Robustez do SIN garante fornecimento mesmo com a queda de nove torres no Sul MPB. Determinação



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81 Ano VII Junho 2005 Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico 4 Robustez do SIN garante fornecimento mesmo com a queda de nove torres no Sul MPB Determinação 3 6

EDITORIAL Soneto de partida Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico Escritório Central Rua da Quitanda, 196 Centro Rio de Janeiro RJ 20.091-005 Telefone (21) 2203-9400 Fax (21) 2203-9444 www.ons.org.br Edição Assessoria de Comunicação e Marketing Comissão Editorial Cláudio Carneiro Roberto Gomes Tristão Araripe Fotos Reynaldo Dias e arquivo Coordenação Editorial Expressiva Comunicação e Educação (21) 2578-3148 www.expressivaonline.com.br Filiado à Participe Envie sua sugestão de pauta ou proposta de texto de matéria para: jornal@ons.org.br No dia 13 de junho, muitos no ONS receberam o e-mail de despedida do colega Esilvan Cardoso dos Santos, operador de sistema no CNOS, que está de saída para assumir uma posição de especialista em regulação na Aneel. Sua mensagem é marcada pela emoção de quem deixa uma experiência de 16 anos, em uma função extremamente exigente e de alta responsabilidade. Com certeza, falou ao coração de todos e tem seus principais trechos aqui reproduzidos, não só para ilustrar o quanto de dedicação faz parte do trabalho diário no ONS, mas também para demonstrar a prática de valores da organização, como a excelência técnica, a excelência humana e a valorização do Operador. É chegada a hora da despedida e o coração vai ficando apertado (...) as mensagens de apoio e a grande manifestação de carinho de todos (...) fazem passar pela minha cabeça um longo filme. Esse filme começou bem antes do ONS e já tem a duração aproximada de uns dezesseis anos, desde quando fui apresentado à operação em tempo real, onde vi aquele incompreensível diagrama do SIN, aquelas pessoas estressadas que parecem todas falar alto, todas ao mesmo tempo, tudo vêem e ouvem além de reclamar de tudo. Logo me apaixonei por ela e hoje, depois de longos turnos, madrugadas, finais de semanas, feriados, natais, anos novos, carnavais, semanas santas, copas do mundo, etc., tanto tempo se passou que hoje, quando estou na sala de controle, sentindo-me na minha casa, meu coração pulsa sincronizado à freqüência elétrica do SIN e a adrenalina sobe na medida em que alguma contingência se avista e vibro quando uma boa solução é encontrada. Esse filme me mostra que minha trajetória (...) tem sido um grande aprendizado, tanto pessoal quanto profissional, (...) uma pequena parcela de contribuição a serviço de transformar o CNOS, que em 1989 era apenas um projeto, (...) em uma realidade inquestionável em todo o SIN. No entanto, (...) chegou o momento de (...) lutar por novas conquistas profissionais. Os colegas que aqui permanecem continuarão fazendo o melhor de cada um para que o CNOS continue desempenhando este importante papel para a operação do SIN. Muito obrigado ao ONS pela oportunidade de trabalho onde o profissionalismo e o respeito mútuo sempre prevaleceram. (...) A todos com quem tive a oportunidade de conviver e aprender ao longo destes anos, por tudo, de coração, o meu abraço e muito obrigado. Juntamente com a sugestão de publicarmos a despedida do Esilvan no Ligação, recebemos manuscritos os seguintes comentários do Diretor Geral do ONS, tocado pela poesia contida em suas palavras. Esta apaixonante declaração de amor aos que fazem o ONS é sobretudo uma reafirmação do caráter excepcional do Esilvan, que, com certeza, será mais uma vez um vencedor na Aneel, assim como foi e tem sido no ONS. Muito obrigado de todos nós que ora fazemos o ONS a quem tanto fez por merecer. O Ligação tem certeza de que esse sentimento de reconhecimento da importância e de paixão pelo que faz é compartilhado por todos, e dedica seu espaço mais importante a esse quase-soneto de despedida. 2 Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico Ligação 81 Junho 2005

