BEBIDAS LÁCTEAS NÃO FERMENTADAS ADICIONADAS DE POLPA DE ABACATE: ANÁLISE DO PERFIL DE TEXTURA

Documentos relacionados
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ANIMAIS INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

DETERMINAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E PERFIL DE TEXTURA DE BOLACHA TIPO CREAM CRACKER

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE BEBIDAS LÁCTEAS NÃO FERMENTADAS ADICIONADAS DE POLPA DE ABACATE

Aceitação sensorial de bebida láctea, sob diferentes concentrações de soro

AVALIAÇÃO FISICO-QUÍMICA DE BEBIDAS LACTEAS PRODUZIDAS NA REGIÃO DO SERTÃO PERNAMBUCANO E COMERCIALIZADAS EM SALGUEIRO-PE Apresentação: Pôster

REDUÇÃO PERCEPTÍVEL E REDUÇÃO ACEITÁVEL DE AÇÚCAR EM NÉCTAR DE UVA: ANÁLISE SENSORIAL COMO FERRAMENTA PARA REFORMULAÇÃO

Avaliação sensorial de requeijão cremoso de diferentes marcas comerciais

IOGURTE ADICIONADO DE WPC OU SORO EM PÓ: QUAL A MELHOR OPÇÃO SENSORIAL? Universidade Estadual do Oeste do Paraná/ Colegiado de Farmácia/ Cascavel-PR

ELABORAÇÃO DE BEBIDA LÁCTEA ACIDIFICADA

ANEXO I REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PRODUTOS LÁCTEOS DESIDRATADOS COM ADIÇÕES

AVALIAÇÃO FISICO-QUIMICA E MEDIDAS INSTRUMENTAIS DO DOCE DE CORTE DE GOIABA E MARACUJÁ

CREME DE LEITE, MANTEIGA E REQUEIJÃO

Assunto: posicionamento da Coordenação Geral do Programa de Alimentação Escolar a respeito da aquisição de suco de laranja para a alimentação escolar.

PARÂMETROS DE QUALIDADE DA POLPA DE LARANJA

USO DE SORO DE QUEIJO NA FORMULAÇÃO DE DOCE DE LEITE PASTOSO EM SUBSTITUIÇÃO AO LEITE

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE ABÓBORA E MORANGA CRISTALIZADAS PELO PROCESSO DE AÇUCARAMENTO LENTO.

Curso de rotulagem geral de alimentos embalados. - 4º módulo -

APROVEITAMENTO DE SORO DE LEITE: perfil sensorial de doce de leite pastoso com polpa de marolo

IOGURTE PROBIÓTICO DE MORANGO SEM LACTOSE

ANEXO I ESPECIFICAÇÃO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE SUCO DE CAJU. Iwalisson Nicolau de Araújo 1 Graduando em Licenciatura em Química pela Universidade Estadual da Paraíba.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 26, DE 12 DE JUNHO DE 2007 (*)

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE SORVETE COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DA FARINHA DE MACAÚBA

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS SENSORIAIS EM SOBREMESAS LÁCTEAS SABOR CHOCOLATE ELABORADAS COM LEITE E SORO DE LEITE

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 23, DE 30 DE AGOSTO DE 2012

Coordenação-Geral de Tributação

AVALIAÇÃO DO TEMPO DE COZIMENTO DA MASSA DE QUEIJO SOBRE A UMIDADE DE QUEIJO PRATO DURANTE A MATURAÇÃO

ELABORAÇÃO DE LICOR DE FRUTAS NATIVAS E TROPICAIS

EMBALAGEM PRIMÁRIA: tipo TETRA PAK, contendo 200 ml em cada unidade. EMBALAGEM SECUNDÁRIA: caixa de papelão com até 27 unidades.

