DIGA SAÚDE - UM SISTEMA DE APOIO A SERVIÇOS DE HOME CARE BASEADO NO MODELO BRASILEIRO DE TV DIGITAL



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Transcrição:

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ MARCOS EDUARDO DA SILVA SANTOS DIGA SAÚDE - UM SISTEMA DE APOIO A SERVIÇOS DE HOME CARE BASEADO NO MODELO BRASILEIRO DE TV DIGITAL FORTALEZA - CEARÁ 2010

MARCOS EDUARDO DA SILVA SANTOS DIGA SAÚDE - UM SISTEMA DE APOIO A SERVIÇOS DE HOME CARE BASEADO NO MODELO BRASILEIRO DE TV DIGITAL Dissertação apresentada no Curso de Mestrado Profissional em Computação Aplicada do Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Computação Aplicada. Orientador: Antônio Mauro Barbosa de Oliveira FORTALEZA - CEARÁ 2010

C824p Santos, Marcos Eduardo da Silva. Diga Saúde - Um Sistema de apoio a serviços de Home Care Baseado no Modelo Brasileiro de TV Digital / Marcos Eduardo da Silva Santos. Fortaleza, 2010. 55 p.;il. Orientador: Prof. Dr. Antônio Mauro Barbosa de Oliveira Dissertação (Mestrado Profissional em Computação Aplicada) - Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências e Tecnologia. 1. TV Digital 2. Middleware 3. Ginga 4. Atendimento Domociliar 5. Saúde I. Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências e Tecnologia. CDD:001.6

MARCOS EDUARDO DA SILVA SANTOS DIGA SAÚDE - UM SISTEMA DE APOIO A SERVIÇOS DE HOME CARE BASEADO NO MODELO BRASILEIRO DE TV DIGITAL Aprovada em: 15/04/2010 Dissertação apresentada no Curso de Mestrado Profissional em Computação Aplicada do Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Antônio Mauro Barbosa de Oliveira Universidade Estadual do Ceará UECE Orientador Prof. Dr. Marcos Negreiros Universidade Estadual do Ceará UECE Prof. Dra. Verônica Instituto Federal de Educação do Ceará IFCE

AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus, por ter concedido essa oportunidade. Em seguida ao meu orientador, Mauro Oliveira, pelo apoio e incentivo; meus professores do MPCOMP; meus pais; minha esposa, Valdriana; meus irmãos e demais familiares; e meus amigos companheiros de mestrado pela ajuda na produção deste trabalho.

A dream you dream alone is only a dream. A dream you dream together is reality. John Lennon

RESUMO O projeto DIGA GINGA destina-se a desenvolver aplicações para o GINGA, o middleware da TV Digital Brasileira. A idéia principal do projeto é, portanto, compartilhar a estrutura computacional do set-top-box, adicionando serviços para o cidadão em sua residência, tais como o monitoramento do ambiente físico (segurança residencial), o monitoramento pessoal (sinais vitais) e outras aplicações para automação residencial. Este estudo agrega ao GINGA um ambiente de aplicações para home care. Nele apresentaremos a implementação do protótipo Diga Doctor, o qual tem como premissa prover a monitoração e apoio às pessoas que se encontram em seu estado saudável, ou às portadoras de patologias, que requerem vigilância médica intensiva. Palavras-Chave: TV Digital. Middleware. Ginga. Atendimento Domociliar. Saúde.

ABSTRACT The project DIGA GINGA is intended to develop applications for GINGA, the Brazilian Digital TV middleware. The main idea of the project is, therefore, share the computational structure of the set-top box and adding services for the citizen at home, such as monitoring the physical environment (home security), personal monitoring (vital signs) and other applications for home automation. This study adds to the GINGA an application environment for home care. In it we present the prototype implementation Say Doctor, which has as a premise to provide monitoring and support to people who are in their healthy state, or the carriers of diseases that require intensive medical supervision. Keywords: Digital TV. Middleware. Ginga. Home Care. Health.

LISTA DE FIGURAS Figura 1 Exmplo de produtos dedicados usados em Home Care.................... 27 a Unidade do Paciente.............................................. 27 b Unidade Central................................................. 27 Figura 2 Visão Geral do Diga Saúde............................................ 29 Figura 3 Serviços do Diga Saúde............................................... 33 Figura 4 Requisitos funcionais................................................. 35 Figura 5 Modelo de Visualização de arquitetura 4+1.............................. 36 Figura 6 Arquitetura Física.................................................... 37 Figura 7 Arquitetura geral dos principais componentes sistema.................... 38 Figura 8 Arquitetura Lógica do Módulo WEB...................................... 39 Figura 9 Arquitetura Lógica do Módulo TV........................................ 41 Figura 10 Diagrama de Classes................................................... 43 Figura 11 Visualizador de Posologias de Receitas Médicas na TVi.................. 44

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS TVD TVDI AD SBTVD API TV Digital TV Digital Interativa Atendimento Domiciliar Sistema Brasileiro de TV Digital Application Programming Interface

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................... 13 1.1 Tema................................................................. 13 1.2 Motivação............................................................ 14 1.3 Problemas e Desafios................................................... 17 1.4 Solução............................................................... 18 1.5 Desafios.............................................................. 19 1.6 Metodologia.......................................................... 20 1.7 Organização da Dissertação............................................ 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................... 21 2.1 TV Digital Brasileira................................................... 21 2.1.1 Tipos de Serviços dos Aplicativos Interativos............................... 22 2.2 Consideraçoes......................................................... 23 2.3 Atendimento Domiciliar de Saúde....................................... 23 2.3.1 Introdução............................................................. 23 2.3.2 Cuidadores Formais e Informais.......................................... 24 2.3.2.1 O Cuidador Formal..................................................... 24 2.3.2.2 O Cuidador Informal (leigo ou familiar).................................... 25 2.3.2.3 Características do cuidador informal....................................... 25 2.3.2.4 Impacto das atividades sobre o Cuidado informal............................ 25 2.3.2.5 Plano de Atenção Domiciliar -PAD........................................ 26 2.4 Trabalhos Relacionados................................................ 28 3 ESTUDO DE CASO....................................................... 29 3.1 Introdução............................................................ 29 3.2 Cenários de Uso....................................................... 30 3.2.1 Primeiro acesso do módulo web........................................... 30 3.2.2 Primeiro acesso do Módulo TV........................................... 31 3.2.3 N-ésimo Acesso do Módulo TV........................................... 32 3.2.4 N-ésimo Acesso do Módulo Web.......................................... 32

3.3 Serviços do Diga Saúde................................................. 32 3.3.1 Monitoramento de sinais vitais............................................ 32 3.3.2 Acompanhamento de consumo de medicamentos na TV...................... 33 3.3.3 Exibição de Vídeos educacionais e motivacionais............................ 34 3.3.4 Requisitos Funcionais................................................... 34 3.3.5 Requisitos Não Funcionais............................................... 35 3.3.6 Requisitos de Usabilidade................................................ 35 3.4 Arquitetura........................................................... 35 3.4.1 Visão Física........................................................... 36 3.4.2 Visão Lógica.......................................................... 38 3.4.2.1 Arquitetura Lógica do Módulo Web....................................... 38 3.4.2.2 Arquitetura Lógica do Módulo TV........................................ 40 3.4.2.3 Modelagem de Classes de Domínio........................................ 42 3.4.3 Visão de Execução...................................................... 42 3.4.4 Visão de implementação................................................. 42 3.5 Especificação.......................................................... 42 3.5.1 Casos de Uso.......................................................... 42 3.5.2 Diagrama de Classe..................................................... 43 4 CONCLUSÃO............................................................. 45 BIBLIOGRAFIA.......................................................... 47 APÊNDICE............................................................... 48 APÊNDICE A -- REQUISITOS LEVANTADOS PARA O SISTEMA................ 49 A.1 Requisitos Funcionais.................................................. 49 A.1.1 Requisitos não Funcionais............................................... 51 APÊNDICE B -- ETAPAS DO PROCESSO DE INTERNAÇÃO DOMICILIAR...... 52

13 1 INTRODUÇÃO 1.1 Tema A TVD (TV Digital) é uma nova tecnologia que vem substituindo a atual televisão analógica. É por meio dela que ocorre a geração e transmissão sinal perfeito, hoje, recebidos em aparelhos de TVD de 70% das 27 capitais brasileiras (GONÇALVES, 2009). Esssa nova tecnologia é considerada um grande avanço tecnológico para os pesquisadores de todos o país e do mundo. Contudo, a grande novidade tecnológica da TVD não está apenas na exibição de imagens e sons de alta definição, o grande diferencial está na interatividade. Como o sinal da TV Digital é composto por dados em forma de dígitos binários (bits), ele passa a transmitir junto com essas imagens e sons, os aplicativos (softwares) para proporcionar a interação entre o telespectador e o programa assistido no televisor (JUNOT, 2007). Os dados podem ser, por exemplo, informações enviadas e recebidas por aplicativos interativos dos mais variados tipos, os quais podem ser classificados de acordo com o serviço oferecido, como: serviços de saúde, informação, comunicação, entretenimento, comerciais, governamentais, educacionais etc. No caso da saúde, os serviços podem ser do tipo T-Health ou T-Care. O primeiro cobre todos os serviços de informação, relacionados com a saúde e o bem-estar, entregues e executados na tela da TV. O segundo, uma variante especial de T-Health, abrange os serviços de comunicação que unem os pacientes a profissionais de saúde por meio de aplicações baseada em TVD (ou TVDI - TV Digital Interativa) para prestar serviços de Atendimento Domiciliar (KNOWLEDGE, 2006). O Atendimento Domiciliar (AD), também conhecido como home care, é uma modalidade de assistência de saúde que pode ser definido como um conjunto de procedimentos hospitalares possíveis de serem realizados na casa do paciente (FABRÍCIO; WEHBE; NAS- SUR; ANDRADE, 2004). O movimento de AD surgiu nos Estados Unidos, em 1947, na era do pós-guerra. Neste período várias enfermeiras uniram esforços e passaram a atender e cuidar dos pacientes em suas próprias residências. Somente na década de 1960 é que este movimento se tornou mais evidente e a idéia do AD começou a ser levada mais a sério (FALCÃO, 1999). Atualmente, já existem várias empresas e instituições, no mundo, que prestam o serviço de atendimento domiciliar aos mais variados perfis de paciente (LOPES et al., 2003). No Brasil, essa atividade tem progredido muito, principalmente, no sentido da criação de uma regulamentação nacional, que possibilitou a geração normas e padrões técnicos que norteiem o mercado da prestação desse tipo de serviço (NEADSAUDE, 2010). teste dd Lopes et al. (2003) dsdds

