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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 315469-70.2012.8.09.0000 (201293154695) APARECIDA DE GOIÂNIA AGRAVANTE: LEANDRO EVANGELISTA CIRQUEIRA AGRAVADO: MUNICÍPIO DE APARECIDA DE GOIÂNIA RELATOR: JUIZ SÉRGIO MENDONÇA DE ARAÚJO CÂMARA: 3ª CÍVEL R E L A T Ó R I O E V O T O Trata-se de Agravo de Instrumento com pedido de efeito suspensivo interposto por LEANDRO EVANGELISTA CIRQUEIRA, devidamente qualificado e representado nos autos da Ação de Anulação de Ato Administrativo c/c Antecipação dos Efeitos da Tutela ajuizada em desfavor do MUNICÍPIO DE APARECIDA DE GOIÂNIA, face à decisão (fls. 106/109) proferida pelo MM. Juiz de Direito da Vara de Fazenda Pública Municipal, Registros Públicos e Ambiental da Comarca de Aparecida de Goiânia, Dr. Gustavo Dalul Faria. Por meio do decisum questionado o Magistrado singular indeferiu o pedido de antecipação dos efeitos da tutela formulado pelo Autor, que almejava, após a inabilitação em exame psicotécnico, participar do curso de formação para a Guarda municipal da cidade de Aparecida de Goiânia. recurso às fls. 02/21. Inconformado, o Recorrente interpõe o presente Em suas razões, inicialmente, requer a concessão de 1

efeito suspensivo ao recurso por entender iminente a ocorrência de lesão grave ou de difícil reparação. Aduz que o exame psicológico a que se submeteu, além de não ter previsão na lei de regência do cargo (Guarda Municipal) foi realizado de forma desorganizada e sem critérios objetivos, violando, a seu ver, os preceitos da Súmula nº 686, do Supremo Tribunal Federal STF e os princípios da legalidade, contraditório e ampla defesa. Afirma que, a despeito da possibilidade de impugnação do resultado da referida etapa, não teve acesso aos motivos que ensejaram a sua inaptidão, tampouco aos nomes dos profissionais que aplicaram e corrigiram os testes. Defende a existência de diferenças entre o exame psicotécnico e a avaliação da saúde física e mental elencada na legislação que disciplina e regulamenta a carreira dos Guardas Municipais. Colaciona julgados sobre a matéria discutida nos autos e, ao final, pede a concessão dos benefícios da Assistência Judiciária e o provimento da insurgência, a fim de lhe autorizar a efetivar a matrícula no curso de formação. Exordial instruída com os documentos de fls. 22/113. Através do decisum exarado às fls. 116/119, foi deferido o pedido de suspensão do ato judicial questionado. 2

Informações prestadas pelo Juiz a quo às fls. 129/131. Consoante os termos da certidão lavrada à fl. 132, a parte Agravada deixou transcorrer in albis o prazo para apresentar contrarrazões. Em parecer lançado às fls. 134/14, a Procuradoria Geral de Justiça, representada pela Drª. Márcia de Oliveira Santos, opina pelo provimento do recurso, a fim de reformar a decisão recorrida e deferir a antecipação dos efeitos da tutela formulado pelo Autor na exordial. É o Relatório. Passo ao voto. Presentes os requisitos legais de admissibilidade do recurso e uma vez já conhecido, procedo à análise da questão. Como visto, trata-se de Agravo de Instrumento com pedido de efeito suspensivo interposto por LEANDRO EVANGELISTA CIRQUEIRA, face à decisão (fls. 106/109) que indeferiu o pedido de antecipação dos efeitos da tutela formulado na exordial pelo Autor/Recorrente que almejava, após a inabilitação em exame psicotécnico, participar do curso de formação para a Guarda municipal da cidade de Aparecida de Goiânia. necessita de reparos. De plano, vislumbro que o ato judicial questionado 3

Com efeito, segundo os preceitos do art. 273, do CPC, a antecipação dos efeitos da tutela, em processo de conhecimento, está condicionada à existência de prova inequívoca, capaz de demonstrar a verossimilhança das alegações da parte Autora, e desde que haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do Réu. Nesse sentido: 1ª Câmara Cível ( ) Para concessão da tutela antecipatória exige-se a concorrência dos requisitos da existência de prova inequívoca, entendida como aquela que não admite dúvida razoável, e do fundado receio de dano, consoante dispõe o artigo 273 do CPC 1. No caso em apreço, verifico o preenchimento de tais pressupostos, pois, além de apresentarem-se relevantes os fatos descritos na exordial, havia iminência de dano potencial caso a providência almejada fosse deferida somente quando do julgamento final da questão. Segundo os termos da Súmula nº 686 do Supremo Tribunal Federal, só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. Como se vê, a exigência do exame psicotécnico para a aprovação em concurso público somente é lícita quando expressamente prevista em lei (princípio da legalidade), sendo ainda necessário, segundo orientação dos Tribunais Superiores, a divulgação 1 TJGO. 1ª Câmara Cível. Agravo de Instrumento nº 143304-17.2012.8.09.0000. Rel. Des. Luiz Eduardo de Sousa. DJ nº 1111, de 26/07/2012. 4