ENDOMARKETING Música regada a lirismo poético Quem teve a oportunidade de assistir à apresentação do poeta, cantor e compositor Hermínio Bello de Carvalho (ao centro), no auditório do Escritório Central, no dia 3 de junho, presenciou a história viva da música popular brasileira. Como parte do programa Todos os Sons, o show Timoneiro contou também com a participação ilustre do cantor Zé Renato (à direita) e do violonista Maurício Carrilho (à esquerda). Antes do show, a platéia pôde conferir a exibição de um documentário com depoimentos de Chico Buarque, Maria Bethânia e da cantora Joyce, sobre a carreira e a obra do artista, que comemora seus 70 anos. Hermínio, acompanhado pelo violão de Maurício Carrilho, interpretou seus grandes sucessos em parceria com Paulinho da Viola, Jacob do Bandolim, Cartola e Baden Powell, entre outros. Ao longo da apresentação, a interação ficou por conta do público, que foi se soltando e cantando as músicas junto com os artistas. Hermínio frisou que esse tipo de relação ajuda a humanizar o trabalho dentro da organização. E como era de se esperar, ao final, o trio foi aplaudido de pé. A trajetória de Hermínio Nascido no subúrbio carioca de Ramos, a poucas quadras da rua onde morou Pixinguinha, Hermínio foi freqüentador assíduo dos programas de auditório da Rádio Nacional, nos anos 50. Poeta, compositor, produtor de discos, cronista e ativista cultural, o artista já fez parcerias com grandes nomes como Pixinguinha, Cartola, Nelson Cavaquinho, Ismael Silva, Chico Buarque, entre outros. Hermínio já teve sua obra cantada por Elizeth Cardoso, Dalva de Oliveira, Maria Bethânia e Nana Caymmi, entre outras divas da MPB. Nos dedicamos diariamente para que todos tenham energia elétrica em casa. Ao mesmo tempo, nos damos conta também de quanto é importante a dedicação desse artista para que hoje pudéssemos desfrutar de sua música e poesia. Luiz Alberto Fortunato (Diretor de Assuntos Corporativos) Na segunda parte do espetáculo, Zé Renato, apelidado de voz de água por Hermínio, foi convidado ao palco. Sou fã do Hermínio e do Zé Renato e achei essa iniciativa do ONS louvável. É preciso prestigiar artistas tão maravilhosos como esses, destacou Eliane de Fátima Silva, engenheira da Diretoria de Planejamento e Programação da Operação. Junho 2005 Ligação 81 Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico 3

SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL Robustez do SIN colocada à prova Mario Santos destacou à imprensa que o ONS estaria preparado até mesmo para uma conseqüência mais grave, como a queda da terceira linha de transmissão de Itaipu. O acidente com duas das três linhas de transmissão de Itaipu ocorreu na região de São Pedro do Iguaçu, a 120 km de Foz do Iguaçu. As três linhas juntas transportavam 5.500 MW. Após o episódio, a terceira linha passou a transportar 2.500 MW. Mesmo com os ventos de até 180km por hora, que derrubaram nove torres das duas linhas de transmissão associadas à usina de Itaipu, os consumidores não tiveram interrupção do fornecimento. Isso se deveu à solidez do sistema, bem como à adoção imediata de medidas de O tornado que atingiu, no dia 14 de junho, a região do Paraná, entre as subestações do Foz de Iguaçu e de Ivaiporã, causou, às 19h26, o desligamento automático de dois circuitos de 765kV do sistema de transmissão associado à usina de Itaipu. A conseqüência foi a redução de 3 mil megawatts (MW) na geração, bem como a diminuição de mil MW no recebimento pelo Sudeste pela Interligação Norte-Sul. No total, a transferência de energia das regiões Sudeste e Centro- Oeste para a região Sul sofreu a perda de 4 mil MW. Contudo, o mais importante é que o episódio não foi sequer sentido pelos consumidores, que tiveram o fornecimento de energia garantido normalmente. Além da assertividade nas medidas operacionais corretivas de perturbação, feitas pelo Operador Nacional, a falta de conseqüências graves aponta para o bom resultando dos investimentos feitos na transmissão. Segundo a declaração do Diretor Geral do ONS, Mario Santos, publicada no jornal O Globo dois dias após o ocorrido, o abastecimento foi garantido justamente devido à robustez do sistema. Ele destacou também a eficiência dos sistemas de segurança, que funcionaram emergência pelo ONS, descartando o risco de apagão. corretamente, reduzindo a geração de Itaipu para não sobrecarregar o sistema, já que outras usinas aumentaram sua carga. Para mensurar a perda de energia no instante do acidente, Mario Santos disse que os 3 mil MW que saíram do sistema dariam para abastecer todo o Estado da Bahia