ELABORAÇÃO DE IOGURTE COM ADIÇÃO DE CASTANHA DE CAJU E AVALIAÇÃO DA SUA ACEITAÇÃO SENSORIAL 1

ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE QUEIJOS FUNCIONAIS

ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO FÍSICO-QUIMICA DE REQUEIJÃO CREMOSO COM REDUZIDO TEOR DE SÓDIO. Apresentação: Pôster

Creme de leite e Manteiga

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE QUEIJO DE COALHO PROCESSADO COM LEITE INTEGRAL E DESNATADO ADICIONADO DE WPC EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES

EFEITO DA ADIÇÃO DE SORO DE QUEIJO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS DE BEBIDAS LÁCTEAS FERMENTADAS SABOR UVA

Art. 2º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

ACEROLA (MALPIGHIA, SSP.)

Figura 7 Desenho esquemático de um trocador de calor de placas

ELABORAÇÃO DE IOGURTE CASEIRO SABORIZADO COM CAFÉ E CHOCOLATE

APLICAÇÃO DE ALTA PRESSÃO EM CONSERVAÇÃO DE SALSICHA

Utilização de maracujá integral no desenvolvimento de sobremesa láctea (flan) e avaliação de suas características físico-químicas e sensorial.

Divinolândia, 03 de setembro de 2018

QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE DOCES DE LEITE COMERCIALIZADOS NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

INTRODUÇÃO. Leites Fermentados LEITES FERMENTADOS. Leites Fermentados. Leites Fermentados 30/07/2014

Elaboração de bebida láctea pasteurizada à base de soro de queijo de coalho

POLPA DE FRUTA NÉCTAR SUCO

I SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA EMBRAPA ACRE ACEITAÇÃO SENSORIAL DE BOLO ELABORADO COM FARINHAS DE CASTANHA- DO-BRASIL E BANANA VERDE

Caracterização físico-química de bebida láctea fermentada sabor uva com adição de prebiótico

Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE QUEIJO AZUL

TÍTULO: FERMENTAÇÃO DE EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA VERDE POR BACTÉRIAS PROBIÓTICAS

PROPRIEDADES REOLÓGICAS E FÍSICO-QUÍMICAS DE IOGURTE E BEBIDA LÁCTEA DA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO

I CICLO DE MINICURSOS DE INTEGRAÇÃO UNIVERSIDADE-ESCOLA FABRICAÇÃO DE QUEIJO PETIT SUISSE

APOIO TÉCNICO AO PROJETO FÁBRICA DE OPORTUNIDADES

Redução de sódio, açúcar e gordura na indústria. Desafios e tendências

AVALIAÇÃO FISICO-QUIMICA DO QUEIJO COALHO ARTESANAL E INDUSTRIAL FABRICADO EM SALGUEIRO PE. Apresentação: Pôster

A PREVENÇÃO faz a diferença

COMPARAÇÃO DOS PROCESSOS FERMENTATIVOS DA POLPA DE COCO VERDE E DO LEITE POR BACTÉRIAS LÁCTICAS. Karina Fernandes Pimentel 1 ; Eliana Paula Ribeiro 2

REGULAMENTO TÉCNICO MERCOSUL DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO CREME DE LEITE

Benefícios do Iogurte Ylafrut Power Fitness com whey protein

Direção da Qualidade e Ambiente Ficha de Especificação. Mimosa Iogurte Líquido Meio Gordo Cremoso

Sorvete de geleiada de morango com hibisco (Hibiscus sabdariffa L.)

