Liliana Antunes (1,2), Jorge Marques (1), Susana Silva (2), Baltazar Nunes (2), Sílvia Antunes (1) (1)

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Transcrição:

Liliana Antunes (1,2), Jorge Marques (1), Susana Silva (2), Baltazar Nunes (2), Sílvia Antunes (1) (1) Instituto Português do Mar e da Atmosfera (2) Departamento de Epidemiologia, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge 17 Março 2015 9º Simpósio de Meteorologia e Geofísica da APMG 16º Encontro Luso-Espanhol de Meteorologia Este trabalho é financiado por Fundos Nacionais através da FCT Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projeto EXPL/DTP-SAP/1373/2013

Sumário Enquadramento Objetivos Métodos Resultados Discussão e Limitações Conclusões

Enquadramento Sabe-se que a variação temporal da mortalidade está associada a condições meteorológicas, apresentando um padrão sazonal, com um aumento de mortalidade durante o inverno [1]. Em estudos Europeus, períodos de frio extremo mostraram estar associados a um aumento do risco de morte durante o inverno, particularmente na mortalidade por doenças do aparelho circulatório e respiratório e em idades mais avançadas. [1,2,3] Apesar do clima temperado, Portugal é um dos países que apresenta maior excesso de mortalidade durante o inverno na Europa [2]. Na medida em que a mortalidade no inverno varia grandemente entre países sugere que o nível de excesso em Portugal pode ser evitado.

Objetivos Estimar o efeito das temperaturas extremas em dois dos principais distritos de Portugal (Lisboa e Porto), no risco de morte por todas as causas e por doenças do aparelho circulatório e respiratório, no total da população e nos grupos etários dos 0-64 anos e 65+ anos, recorrendo a técnicas estatísticas recentes, no sentido de desenvolver modelos preditivos ambicionando a implementação de um sistema de vigilância e de alerta.

Relativos ao período de inverno (Novembro a Março) Série entre 1992 e 2012 Dados Mortalidade por todas as causas e por doenças do aparelho circulatório e respiratório (CID-9 e CID-10) por região e grupo etário - Instituto Nacional de Estatística; Variáveis meteorológicas (temperaturas mínima e máxima) - Instituto Português do mar e da atmosfera; Dados de saúde (taxa nacional semanal da incidência de síndroma gripal (SG)) - Rede médicos-sentinela, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

Métodos Analisar a relação exposição-resposta e os padrões de desfasamento no tempo entre a temperatura e a mortalidade: Função de correlação cruzada foi calculada com base no método descrito por Box & Jenkins [8, 9]; Modelos de Regressão de Poisson combinados com Modelos não lineares de desfasamento distribuído (Distributed lag non-linear models - DLNM) [5,6,7]. Ajustados para o efeito de confundimento da gripe, ao incluir a taxa de incidência de síndroma gripal, para a sobre-dispersão, para a dimensão da população e para o dia da semana de ocorrência do óbito.

Métodos Foram testadas várias funções para descrever a relação exposição-lag-resposta, tendência e sazonalidade (Linear e não-linear: Polinomial, Natural Cubic Spline); relação temperatura-mortalidade foi assumida como linear; O melhor modelo foi selecionado pelo critério de Akaike para modelos quasipoisson [5]; Temperaturas extremas foram definidas como o percentil 1 das temperaturas observadas na série completa; A mortalidade de referência corresponde à mortalidade observada para o percentil 99 da temperatura; Toda a análise estatística foi efetuada no software R versão 3.1.1 [10].

Resultados A função de correlação cruzada mostrou que: A mortalidade no grupo dos 0 aos 64 anos não está fortemente correlacionada com a temperatura mínima; A temperatura mínima tem uma relação mais forte com a mortalidade do que a temperatura máxima; A temperatura mínima e máxima estão fortemente correlacionadas. Medidas de localização e dispersão da Temperatura mínima Região Mínimo Máximo Média Desvio-padrão Percentis 1 5 50 95 99 Lisboa -0.4 19.2 9.4 3.0 2.5 4.4 9.6 14.0 16.0 Porto -2.4 17.6 7.7 3.5-0.1 1.8 7.8 13.2 15.0

Sumário dos modelos ajustados: Região Tendência Sazonalidade Lisboa Porto Temperatura mínima Lag Temperatura mínima Taxa incidência SG ns(df = 4) ns(df = 6) Linear Polinómio(4) ns (df = 3:5) ns Natural Cubic Spline; df Graus de liberdade. Lag Taxa Incidência SG ns (df = 3:5) Médias móveis simples