ou, até mesmo, três cidades como Brasília. Para ele, o fato de não ter faltado energia, nem ter ocorrido um pico de luz, mostra que o sistema de transmissão está em boas condições. Principais providências Apesar de a ocorrência ter acontecido no período de máximo consumo, não houve propagação da perturbação. A eficiência dos Sistemas Especiais de Proteção (SEPs), por meio do desligamento automático de quatro unidades geradoras de Itaipu, evitou a abertura do terceiro circuito remanescente 765 kv (Foz do Iguaçu Ivaiporã) e das interligações Norte-Sul e Norte-Nordeste. O Diretor de Planejamento e Programação do ONS, Hermes Chipp, ressaltou que a atuação correta do Esquema de Controle de Emergências instalado no sistema de 765kV manteve a continuidade do suprimento. Segundo Her- 4 Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico Ligação 81 Junho 2005

SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL mes Chipp, isso evitou a atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac), que é acionado para fazer o corte controlado e seletivo de carga, em situações de emergência. Para suprir o déficit energético, o ONS adotou inicialmente algumas medidas operativas, como a suspensão da manutenção de unidades geradoras e de instalações de transmissão que levassem a restrições de geração; retorno de unidades geradoras que se encontravam em manutenção; sincronização de geração térmica a carvão, gás natural e óleo combustível; solicitação à Argentina de fornecimento de energia ao Brasil no período de carga pesada, obtendo-se 500 MW para a ponta de carga dos dias 15 e 16 de junho; maximização de geração das usinas nucleares de Angra I e II; e a otimização do uso da disponibilidade de geração pelas equipes de tempo real para atendimento à ponta de carga. Em paralelo a essas medidas, foram definidas também novas condições de operação, obtidas por meio de estudos complementares, que permitiram aumentar o limite de geração de Itaipu 60 Hz de 2.600 MW para 3.200 MW, no período de carga pesada e média, a partir do dia 16 de junho. A operação com esses parâmetros visou garantir que, na eventual perda do circuito remanescente da LT 765 kv (Foz do Iguaçu-Ivaiporã), não ocorresse a abertura da Interligação Norte/Sudeste-Centro-Oeste e a conseqüente atuação do Erac, interrompendo carga na região Sul/Sudeste/Centro-Oeste. Ação conjunta No VIII Seminário Técnico de Proteção e Controle (leia matéria na página 7), Hermes Chipp destacou o empenho e as ações do ONS, em parceria com os agentes, em três vertentes: a primeira diz respeito à minimização da possibilidade de ocorrência de grandes perturbações, por meio de implementações de ações relacionadas com a melhoria da segurança das instalações; a segunda é referente à minimização da propagação de perturbações, por meio da implantação de sistemas especiais de proteção; e, por último, a redução do tempo de recomposição do sistema após a ocorrência de um distúrbio. A adoção pelo ONS das providências de emergência, sejam as imediatas pós-distúrbio, bem como as complementares, possibilitou a operação do SIN nos mesmos níveis de confiabilidade anteriores à ocorrência do acidente, em conformidade com o critério N-1. Na opinião do Diretor de Operação do ONS, Luiz Eduardo Barata, a colaboração dos agentes no pronto acionamento da geração térmica adicional, bem como no cancelamento das manutenções de linhas de transmissão e unidades geradoras hidrelétricas programadas para o período de recuperação das torres afetadas, foi de grande importância no processo. Tais providências foram fundamentais para que o sistema continuasse operando com segurança e com os níveis de reserva adequados, mantendo os padrões de atendimento aos consumidores finais, conclui Barata. O empenho das equipes de Furnas nos trabalhos de recuperação das torres acidentadas permitiu encurtar o prazo do serviço: a primeira linha voltou a operação no dia 24 de junho, e a outra, no dia 29. N-1 é o critério de planejamento que visa a manter o sistema operando, mesmo com a perda de qualquer um de seus elementos. Após o acidente, foram desligadas automaticamente quatro unidades geradoras de Itaipu. Junho 2005 Ligação 81 Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico 5

