ORIENTAÇÃO TÉCNICA EDUCAÇÃO INCLUSIVA SOLICITAÇÃO DE TUTORIA a) Para quem serve e o que faz o tutor? Conforme estabelece a Resolução SEDUC nº 02/2009 e outras orientações técnicas enviadas anteriormente acerca da tutoria, cabe relembrar que o tutor em nossa rede tem um caráter de cuidador, ou seja, é destinado a alunos com comprometimentos graves, que necessitam de apoio principalmente nos cuidados com alimentação, higienização, locomoção, uso de aparelhos médicos, dentre outros: Art. 2 - Será denominado tutor o funcionário que desempenhar a função de acompanhar, durante o período das atividades escolares, determinado aluno com necessidades educacionais em suas necessidades de: I - Atividades de vida diária (AVD); II - Atividades de vida prática (AVP); Parágrafo único - Entende-se como AVD e AVP: a) postura. Locomoção. Alimentação, higienização; b) auxílio no controle do comportamento social e adaptativo; c) auxílio ao aluno na realização das atividades propostas pelo professor da sala, quando imprescindível; d) auxílio na utilização das tecnologias assistivas (TA) do qual o aluno faz uso como: próteses, órteses, material adaptado, comunicação alternativa e aumentada, etc; e) outras atividades correlatas às suas necessidades. Art. 3 - Caberá aos gestores da escola, diretor, vice-diretor e orientador pedagógico; a) Orientar o funcionário acerca da função que desempenhará na tutoria, passando=lhe informações sobre o aluno, suas necessidades e peculiaridades, bem como sobre a maneira como precisará ser atendido; b) Acompanhar o desempenho do funcionário, de forma a garantir que atenda às necessidades da criança. Além disso, a resolução estabelece ainda, para quais alunos se destina: alunos com deficiências múltiplas ou com deficiências sensoriais/ Deficiência intelectual que apresentem perdas significativas e outros comprometimentos, conforme pode ser observado no artigo 6º, considerando ainda que apenas os alunos com deficiências múltiplas terão tutoria em caráter permanente e ainda, que para os alunos que não se enquadrarem nesta especificação, o apoio deverá ser ofertado pelos demais profissionais
da escola (art. 8º) Art. 6 - A designação de um funcionário para a função de tutor só ocorrerá no caso de aluno com as seguintes necessidades educacionais especiais: I - Para aluno com Deficiência Múltipla, apresentada sob a forma de: a) Tetraplegias com, perda total dos movimentos das pernas e braços, ou perda total dos movimentos de pernas com possibilidade de poucos movimentos de braços; b) Tetraplegias com, perda total dos movimentos das pernas, associada a quadros de perdas nos membros superiores, caracterizadas por: 1- ataxias - incoordenação motora severa, tremores; 2- hipotonia severa - diminuição do tônus muscular; 3- espasticidade - desequilíbrio da contração muscular e uma conseqüente desregulação do tônus muscular caracterizada pelo reflexo estiramento e exacerbação dos reflexos. II - Para alunos com Deficiências Sensoriais, visual e ou surdez e com Deficiência Mental, que concomitantemente apresente um quadro de dificuldades acentuadas nas atividades de vida diária, nas atividades de vida prática e na adaptação ao ambiente escolar, caracterizadas por, pelo menos quadro dos seguintes comportamentos: 1- dependência para alimentação; 2- dependência para higienização; 3- problemas para localização dentro do ambiente escolar; 4 dependência para localização dentro do ambiente escolar; 5- dependência para comunicação; 6- baixo nível de compreensão; 7- auto-regulação. III- Para alunos com Transtornos Globais do Desenvolvimento, anteriormente denominado conduta típica, que apresentarem em grau severo, ao menos quatro comportamentos dentre os que seguem: 1- impulsividade; 2- agressividade; 3- auto-agressão; 4- dependência na comunicação; 5- dependência nas atividades de vida diária; 6- falta de controle do comportamento social / adaptativo que coloque em risco sua segurança pessoal, como exemplo, crianças que não apresentem a noção de perigo, própria para sua idade. Art. 7 - Para o caso de aluno com deficiências múltiplas a permanência do tutor é definitiva, enquanto o aluno permanecer na rede municipal e, nos demais casos, temporária, sendo reavaliado a cada 6 meses, conforme o preconizado no artigo 3 desta resolução. Art.8 - A criança que apresentar necessidades de auxílio em atividades de vida diária ou de vida prática as não se enquadra no Art. 6, será atendida pelos funcionários que compõem o quadro geral da escola. A função do tutor não é de auxiliar de ensino- aprendizagem, mas sim de um