14 1.2 Motivação As pessoas estão vivendo mais e, em algumas partes do mundo, vidas mais saudáveis. Isso representa uma das mais importantes aquisições do século passado, mas também um desafio significativo. Afinal, vidas mais longas exigem planejamento. O envelhecimento da sociedade pode afetar o crescimento econômico e muitas outras áreas, incluindo a sustentabilidade das famílias, a capacidade dos Estados e comunidades de prover recursos para os cidadãos idosos e, até mesmo, as relações internacionais. Pela primeira vez na História e, provavelmente, para o resto da história humana, as pessoas de 65 anos ou mais irão sobrepassar as crianças menores de 5 anos. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 1940 a 2008, a proporção de idosos cresceu mais de 170%, enquanto a redução da proporção de crianças (até 14 anos) foi de 42%. Ainda no ano de 2008, todas as unidades federativas do Sudeste e do Sul do Brasil apresentaram percentuais de idosos acima de 10%. O índice de envelhecimento de uma população é representado pelo número de pessoas com idade maior ou igual a 60 anos por 100 pessoas menores de 15 anos. Outro índice importante é razão de dependência total, que equivale ao número de pessoas com menos de 15 anos, somadas às pessoas com idade superior ou igual a 65 anos por cada 100 pessoas de 15 a 64 anos. Isso equivale à soma da razão de dependência juvenil com a razão de dependência senil. Entendendo estes conceitos chega-se à razão de suporte potencial, ou seja, o número de pessoas de 15 a 64 anos para cada pessoa com 65 anos ou mais. Esse índice indica a carga de dependência potencial sobre os trabalhadores. O impacto do envelhecimento demográfico é visível na taxa razão de suporte potencial (RSP), que tem caído e continuará a cair. De 1950 a 2005, a RSP caiu de 12 para 9 pessoas na idade de trabalho por cada pessoa de 65 anos ou mais. Até o meio deste século, espera-se que a RSP, para o mundo, caia para 4 trabalhadores para cada pessoa de 65 anos ou mais. De fato, a RSP tem importantes implicações para a seguridade social, particularmente em sistemas tradicionais nos quais os trabalhadores atuais pagam pelos benefícios dos aposentados. Hoje, no mundo, verifica-se que a expectativa de vida aumenta, enquanto que a taxa de fecundidade diminui. Assim, enquanto a população mundial está envelhecendo a uma taxa sem precedentes, a população total em alguns países está declinando simultaneamente. Cabe ressaltar que as pessoas de 85 anos ou mais são a porção com o crescimento mais rápido em muitas populações. Nesse contexto, as doenças não transmissíveis estão se tornando uma carga crescente. As doenças crônicas são agora a maior causa de óbito entre pessoas idosas, tanto nos países

15 mais desenvolvidos quanto nos países menos desenvolvidos. Mas é uma diferença fundamental no que ocorre em cada um desses blocos de nações: os países desenvolvidos enriqueceram antes de envelhecer. Já os países em desenvolvimento estão envelhecendo antes de enriquecer. Nesse cenário, há um aumento na demanda por serviços de saúde. Também, há mais pessoas dependentes de cuidados. Com isso, o Estado precisa de estratégias diferenciadas de ação, especialmente para lidar com a população idosa. Por exemplo, o idoso frágil precisa ter acesso à atenção domiciliar, à reabilitação, instituições de longa permanência. Já o idoso independente deve receber serviços de promoção de saúde, prevenção, reabilitação preventiva, atenção básica e suporte social. Há escalas para a avaliação funcional dos idosos. Nesta avaliação, é preciso conhecer o aspecto da fragilidade. Esta se caracteriza como uma síndrome clínica na qual ocorre o declínio cumulativo dos sistemas fisiológicos, causando maior vulnerabilidade às condições adversas, por haver dificuldade de manutenção da homeostase em situações de exposição a diferentes perturbações. Mas o que se sabe sobre a fragilidade dos idosos no Brasil hoje? Um estudo da USP de 2006 encontrou cerca de 15% de idosos frágeis na população, sendo a maioria mulheres, com mais de 75 anos. A partir dessa idade, dois anos depois, em 2008, verificou-se a taxa de 45,3% da população idosa como frágil. No entanto, a fragilidade tem sido documentada como evitável e reversível por meio de intervenções ativas e pró-ativas. É preciso realizar a busca precoce de sinais e sintomas, de modo que o tratamento e o suporte social possam ser instituídos para melhorar a qualidade de vida e postergar ou minimizar as consequências adversas potenciais. Os serviços de atendimento domiciliar podem ser prestados a qualquer tipo de enfermo, sejam crianças, adultos ou idosos. Geralmente, os pacientes com problemas de locomoção que possuem mais dificuldade para ter acesso a um atendimento contínuo, em hospitais ou unidades de saúde, são os que mais necessitam do atendimento domiciliar de saúde. Ao implantá-lo, devem-se priorizar grupos, com estado de saúde mais vulneráveis, que possuem uma série de características em comum, como: idade avançada, doenças crônicas e evolutivas, dependência física ou psíquica e outras (LOPES et al., 2003). Em uma pesquisa realizada, durante 12 meses de atividades, no Hospital São Francisco (HSF), em Ribeirão Preto, foi verificado que a primeira dessas características, idade avançada, é a mais identificada nos pacientes que fazem uso do AD. Dos 65 pacientes que fizeram parte da pesquisa, 73% tinham idade predominantemente acima dos 60 anos (FABRÍCIO; WEHBE; NASSUR; ANDRADE, 2004). O AD é uma atividade complexa que envolve parentes e profissionais da saúde, como gestores, médicos, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, agente comunitário de saúde, dentista

16 recepcionista e outros, incumbidos das mais variadas atribuições. Entre as atribuições, existem algumas que passíveis de auxílio de instrumentos tecnológicos, como: o monitoramento contínuo de sinais vitais; a administração de medicamentos, conforme prescrição realizada pelo médico; e o apoio psicológico que incentive a prática de hábitos saudáveis (LOPES et al., 2003). No caso do apoio psicológico, podem ser utilizados vídeos e softwares para seleção e exibição de filmes motivacionais. A utilização desses vídeos é uma prática já utilizada em várias áreas do conhecimento. Na área da saúde, entre exemplos de sua utilização, temos os o Philips Motiva (EUA) e o Sistema para Campanha de Dengue (Brasil) proposta por (BORGES; BARBOSA; VARELLA; ROESLER, 2008), ambos apresentados como sistemas interativos de TV Digital. O Philips Motiva, em um estudo realizado durante um ano, no hospital Trias i Pujol da Catalunha, na Espanha, demostrou resultados positivos para os pacientes e profissionias integrantes do corpo clínico do hospital. Segundo o Dr. Mar Domingo, um dos principais pesquisadores, os resultados do estudo demostraram as vantagens que esse tipo de sistemas de telemedicina provoca, gerando, assim, um maior controle da doença e um atendimento mais rápido para os casos de urgência médica". Os 68 pacientes cardíacos, que fizeram parte do estudo, apresentaram uma significativa melhora na percepção da sua qualidade de vida e as hospitalizações por Infarto Cardíaco (IC) foram reduzidas em 68% durante o período da pesquisa (DEURSEN; BARRIOS, 2010). À administração de medicamentos é um serviço atribuído a um cuidador, que pode ser um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem ou, até mesmo, o próprio familiar do paciente. No Brasil, 70% dos idosos possuem pelo menos uma patologia crônica, ou seja, necessitam de tratamento medicamentoso e uso regular de medicamentos (SILVA, 2010). Porém, estudos demonstram que cerca de 40% a 75% dos idosos não tomam seus medicamentos nos horários e quantidades certas. (OLIVEIRA, 2003). Logo, grande parte dos idosos necessitam e não consomem seus medicamenos corretamente. O que nos leva a concluir que a maioria deles necessitam de uma auxílio para cunsumir corretamente seus medicamenteos, seja esse acompanhamento realizado por um cuidador ou um sitema tecnológico destinado a automatizar parte desse pocesso. Algumas experiências desse tipo de sistema informático já foi registrado na literatura e no mercado. Porém, ambos sem fazer uso dos recursos de aplicativos interativos de TVD. É, portanto, um desafio, para área de home care, utilizar recursos computacionais que possam vir a apoiar esse tipo de serviço, o qual, confome já informado anteriormente, é prestado, em sua maioria, a pessoas idosas, público alvo da nossa proposta. Para realizar o monitoramento contínuo de sinais vitais, pressão arterial, pulso, respiração e temperatura (CARRARO, 2009), já existem no mercado e na literatura (em faze de estudos, em desenvolvimento e já desenvolvidos) dispositivos (sensores) e sistemas para realizar esse monitoramento (DIGITAL TELEHEALTH, 2010; PHILIPS MOTIVA, 2010; ANGIUS et al, 2008). Porém, conforme descrito Angius et al (2008), a maior parte das tecnologias utiliza-

