INFLUÊNCIA DA FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM PROFESSORES DE JUDÔ



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Transcrição:

Science in Health jan-abr 2013; 4(1): 36-44 INFLUÊNCIA DA FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM PROFESSORES DE JUDÔ Influence of Physical Education on Teachers of Judo as a Martial Art. Fábio Rodrigo Ferreira Gomes 1 Felipe Cesar Marcelino Coutinho 2 Frank Shiguemitsu Suzuki 3 Marcelo Massa 4 RESUMO No ensino do Judô, o professor normalmente reproduz os ensinamentos de maneira similar ao que aprendeu, partindo do pressuposto de que é a maneira correta. No entanto, no que tange à busca de formação profissional, alguns professores de luta realizam um curso formal em Educação Física para cumprir a legislação e a regulamentação das competências da profissão. Assim, o objetivo deste estudo é verificar a influência do curso de Educação Física em professores que lecionam Judô para iniciantes. O estudo se deu por questões abertas. Participaram deste estudo 12 professores de Judô, faixa preta, sendo sete formados em Educação Física e cinco não formados. De acordo com os discursos obtidos, é possível concluir que a elaboração das aulas de Judô se dá predominantemente a partir do conhecimento adquirido na vivência da modalidade do professor e a graduação em Educação Física pouco influenciou nas estratégias utilizadas. Palavras-chave: Artes marciais, Educação física, Treinamento. Abstract In the teaching of Judo, the teacher usually plays the teachings similarly to what has been learned, assuming that is the correct way. However, when it comes to seeking professional training, some teachers struggle to carry out a formal course in Physical Education to comply with the laws and regulations of acquiring the skills of the profession. The objective of this study is to investigate the influence of Physical Education graduate courses for teachers who teach Judo for beginners. The study used an open interviews. Participants were twelve teachers Judo fifth dan, seven graduates in Physical Education and five not graduated. According to the results, we conclude that the development of Judo classes is predominantly from the knowledge gained in the experience as an instructor and Physical Education graduation had little influence on the strategies used. Key words: Martial Arts; Physical Education and Training. 1 Doutorando em Educação Física - USP, Professor - Uninove, Membro dos grupos: GECOM-Unicid; LACOM-USP; GEPCHAM-USP 2 Graduado em Educação Física - Uninove 3 Mestrado em Educação Física USJT, Professor Uninove 4 Doutorado em Educação Física - USP, Professor - USP-EACH, Membro do GEPCHAM-USP 36

INTRODUÇÃO O Judô, esporte oriental criado no Japão, atualmente é muito praticado desde o início da infância nas escolas, com vários objetivos, alguns relacionados aos benefícios físicos como agilidade, força, velocidade na tomada de decisão, e outros sociais, como comportamento e disciplina. O Judô foi criado no Japão pelo professor Jigoro Kano em 1882. Essa arte foi derivada de alguns estilos de jiu-jitsu, que havia perdido o sentido de praticar lutas para fins de guerra. Foi necessário encontrar outro objetivo para a prática da luta, e seu criador esteve empenhado em um modo educacional, onde a arte marcial contribuiria para aperfeiçoamento do equilíbrio físico e espiritual do ser humano 1. Segundo Sugai 2 (2000), Jigoro Kano iniciou seu moderno sistema de jiu-jitsu utilizando métodos racionais em benefício das pessoas e da sociedade, baseado em leis de dinâmica, ação e reação, selecionou as técnicas que ofereciam fundamentos científicos, criou sua própria disciplina, elaborou uma nova orientação e inseriu princípios básicos como: equilíbrio, gravidade e sistemas de alavancas nas execuções dos movimentos lógicos, onde não só a própria força é importante numa disputa, mas o raciocínio e aproveitamento da força do adversário. No Brasil, o judô foi introduzido por volta de 1908, com a vinda dos imigrantes japoneses, fazendo parte da cultura nipônica presente e fundamental para enriquecer a formação dos jovens imigrantes 3. É importante salientar que os professores de Judô não eram formados