IV Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí IV Jornada Científica 06 a 09 de Dezembro de 2011

DIMINUIÇÃO DA POLUIÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO APROVEITAMENTO DO SORO DE LEITE NA ELABORAÇÃO DE BEBIDA LÁCTEA COM POLPA DE CAJU

LOTE 01 V.TOTAL MARC A Nº GÊNERO PERECÍVEL E NÃO PERECÍVEIS UNID. TOTAL

BEBIDA LÁCTEA ENRIQUECIDA COM COLÁGENO PARA BELEZA DA PELE E SAÚDE DOS OSSOS E ARTICULAÇÕES

Direção da Qualidade e Ambiente Ficha de Especificação. Adágio Iogurte Magro com alto teor de proteína - Skyr

PROCESSO DE SECAGEM POR LIOFILIZAÇÃO DO AGRIÃO: INFLUENCIA DO TIPO DE CONGELAMENTO

ANÁLISE SENSORIAL DE QUEIJO MINAS FRESCAL ADICIONADO DE CONDIMENTO PREPARADO 1

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 17, DE 19 DE JUNHO DE 2013

6PIV026 - Inspeção de Leite e Derivados LEITE UHT. Profa. Dra. Vanerli Beloti LIPOA UEL

Análise da qualidade no processo produtivo de leite pasteurizado do tipo C em um laticínio de pequeno porte

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE SORO DE LEITE 1. Alcance

Elaboração de Doce de Leite Pastoso com Adição de Soro de Queijo: Estudo de Viabilidade

ACEITAÇÃO E PREFERÊNCIA DE DERIVADOS LÁCTEOS POR ESTUDANTES DA UNIVIÇOSA/ESUV (MG) 1. Introdução

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE ALMÔNDEGA

ELABORAÇÃO E ACEITAÇÃO DE PÃO COM REDUÇÃO DE CLORETO DE SÓDIO E CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS

ANEXO REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE NATA

Portfólio de Produtos Lácteos

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE GELADO COMESTÍVEL ELABORADO COM POLPA DO FRUTO DE MANDACARU ADICIONADO DE SORO DE LEITE

ANÁLISE MULTICRITÉRIO APLICADA AO ESTUDO DE CONTROLE AMBIENTAL NO SETOR AGROINDUSTRIAL: PRODUÇÃO DO QUEIJO QUALHO

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PATÊ.

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE MORTADELA 1. Alcance

XI Jornada Científica XI Semana de Ciência e Tecnologia IFMG Campus Bambuí

AVALIAÇÃO DE RÓTULOS DE DIFERENTES MARCAS DE LEITE EM PÓ INTEGRAL COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE GARANHUNS - PE. Apresentação: Pôster

ROTULAGEM NUTRICIONAL DO QUEIJO DE COALHO DE COMERCIALIZADO NO ESTADO DE PERNAMBUCO. Apresentação: Pôster

VII Semana Acadêmica da UEPA Marabá

APLICAÇÃO DE ÓLEOS E GORDURAS DE RELEVÂNCIA NUTRICIONAL EM PRODUTOS DE PANIFICAÇÃO. da Silva e Elisa Makiyama Kim FEA-UNICAMP

APROVEITAMENTO DO SORO PARA A PRODUÇÃO DE PÃES DE QUEIJO

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE POLPA DE ACEROLA IN NATURA E LIOFILIZADA PARA PREPARAÇÃO DE SORVETES

ANEXO I ESPECIFICAÇÃO DETALHADA DO OBJETO

ESTUDO DAS PERDAS NO PROCESSAMENTO DE TEMPERO EM TABLETES. Ângelo Queiroz Aragão 1 ; Mariana Ferreira Oliveira²

Considerando a Resolução MERCOSUL GMC, nº 83/96, que aprovou o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Queijo Prato;

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA PORTARIA Nº 567, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2010

Tópicos Especiais em Química. Legislações e Normas. Giselle Nobre

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE PATOS-PB

AVALIAÇÃO SENSORIAL DO PÃO DE FORMA ENRIQUECIDO COM FARINHA RESIDUAL DE ALGAROBA (Prosopis juliflora (Sw.) DC)

MINUTA MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO GABINETE DA MINISTRA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº XX, DE XX DE JUNHO DE 2019

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

PROCESSAMENTO DE HAMBÚRGUER DE CARNE BOVINA ADICIONADO DE QUEIJO PARMESÃO

INSPEÇÃO DE QUEIJO 22/06/2011 REGULAMENTO DA INSPEÇÃO INDUSTRIAL E SANITÁRIA DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL RIISPOA