17 das em serviços de home care é baseada em um Personal Computer (PC) com ligação à Internet ou em dispositivos dedicados caros. O PC, em alguns casos, para alguns pacientes, como os idosos, dificulta a utilização da tecnologia e os dispositivos dedicados, conforme informado por Angius et al (2008), possui custos elevados. 1.3 Problemas e Desafios A saúde pública é hoje um dos grandes problemas que precisam ser solucionados. Hospitais super lotados e pacientes mal atendidos, sem diagnósticos definidos e consequentemente chegando a um mal prognóstico.este problema que se inicia na atenção primária ao paciente, pois com profissionais que muitas vezes capacitados, mas por não dispor de exames complementários imediatos, chegam a tratar empiricamente, levando assim a morbidades que atingem um grande números de pessoas na nossa sociedade, principalmente os idosos, tais como as seqüelas de AVC que em nosso meio tem uma grande incidência e prevalência. O mais importante para todo este problema é a prevenção, pois com ela teremos uma diminuição das co-morbidades que atingem a nossa população. Na atenção primária nos faz presente tudo que diz respeito a atenção continuada e por isso devemos nos enfatizar nessa questão da prevenção e juntamente com um acompanhamento e um tratamento adequado e multidiciplinar para problemas existentes como: hipertensão arterial, diabes melitos, obsidade,etc. No nosso pais tem aumentado em grande porcentagem pacientes com um grau de alto riscos para enfermidades citadas anteriormente, não tratados e chegando a seqüelas que impedirão de levar uma vida normal, que muitas vezes incapacitados de realizar tarefas do cotidiano, necessitando de ajuda de terceiros e com isso chegando a viver dependente de um cuidador, seja ele familiar ou profissional capacitado. O atendimento domiciliar,conforme descrito por xxx, auxilia no melhor manejo terapêutico reduzindo custos e contribuindo para um melhor prognóstico e estilo de vida do paciente. Nesse sentido, há um caso bem-sucedido que já exemplifica o novo modelo em saúde: o serviço Hospital At Home, do Hospital Johns Hopkins, em Baltimore, Estados Unidos. Este serviço comprova que o home care reduz custos. No que se refere à comparação de custos entre a atenção hospitalar e a domiciliar, pode-se ressaltar alguns fatores que agregam valor no hospital, como a disponibilidade de recursos físicos e humanos 24h por dia, exames complementares sem plena necessidade e o risco de infecção hospitalar. Em contrapartida, há outros fatores que reduzem os custos quando o atendimento é feito no domicílio, como o uso de equipamentos específicos para o plano terapêutico daquele paciente, ausência de serviços de hotelaria, menor solicitação de exames complementares e maior controle prévio sobre todos os procedimentos, materiais, medicamentos e exames.

18 Apesar dessas vantagens, é preciso observar possíveis itens que agregarão custos na atenção domiciliar. Exemplos disso são solicitações de home care sem a efetiva necessidade, querendo incluir todos os serviços, enfermagem 24h etc. Além disso, pode haver uma postura inadequada dos profissionais de saúde no domicílio, dificultando a redução do plano terapêutico e desmame. Por fim, existem liberações judiciais embasadas mais no lado emocional do que no técnico, resultando em uma maior necessidade de atendimento do que é real. No entanto, por que o home care não é utilizado em maior escala no Brasil? Algumas razões: desinformação; aspectos culturais da população, dos médicos e dos hospitais; receio da família e da fonte pagadora por não saber como ficará a conta e por uma velocidade inadequada, ou seja, lenta, porque a transferência para a casa tem que ser rápida e menos burocrática. A mensagem final é de que precisamos de uma quebra de paradigma do modelo atual. O uso da tecnologia da informação pode ser uma ferramenta útil para auxiliar as tarefas cotidianas desses pacientes que necessita do trabalho de um cuidador Ter um sistema para apoiar parte dos serviços prestados pelos cuidadores (formais ou informais/familiares) passa a ser uma necessidade que contribui com o aumento da auto estima dos pacientes. Estudos (xxx) demonstram que o aumentode auto estima dos pacientes, faz xom o corpo fique menos exposto e sua imunidade mais elevada. nete sentido, prover soluções tecnológicas fazem com que esse pacientes fiquem amais autonomo e mais motivados. 1.4 Solução Para auxiliar os serviços de atendimentos domiciliares, propomos, com este trabalho, a automatização de algumas atividades de home care por meio de um sistema, baseado em TV Digital Interativa (TVDi), denominado Diga Saúde. Além da importância no contexto do home care, descrito anteriormente, há de se destacar a utilização da plataforma Ginga, middleware do modelo brasileiro de TV digital. A interatividade, característica maior do Ginga, agrega ao Diga Saúde uma particularidade única e bastante vantajosa ao sistema home care no Brasil. Nesse contexto, o Diga Saúde apresenta-se como um sistema composto por dois módulos que serão utilizados por médicos e pacientes para apoiar algumas atividades utilizadas nos serviços de home care. O primeiro será concebido como um sistema web que irá para fornecer (ou receber) dados do segundo módulo. Este representado por um aplicativo de TVDi que será embarcado no Set Top Box (STB) conectado a TV do paciente. Suas principais funcionalidades são: acompanhamento de consumo de medicamentos na TV, consulta remota de sinais vitais de paciente e fornecimento de vídeos motivacionais.

19 1.5 Desafios Um desafio para o projeto é atender ao público, é fazer com com que o sistema utiliza meios para auxuliar todos os tipos de paciente, incluindo os deficintes áudio-visuais. Logo os sistema deve ter áudio. Outro desafio o sistema onteraga com a prdução de fármacos que diferncie os medicamentos, pois grande parte dos medicamentos possui as mesmas caracterísiticas. Logo, deve haver uma diferciação de cor e tamanho. Ajudando, opaciente a diferenciar os fármacos, evitando hipo, superdosagem e não ingestão. Os trabalhos supracitados possuem relevância no contexto de atendimento domiciliar de saúde em plataformas de Tv Digital. O Philips Motiva e o MHPhomecare, assim como Diga Saúde, também são exemplos de T-Care. Porém nenhum deles faz uso de aplicativos interativos especificamente implementados para o Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD). Alguns de suas idéias estão sendo abordadas como funcionalidades do Diga Saúde, como o serviços de exibição de vídeos educacionais e motivacionais que, também, são abordados em Borges (2008). Um desafio para desafio para o projeto é a sua implantação. A tv Digital, como já comentada anteriormente está presente em 40% dos lares brasileiros. Contudo, A utilização da TV Digital Interativa ainda não está bem difundida entre as pessoas. Logo, é um desafio para esse projeto procuarar meios de convencer as pessoas, entre essas pacientes e puidadores, sobre a vivalidade e os benefíuc que um projeto dessa natureza pode trazer para os paceintes brasileiros. Para esse projeto o que mais interessa é a interativodade e, atualmente, nem todas os STBS vendidos possuem o middleware Ginga intalado. O nos leva a acreditar. O público alvo desse prjeto são os idosos, pois eles são os que mais fazem uso dos serviços de home care. Logo, é um desafio para esse projeto convecer familiares, pacientes e profissionais de saúde de que uso desse projeto trará, assim como aconteceu com o Philips motiva, trazer benefícios para o público brasileiro. outro desafio: adequar o sitema ao processo de internação domiciliar, ou seja, o sistema é que deve se adequar ao processo e não o contrário. Funcionalidades terão que ser atendidas para propocionar a vializaçao da utilizçao do sistema, seja no âmbito privado ou público. O sigilo médico é instituído em favor do paciente e encontra suporte na própria Constituição Federal, em seu art. 5 o, inciso X: São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas (...). Por sua vez, o Código Penal estabelece penalidades para a violação do segredo profissional. De acordo com o seu art. 154, qualquer segredo obtido através de função, ofício ou profissão deve ser resguardado.

20 No que diz respeito à medicina, o segredo médico é abordado pelo Código de Ética Médica e se baseia na relação de confiança entre o médico e o paciente. Segundo o conselheiro Carlos Vital, 1 o vice-presidente do CFM, trata-se nesse parecer dos direitos relacionados a personalidade humana, reconhecidos pelos diversos ordenamentos jurídicos, constituindo direitos inatos, por existirem antes e independentemente do direito positivista, como inerentes aos próprios homens, considerando em si e em suas manifestações. Fonte: CFM 1.6 Metodologia A metodologia adotada foi baseada em uma pesquisa aplicada, com uma abordagem exploratória, dividida em quatro etapas. Na primeira, foi realizado um levantamento bibliográfico que versa sobre serviços de saúde e aplicativos para Tv Digital interativa, bem como foram realizadas reuniões e entrevistas com o pessoal envolvido com o projeto Ginga CDN. Na segunda, foi realizada a identificação de trabalhos relacionados e elaboração de um estudo comparativo entre os trabalhos relacionados com as áreas de interesse. Na terceira, foi realizada a especicicação, arquitetura e tecnologias utilizadas no sistema. Na quarta, e última fase, realizada a implementação do estudo de caso. 1.7 Organização da Dissertação Este trabalho está dividido em 6 (Seis) capítulos. Após esta introdução, o Capítulo 2 (dois) apresenta o estado da arte de televisão digital e Atendimento Domiciliar, procurando relacionar as duas áreas. Ainda neste capítulo, serão apresentados os trabalhos relacionados ao objeto de estudo desta dissertação. O Capítulo 3 (três) apresenta o Diga Saúde. Neste capítulo são apresentadas as funcionalidades, bem com especificação do sistema, contendo diagramas e modelo utilizados para facilitar o entendimento das partes que compões o sistema. O Capítulo 4 (quatro) aborda o desenvolvimento do sistema e discute os desafios da implementação do mesmo. É, neste capítulo, que são descritas definições dos frameworks, bibliotecas e padrões arquiteturais utilizados, bem como as justificativas que acercam a escolha das dessas tecnologias e padrões. Os experimentos realizados a caracterizar a viabilidade do sistema Diga Saúde são apresentados no Capítulo 5 (cinco). Por fim, as conclusões e os sugestões para trabalhos futuros são discutidos no Capítulo 6 (seis).