CIRCUITO INTERNO Obstinado por se superar cada vez mais, Marcelo Prais conta como transformar a motivação, a superação e a determinação em fatores de sucesso profissional. Movido a desafios Marcelo Prais Supervisor de Planejamento da Operação Energética Engenheiro Eletricista formado pela PUC-Rio, com mestrado e doutorado pela mesma instituição Carioca, morador da Barra da Tijuca, pai de Cecília e Marina e casado com a médica Simone Além do Fluminense, seu time do coração, suas paixões são viajar e ler Sua principal característica é a perseverança: Não me mostre uma barreira, senão vou querer transpô-la de qualquer maneira. Que fator você destaca como determinante na busca pela qualidade? O que gera qualidade nos produtos e serviços de uma organização é o comprometimento e a satisfação pessoal que todos têm que ter com ela. Para o profissional, é preciso fazer a junção da satisfação, da realização e do crescimento pessoal, além de se sentir útil para a empresa que trabalha. É importante também se preocupar sempre com o autodesenvolvimento, estar motivado para novos desafios e ser multidisciplinar, tendo a cabeça aberta para vários interesses. Como a Supervisão de Planejamento da Operação Energética prepara sua equipe para esse tipo de mentalidade? Na nossa equipe, a rotina é vetada. A gente tem um foco muito grande em capacitação de desenvolvimento. Em relação a isso, já tive algumas experiências interessantes no ONS, como o treinamento para formação de times de trabalho. Hoje, dois eventos importantes acontecem na Supervisão de Planejamento. Um deles é a culminância da certificação ISO de qualidade (veja a matéria abaixo) e a outra é a implantação do sistema Sadepe, portal web de aquisição de dados dos agentes. Depois de tanto esforço, nossa equipe está sendo premiada com a conclusão quase simultânea desses projetos. Uma de suas paixões é a leitura, fundamental para o aperfeiçoamento humano. Qual tipo de literatura você costuma ler? Desde que tenha qualidade, leio qualquer coisa que caia na mão. Li Budapeste, de Chico Buarque, influenciado pela última viagem que fiz ano passado. No momento, minha leitura de cabeceira é o Código Da Vinci, de Dan Brown. Qualidade certificada Para manter o comprometimento e a busca contínua da melhoria da qualidade, o ONS terá sua primeira área de estudos prospectivos certificada pela norma ISO 9001:2000. A certificação está prevista para agosto, e culminará com o processo de Elaboração do Planejamento Anual da Operação Energética, feita pela Supervisão de Planejamento da Operação Energética (GPO2). Sob coordenação de Marcelo Prais, essa iniciativa dura cerca de um ano e conta também com o apoio da Diretoria de Operação do Sistema (DOP), do Centro Nacional de Operação do Sistema (CNOS) e da Auditoria Operacional (AOP). Visamos à melhoria contínua dos processos e produtos, e com a máxima satisfação dos clientes, internos e externos, incluindo agentes, sociedade, entidades e o próprio ONS, destaca Prais. 6 Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico Ligação 81 Junho 2005

SEMINÁRIOS / PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR E VIII STPC Novas regras previdenciárias Nos dias 20 e 21 de junho, o auditório do Escritório Central sediou o seminário Previdência Participativa CD ONS, que apresentou o novo regime de tributação previdenciária. O evento, transmitido por videoconferência para Brasília, Recife e Florianópolis, foi aberto pelo Diretor de Assuntos Corporativos, Luiz Alberto Fortunato. O Diretor destacou a importância de esclarecer aos empregados do ONS as alternativas de escolha para a tributação dos benefícios. O seminário contou com palestrantes do próprio ONS e representantes da Eletros - Fundação Eletrobrás de Seguridade Social. Sob a coordenação da surpevisora de Benefícios, Saúde e Segurança do Trabalho, da Ge- rência de Recursos Humanos (GRH), Alice Salomão, o encontro teve como ponto alto o debate sobre os efeitos da lei 11.053. Já para aspirantes a investidor, a palestra de Mauro Halfeld (foto) serviu como uma verdadeira aula de economia. Pós-Doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e autor de livros sobre o tema, Halfeld exemplificou com muito bom-humor alguns erros que devem ser evitados por aqueles que desejam enriquecer multiplicando seu capital. Existem duas maneiras de lidar com o dinheiro: ou você vira escravo