para tal, mas sim estavam no Brasil para tentar uma vida melhor que no Japão, a maioria trabalhava com agricultura 4. Muitos pais colocam seus filhos para praticar Judô como complemento da educação adquirida em casa. Assim, ele é um dos esportes mais procurados, uma modalidade esportiva oriental que incute primeiramente a disciplina na aprendizagem e formação de seus alunos. Com base no senso comum, diz-se que o Judô ensina a ter disciplina Arena e Böhme 5 (2000) afirmam que nos clubes, secretarias municipais de esportes, inclusive em escolas, encontram-se crianças a partir de quatro anos praticando judô. Acredita-se que o judô, como atividade esportiva, pode ser ensinado a partir da pré-escola e que os ensinamentos dessa modalidade devem respeitar as características psicológicas e biológicas das crianças. Para tanto, é necessário aproximar pedagogicamente e adaptar esse esporte a essa faixa etária. Porém, tem sido observado frequentemente que é uma prática carente de fundamentação teórica que oriente os procedimentos didático-pedagógicos. É importante ressaltar que a fundamentação teórica, acima citada, não se restinge somente aos aspectos de como ensinar, mas Santos 6 (1993) ressalta a falta de conhecimentos teóricos sobre a modalidade entre os professores e judocas, e em consequência não sabem da aplicação desses princípios no judô ou mesmo no cotidiano. Segundo Miranda 7 (2004) os professores de judô quase sempre utilizam o método tradicional, largamente baseado no senso comum, e pouca inovação tem acontecido com base em conhecimentos científicos. Existem alguns aspectos a se levar em consideração: o primeiro está relacionado às faixas etárias. No cotidiano do Judô, as aulas realizadas com adultos têm características similares às aulas para as crianças; as diferenças estão relacionadas aos golpes utilizados em cada idade e a intensidade de treinamento em relação aos exercícios. Miranda 7 (2004) alerta que a especialização dos movimentos e a complexidade das técnicas de judô aplicadas na primeira infância podem ser prejudiciais ao repertório motor, bem como promover danos fisiológicos e psicológicos; nessa fase as crianças devem receber ensino todo especial, baseado em recreação, de forma lúdica, sem aplicar formas ou técnicas. Mais especificamente, ele afirma que os movimentos repetitivos que fazem parte das aulas de 37

judô devem ser evitados em crianças. Tani et al. 8 (1988), ao se referirem à abordagem desenvolvimentista, deixam claro que o movimento humano faz parte do domínio motor, mas também estão presentes o domínio cognitivo e o domínio afetivo-social. Assim, os professores deveriam ensinar não só as técnicas do judô, mas relacioná-las e trazer diferentes ensinamentos para o cotidiano de seus alunos. Nesse sentido, Santos 9 (2006) diz que há uma transformação ocorrendo para não mais se ministrar conteúdos ideológicos da modalidade, ou seja, os conteúdos de bases filosóficas que nortearam e fundamentaram as decisões de Jigoro Kano ao idealizar o Judô. Atualmente, nas aulas de judô, os professores têm se preocupado muito com o aperfeiçoamento das técnicas de seus alunos, principalmente como um preparo para as competições, em que o foco está nos resultados para a Associação e para si mesmos como professores-técnicos, e têm se esquecido de disseminar os ensinamentos filosóficos que o judô também traz no seu alicerce. Ainda se acrescenta que é necessário se formar primeiro um judoca de essência para depois se formar um atleta, dando a ele uma boa base teórico-prática e, ainda, um aporte físico, psíquico e espiritual 9. Nesse sentido, deve-se partir da consideração da tradição cultural de determinada modalidade, reconhecendo os valores, muitas vezes inconscientes, que dão suporte e sentido à sua prática 10. Conforme a introdução deste trabalho, o judô é uma modalidade esportiva oriental e segue princípios rígidos de uma cultura milenar, que leva em consideração aspectos como obediência e respeito ao extremo. Nesse sentido, o Judô denomina-se como uma modalidade tradicional, em que os professores replicam os ensinamentos de seus mestres, normalmente sem questionar ou modificar. Baptista 11 (2000) esclarece a ideia quando diz que