21 2 REFERENCIAL TEÓRICO Este Capítulo apresenta o estado da arte das áreas envolvidas nesta dissertação, Televisão Digital Interativa e Atendimento Domiciliar de Saúde, bem como os trabalhos relacionados ao objeto de estudo deste trabalho, o sistema DigaSaúde. 2.1 TV Digital Brasileira A TV digital é a nova tecnologia de televisão que, ao longo dos últimos anos, vem substituindo a atual televisão analógica. O termo digital é derivado da palavra dígito, que é sinônimo de algarismo. A tecnologia digital é baseada na linguagem binária, formada por seqüências de algarismos binários ou bits (0 e 1). No cenário da TV Digital, as imagens e sons, transmitidos por uma emissora de TV, são convertidos em fluxos de bits que, por sua vez, são transformados em sinais elétricos e transportados, pelo do ar, por meio de ondas eletromagnéticas. Os sinais elétricos chegam ao receptor, são novamente transformados em fluxos de bits e convertidos em dados, imagens e sons. (JUNOT, 2007). A transmissão e a recepção do sinal perfeito já podem ser consideradas um grande avanço tecnológico para os pesquisadores desse novo modelo de televisão brasileiro. Hoje 77,7% da população, dividida em 32 cidades já recebem o sinal digital (TAVARES, 2010). Contudo, o impacto da nova geração de televisão é muito mais significativo do que uma simples troca de um sistema analógico de transmissão para a televisão digital e muito mais do que o uso de dispositivos receptores (STB Set Top Box) para melhorar a qualidade de imagem e som. Como o sinal da TV digital é composto por dados em forma de dígitos binários (bits), será possível transmitir junto com imagens e sons de alta definição, dados e aplicativos (software) para proporcionar a interação do telespectador com o programa assistido no televisor. Com o auxílio do controle remoto da TV, o telespectador, caso queira e o aplicativo em uso possibilite, poderá fazer uso de serviços que viabilizam, por exemplo, o envio/retorno de dados, via canal de retorno (ou canal de interatividade), a computadores/servidores conectados a internet. Esses aplicativos contribuem para o surgimento da grande novidade tecnológica da TV digital, a interatividade 1. A seção 2.1.1 descreve alguns tipos serviços que podem ser oferecidos por aplicativos interativos que podem ser implementados para essa nova plataforma de televisão. Para que seja possível viabilizar a recepção dessas imagens e sons de alta qualidade, bem como a interatividade em TVDi (TV Digital interativa), alguns esforços da comunidade 1 A interatividade, na área da informática, é a faculdade de troca entre o usuário de um sistema informático e a máquina, por meio de um terminal dotado de tela de visualização (Ferreira, 2010, p. 01). No contexto da TVDi (TV Digital Interativa) essa tela é o televisor do usuário e o sistema informático é o aplicativo interativo que será executado na máquina (ou Set Top Box) conectado ou integrado a esse televisor.

22 científica e tecnológica mundial foram realizados para definir diferentes modelos, sistemas e padrões de TV Digital no mundo. Esses esforços tiveram como resultado a idealização de uma camada um software, denominada middleware, criada para ser embarcado em conversores com objetivo de facilitar o desenvolvimento de aplicativos para TV Digital. No modelo brasileiro de televisão digital, o middleware como padrão de referência para o desenvolvimento de aplicativos interativos o SBTVD é o middleware aberto GINGA (LAVID; TELEMÍDIA, 2009). Ele é subdividido em dois subsistemas: ambiente de apresentação declarativo 2, baseado em NCL (Nested Context Language), denominado Ginga-NCL (ITU-T J201, 2004) 3, e o ambiente de execução procedural 4, denominado Ginga-j (ITU-T J202, 2004), baseado em Java. Esses dois subsistemas são interligados por outro importante subsistema, denominado o Ginga-CC (Common Core) ou núcleo comum (ITU-T J200, 2001), os quais, juntos, são responsáveis por promover a interatividade do Ginga que está sendo desenvolvido e aprimorados no Projeto Ginga CDN (Ginga Code Development Network) liderado pelas universidades UFPB e PUC-RIO (GINGA CDN, 2009). 2.1.1 Tipos de Serviços dos Aplicativos Interativos De acordo com Knowledge (2006.) os aplicativos interativos podem ser classificados de acordo com o tipo de serviço, por exemplo: serviços de informação (EPG, notícia, previsão do tempo, serviços de tráfego, Informações, etc); comunicação (T-mail, T-Chat, etc); entretenimento (T-games, vídeo sob demanda), serviços de comerciais (T-Banking, aplicações de promoção, etc); T-Government (portais de informação); T-Learning (games educacionais, educação profissional, etc); T-Health; e T-Care. Estes dois últimos, por serem os tipos de serviços oferecidos pelo objeto de estudo desse trabalho, encontram-se de descritos nos tópicos a seguir: T-Health (ou T-Saúde): cobre todos os tipos de serviços de informação relacionados com a saúde e o bem-estar que são entregues e executados na tela da TV; T-Care (uma variante especial de T-Health): abrange todos os tipos de serviços de comunicação (bi-direcional) que unem os pacientes a profissionais de saúde através de aplicações baseada em TVDI para prestar serviços de cuidado domiciliar. O Capítulo 2.3 descreve algumas informações a área de cuidado domiciliar, que, hoje, é bastante difundida e conhecida pelo termo, em inglês, home care. 2 Um ambiente declarativo possibilita a criação de aplicativos representados por documentos de hipermídia a serem apresentados no Terminal de Acesso, com intuito principalmente informativo, e que possibilitam o encadeamento de diversos documentos (LEITE, 2005). 3 Maiores informações: http://www.ncl.org.br/ 4 Um ambiente procedural possibilita a criação de programas formados por comandos ou instruções a serem interpretados ou executados (LEITE, 2005).

23 2.2 Consideraçoes A TV Digital Interativa possibilita a criação de um grande número de serviços. Entre esses serviços existe o interesse na criação de serviços que venha a contribuir com a nossa sociedade, como a criação de serviços interaivos na área de saúde, por exemplo. Utilizar esses recursos para aumentar a qualidade de vida das pessoas, em especial as pessaas idosas, é o diferencial da nossa proposta. Sobretudo porque o numero de pessoas idosas, em especial os idosos que fazem já utilizam a TV como forma de entretenimento, terão a possibilidade de fazer uso de serviços de home care, o qual tem demanda crescente em em nossa sociedade. Segundo dados da pesquisa Idoso Brasileiro feita pelo Instituto Datafolha no fim de 2008, a saúde é o aspecto mais importante na vida de 82% dos entrevistados com mais de 60 anos. A preferência pelo hábito de assistir à TV também foi a mais citada entre as atividades relacionadas aos meios de comunicação, sendo a TV aberta escolhida como a principal fonte de informação (fonte: http://www.vendamais.com.br/artigo/49994-os-mais-experientestambem-compram.html). a utilização da tv pode vir a reduzir aparência hospitalar já que a tv é um eletrodoméstico no qual a pessoas já estão familiarizados. Tornando mais facil a utilização dos sitema. Nesse cenário, há um aumento na demanda por serviços de saúde. Também, há mais pessoas dependentes de cuidados. Com isso, o Estado precisa de estratégias diferenciadas de ação, especialmente para lidar com a população idosa. Por exemplo, o idoso frágil precisa ter acesso à atenção domiciliar, à reabilitação, instituições de longa permanência. Já o idoso independente deve receber serviços de promoção de saúde, prevenção, reabilitação preventiva, atenção básica e suporte social. 2.3 Atendimento Domiciliar de Saúde 2.3.1 Introdução O Atendimento Domiciliar constitui-se como uma atividade da atenção básica que se apresenta como um dos atendimentos da Assistência Domiciliar presentes na Atenção Primária de Saúde. Essa modalidade de assistência preconiza o cuidado no domicílio para pessoas que necessitam de contatos freqüentes e programáveis com os profissionais da área de saúde (LOPES et al, 2003). O envelhecimento populacional brasileiro vem se acentuando consideravelmente, gerando impactos nas diversas formas de se prestar cuidados ao grupo idoso. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 1950 e 2025, a população de idosos no país crescerá 16 vezes contra 5 vezes o crescimento populacional total, colocando nosso país como a

24 sexta população em contingente de idosos no mundo. - De acordo com um trabanho elaborado pelo Núcleo Nacional das Empresas de Assistência Médica Domiciliar (NEAD) e publicado no Jornal O Estado de São Paulo em 14 de fevereiro de 2006, o setor conta com 170 empresas brasileiras especializadas em atendimento de saúde domiciliar, maioria dessas empresas estão localizadas em São Paulo, 30 mil pacientes sendo atendidos por mês em regime de Home Care, 73% desssas empresas tem como clientes planos de saúde, e 20% são serviços do SUS. Não foi mencionado o número de clientes particulares. 2- De acordo com uma entrevista concedida pelo Sr. Ari Bolanhezi -NEAD ao DCI em São Paulo: Estima-se que o setor de home care tenha movimentado em 2005 cerca de 240 milhões de reais. Para 2006, espera-se que o setor de home care movimente 276 milhões de reais, um incremento de 15% em relação à 2005. Afirmou também que 73% dos Planos de Saúde no Brasil já oferecem os serviços de home care aos seus usuários. Na mesma entrevista foi informado que, de acordo com José De Rosa, da consultoria HCPC Consult, em 2005 houve o atendimento de 264 mil pacientes em regime de home care. Um fenômeno a se destacar é o crescimento da população "mais idosa", considerada acima de 80 anos, trazendo como conseqüência alterações na própria composição etária dentro do grupo de idosos. Este fato nos permite observar pessoas na faixa de 60 anos "em pleno vigor físico e mental, bem como pessoas na faixa de 90 anos, que devem se encontrar em maior vulnerabilidade". 5 2.3.2 Cuidadores Formais e Informais No atendimento domiciliar existem dois tipos de cuidadores: o Formal e o Informal 6. 2.3.2.1 O Cuidador Formal Provê cuidados de saúde ou serviços sociais para outros, em função de sua profissão, e usa as habilidades, a competência e a introspecção originadas em treinamentos específicos. O grau de instrução e treinamento para se obter certificados em várias profissões é muito variado. Pessoas que ocupam posições administrativas ou acadêmicas, e que têm sido treinadas na profissão de cuidar de outras pessoas, são também denominadas cuidadores formais, porque suas atividades têm um impacto significativo sobre a saúde dos pacientes. Geralmente, os cuidadores formais recebem compensação financeira pelos seus serviços, mas, algumas vezes não a recebem quando na condição de voluntários de organizações, grupos ou particulares. Os cuidadores formais atendem às necessidades de cuidados de saúde pela provisão efetiva de serviços, 5 http://www.homecarecenter.com.br/cuidadores.html 6 http://www.portalhomecare.com.br/pagina.php?pagina=21