dele, trabalhando eternamente para pagar juros, ou você o escraviza, trabalhando bastante para juntar capital e a partir daí viver de dividendos, conclui o especialista. A lei 11.053 faculta aos participantes de Planos de Previdência com Contribuição Definida a opção por uma tabela regressiva de cálculo do IR sobre os benefícios mensais complementares de aposentadoria, e sobre os resgastes de valores acumulados. Segundo a tabela, o imposto varia de 35%, para prazos de até dois anos, a 10%, para prazo de acumulação dos recursos superior a 10 anos. A MP 255, de 1º/07/05, prorrogou até 30/12/05 o prazo para a opção pelos participantes. Segurança do SIN em debate Acidentes, como o ocorrido com as duas linhas de transmissão de Itaipu, demonstram a importância do Seminário Técnico de Proteção e Controle. Realizado no Rio de Janeiro, de 28 de junho e 1º de julho, a oitava edição do evento recebeu cerca de 350 participantes. Promovido pelo ONS, Furnas e Centro de Pesquisas de Energia Elétriva (Cepel), o seminário já é considerado o mais importante fórum de debates da área. Além dos trabalhos apresentados por colaboradores do Operador Nacional, foram debatidos temas relativos às novas tecnologias para monitoramento do SIN e aplicações de controle em tempo real. Para o supervisor de Proteção e Controle do ONS, Fernando Viotti, o encontro rendeu frutos promissores. A sinergia alcançada neste evento, certamente, será canalizada para grandes realizações visando à melhoria do desempenho dos sistemas de proteção. O próximo fórum será em junho de 2007, prevê Viotti, coordenador da equipe organizadora e integrante da comissão técnica do VIII STPC. Hermes Chipp, Diretor de Planejamento e Programação da Operação do ONS, abriu o evento destacando o empenho e as ações do Operador e dos agentes na prevenção e solução de possíveis perturbações e distúrbios no sistema. Foto: Sebastião Souza Junho 2005 Ligação 81 Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico 7

INTERLIGADAS Olhinhos curiosos Aprender como a energia elétrica é gerada e distribuída não é assunto só para os adultos. No dia 16 de junho, 15 alunos com habilidades especiais, da 2ª a 5ª séries do ensino fundamental I e II da Escola Recanto, visitaram o Operador no Recife. As crianças puderam saber um pouco mais sobre o ONS e suas responsabilidades. Também foi apresentado o filme O Esbanjão, mostrando como evitar alguns maus exemplos de desperdício de energia elétrica. Na palestra sobre as atividades executadas na sala de controle, os olhinhos ficaram atentos às explicações da engenheira Luana Gomes e do supervisor da área de Tempo Real e Pré-operação, Narciso Barbosa. Treinamento simulado Nos dias 30 de junho e 1º de julho, estiveram presentes os consultores internacionais Atif Debs (DSI) e Sarah A. Lutterodt (QTS) nos Centros Nacional de Operações do Sistema (CNOS) e Regional de Operação Norte (COSR-N). Os especialistas apoiaram a primeira capacitação de operadores do CNOS para a utilização do simulador de treinamento (OTS), integrado ao Sistema de Supervisão e Controle SAGE pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel). Na ocasião, também foi inaugurada a sala do OTS, dedicada para estes treinamentos. Integração com os agentes Em sintonia com a política do ONS, o Centro Regional de Operação Sul (COSR-S) manteve, durante os meses de maio e junho, um programa de visitas técnicas com os novos agentes de geração. Participaram 12 representantes da UHE Barra Grande e cinco da Enercan, UHE Campos Novo. O programa compreendeu desde a explicação sobre as atividades desenvolvidas em todas as supervisões do Centro, incluindo o acompanhamento de um turno na operação do sistema na sala de controle, até a apresentação do Sistema de Gestão da Qualidade, certificado pela norma ISO 9001:2000. Direto da China para o Sudeste O Centro Regional de Operação Sudeste (COSR-SE) recebeu, no dia 17 de maio, a visita de oito membros de empresas e entidades governamentais do setor elétrico da China. Na ocasião, os engenheiros João Marcelo Mendonça e Arthur Santa Rosa explicaram o papel do ONS e a operação do SIN. A delegação recebeu ainda informações sobre os recursos e tecnologias disponíveis para a operação em tempo real. 8 Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico Ligação 81 Junho 2005