cuidador que até pode auxiliar nas atividades pedagógicas quando houver necessidade física apresentada pela criança, mas é de fundamental importância que a escola tenha a plena clareza de que o planejamento e elaboração de tais atividades, bem como sua explicação ao aluno são de responsabilidade do PROFESSOR DA SALA DE AULA E JAMAIS DO TUTOR. È importante considerar ainda, que todos os esforços devem ser empreendidos para que o aluno com deficiência possa assumir e construir o maior nível possível de autonomia, o que só ocorre quando sistematicamente lhe é oferecido oportunidade e incentivo para essa autonomia. Há ainda de se tomar o cuidado para que a presença do tutor na sala de aula não impeça a interação da criança com as outras crianças da sala, haja vista que é na interação com o outro que a criança poderá aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser, aspectos fundamentais que a escola tem por função desenvolver. O ideal quando os alunos apresentam dificuldades de aprendizagem ou mesmo necessidades específicas que não dependem de intervenção adulta, é que os alunos da sala atuem como tutores uns dos outros, sendo esta uma ação a ser planejada e favorecida pelas estratégias adotadas e escolhidas pelo professor da sala de aula. A tutoria deve ser avaliada bimestralmente pela professora da sala em parceria com a professora do AEE, Orientador pedagógico e Diretor da escola, tomando-se o cuidado de descrever o mais detalhado possível o que se espera da ação da tutora e ainda o que está adequado e deve permanecer; o que está equivocado e deve ser alterado. Ao final do 1º e do 2º semestre as avaliações de tutoria deverão ser encaminhadas para a coordenação pedagógica. Além disso, cabe lembrar ainda, que, conforme estabelece a Resolução, artigo 3º alíneas a e b, cabe ao diretor da escola e orientador pedagógico orientar o tutor acerca da função a ser desempenhada e ainda, acompanhar cotidianamente se as orientações estão sendo seguidas e ainda, se estão adequadas ás necessidades dos alunos.
b) Como solicitar a tutoria Todas as vezes que a escola observar que uma criança apresenta as condições especificadas na Resolução e está apresentando a necessidade desse apoio, em primeiro lugar deverá analisar se as necessidades da criança não podem ser atendidas pelos profissionais já existentes na escola e, na impossibilidade, deverá enviar um ofício endereçado a Secretária Municipal de Educação com as informações acerca da criança e ainda o que a escola considera importante que o tutor realize junto a esse aluno, conforme modelo em anexo. Não serão aceitas solicitações de tutoria que não contemplem os dados solicitados, uma vez que sem estas informações explícitas, tornase dificultoso compreender o caso e ainda, direcionar o estagiário/profissional de maneira correta. Jussara Oliveto Miralha Coordenadora Pedagógica Educação Especial
Anexo 01 - Modelo de ofício de solicitação do Tutoria Ensino Fundamental Protocolo nº Ofício nº Presidente Prudente,... de... de 20... Assunto: Solicitação de tutoria Ilma. Sra. Ondina Barbosa Gerbasi Secretária Municipal de Educação Vimos através do presente solicitar tutoria para o aluno (nome completo da criança). A criança atualmente é acompanhada por (citar aqui a equipe da SEDUC que acompanha o caso, com o nome dos profissionais: equipe AEE, SACE, CAA). Segue abaixo os dados da criança que justificam tal solicitação e ainda a descrição da ação esperada do tutor para essa criança. Dados da criança: Nome completo: Data de nascimento: Série: Período: Cite o tipo de Deficiência apresentado pela criança (Deficiência Física, múltiplas, visual auditiva, intelectual, TGD): Descreva as principais características apresentadas pela criança referentes aos itens abaixo, citando exemplos de situações ocorridas na escola que demonstrem tais características: Postura/locomoção Alimentação Higienização Interação com outros alunos Interação com adultos Linguagem oral Comportamento social
Presença de comportamentos desruptivos (autoagressão, agressão com o outro e impulsividade em níveis exacerbados) Autonomia no uso da tecnologia assistiva (se for o caso). Autonomia no uso de próteses/órteses (se for o caso). Outros que julgar necessário Atuação do tutor junto a criança (Explique detalhadamente como será a ação da tutora nos diferentes espaços e momentos da aula): O que a tutora fará durante o desenvolvimento da aula: O que a tutora fará nos momentos de chegada, saída, intervalo e momentos extra-classe: O que a tutora fará em relação aos momentos de higienização: O que a tutora deve saber/ que perfil deverá ter para atuar com o aluno: A escola conta com outros tutores para atendimento a alunos na escola? ( ) sim ( ) não Em caso afirmativo: Nome do tutor (a): Nome da criança que atende: Série: período escolar: ( )manhã ( )tarde Quadro de profissionais do Núcleo Operacional existentes na escola (pontue aqui quantos profissionais e de quais funções estão presentes na escola): Justifique porque esses profissionais não podem atuar no apoio ao estudante, e que apontam a necessidade de tutoria para além do quadro de profissionais existentes: Sem mais para o momento. Atenciosamente. Diretor da escola