25 competência e aconselhamento, (bem) como apoio social. 2.3.2.2 O Cuidador Informal (leigo ou familiar) Provê cuidados e assistência para outros, mas sem remuneração. Geralmente, este serviço é prestado em um contexto de relacionamento já em andamento. É uma expressão de amor e carinho por um membro da família, amigo ou simplesmente por um outro ser humano em necessidade. Cuidadores, no sistema informal, auxiliam a pessoa que é parte ou totalmente dependente de auxílio em seu cotidiano, como: para se vestir, se alimentar, se higienizar, dependa de transporte, administração de medicamento, preparação de alimentos e gerenciamento de finanças. 2.3.2.3 Características do cuidador informal Levantamentos e pesquisas efetuados em vários países permitem reconhecer a importância dos cuidadores. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de dois milhões e duzentos mil membros de famílias e amigos provêm cuidados e tratamentos para mais de um milhão e trezentos mil enfermos ou debilitados. Cerca de dois terços dos cuidadores são mulheres. Aproximadamente, três quartos desses doentes recebem cuidados ou tratamentos por intermédio de membros da família e vivem com as próprias famílias. Embora a atividade empregatícia dos cuidadores tenha provado não reduzir o cuidado dedicado ao paciente, existe um certo impacto na qualidade desse cuidado e/ou tratamento. Esse impacto é relativo ao número de horas disponíveis para esta atividade. Pesquisas indicam que, em média, o cuidador trabalha de 4 a 8 horas/dia. Para muitos, a atividade de prover cuidados estende-se de um até quatro anos, mas com o aumento da expectativa de vida nos Estados Unidos e no Brasil, pode-se esperar um aumento no número de anos dedicados a esta atividade. 2.3.2.4 Impacto das atividades sobre o Cuidado informal O envolvimento prolongado na atividade de prover cuidados parece ter um efeito negativo sobre a saúde física e emocional do cuidador, embora, geralmente, ele assuma este papel com grande satisfação e carinho. Diferentemente da experiência do cuidador parente de uma criança, que normalmente resulta na reabilitação, os cuidadores de pessoas debilitadas ou enfermas encaram uma situação estressante, em função da deterioração gradual do doente, sua eventual transferência para um tratamento institucional ou, lamentavelmente, a sua morte. Estudos mostram problemas de sobrecarga do cuidador, altos índices de depressão, sintomas de estresse, uso de psicotrópicos, redução no nível de imunidade e aumento da susceptibilidade a enfermidades. Homens e mulheres parecem ser afetados similarmente, embora as mulheres

26 pareçam desenvolver mais estresse. Estes efeitos negativos parecem persistir em alguns cuidadores, até mesmo após a internação ou a morte do paciente. 2.3.2.5 Plano de Atenção Domiciliar -PAD Em home care, todos os cuidados a serem dispensados ao paciente devem seguir um formato protocolar. Este formato protocolar garante que todas as disciplinas envolvidas, apresentem planos de tratamentos específicos e padronizados. Os planos de tratamentos em home care devem refletir a razão principal que levou o paciente ao atendimento. Todas as disciplinas (Enfermagem, Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia ocupacional, Assistente Social, Farmacêutico) envolvidas com o caso devem elaborar um plano terapêutico individualizado ao paciente. Este plano terapêutico deve conter os seguintes itens: Diagnóstico específico da disciplina, metas terapêuticas, e condutas específicas a serem implementadas para que as metas sejam atingidas. Este trabalho protocolar exige uma avaliação cuidadosa, para que o plano de tratamento corresponda com as necessidades reais do paciente. O Plano de tratamento deve utilizar como base, as informações coletadas durante a análise global do paciente. Esta análise global inclui não tão somente a condição de saúde do paciente, o meio ambiente de cuidados, aspectos sociais, aspectos financeiros, saúde mental, como também, sua habilidade de atender às suas atividades1, como: o atendimento nas atividades da vida diária (AVDs); Atividade da Vida Prática (AVPs); Atividades da Vida de Trabalho (AVTs); e as atividades da vida de lazer (AVLs). Esta análise cuidadosa garantirá um plano de tratamento eficaz e padronizado, conseguentemente, garantindo o restabelecimento ou maximização do estado de saúde e função do paciente. Com metas bem estabelecidas, uma empresa de home care terá as ferramentas de acompanhamento, qualificação e quantificação de seu trabalho, facilitando assim, a determinação da eficácia do esforço terapêutico da equipe multidisciplinar. Em home care, o plano terapêutico deve seguir um modelo semelhante a este exemplo de um plano de tratamento de enfermagem: Diagnóstico: 1- Quebra em integridade cutânea, relacionado com a imobilidade do paciente em leito, e elevada pressão de superfície contra a região afetada, evidenciado pela presença de uma lesão por pressão na região sacra, com Fator Inicial de Proporção da Lesão FIPL igual a 50,5, mensurado utilizando o método Leme2 de mensuração de lesões, Meta : 1.1 Lesão em região sacra diminuirá seu fator de proporção em 20% até a data de / / Condutas:

27 1.1- Mudança de decúbito cada duas horas de forma contínua; 1.2- Instituir o uso de mecanismos para reduzir a pressão de superfície; 1.3- Indicar a consulta de Nutricionista para um plano alimentar que apóie a cicatrização; 1.4- Curativo e freqüência de troca de curativos de acordo com a prescrição de enfermagem; Reavaliar: Em dais. As demais disciplinas devem seguir o mesmo formato de elaboração de planos terapêuticos, com isso, uma empresa de home care poderá, sem dificuldades alguma, demonstrar a eficácia de seus trabalhos aos pacientes, e às fontes pagadoras. Estes resultados podem também, serem utilizados como indicadores da qualidade dos cuidados. Edvaldo de Oliveira Leme, R.N.C., D.O.N.A./L.T.C. Atualmente, assim como acontece em outras áreas do conhecimento, a se tecnologia da informação vem se tornando uma excelente aliada dos profissionais que praticam a assistência domiciliar. Um levantamento bibliográfico realizado por Assaf (2009), abrangendo as principais bases de dados científicas, entre os anos de 2004 a 2008, demonstrou que a utilização de tecnologias para apoiar o atendimento remoto de saúde, prática também conhecida pelo termo tele homecare, traz diversas vantagens para o paciente e para o sistema de saúde, mostrando-se uma poderosa e versátil ferramenta no monitoramento e tratamento de pacientes com doenças crônicas, como Insuficiência Cardíaca Congestiva Diabetes Mellitus. Vários produtos já foram criados e utilizados para acompanhar os pacientes. As Figuras 1a e 1b ilustram e exemplificam dois desses equipamentos dedicados que juntos compõe um exemplo de um produto de home care. A Unidade Central (Figura1a) concede a um enfermeiro a possibilidade de receber dados do paciente remoto, ver e falar com um doente de sua casa. O outro dispositivo, Unidade do Paciente (Figura 1b), pode ser usado para capturar e transmitir informações (sinais vitais, os sons do coração, eletrocardiograma) de saúde do paciente para Unidade Central (DIGITAL TELEHEALTH, 2010). (a) Unidade do Paciente (b) Unidade Central Figura 1: Exmplo de produtos dedicados usados em Home Care

28 2.4 Trabalhos Relacionados Esta seção apresenta trabalhos relacionados à utilização de aplicações interativas na área de saúde, ou seja, as que possuem maior relação com o objeto de estudo deste trabalho. Philips Motiva: Implementado e testado, nos E.U.A., em 2005, ele é um sistema interativo de saúde que une os pacientes, com doenças crônicas, a seus provedores de cuidados de saúde (médicos, enfermeiros e outros). Isso através da televisão, em casa, e uma conexão de internet banda larga. O sistema, implementado sobre plataforma do middleware europeu MHP (Multimedia Home Platform), além de monitorar os sinais vitais automatizados, faz com que os pacientes sejam apoiados por: Material educativo; Feedback de recurso sobre medições de sinais vitais; Mensagens motivacionais de cuidadores para ajudar a incentivar um estilo de vida saudável com dietas e exercícios. (PHILIPS MOTIVA, 2010). MHPhomecare: sistema de atendimento domiciliar de tele-monitoramento de baixo custo e fácil de usar que pode ser utilizado pessoas não treinadas que poderão, com uma confirmação visual imediata, visualizar a qualidade do sinal que está sendo verificado. Para isso, foi desenvolvida um aplicativo de TVDi, também, baseado no middleware europeu MHP (Multimedia Home Platform), bidirecional, que pode ser enviada por uma emissora de DVB-T (Digital Video Broadcasting Terrestrial) no fluxo de transmissão broadcast e armazenados no STB do usuário, sem qualquer intervenção na casa do paciente. Além do sistema, foi criada uma estação base prototípica de baixo custo para a aquisição dos sinais do paciente que foi desenvolvida para ser se conectar com STB (através de uma conexão com infravermelhos) e enviar os dados obtidos pelos sensores fixados junto ao corpo do paciente (ANGIUS et al, 2008).