a transferência do método de ensino do judô japonês para o judô brasileiro deve conter modificações afetivas e pedagógicas, adaptadas ao nosso sistema educacional brasileiro, para que as crianças não se sintam reprimidas e saturadas, fazendo com que procurem outra atividade esportiva. Outro fator que se deve levantar é que, após a lei 9696/98 em que se regulamentou a profissão de Professor de Educação Física, atribuiu-se a este profissional a responsabilidade de:...coordenar, planejar, programar, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem como prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas e do desporto 12. Assim, os professores de Judô deveriam cursar Educação Física. Apesar do curso de Licenciatura em Educação Física objetivar a formação de professores para atuarem na Educação Física Escolar, ele também abarca o professor que possui interesses em modalidades específicas. Dessa forma, durante o curso o professor de Judô deve estabelecer suas próprias relações entre as disciplinas do curso de graduação e a modalidade a qual pratica, pois não existem disciplinas que tratem a modalidade por si mesma direcionada ao especialista. Assim, diante da importância dos conhecimentos adquiridos no curso de Educação Física, o objetivo do presente estudo é analisar a contribuição da graduação em Educação Física na formação dos professores de Judô que atuam na iniciação esportiva da modalidade. METODOLOGIA Pode-se classificar essa pesquisa como Qualitativa, porque dentre suas características estão a observação e as entrevistas no ambiente real ou natural 13. A pesquisa qualitativa torna-se a melhor opção, porque seus métodos são tão abertos que a complexidade e profundidade necessárias para se alcançar os objetivos desse estudo não poderiam ser atendidas por métodos quantitativos 14. Fizeram parte deste estudo 12 professores de judô, sendo 07 (S1; S2; S3; S4; S5; S6 e S7) forma- 38

dos no curso de Educação Física e 05 (S8; S9; S10; S11 e S12) professores não formados no curso de Educação Física, mas formados dentro do judô, e que também ensinam a modalidade para crianças a partir de 06 anos de idade. Todos eram professores de clubes e academias que participam de competições. As entrevistas aconteceram durante competições em ambiente calmo e reservado. Com o objetivo de comparar a influência da formação em Educação Física em professores de Judô que ensinam crianças, utilizou-se como método de pesquisa Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) 15. De acordo com o método do DSC (Lefèvre e Lefèvre 15, 2003), a partir de questões abertas, alguns sujeitos de alguma forma representativos dessa coletividade (professores de Judô formados e não formados em Educação Física), se expressam quase que livremente a ponto de produzir discursos. O DSC permitiu uma abordagem qualitativa acerca do processo de ensino e aprendizagem dos professores de Judô formados em educação física e os não formados. De acordo com Lefèvre e Lefèvre 15 (2003), o pensamento é algo essencialmente discursivo e só pode ser obtido numa escala coletiva a partir de perguntas abertas elaboradas para um conjunto de indivíduos de alguma forma representativo dessa coletividade, deixando com que esses indivíduos se expressem mais ou menos livremente. Nesse sentido, as perguntas fechadas seriam insuficientes diante dessa perspectiva, pois não enfatizariam a expressão de um pensamento, mas a expressão de uma adesão a um pensamento preexistente. O DSC é uma proposta de organização e tabulação de dados qualitativos de natureza verbal e, no presente estudo, obtidos em depoimentos dos professores (não formados em educação física e formados). Para confeccionar os DCSs, Lefèvre e Lefèvre 15 (2003) criaram as seguintes figuras metodológicas: Expressões Chaves (ECH): transcrições literais do discurso, dessa maneira as ECHs são matérias-primas do DSC; Ideias Centrais (IC), nome ou expressão linguística que revela e descreve, de forma sintética, precisa e fidedigna, o sentido de cada um dos discursos analisados e de cada conjunto homogêneo de ECH, que vai dar origem, posteriormente, ao DSC - cada discurso individual pode conter uma ou mais IC; DSC: é um discurso síntese