Transcrição:

BEBIDAS LÁCTEAS NÃO FERMENTADAS ADICIONADAS DE POLPA DE ABACATE: ANÁLISE DO PERFIL DE TEXTURA Pedro Ivo Soares e Silva; Eugênia Telis de Vilela Silva; Anna Karoline de Sousa Lima; Samara Dias do Santos Moura; Rebeca de Lima Dantas Universidade Federal de Campina Grande - UFCG. E-mail: pedroivosoares@hotmail.com; eugenia_telys@hotmail.com; karol_slima@hotmail.com; samara_28_1@hotmail.com; rebecald@hotmail.com. RESUMO: A bebida láctea não fermentada é caracterizada na indústria por ser um alimento funcional, nutritivo e de fácil acesso, sua produção é viável pelo uso do soro do leite que é na maioria das vezes descartado, sendo assim tem-se um aproveitamento quase total da matéria-prima. O objetivo do seguinte trabalho foi caracterizar a bebida láctea não fermentada sabor abacate com relação aos aspectos físicos de textura, em especial os aspectos de firmeza, consistência, viscosidade e coesividade que são importantes para determinação sensorial do produto.as amostras foram desenvolvidas e analisadas no Laboratório de Engenharia de Alimentos na UFCG, foi obtida uma bebida adicionada de polpa de abacate, com três formulações com 4, 6 e 8% respectivamente. Com relação a textura, a firmeza obteve valores baixos o que se mostra coerente devido a pouca necessidade de força para comprimir o alimento, os demais parâmetros não variaram estatisticamente entre si e a adição do conservante e espessante na bebida contribuiu para uma alteração em todos parâmetros analisados. Palavras-chave: Alimento Funcional; Ensaio Texturométrico; Soro de Leite. INTRODUÇÃO De acordo com a legislação brasileira entende-se por Bebida Láctea o produto lácteo resultante da mistura do leite (in natura, pasteurizado, esterilizado, UHT, reconstituído, concentrado, em pó, integral, semidesnatado ou parcialmente desnatado e desnatado) e soro de leite (líquido, concentrado e em pó) adicionado ou não de produto(s) substancia(s), gordura vegetal, leite(s) fermentados(s), fermentos lácteos selecionados e outros produtos lácteos. A base láctea representa pelo menos 51% (cinquenta e um por cento) massa/massa (m/m) do total de ingredientes do produto. Além dos aspectos de armazenamento, composição, rotulagem, aspectos microbiológicos definidos pela legislação, o teor de proteínas de origem láctea presente no produto final é fundamental para a definição do produto, esta pode variar de no mínimo 1,0% a no máximo 2,0% a depender do produto (BRASIL, 2005). As propriedades funcionais dos produtos de soro são de grande importância para os fabricantes de produtos lácteos fermentados com características probióticas ou nutracêuticas. Os produtos de soro não só permitem ao fabricante reduzir o custo total dos ingredientes como também apresentam a importante vantagem de possuírem propriedades funcionais excepcionais, além de serem uma fonte concentrada de nutrientes lácteos, sobretudo proteínas de elevado valor nutricional e cálcio (HUGUNIN, 1999). O abacateiro é cultivado em quase todos os Estados do Brasil. Trata-se de uma planta frutífera das mais produtivas por unidade de área cultivada (Tango e Turatti, 1992).