Resultados Efeito global das temperaturas extremas no risco de morte Região Lisboa Porto Mortalidade Temperaturas Extremas (P 1 vs P 99 ) decréscimo de 1ºC RR IC 95% Aumento (%) IC 95% todas as causas 1.68 1.58-1.77 3.90 3.46-4.34 doenças aparelho CR 1.95 1.80-2.11 5.07 4.45-5.70 todas as causas 65+ 1.83 1.71-1.95 4.57 4.08-5.06 doenças aparelho CR 65+ 2.05 1.89-2.23 5.47 4.81-6.13 todas as causas 1.57 1.47-1.67 3.04 2.61-3.46 doenças aparelho CR 1.76 1.61-1.93 3.85 3.22-4.48 todas as causas 65+ 1.71 1.60-1.84 3.66 3.18-4.14 doenças aparelho CR 65+ 1.83 1.67-2.01 4.12 3.46-4.78 RR = Risco relativo da mortalidade em temperaturas mínimas extremas (percentil 1) versus mortalidade em temperaturas mínimas de conforto (percentil 99).

Efeito lag-específico das temperaturas extremas (P 1 vs P 99 ) Região Mortalidade Lag Aumento (%) IC 95% Lisboa todas as causas 6 4.28 3.74-4.83 doenças aparelho CR 6 5.66 4.90-6.44 todas as causas 65+ 6 5.08 4.47-5.70 doenças aparelho CR 65+ 6 6.08 5.27-6.89 Porto todas as causas 6 3.77 3.20-4.35 doenças aparelho CR 7 4.37 3.57-5.18 todas as causas 65+ 6 4.31 3.67-4.96 doenças aparelho CR 65+ 7 4.72 3.88-5.57

Discussão e Limitações Os resultados encontrados neste trabalho vão ao encontro dos resultados obtidos noutros projetos: maior risco de morte em idades mais avançadas e na mortalidade por doenças do aparelho circulatório e respiratório (Eurowinter e PHEWE project); efeito não imediato e prolongado do frio extremo [14,15] Possível efeito de colheita em Lisboa, após 29 dias, mas tal não foi observado no Porto; (Número de lags incluídos insuficiente?) Nenhum dos estudos revistos encontrou um possível efeito de colheita após evento de frio extremo (Número máximo de lags incluídos até 27 dias); O efeito da temperatura mínima pode estar sobrestimado visto que não foram incluídas outras variáveis meteorológicas de confundimento encontradas noutros estudos (como a humidade relativa, a pressão atmosférica e a velocidade do vento); A taxa de incidência de SG é um indicador nacional e semanal, podendo não ser representativo a nível regional;

Conclusões O efeito das temperaturas extremas e da temperatura mínima em geral: é superior em Lisboa; no risco de morte por doenças do aparelho circulatório e respiratório; grupo etário dos 65+ anos; não é imediato, apenas é significativo após 1 a 2 dois dias e pode persistir entre 26 a 28 dias; Estimativas do efeito do frio diferentes para as duas regiões indicam que podem ser tomadas medidas que evitem o impacto do frio na saúde; Trabalhos futuros: Incluir outras variáveis meteorológicas; (Humidade relativa, velocidade do vento, pressão atmosférica) Incluir variável que represente a sobrecarga térmica acumulada [13,16]; (Ponderação entre a quantidade de frio em excesso e o número de dias consecutivos com temperaturas extremas) Estudar outros indicadores de atividade gripal a nível regional (gripenet); Estudar a possível interação entre a atividade gripal e o frio.

Em desenvolvimento Modelos de previsão: Ajustar os modelos a pelo menos cinco anos e fazer-se previsão para as épocas de 1997/1998 a 2011/2012 (15 épocas); Fazer variar: o número de lags incluídos para o efeito desfasado da temperatura mínima e da taxa de incidência de SG (5:28 dias); as funções apresentadas na secção dos métodos para cada variável de exposição; Avaliar a qualidade das previsões para a escolha dos melhores modelos através das medidas: RMSE, Viés, Variância não explicada, Log Score e Brier Score [11,12]; Selecionar o melhor modelo através da Sensibilidade, Especificidade, Valor Preditivo Positivo e Valor Preditivo Negativo.

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OBRIGADA PELA ATENÇÃO!