redigido na primeira pessoa do singular e composto pelas ECHs que tem a mesma IC. Sendo assim, foi utilizado um roteiro de entrevistas composto por 4 perguntas: Me conte um pouco como é sua história e sua formação para ser professor de Judô. Como você estrutura as partes de sua aula para crianças? Que técnicas ensina para os alunos iniciantes? Me conta como você ensina essas técnicas. Os depoimentos foram gravados em aparelho MP3 (digital) e, posteriormente, transcritos de modo a recuperar a sua integridade, servindo de matéria-prima para a construção dos DCs. RESULTADOS Os resultados e discussões foram divididos em dois momentos. Seguem abaixo as entrevistas e os DSC s construídos para (IC). Inicialmente com os professores de Judô graduados em Educação Física, logo em seguida os professores de Judô sem a graduação em Educação Física. Professores de Judô graduados em Educação Física 39

Tabela 1 Caracterização das ideias centrais, frequência e percentual de respostas para a pergunta: Me conte um pouco como é sua história e sua formação para ser professor de Judô. A Começou auxiliando o Sensei (professor de 7 100% Judô) DSC: IC Começou auxiliando o sensei (S1; S2; S3; S4; S5; S6 e S7): Eu treinava judô, fui me graduando e quando cheguei próximo a faixa preta comecei a ajudar meu sensei nas aulas, então comecei a ministrar aulas para os menores, mas sob supervisão do meu mestre. Tabela 2 Caracterização das ideias centrais, frequência e percentual de respostas para a pergunta: Como você estrutura as partes de sua aula para crianças? A B C D Visando somente o Lúdico 4 57% Visando o desenvolvimento da coordenação 2 29% motora Aspectos técnicos específicos do Judô 3 43% Aspectos técnicos nas brincadeiras 2 14% DSC: ICA Visando somente o lúdico (S1; S2; S3 e S4): Como é aula para criança, acho que é muito no lúdico, faço brincadeira para aquecer, procuro sempre dar brincadeiras e deixar as aulas bem lúdicas. DSC: ICB Visando o desenvolvimento da coordenação motora (S2 e S5): Eu procuro trabalhar primeiro a coordenação motora, equilíbrio, para que eles usem o corpo através de animais, pulando, rastejando, correndo, virando cambalhota, ou seja trabalha coordenação motora geral não específica. DSC: ICC Aspectos técnicos específicos do Judô (S1; S6 e S7): A gente pega mais a parte técnica, quedas, entrada de golpe, lutas e pequenas competições. DSC: ICD Aspectos técnicos nas brincadeiras (S6 e S7): Procuro ensinar os fundamentos do Judô com brincadeiras, com exercícios adaptados, tem que ensinar os golpes fazendo um comparativo com alguma coisa do mundo dela, isso é trabalhoso. Tabela 3 Caracterização das ideias centrais, frequência e percentual de respostas para a pergunta: Que técnicas ensina para os alunos iniciantes? A Ensina golpes de diferentes características (ashi waza te 5 71% waza koshi waza) B Ensina quedas 1 14% C Técnicas de solo (ne waza) 2 28% DSC: ICA Ensina golpes de diferentes características (ashi waza te waza koshi waza) S1; S2; S3; S6 e S7: Eu ensino técnicas de pé como osotogari e ouchigari, de mãos como iponseoinague e koshiguruma de quadril, pois é a partir destas que eles vão evoluindo para outros golpes mais complexos, logo depois do o soto gari ensino o o goshi. DSC: ICB Ensina quedas (S4): A gente sempre ensina quedas, o aluno tem que perder o medo de estar no chão, assim se faz as quedas repetidas vezes em todas as aulas. DSC: ICC Técnicas de solo (ne waza) S5 e S6: O ne waza a gente trabalha muito com a parte de imobilizações hon kessa gateme, yoko shiro gatame e movimentações de solo. 40

Tabela 4 Caracterização das ideias centrais, frequência e percentual de respostas para a pergunta: Me conta como você ensina essas técnicas. A Demonstração 1 14% B Explorando a imaginação 4 57% C Repetições de golpes (uchi komi) 2 28% D Repetições do golpe (uchikomi) em movimento e projetando o oponente DSC: ICA Demonstração (S1): 3 43% Primeiro eu faço a técnica em um aluno, eles fazem em mim, depois eles repetem nos coleguinhas. DSC: ICB Explorando a imaginação (S2; S3; S4 e S5): Eu tento fazer a criança imaginar que sua perna é um ganchinho, aí tem que enganchar na perna do coleguinha, finjo que as pernas do meu aluno é a toca do