Um grande número de variedades de abacate é encontrado nas diversas regiões do território nacional, cujos frutos apresentam composição química muito variável. Estudo anteriormente realizado com algumas variedades cultivadas no Estado de São Paulo mostrou grande variação quanto aos teores de lipídeos na polpa dos frutos (Tango et al., 1972). A bebida láctea não fermentada vem se difundido na indústria por ser um alimento funcional, nutritivo e de fácil acesso, sua produção é viável pelo uso do soro do leite que é na maioria das vezes descartado, sendo assim tem-se um aproveitamento quase total da matéria-prima. Sendo assim, o objetivo do seguinte trabalho foi caracterizar a bebida láctea não fermentada sabor abacate com relação aos aspectos físicos de textura, em especial os aspectos de firmeza, consistência, viscosidade e coesividade que são importantes para determinação sensorial do produto. MATERIAL E MÉTODOS Para processamento das bebidas lácteas não fermentadas, utilizaram-se leite bovino pasteurizado, soro de leite bovino proveniente do processamento de queijo minas frescal, açúcar cristal como adoçante, goma xantana como espessante, sorbato de potássio como conservante e polpa de abacate (variedade Fortuna), proveniente de frutos adquiridos no mercado local da cidade de Campina Grande, PB. As matérias-primas foram conduzidas ao Laboratório de Engenharia de Alimentos (LEA) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, onde a pesquisa foi conduzida. Os abacates foram separados dos caroços manualmente com uso de facas de aço inoxidável e despolpados. Posteriormente, a polpa foi submetida a um processo de concentração em evaporador rotativo na temperatura de 60 C. Na ocasião, a polpa da ameixa foi concentrada de 10,9 Brix para 11,9 Brix. As bebidas lácteas não fermentadas foram processadas conforme disposto na Tabela 1, utilizouse como base láctea uma mistura de leite bovino pasteurizado (300 ml) e soro de queijo minas frescal (200 ml) produzido em condições higiênico-sanitárias adequadas e previamente submetido a tratamento térmico a 85 C por 15 min para inativação do coagulante renina. Foi acrescida à base láctea, em proporções constantes, 10% de açúcar cristal, 0,04% de goma xantana e 0,04% de sorbato de potássio em relação ao volume da base láctea. As polpas de abacate foram acrescidas à base láctea nas concentrações de 4% (F1), 6% (F2) e 8% (F3). Em seguida as bebidas foram submetidas à pasteurização lenta na temperatura de 65 C por 30 min, envasadas em potes de polipropileno e estocadas a 4 C até realização das análises físico-químicas. Tabela 1 Formulações das bebidas lácteas não fermentadas adicionadas de polpas de abacate

Formulação Leite (ml) Soro de queijo (ml) Açúcar cristal (%)* Polpa de abacate (%)* Goma Xantana (%)* Sorbato de Potássio (%)* F1 300 200 10,0 4,0 0,02 0,02 F2 300 200 10,0 6,0 0,02 0,02 F3 300 200 10,0 8,0 0,02 0,02 * % (p/v) em relação a 500 ml (100%) da base láctea constituída por leite bovino e soro de queijo. Segundo Kowaslki et al (2002), a textura de um alimento pode ser definida como um grupo de características físicas que provém dos elementos estruturais dos alimentos. Essas características, ou parâmetros de textura, são quantificados através das análises de textura, que podem ser sensoriais ou instrumentais, cujos parâmetros primários e secundários de interesse da textura da bebida láctea não fermentada que podem ser obtidos por análise instrumental. Foram analisados os parâmetros de firmeza que á forma necessária para realizar um dada deformação, como também de consistência, viscosidade e coesividade. Os resultados referentes aos parâmetros estudados foram submetidos a um delineamento inteiramente casualizado através de análise de variância (Anova) e teste de Tukey em nível de significância de 5% utilizando o programa estatístico ASSISTAT versão 7.7, 2014 (SILVA, 2014). RESULTADOS E DISCUSSÃO O perfil de textura das bebidas lácteas adicionadas de polpas de abacate está descrito na Tabela 2. Tabela 2. Valores médios da análise do perfil de textura das bebidas lácteas adicionadas de polpa de abacate Formulação Firmeza (N) Consistência Viscosidade (N.s) Coesividade F1 0,14653 b 3,58867 a 0,08700 a 0,08220 a F2 0,15387 ab 3,72167 a 0,09767 a 0,08880 a F3 0,15827 a 3,78133 a 0,09700 a 0,08917 a DMS 0,01006 0,29237 0,01390 0,00985 F calculado 6,5333* 2,1437 ns 3,4801 ns 2,9826 ns F1, F2 e F3 = Bebidas lácteas não fermentadas adicionadas de 4%, 6% e 8% de polpa de abacate; DMS = Desvio médio significativo; ** = significativo a 1% de probabilidade (p< 0,01) * significativo ao nível de 5% de probabilidade (.01 =< p <.05), ns não significativo (p >=.05) Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade (p< 0,05). ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p <.01)