dos critérios adotados (princípio da publicidade) e a possibilidade de revisão do resultado obtido pelo candidato (princípios da impessoalidade, contraditório, ampla defesa e motivação). Acerca da matéria, eis os julgados abaixo transcritos: STJ 2ª Turma ( ) A legalidade do exame psicotécnico em provas de concurso público está submetida a previsão legal e não deve ostentar caráter subjetivo e sigiloso 2. STJ 5ª Turma ( ) O exame psicotécnico tem sua legalidade subordinada a três pressupostos necessários: sua previsão legal; a cientificidade dos critérios adotados, (de modo a afastar a possibilidade teórica do arbítrio); e o poder de revisão, (para o fim de evitar qualquer forma de subjetivismo que viole o princípio da impessoalidade na Administração). Esse entendimento tem contado com o beneplácito da jurisprudência desta Corte, que admite a exigência de aprovação em exame psicotécnico para preenchimento de cargo público, desde que claramente previsto em lei e pautado em critérios objetivos, possibilitando ao candidato o conhecimento da fundamentação do resultado, a fim de oportunizar a interposição de eventual recurso 3. Em análise detida da legislação que estrutura e regulamenta a carreira dos Guardas Municipais na cidade de Aparecida de Goiânia (Lei nº 1.397/94), observo constar a seguinte disposição no art. 23, inciso IX: Art. 23. Para concorrer ao ingresso na carreira de Guarda 2 STJ. 2ª Turma. Agravo Regimental no Recurso Especial nº 1322565/DF. Rel. Min. Herman Benjamin. Julgado em 20/09/12. DJ de 10/10/12. 3 STJ. 5ª Turma. Agravo Regimental em Recurso em Mandado de Segurança nº 25571/MS. Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho. Julgado em 26/06/08. DJ de 18/08/08. 5

Municipal o candidato deverá observar as seguintes condições: ( ) omissis IX. aprovado em exame de saúde físico e mental; Tenho que a redação do referido dispositivo não sujeita a exame psicotécnico a habilitação dos candidatos, limitando-se a prever a aprovação em exame de saúde física e mental, que não se confunde com aquele. Isso porque aptidão mental refere-se à saúde mental, objeto de estudo da psiquiatria, e não com coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito da personalidade e do comportamento dos indivíduos, objeto de estudo da psicologia por meio do exame psicotécnico. Nesse contexto, ausente previsão legal, antevejo a presença dos requisitos capazes de justificar o deferimento do provimento antecipatório postulado, devendo ser reformado o ato judicial que o indeferiu. EM FACE DO EXPOSTO, acolho o parecer ministerial de cúpula, conheço do recurso e dou-lhe provimento, a fim de reformar a decisão recorrida e conceder a antecipação dos efeitos da tutela almejada pelo Autor/Recorrente na exordial. É o voto. Goiânia, 22 de janeiro de 2013. Juiz SÉRGIO MENDONÇA DE ARAÚJO Relator em Substituição 6

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 315469-70.2012.8.09.0000 (201293154695) APARECIDA DE GOIÂNIA AGRAVANTE: LEANDRO EVANGELISTA CIRQUEIRA AGRAVADO: MUNICÍPIO DE APARECIDA DE GOIÂNIA RELATOR: JUIZ SÉRGIO MENDONÇA DE ARAÚJO CÂMARA: 3ª CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO. ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA. PRESENÇA DOS REQUISITOS. PARTICIPAÇÃO EM CURSO DE FORMAÇÃO PARA GUARDA MUNICIPAL. REPROVAÇÃO EM EXAME PSICOTÉCNICO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. ALUSÃO GENÉRICA NA LEGISLAÇÃO QUE ESTRUTURA E REGULAMENTA A CARREIRA. 1. A antecipação dos efeitos da tutela, em processo de conhecimento, está condicionada à existência de prova inequívoca, capaz de demonstrar a verossimilhança das alegações da parte Autora, desde que haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do Réu (Inteligência do art. 273, do CPC); 2. Segundo orientação dos Tribunais Superiores, a exigência de exame psicotécnico em 7

concursos públicos tem sua licitude subordinada a três critérios: previsão legal (princípio da legalidade), divulgação dos critérios adotados (princípio da publicidade) e a possibilidade de revisão do resultado obtido pelo candidato (princípios da impessoalidade, contraditório, ampla defesa e motivação); 3. Ausente previsão legal acerca da realização de exame psicotécnico para o ingresso na carreira dos Guardas Municipais da cidade de Aparecida de Goiânia, deve ser reformado o ato judicial que indeferiu a antecipação dos efeitos da tutela postulada na exordial, a fim de autorizar a participação do Recorrente no curso de formação. Agravo de Instrumento conhecido e provido. Decisão reformada. A C Ó R D Ã O partes as retro indicadas, Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são ACORDAM os integrantes da Segunda Turma Julgadora em sessão da 3ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em conhecer do Agravo e dar-lhe provimento, para reformar a decisão, nos termos do voto do Relator. Votaram com o Relator o Doutor Maurício Porfírio 8

Rosa, substituto do Desembargador Stenka I. Neto e o Desembargador Walter Carlos Lemes, que também presidiu a sessão. Eduardo Veiga Braga. Presente o ilustre Procurador de Justiça Doutor José Goiânia, 22 de janeiro de 2013. Juiz SÉRGIO MENDONÇA DE ARAÚJO Relator em Substituição 9