coelho e o coelho que é a perna do outro aluno tem que entrar na toca do coelho. Peço que eles imaginem que o quadril é o carro e eles têm que estacionar o carro dentro da garagem que é a cintura do outro oponente. Assim vou criando os golpes. DSC: ICC Repetições do golpe (uchikomi) (S6 e S7): Eu mostro um golpe, peço que eles realizem por algumas vezes e assim eles vão aprimorando os golpes, esta é a função do uchikomi. DSC: ICD - Repetições do golpe (uchikomi) em movimento e projetando o oponente (S1; S3; S4 e S7): Depois que eles aprendem a forma dos golpes, passo em movimento e depois faço arremessando, assim eles conseguem aprender melhor os golpes. Professores de Judô sem graduação em Educação Física Tabela 5 Caracterização das ideias centrais, frequência e percentual de respostas para a pergunta: Me conte um pouco como é sua história e sua formação para ser professor de Judô. A Começou auxiliando o Sensei (professor). 5 100% DSC: ICA Começou auxiliando o Sensei (professor) S8; S9; S10; S11 e S12.: Eu acho que todos se espelham no seus senseis e a gente acaba levando seus ensinandos, seus treinos e suas palavras para os alunos e a gente vai levando isto com a gente. Tabela 6 Caracterização das ideias centrais, frequência e percentual de respostas para a pergunta: Como você estrutura as partes de sua aula para crianças? A Foco no lúdico 4 80% B Simulação de competições e regras 1 20% C Aspectos técnicos do Judô 4 80% D Aspectos técnicos nas brincadeiras 1 20% E Brincadeiras para o condicionamento físico 1 20% DSC: ICA Visando somente o lúdico S8; S9; 10 e S11: No aquecimento eu dô corridinhas e pega-pegas, tudo muito lúdico, pois nesta idade não podemos ensinar o judô mesmo, sempre começo por brincadeiras para aquecer, como a brincadeira do porco espinho, o rabo do coelho. DSC: ICB Simulação de competições, regras (S12): Eu faço estilo competição, simulo uma competição, e vou ensinando as regras de competição. DSC: ICC Aspectos técnicos do Judô (S9; S10; S11 e S12): Passou o aquecimento e quedas, a gente vai para 41

o treino de golpe, ensinando toda a parte de base do Judô, os golpes básicos. DSC: ICD Aspectos técnicos nas brincadeiras (S10): Atividades lúdicas sem perder o foco no Judô, através de brincadeiras vai fazendo o movimento de entrada de golpe. DSC: ICE Brincadeiras para o condicionamento físico (S12): Vai trabalhar a parte física ali brincando, correndo, pulando. Tabela 7 Caracterização das ideias centrais, frequência e percentual de respostas para a pergunta: Que técnicas ensina para os alunos iniciantes? A Quedas 1 20% B Ensina golpes de diferentes características (ashi waza te waza koshi waza) 5 100% DSC: ICA Ashi waza (golpes de pé) (S8): Eu ensino as técnicas mais simples que são o osotogari e o ouchi gari. DSC: ICB Ensina golpes de diferentes características (ashi waza te waza koshi waza) S8;S9; S10; S11 e S12: Tabela 8 Caracterização das ideias centrais, frequência e percentual de respostas para a pergunta: Me conta como você ensina essas técnicas. A Demonstração 3 43% B Explorando a imaginação 4 57% C Repetições de golpe (uchikomi) 2 28% D Repetições do golpe (uchikomi) em movimento e projetando o oponente 1 14% DSC: ICA Demonstração (S8; S10 e S11): Agente precisa primeiro fazer com que eles parem e observem o que se demonstra, eu primeiro mostro os golpes para eles saberem como é a técnica depois peço que eles repitam em forma de uchikomi (entradas repetitivas de golpes). DSC: ICB Explorando a imaginação (S8; S9; S10 e S11): Eu peço que eles imaginem que a perninha é um gancho que deve enganchar na perninha do companheiro. DSC: ICC - Repetições do golpe (uchikomi) (S7 e S6): Peço que eles abracem os amigos, aí peço para virar o quadril, assim se forma o koshi guruma por exemplo. DSC: ICD Repetições do golpe (uchikomi) em movimento e projetando o oponente (S12): Peço que um dos alunos fique com os braços abertos, aí eu peço que o aluno que vai aplicar o golpe, imagine que vai colocar o carro na garagem, no caso seria o quadril, assim vou montando os golpes, de maneira bem lúdica. DISCUSSÃO A seguir será realizada a discussão dos discursos acima colocados, que serão analisados em pares, ou seja, sempre comparando os professores de Judô não graduados e graduados em Educação Física. Na primeira pergunta os indivíduos foram solicitados a discorrer acerca de sua história e formação para ser professor. Todos os entrevistados, independente da formação, afirmaram que iniciaram a lecionar ajudando seu professor. Outro fato é a própria iniciação no ensino, em que todos entrevistados iniciaram com o próprio professor, dessa maneira podemos refletir a prevalência do método de ensino utilizado. 42