29 3 ESTUDO DE CASO Este capítulo introduz o Diga Saúde, apresentando as funcionalidades e os múdulos que compõe o sistema, bem como é apresentado um cenário hipotético de utização de suas funcionalidades. A partir deste cenário são evidenciados os requisitos que serviram de base para definição da especificação, da arquitetura, dos principais desafios e das decisões de acercam o projeto do sistema. 3.1 Introdução O Diga Saúde é um sistema aberto de apoio a serviços de Cuidado Domiciliar de saúde. Ele está sendo concebido para ser totalmente integrado ao Ginga. O que faz do Diga Saúde um sistema pioneiro, pois ele usa esse recente e inovador middleware crido para o SBTVD instituído pelo Decreto 4901(CETIC.BR, 2009). Ele tem como objetivo fazer uso da tecnologia da informação para apoiar serviços de home care, como: administração de medicamentos, monitoramento de sinais vitais e apoio psicológico por meio da exibição de vídeos educacionais e motivacionais. O Diga Saúde apresenta-se como um sistema composto por dois módulos previstos para serem utilizados por pacientes, cuidadores e profissionais da equipe multidisciplinar de home care. Trata-se de uma ferramenta que pode vir a auxíliar os serviços prestados por profissionais de saúde que, no contexto do sistema, são responsáveis por acompanhar a evolução dos pacientes por meio da utilização ou adminstração do sistema. A Figura 2 ilustra a visão geral do Diga Saúde, exibindo os módulos do sistema que integrados tem como premissa apoiar os referidos serviços de home care. Figura 2: Visão Geral do Diga Saúde

30 Podemos observar, na Figura 2, que o primeiro módulo (DigaSaúde-Web) é um aplicativo, instalado em um servidor web, destinado a sincronizar (fornecer ou receber dados por meio de serviços web) com o segundo módulo (DigaSaúde-TV). Este segundo módulo é um aplicativo de TVDI previsto para ser embarcado no Set-Top Box (STB) conectado a televisor do paciente. O módulo web possibilita, aos profissionais integrantes da equipe de home care, o cadastro das informações adminstrativas envolvidas no processo e dos vídeos educacionais/motivacionais que serão disponibilizados para os pacientes que farão uso sistema, bem como possibilita o acompanhamento remoto do histórico de alguns dados tramistidos a partir do DigaSaúde-TV, como o histórico dos sinais vitais e do consumo de medicamentos. 3.2 Cenários de Uso O Diga Saúde é um sistema que atende aos interesses tanto do paciente (usuánorio final, teleparticipador), como de quem provê o serviço (profissionais de saúde e adminsitradores do sistema). Esta afirmação pode ser claramente atestada nos cenários de uso criados com base nas etapas do processo de Internação domiciliar descrito no Apendice??. 3.2.1 Primeiro acesso do módulo web Partindo do pressuposto de que alguns etapas do processo de internação domiciliar já foram cumpridas: o médico titular do paciente, mediante uma análise cuidadosa do caso, decidiu que o paciente pode receber os cuidados necessários em regime de home care; a fonte pagadora (Plano de Saúde, e/ou outra fonte) aprovou o pedido de transferência do paciente; a empresa de home care verificou que a situação do paciente é favorável à execução das tarefas de cuidar em domicílio; e realizou treinamentos relacionados com a educação dos interessados a respeito do processo a ser seguido. Temos o seguinte cenário de uso, para o primeiro acesso do sistema, o qual se inicia com o cadastramento dos primeiro dados ao módulo web do Diga Saúde, conforme descrito a seguir: "Um usuário (auxliar administrativo), integrante da equipe multidisciplinar da empresa de home care, acessa a página inicial do módulo web do Diga Saúde, por meio de um browser de sua preferência (2), digita o seu login e senha, e entra no sistema. Após entrar no sistema, o mesmo procura, em sua mesa, o documento contendo a justificativa de internação e a receita prescrita pelo Médico. Com esses documentos, em mãos, ele acessa a (3) página de cadastro de Médicos para cadastrar os dados do médico titular que escreveu a justificativa e a prescrição. Depois de cadastrar os dados do médico titular, ele (4) acessa a página de cadastro paciente e, em seguida, acessa a (5) página de cadastro de fonte pagadora. Despois de cadastradas essas informações, ele cadastra os dados da a justificativa e da prescrição, incluindo todos os recursos a serem utilizados em regime de home care. Realizados todos os cadastros, o usuário

31 liga para o médico, paciente e familiares para informar que um e-mail foi enviado pra os mesmos. Este e-mail contém a senha de acesso ao módulo TV do Diga saude, o login e senha de acesso ao módulo web e um link do tutorial, contendo dicas de utilizaçao do sistema. Após esse momento, os demais integrantes da equipe multidisciplinar são informados e autorizados a iniciar a estruturação de um ambiente propício aos cuidados. Promovendo, assim, a entrega e montagem de todos os recursos necessários para cumprir com o plano de cuidados: instalação do aplicativo na TV digital do Paciente, sincronização do aplicativo com o módulo web para obter os dados da prescrição médica, reslizaçao de treinamentos, entrega de medicamentos, instalação de equipamentos médicos duráveis e tudo mais que se fará necessário. Este trabalho é realizado em cooperação com o paciente, cuidador e familiares. 3.2.2 Primeiro acesso do Módulo TV Após finalizado toda a estruturação do ambiente propício aos cuidados do paciente, o atendimento inicia e o paciente passa a fazer uso de todos os recursos, humanos e tecnológicos, diponilibilizados para o seu cuidado. Entre os recursos tecnológicos, está disponível a aplicação interativa do Diga Saúde, a qual pode ser utilizada pelo paciente e pelos profissionais da equipe, coforme decrito no seguinte cenário de uso: "Passado alguns minutos, o cuidador do paciente sugere, ao paciente, que ele inicie o tratamento assistindo os vídeos motivacionais indicados para o perfil da sua doença. O telespectador (6) inicia a aplicação, que se estende por todo o vídeo, impedindo de assistir a programação normal de TV aberta. A aplicaçao aparece contendo uma tela inicial que exibe o horário do próximo medicamento a ser consumido e um botão que redireciona o usuário para a tela que contém os vídeos educacionais e motivacionais. Após clicar nesse botão, aparece em sua TV uma lista de videos e botões que possibilitam, a esse teleparticipador, a navegaçao entre os filmes. Escolhido o Filme o aplicativo exibe a sinopse e um botão para assistir o video. O usuário, então, pressiona o botão para assistir o video. Como o paciente sofre de ICC, o vídeo orienta o paciente a ter uma dieta pobre em sódio, logo são ensinadas duas receitas que necessiam de pouco sódio para serem realizadas. Contudo, antes de terminar o video, a seguinte mensagem aparece na tela "Aviso: tomar o medicamento!", aparece uma foto do medicamento, bem como informa a quatidade e a forma de consumo do mesmo, conforme prescrito pelo médico. Então, o paciente procura o medicamento, em sua caixa de farmácia, e o consome. Para liberar a tela, o usuário usuário pressiona o botão enter do seu controle remoto para informar que o medicamento foi consumido. Assim, a tela de aviso some e o video volta a passar normalmente. Passados, alguns minutos o vídeo termina e o paciente decide que quer ver a novela. No dia seguinte, a TV do paciente informa, às 9h da manhã, que o paciente precisa ter seu sinais vinais vitais monitorados. Sabendo dessa necessidade, o paciente chama o cuidador e informa que esse acompanhamento precisa ser realizado. O cuidador, então, da início ao processo. Ele pega os sensores e acopla ao corpo do pacente e inicia o monitoramento.

32 3.2.3 N-ésimo Acesso do Módulo TV Este é um cenário evolutivo, que apresenta hipoteticamente o módulo TV do Diga Saúde funcionaria após uso rotineiro: "O paciente mantém uma rotina semanal e utiliza o aparelho de televisão digital para assistur a novela, pois este é o programa de sua preferência. Durante a exibição da novela, outro aviso para tomar medicamento aparece, só que agora trata-se de um outro medicamento que também deve ser consumido. O paciente, novamente, procura o medicamento, em sua caixa de farmácia, e o consome. Após consumir o medicamento, ele o seleciona o botão assistir TV do aplicativo e volta a assistir sua novela. Finalizado esse acompanhamento, o cuidador sincroniza os dados (histórico de sinais vitais e medicamentos consumidos) com o servidor, conforme estabelecido no Plano de Atenção Domiciliar - PAD do paciente: "No horário e data estabelcida no PAD do paciente, o cuidador acessa a opção configuraçoes do aplicativo. Acessa a opção sincronizar, seleciona o botão enviar dados e, em seguida, pressiona o botão enter, do seu controle remoto, para finalizar e enviar os dados para o servidor. Pronto os dados são enviados para o servidor e passam a ficar disponível para o acesso do médico titular do paciente por meio do módulo web." 3.2.4 N-ésimo Acesso do Módulo Web Este, também, é um cenário evolutivo, que apresenta hipoteticamente a forma como móduulo web do diga saúde funcionaria após uso rotineiro:... 3.3 Serviços do Diga Saúde O Diga Saúde faz uso da tecnologia da informação para melhorar a qualidade de vida das pessoas, no âmbito do seu lar, por meio de três serviços descritas nas seções 3.3.1, 3.3.2 e 3.3.3: Admisnitração de medicamentos, monitoramento de sinais vitais e apoio motivacional (ver Figura 3). 3.3.1 Monitoramento de sinais vitais Este serviço possibilita a integração de dispositivos para apoiar o serviço de monitoramento de sinais vitais de pacientes. Esta funcionalidade do Diga Saùde integra sensores e

