no desenvolvimento territorial; princípios para a utilização dos novos instrumentos (ITI e CLLD); abordagens territoriais de combate à pobreza e à exclusão. Regiões Ultraperiféricas Cooperação Territorial Europeia e macroregiões

Instrumentos de programação EU level National level THE COMMON STRATEGIC FRAMEWORK ERDF, ESF, CF, EAFRD, EMFF THE PARTNERSHIP CONTRACT ERDF, ESF, CF, EAFRD, EMFF National or regional level Operational Programmes for ERDF Operational Programmes for ESF Operational Programmes for CF Rural development programmes (EAFRD) Operational Programmes for (EMFF) Multifund Operational Programmes for ERDF, ESF, CF Fonte: CE

Lógica de programação OPERATIONAL PROGRAMME INTERVENTION LOGIC EU 2020 headline targets, GDP, employment rate Result indicators Output indicators Thematic objectives Specific objectives corresponding to investment priorities Actions THE PARTNERSHIP AGREEMENT National Reform Programme, national targets Disparities and development needs THE COMMON STRATEGIC FRAMEWORK Objectives and targets of EU 2020 Key territorial challenges Fonte: CE

Lista de objetivos temáticos FEDER FSE FC Objetivos Temáticos 1. reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação 2. melhorar o acesso às tecnologias da informação e da comunicação, bem como a sua utilização e qualidade 3. reforçar a competitividade das pequenas e médias empresas e dos sectores agrícola (para o FEADER), das pescas e da aquicultura (para o FEAMP) 4. apoiar a transição para uma economia com baixas emissões de carbono em todos os sectores 5. promover a adaptação às alterações climáticas e a prevenção e gestão de riscos 6. proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos 7. promover transportes sustentáveis e eliminar os estrangulamentos nas principais redes de infra-estruturas 8. promover o emprego e apoiar a mobilidade laboral 9. promover a inclusão social e combater a pobreza 10. investir no ensino, nas competências e na aprendizagem ao longo da vida 11. reforçar a capacidade institucional e uma administração pública eficiente

Programação 2014-2020 A programação nacional em curso

Objetivos estratégicos para o AP (nº2 RCM 98/2012) a) Estímulo à produção de bens e serviços transacionáveis e à internacionalização da economia, assegurando o incremento das exportações e o seu contributo para o equilíbrio da balança de transações correntes; à qualificação do perfil de especialização da economia portuguesa, nomeadamente à sua reconversão estrutural através da dinamização da indústria e promovendo a ciência e a transferência dos seus resultados para o tecido produtivo; b) Reforço do investimento na educação, incluindo a formação avançada, e na formação profissional e, nesse contexto, reforço de medidas e iniciativas dirigidas à empregabilidade, desenvolvimento do sistema de formação dual e de qualidade das jovens gerações, assegurando o cumprimento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos e a manutenção da trajetória de redução dos níveis de abandono escolar precoce, bem como, as condições fundamentais para a ulterior integração no mercado de trabalho; c) Reforço da integração das pessoas em risco de pobreza e do combate à exclusão social, assegurando a dinamização de medidas inovadoras de intervenção social e os apoios diretos aos grupos populacionais mais desfavorecidos, as políticas ativas de emprego e outros instrumentos de salvaguarda da coesão social, em todo o território nacional; d) Prossecução de instrumentos de promoção da coesão e competitividade territoriais, particularmente nas cidades e em zonas de baixa densidade e promoção do desenvolvimento territorial de espaços regionais e sub -regionais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável, nomeadamente numa ótica de eficiência de recursos; e) Apoio ao programa da reforma do Estado, assegurando que os fundos possam contribuir para a racionalização, modernização e capacitação institucional da Administração Pública e para a reorganização dos modelos de provisão de bens e serviços públicos.

Princípios operacionais (nº3 RCM 98/2012) a) Princípio da racionalidade económica subordinação de qualquer decisão de apoio dos fundos à aferição rigorosa da sua mais -valia económica, social e ambiental; b) Princípio da concentração concentrar o apoio dos fundos QEC num número limitado de domínios temáticos por forma a maximizar o seu impacte nas dimensões económica, social, ambiental e territorial; c) Princípios da disciplina financeira e da integração orçamental subordinação das decisões de apoio dos fundos no que respeita a projetos públicos à aferição do impacto presente e futuro nas contas públicas e à coerência entre a programação dos fundos comunitários e a programação orçamental plurianual nacional e a integração plena dos fluxos financeiros comunitários no orçamento do Estado; d) Princípios da segregação das funções de gestão e da prevenção de conflitos de interesse subordinação do modelo de gestão dos fundos ao primado da separação rigorosa de funções de análise e decisão, pagamento, certificação e de auditoria e controlo; e) Princípio da transparência e prestação de contas aplicação à gestão dos fundos comunitários de boas práticas de informação pública dos apoios concedidos e da avaliação dos resultados obtidos.

Síntese dos desafios à programação 2014-2020 em Portugal A total integração da programação (e gestão) de fundos comunitários na programação (e gestão) da política pública em Portugal; A centralidade dos resultados (cadeias de programação, concentração e seletividade); A coerência estratégica das diversas intervenções; A consideração adequada das diversidades territoriais; Como construir soluções adequadas aos desafios sobre as experiências QREN e QCA (ambição e realismo).

A incidência em Portugal da Política de Coesão da UE: Balanço e perspetivas Duarte Rodrigues Coordenador adjunto do Observatório do QREN ISCTE, 22 de março de 2013