Na segunda questão foi solicitado ao entrevistado descrever a maneira com que estrutura as partes da aula. Alguns professores afirmaram utilizar estratégias lúdicas. Dessa maneira, foi observado o que o professor queria dizer com Lúdico; 80% dos professores não graduados entendem como lúdico as brincadeiras de pega-pega e exercícios com nome de bichos, que acontecem no início da aula, e esse tipo de informação só ocorre em 14% dos professores graduados em Educação Física. Nesse sentido, parte dos professores (43% dos graduados e 80% dos não graduados) dizem visar o aspecto técnico da aula, ou seja, ensinam os golpes por meio das entradas de golpes tradicionais, somente um professor graduado declara que ensina os golpes a partir de histórias e brincadeiras. Em relação à terceira questão, referente às técnicas ensinadas aos iniciantes, não houve diferença aparente. Todos os professores citaram trabalharem técnicas: ashi-waza (osotogari, ouchigari); koshi- -waza (koshiguruma, ogoshi); te-waza (ipponseoi, seoinague). A escolha das técnicas é foco de discussão nas academias, e cada professor toma suas decisões provavelmente baseado nos seus professores; no entanto Santos 6 (1993) sugere que sejam evitados golpes de koshi-waza ou de te-waza para crianças, em que se carrega o oponente nas costas, pois podem causar desvios posturais; os golpes de ashi-waza proporcionam quedas mais baixas, na perspectiva de quem cai. Poucos professores enfatizaram o ensino das quedas como parte técnica, no entanto pode-se imaginar que isso aconteça para todos, pois as técnicas de amortecimento de quedas são primordiais para o aprendizado das técnicas de projeção. No que se refere às técnicas de solo (ne-waza), somente uma pequena parte dos professores graduados (28%) ensinam, provavelmente porque essa parte da luta é pouco privilegiada durante as competições. Em relação à estratégia de ensino das técnicas, grande parte dos professores citam utilizar a demonstração como ferramenta; somente os indivíduos formados em Educação física utilizam em seu discurso a palavra uchikomi e somente 14% (professores graduados) dizem utilizar o uchikomi em movimento. É importante ressaltar que os estudos em aprendizagem motora indicam um melhor desempenho do uchikomi em movimento, mais especificamente opondo-se à maneira tradicional de ensino (uchikomi estático). COSIDERAÇÕES O Judô é uma modalidade muito praticada por crianças, principalmente no âmbito escolar; dessa forma, deve-se questionar o objetivo desse Judô, se é de cunho competitivo, educacional ou mesmo de condicionamento físico. A partir das questões acima elaboradas, percebe-se uma predominância do método de ensino artesanal, ou seja, mesmo os professores graduados em Educação Física utilizam estratégias parecidas com o que lhes foi ensinado. Mas fato é que nem todos que iniciam nessa modalidade vão se tornar atletas competidores, por isso os professores que dão aula para esses novos praticantes têm papel fundamental sobre o futuro dessas crianças, ensinando a elas não só as técnicas do judô, ou ensiná-las visando a luta em si, mas devem buscar em suas aulas diferentes meios para contribuir na formação integral do indivíduo, não se preocupando apenas com os aspectos motores, mas contribuindo também com os fatores cognitivos e afetivos dos alunos, oferecendo valores que serão úteis no seu cotidiano. Para tanto, exige-se conhecimento além da prática como atletas-praticantes e uma formação mais específica, como a graduação em Educação Física, para que ensinem o judô com maior riqueza de conhecimentos científicos e bases didático-pedagógicas, que serão vivenciadas durante sua vida acadêmica. 43

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