33 Figura 3: Serviços do Diga Saúde STB para realizar o acompanhamento de pacientes, incluídos na modalidade de internação domiciliar, que possuem um quadro clínico mais complexo e, portanto, necessitam de tecnologia especializada para realizar o monitoramento dos seus sinais vitais. Evitando, assim, o uso de dispositivos caros, bastantando apenas o paciente ter, em sua casa, um aparelho de TV Digital e sensores compatíveis com o sistema. 3.3.2 Acompanhamento de consumo de medicamentos na TV Este serviço possibilita a exibição de avisos, na TV, contendo informações sobre o consumo de medicamentos. Facilitando, assim, a vida de pacientes com problemas para tomar remédios prescritos em posologias de receitas médicas. De acordo com Marin (2008), a complexidade dos esquemas medicamentosos, juntamente com a falta de entendimento, esquecimento, diminuição da acuidade visual e destreza manual que ocorrem no idoso, contribui para que haja grande quantidade de erros na administração de medicamentos pelos idosos. Deste modo, vemos que esses erros somados a dificuldade de ler algumas receitas manuscritas dificultariam ainda mais esse processo de administração, fazem, portanto, dos idosos o público alvo deste serviço do Diga Daúde. Logo, almejamos, com essa funcionalidade, ajudar a minimizar esses problemas e fazer com que os idosos tenham mais facilidade para realizar a tarefa de tomar os medicamentos certos na hora prescrita. Com isso, será possível, por meio de um aplicativo TVDI, avisar, na hora exata, o nome do remédio, a quantidade e o modo com o qual o medicamento será consumido pelo paciente. Eliminando, assim, a necessidade do paciente ler receitas manuscritas que, infelizmente, algumas vezes são praticamente impossíveis de serem lidas. Vários pacientes poderão fazer uso deste serviço, contudo acreditamos que os idosos serão os mais beneficiados

34 por esse serviço. 3.3.3 Exibição de Vídeos educacionais e motivacionais Este serviço possibilita a geração de material educativo e motivacional, entregues como vídeos, contendo temas relevantes para as necessidades de saúde dos pacientes. Os vídeos educacionais tem como premissa incentivar esses pacientes a terem um estilo de vida mais saudável. Isso por meio de filmes de curta duração que os estimulem, por exemplo, a praticar exercícios físicos e a seguir dietas adequadas ao perfil da sua doença. Os vídeos motivacionais tem o objetivo de estimular os pacientes a terem uma vida agradável e bem-humorada. Está provado que pessoas bem-humoradas, de bem com a vida e que conseguem enxergar o lado bom das situações têm mais saúde e produzem mais substâncias químicas corporais que auxiliam no fortalecimento do sistema imunológico. Em um estudo realizado por Berk et al. (2001) foi verificado que: "a modulação neuroimunológica de 52 homens saudáveis, durante e depois de terem assistido a um vídeo de humor por uma hora. Os autores coletaram o sangue dos participantes para avaliar os indicadores imunológicos em quatro momentos: 10 minutos antes do início do filme, 30 minutos após ter começado o vídeo, 30 minutos após ter terminado e 12 horas após o término da intervenção. Os resultados apontaram um aumento na atividade das células assassinas naturais com vários efeitos nas imunoglobinas 12 horas após o início da intervenção, além do aumento de outras células. O estudo indicou que o riso e o bom humor podem ter efeitos benéficos sobre a saúde, recomendando esse tipo alternativo de terapia para a melhora do bem-estar e como coadjuvante do tratamento médico formal."(o impacto da atividade lúdica sobre o bem-estar de crianças hospitalizadas)". Deste modo, identificamos este serviço como uma terapia alteranativa que, assim como aconteceu no estudo realizado por Berk et al. (2001), pode contribuir com aumento de qualidade de vida dos pacientes de home care e, consequentemente, diminuir o tempo de sua internação domiciliar. Isso por meio da melhora do bem-estar como auxílio ao tratamento médico formal prestado ao paciente. 3.3.4 Requisitos Funcionais A Figura 4 ilustra os Requisitos Funcionais lista os requisitos funcionais do sistema, especificando seus objetivos e prioridades, que definem as funções que o sistema deve realizar para tender os objetivos do usuário, que neste caso são telesparticipadores/pacientes do Diga Saúde.

35 Figura 4: Requisitos funcionais 3.3.5 Requisitos Não Funcionais sdsd 3.3.6 Requisitos de Usabilidade sdsd 3.4 Arquitetura Uma arquitetura de software, programa ou sistema computacional é a estrutura que abrange os seus componentes, as propriedades externamente visíveis desses componentes e as relações existentes entre os mesmos (PRESSMAN, 2007). Neste contexto, apresentamos, nesta seção, a arquiterura do Diga Saúde, a qual tem como objetivo elucidar as propriedades, os relacionamentos e os componentes desse sistema. Para isso, tomamos como base o modelo de visualização de arquitetura 4+1. Este modelo, definido por Kruchten (1995), é utilizado para descrever a arquitetura de um software por meio da elaboração de cinco visões (ver Figura 5), as quais abordam um conjunto específico de preocupações identificadas na arquitetura de um sistema. A visão lógica apresenta e descreve a modelagem dos elementos que compõe a arquitetura; a visão de execução descreve a simultaneidade da concepção e aspectos de sincronização; a visão física descreve o mapeamento do software para o hardware e reflete ambos em aspectos

36 Figura 5: Modelo de Visualização de arquitetura 4+1 de distribuição do sistema; e a visão de desenvolvimento descreve a organização estática do software no ambiente de desenvolvimento. Os projetistas de software organizam a descrição das suas decisões de arquitetura em torno desses quatro pontos de vista e depois ilustra-os com alguns casos de uso, ou cenários, selecionados que constituem a quinta visão (KRUCHTEN, 1995). 3.4.1 Visão Física A arquitectura física do Diga Saúde possui dois principais pontos de interesse: os componentes de execução (software) e os componentes fisicos (hardwares) que compõe o sistema. Estes dois pontos de interesse estão claramente associados entre si. Uma vez que os componentes de execução têm obrigatoriamente que estar distribuídos nos componentes de hardwares para serem executados e atenderem as necessidades dos usuários. O Diga Saúde é um sistema composto por dois módulos de execução que serão utilizados por pacientes, cuidador e profissionais da equipe multidisciplinar para apoiar algumas atividades utilizadas nos serviços de home care: DigaSaúde-Web: Um sistema WEB idealizado para fornecer (ou receber) dados que serão utilizados pelo segundo módulo. Neste Módulo é realizado o cadastro de informações administrativas e de acompanhamento de pacientes envolvidos no processo de assistência domciailiar DigaSaúde-TV: Um aplicativo de TVDi (TV Digital Interativa) que será embarcado no Set-Top Box conectado a TV do paciente. Esse aplicativo tem o objetivo de apoiar alguns serviços envolvidos no cuidado domiciliar. Esses serviços são: apoio ao consumo de medicamentos, monitoramento de sinais vitais e apoio psicológico por meio da exibição de vídeos motivacionais e educacionais por meio da utilização de vídeos que ensinem o modo correto de tomar medicamentos, forma correta de praticar esrcícios e outros.

37 Esses módulos são softwares integrados que possuem formas de operação independente. Possibilitando, assim, maior indepencencia de utilizaçao de ambos. A seção 3.2 exemplifica o cenário hipóteco de utilização desses módulos que, integrados, tem a premissa de apoiar os serviços descritos na seçao 3.3. Os módulos web e TV são dois módulos de execução que estão distribuído em dois componentes de hardware. O primeiro instalado no Set-Top Box (STB) e o segundo em servidor web. A Figura 6 ilustra a arquitetura Física do sistema. Nela podemos observar que a comunicação existente entre o browser e o servidor é estabelicida por meio de uma ligação física que faz uso direto do protocólo HTTP 1. Podemos observar, também, o uso de web service 2 na ligação física utilizada para estabelecer a comunicação entre o servidor web o aplicativo interativo. Outro ponto que pode ser observado é a questão dos usuários do sistema e os locais com os quais esses usuários acessam o mesmo. Entre os usuários existem os pacientes, os cuidadores e os profissionais integrantes da equipe de multidisciplinar. Os cuidadores e os pacientes fazem uso, em seu domícilio, do DigaSaúde-TV. O médico titular e qualquer outro profissional integrante da equipe multidiscplinar fazem uso do DigaSaúde-Web para administrar o sistema e acompanhar remotamente a situação do paciente. Por estar sobre a plataforma web, o DigaSaúde-Web pode ser acessado a partir de qualquer browser, instalado em qualquer computador com acesso a internet. Podendo, assim, conforme ilustrado na Figura 6, ser usado no computador do hospital ou da empresa de home care, por exemplo. Figura 6: Arquitetura Física 1 O HTTP (Hypertext Transfer Protocol) é um protocolo de comunicação (na camada de aplicação, segundo o Modelo OSI) utilizado em sistemas de informação de hipermedia distribuídos e colaborativos 2 Web service, ou serviço web, é uma tecnologia de integração de sistemas, empregada principamenente em ambientes heterogênios, que permite às aplicações enviar e receber dados.