Os valores obtidos da dureza são baixos porque a força necessária pra comprimir a estrutura do alimento é mínima devido ao mesmo não ser um alimento sólido, o maior valor de firmeza encontrado foi na terceira formulação e isso se justifica porque foi a formulação que recebeu a maior porcentagem de polpa de abacate consequentemente aumentando a força de compressão. Em contra partida Kowalski et al analisando o perfil de textura de pães tipo francês encontrou valores para a dureza entre 389,0 e 757,0. As formulações em relação ao aspecto de consistência não diferiram estatisticamente entre si e a maior média notada entre as formulações foi a terceira com respectivamente 3,78133. Landim et al em 2015 produziu uma bebida láctea sabor morango, sua amostra controle sem o uso de espessantes teve consistência avaliada em escala hedônica de sete pontos e obteve média de 3,62. Provando assim que o uso de espessantes na formulação altera os aspectos de textura. Os resultados dos parâmetros de viscosidade e coesividade não se diferiram estatisticamente entre si. A formulação com média mais alta para a viscosidade foi a formulação dois com 0,09700 N.s, já para a coesividade a terceira formulação foi mais expressiva. Landim et al encontrou um valor de coesividade de 0,49 para sua amostra de bebida láctea de morango com presença do espessante carboximetilcelulose e de 0,79 para a sua amostra controle. CONCLUSÃO Portanto, com base nos valores obtidos a bebida láctea não fermentada adicionada de polpa de abacate apresentou resultados satisfatórios para a análise de textura. Confirmou-se o fato do produto final ser de fácil mastigação por não se tratar de um alimento sólido, que a adição dos conservantes e espessantes alteraram de forma significativa os parâmetros analisados e que o produto final se apresentou dentro do padrão de consumo atual. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n.16, de 23 de agosto de 2005. Aprova o Regulamento técnico de identidade e qualidade de bebida láctea. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil / Poder Executivo, 24 ago. 2005. Seção 1, p.7. Brasília (DF): ANVISA; 2005. HUGUNIN, A. O uso de produtos de soro em iogurte e produtos lácteos fermentados. Leite & Derivados, São Paulo, v. 5, n. 49, p. 22-33, 1999. KOWALSKI, M. B., Carr, L. G., Tadini, C. C. (2002) Parâmetros físicos e de textura de pão frances produzido na cidade de São Paulo. In: Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos, 18, Anais, Porto Alegre. LANDIM, B. L., Sampaio V. S., Junior S. C. E., Bonomo F. C, R., Leite S. X. C. (2015) AVALIAÇÃO DE DIFERENTES ESPESSANTES NAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS,

SENSORIAIS E REOLÓGICAS DE BEBIDA LÁCTEA. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.17, n.1, p.87-96, 2015 ISSN 1517-8595. SILVA, F.A.S. ASSISTAT: Versão 7.7 beta. DEAG-CTRN-UFCG Atualizado em 01 de abril de 2014. Disponível em: < http://www.assistat.com/>. Acessado em: 01 de Maio 2016. TANGO, J. S.; TURATTI, J. M. Óleo de abacate. In: ABACATE cultura,matéria-prima, processamento e aspectos econômicos.campinas:ital, 1992. p. 156-192.