38 3.4.2 Visão Lógica A visão lógica apresenta a estrutura e a organização funcional do sistema (KRUCH- TEN, 1995). Esta estrutura e organização é apresentada, nesta seção, na forma de modelagens UML 3 utilizadas para representar os elementos que compõe o sistema. Neste sentido, com objetivo de explicar esses elementos que, integrados, compõe a Arquitetura Lógica 4 (AL) do Diga Saúde, ilustramos, na Figura 7, arquitetura geral dos principais componentes sistema. Descrevemos, também, nas subseçoes 3.4.2.1 e 3.4.2.2, os elementos que compõe a AL dos módulos DigaSaude-Web e DigaSaúde-TV, bem como apresentamos, na seção 3.4.2.3, a descrição e a modelagem de classes de domínio do Diga Saúde. Figura 7: Arquitetura geral dos principais componentes sistema O Diga Saúde é um sistema de três camadas, baseado no modelo cliente-servidor, organizado em componentes que se encontram distribuídos entre dispositivos clientes heterogênios, como computadores pessoais e televidores com STB s integrados/acoplados. A Figura 7 ilustra os quatro componentes gerais do Diga Saúde. Na primeira camada, identificamos dois desses componentes representados por dois aplicativos: um aplicativo web (DigaSaúde-Web) e de TVDI (DigaSaúde-TV). Juntos esses aplicativos, de forma assíncrona, fazem uso da mesma camada lógica de negócio, localizada na camada de intermediária de domínio da aplicação, a qual está diretamente dependente do quarto componente, ilustrado na última camada gestora de dados. 3.4.2.1 Arquitetura Lógica do Módulo Web A Arquitetura Lógica do DigaSaúde-Web tem a finalidadede de descrever a organização conceitual dos elementos desse módulo. A Figura 8 ilustra, por meio de uma modelagem 3 UML (Unified Modeling Language) é linguagem mais utilizada em modelagens de sistemas 4 A arquitetura lógica tem a finalidadede de descrever a organização do software em pacotes, componentes e camadas modularizadas (LARMAN, 2007)

39 baseada na utilização mista de pacotes e componentes, três camadas modularizadas (Visão, Domínio e Serviços Técnicos) e três componentes externos ao sistema (Set-Top Box, Web Service, bilioteca/api). Figura 8: Arquitetura Lógica do Módulo WEB As camadas estão organizadas de modo que as mais altas solicitam serviços das mais baixas, mas não vice-versa. Observe que a solicitação de serviços das camadas mais altas paras as mais baixas são ilustradas por meio de linhas de dependência que indicam a existência de um acoplamento entre os pacotes (LARMAN, 2007). Essas camadas são ilustradas, na Figura 7, pelos pacotes: Visão: Possui pacotes utilizados no agrupamento das arquivos de interface com o usuário, como páginas web (html e jsp, por exemplo), imagens e arquivos Jasper (utilizado na geração de da prescrição médica em relatórios com no formato pdf). Domínio: Possui o agrupamento coeso de classes utilizadas na criação de objetos que representam os conceitos de domínio da aplicação. Essas classes satisfazem requisitos de negócio da aplicação e são agrupados nos subpacotes: SinaisVitaisMananger, PrescricaoMananger, VideosMananger e CuidadoDomiciliarMananger. O primeiro pacote agrupa as classes relacionadas com os sinais vitais obtidos a partir do DigaSaude-TV: Monitoramento e SinalVital. Segundo pacote agrupa as classes relacionadas com a prescrição de cuidado domiciliar do paciente, como: PrescricaoMedica, MedicoTitular, Paciente, Medicamento e Posologia. O terceiro agrupa as classes relacionadas com os vídeos motivacionais e educacionais: PerfilDoenca e VideoMotivacional. O último pacote agrupa as classe realcionadas com o gerenciamento do cuidado domiciliar: CuidadoDomiciliar,

40 EmpresaHomeCare, FontePagadora, Hospital, ModalidadeDoCuidado, Cuidador, Usuario e TipoCuidador. O diagrama dessas classes encontra-se ilustradas na Figura 10 (ver seção 3.4.2.3). Serviços Técnicos: Possui pacotes que agrupam as classes utilizadas na criação de objetos de propósito geral. Nessa camada são encontradas três pacotes de uso geral. São eles: DSLogging, DSPersistence e DSCommunication. O pacote DSLogging possui classes utilizadas na criação de logs 5 de sistema. O pacote DSPersistence possui classes de acesso a serviços técnicos que fazem o interfaceamento com o componente de banco de dados. O pacote de possui classes que estabelecem a web service de comunicação entre os módulos web e tv do Diga Saúde. A Figura 8, também, ilustra a existência dos componentes, externos a arquitetura do sistema, que solicitam e ofertam serviços ao mesmo. Os componentes que solicitam os serviços são softwares (browser) clientes executados a partir de computdores pessoais. Os componentes externos que ofertam serviços são softwares com o anco de dados e bibliotecas de terceiros que serão utilizadas na implementação de serviços das camada de serviços técnicos do Diga Saúde. 3.4.2.2 Arquitetura Lógica do Módulo TV A arquitetura apresentada na Figura 7 tem objetivo de explicar a distribuição lógica geral do sistema de alguns elementos do sistema ilustramos, na Figura 7, a arquitetura lógica geral do Diga Saúde. A Arquitetura Lógica do DigaSaúde-Web tem a finalidadede de descrever a organização conceitual dos elementos desse módulo. A Figura 8 ilustra, por meio de uma modelagem baseada na utilização mista de pacotes e componentes, três camadas modularizadas (Visão, Domínio e Serviços Técnicos) e três componentes externos ao sistema (Set-Top Box, Web Service, bilioteca/api). As camadas estão organizadas de modo que as mais altas solicitam serviços das mais baixas, mas não vice-versa. Observe que a solicitação de serviços das camadas mais altas paras as mais baixas são ilustradas por meio de linhas de dependência que indicam a existência de um acoplamento entre os pacotes (LARMAN, 2007). Essas camadas são ilustradas, na Figura 7, pelos pacotes: Visão: Possui pacotes utilizados no agrupamento das classes/arquivos de interface com o usuário. Esses pacotes possuem nomes que os remetem as tecnologias utilizadas na criação dessas classes/arquivos. Na Figura 7 são ilustradas, em um alto nível de abstração, 5 Logs são arquivos gerados e utilizados para informar sobre algo que tenha ocorrido dentro do sistema. Há logs de aplicativos, de segurança e de sistema.

41 Figura 9: Arquitetura Lógica do Módulo TV três pacotes dentro dessa camada. São eles: web, NCL e Xlet. O primeiro representa o pacote destinado a agrupar as páginas web do módulo DigaSaúde-Web. O segundo e o último pacote, respectivamente, representam os pacotes destinados a agrupar os arquivos e classes utilizados na construção da interface gráfica do DigaSaúde-TV. Domínio: Possui o agrupamento coeso de classes utilizadas na criação de objetos que representam os conceitos de domínio (Por exemplo, a classe Monitoramento) da aplicação. Essas classes satisfazem requisitos de negócio da aplicação, como verificar pressao arterial. As demais classes deste pacotes encontra-se ilustradas na Figura?? (ver seção??). Serviços Técnicos: Possui pacotes que agrupam as classes utilizadas na criação de objetos de propósito geral. Nessa camada são encontradas três pacotes de uso geral. São eles: Log, Persistência e Web Service. Podemos obsrvar, ainda, a existência de componentes, externos a arquitetura do sistema, que solicitam e ofertam serviços (Banco de Dados e bibliotecas). Os componentes que solicitam os serviços são repreentados por softwares clientes executados a partir de browser e aplicativos interativos embrcadasos nos Set-Top Box. Os componentes externos são softwares e bibliotecas de terceiros que serão utilizadas na implementação de serviços das camada de serviços técnicos do Diga Saúde. O pacote log que possui classes o acesso a logs de sistema por meio do componenete Log4j 6. O pacote persitência possui classes de acesso a serviços técnicos 6 Logs são arquivos gerados e utilizados para informar sobre algo que tenha ocorrido dentro do sistema. Há logs de aplicativos, de segurança e de sistema. O log4j é um software livre de código aberto desenvolvido pela Apache

42 que fazem o interfaceamento com o componente de banco de dados. O pacote de webservice possui classes que estabelecem a comunicação entre os módulos web e tv do Diga Saúde. 3.4.2.3 Modelagem de Classes de Domínio Derivando o Esboço da Visão de Projeto O modelo de análise da orientação a objetos consiste inicialmente em encontrar as possíveis classes do sistema, seus atributos, operações e relacionamentos. Para isto, ao analisar as entidades de negócio, encontram-se as classes. Assim, para cada entidade de negócio, classificam-se as entidades que serão automatizadas e encontram-se as suas respectivas classes. Em seguida, é preciso distribuir os atributos e operações da entidade de negócio que serão automatizadas, nas suas respectivas classes. No caso do sistema TeleDM, ao analisar a entidade pasta do paciente, verifica-se que esta contém a ficha do paciente e o conjunto de fichas clínicas do paciente. Conclui-se, então, que a pasta do paciente é uma classe de coleção, que terá como operação encontrar uma determinada ficha clínica do paciente, sendo um de seus atributos a quantidade de consultas que o paciente fez até o momento. Em alguns casos uma entidade gera mais de uma classe, sendo, então, conveniente analisar se é adequado relacionar estas classes num pacote que, posteriormente, na implementação, poderá se tornar um componente. Para cada pacote definido elabora-se o diagrama de classe. No caso em estudo, ao analisar a entidade ficha do paciente, verifica-se que ele possui todas as informações de contato e que não pode ser representado por uma única classe (Figura 10). Optouse, portanto, por transformá-lo em um pacote chamado contato, que possui as seguintes classes: pessoa, paciente, responsável, celular, endereço, telefone, médico, especialidade e CRM. 3.4.3 Visão de Execução A arquitectura... 3.4.4 Visão de implementação A arquitectura... 3.5 Especificação 3.5.1 Casos de Uso O sistema deverá ter o controle remoto como principal dispositivo de entrada de dados. Logo, o uso de alguns botões será padronizado para atender as necessidades relacionadas à usa- Software Foundation. Ele fornece uma API (Application Programming Interface) utilizada na criação de logs de sistema.

43 Figura 10: Diagrama de Classes bilidade e, com isso, facilitar a navegabilidade do sistema. Entre estes botões constam: Botão verde (usado para CONFIRMAR a ação de alguma funcionalidade); Botão amarelo (usado para executar algum recurso específico da funcionalidade); Botão azul (usado para sair da funcionalidade atual e retornar para funcionalidade anterior); Botão exit ou return (usado para retornar à tela inicial do sistema); Botão ok ou enter (usado para confirmar operações escolhidas com os botões direcionadores); O sistema deverá ocupar o mínimo possível de espaços nas memórias persistente e volátil disponíveis no Set-Top Box.11 Especificação dos Casos de Uso 3.5.2 Diagrama de Classe dfdf