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Dados Básicos. Ementa. Íntegra. Fonte: Tipo: Acórdão STJ. Data de Julgamento: 19/03/2013. Data de Aprovação Data não disponível

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Transcrição:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.318.506 - RS (2012/0072647-7) RELATOR : MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE RECORRENTE : ALEXANDRE CENACCHI ADVOGADO : MARCELO LUIZ ÁVILA DE BESSA E OUTRO(S) RECORRIDO : VICENTE DONARIO GOULART LOPES DE ALMEIDA - ESPÓLIO ADVOGADO : LUIZ OTÁVIO QUADROS DOS SANTOS E OUTRO(S) EMENTA RECURSO ESPECIAL. 1. AÇÃO DE EXECUÇÃO. DÍVIDA CONTRAÍDA PELO AUTOR DA HERANÇA. PENHORA DIRETAMENTE SOBRE BENS DO ESPÓLIO. POSSIBILIDADE. 1. Decorre do art. 597 do CPC que o espólio responde pelas dívidas do falecido, determinação também contida no art. 1.997 do CC, sendo induvidoso, portanto, que o patrimônio deixado pelo de cujus suportará esse encargo até o momento em que for realizada a partilha, quando então cada herdeiro responderá dentro das forças do que vier a receber. Em se tratando de dívida que foi contraída pessoalmente pelo autor da herança, pode a penhora ocorrer diretamente sobre os bens do espólio e não no rosto dos autos, na forma do que dispõe o art. 674 do CPC, o qual só terá aplicação na hipótese em que o devedor for um dos herdeiros. 2. Recurso especial provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, João Otávio de Noronha, Paulo de Tarso Sanseverino e Ricardo Villas Bôas Cueva (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 18 de novembro de 2014 (data do julgamento). MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Relator Documento: 1366775 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/11/2014 Página 1 de 7

RECURSO ESPECIAL Nº 1.318.506 - RS (2012/0072647-7) RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE: Alexandre Cenacchi interpõe recurso especial, com fundamento no art. 105, III, a e c, da Constituição Federal, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, assim ementado (e-stj, fl. 129): AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO DE EXECUÇÃO. Já tendo sido realizada a penhora no rosto dos autos do inventário em montante suficiente para garantir a satisfação do débito exequendo e não tendo sido cumpridos os requisitos inscritos no artigo 668, caput, do CPC, mostra-se inviável a realização de nova constrição judicial sobre os bens que compunham o patrimônio do de cujus. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. No caso em exame, o recorrente interpôs agravo de instrumento desafiando decisão que, nos autos da ação de execução de título extrajudicial proposta contra o Espólio de Vicente Donário Goulart Lopes de Almeida, indeferiu o pedido para que a penhora recaísse sobre os bens deixados pelo autor da herança ou individualizados do espólio. Houve a oposição de embargos de declaração (e-stj, fls. 138-141), que foram rejeitados (e-stj, fls. 145-150). Alega o recorrente violação dos arts. 674 e 1.017 do CPC, além de dissídio jurisprudencial, sustentando, em síntese, a possibilidade de a penhora recair diretamente sobre bens do espólio nos casos em que a dívida foi contraída pelo autor da herança. (e-stj, fls. 183-187). Instado, o Ministério Público Federal opinou pelo provimento do recurso É o relatório. Documento: 1366775 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/11/2014 Página 2 de 7

RECURSO ESPECIAL Nº 1.318.506 - RS (2012/0072647-7) VOTO O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE(RELATOR): Ao que se depreende, o ora recorrente interpôs agravo de instrumento na origem pretendendo reformar a decisão que indeferiu a substituição da penhora no rosto dos autos do inventário pela penhora direta sobre os bens do espólio que estão sendo inventariados. A referida decisão foi assim fundamentada (e-stj, fls. 14-15): (...). 1. Retifique-se o pólo passivo para constar o Espólio de Vicente Donario Goulart Lopes de Almeida. 2. Passo a analisar os pedidos de fls. 331/340. De início, destaco que o inventário destina-se a apurar o acervo hereditário e verificar as dívidas deixadas pelo de cujus, bem como as contraídas pelo espólio para, após o pagamento do passivo, estabelecer a divisão dos bens deixados entre os herdeiros. Consoante dispõe o art. 597 do CPC, o espólio responde pela dívida do falecido, ou seja, as dívidas devem, tanto quanto possível, ser pagas antes da partilha, cabendo ao espólio responder pelo adimplemento da obrigação. Isso somente não ocorre quando as dívidas são desconhecidas, caso em que o credor poderá demandar os herdeiros, respondendo cada qual até o limite do quinhão que recebeu. No caso dos autos, a divida executada pertence ao espólio. Dessa forma, a penhora deve ser procedida no rosto dos autos, na forma do art. 674 do CPC, suspendendo-se os atos de execução até ultimada a partilha dos bens. Diante disso, não há como ser possibilitada a penhora nos termos em que requerida pelo exequente. Ainda, não se sabe se há outras penhoras no rosto dos autos do processo de inventário. Destarte, sob pena de privilegiar um credor em detrimento de outro, o crédito do ora exequente também deve ser buscado nos autos do inventário, com penhora no rosto dos autos, consoante já determinado. Assim, nos termos dos artigos 597, 659, 674, 1.017, 1.021 e 1.023, I, todos do Código de Processo Civil, indefiro o pedido de fls 33 1/340. (...). O recurso foi improvido pelo Tribunal estadual, que confirmou os termos da decisão agravada, para manter a penhora no rosto dos autos do inventário, consignando o órgão julgador, quanto ao ponto, o que se segue (e-stj, fl. 132): Documento: 1366775 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/11/2014 Página 3 de 7

Não merece acolhimento a inconformidade, pois já há penhora de montante suficiente à garantia da satisfação do débito exequendo, realizada no rosto dos autos do processo de inventário n. 10505116735, da 3ª Vara de Família e Sucessões de Porto Alegre, conforme se observa do Auto de Penhora no Rosto dos Autos juntado à fl. 78. Com efeito, decorre do art. 597 do CPC que o espólio responde pelas dívidas do falecido, determinação também contida no art. 1.997 do CC, sendo induvidoso, portanto, que o patrimônio deixado pelo de cujus suportará tal encargo até o momento em que for realizada a partilha, quando então cada herdeiro será chamado a responder dentro das forças do seu quinhão. Desse modo, havendo o falecimento do devedor, a consequência imediata é que o seu patrimônio continua a garantir as obrigações por ele contraídas, pois somente se cogita da partilha de bens entre os herdeiros após a quitação de todos os débitos. Nessa linha de entendimento, em se tratando de dívida que foi contraída pessoalmente pelo autor da herança, pode a penhora ocorrer diretamente sobre os bens do espólio e não no rosto dos autos, na forma do que dispõe o art. 674 do CPC, o qual só terá aplicação na hipótese em que o devedor for um dos herdeiros, pois, nesse caso, o objetivo será garantir o direito do credor na futura partilha. Sobre o tema, confira-se o pensamento de Humberto Theodoro Júnior: quando a penhora alcançar direito objeto de ação em curso, proposta pelo devedor contra terceiro, ou cota de herança em inventário, o oficial de justiça, depois de lavrado o auto de penhora, intimará o escrivão do feito para que este averbe a constrição na capa dos autos, a fim de se tornar efetiva, sobre os bens que, oportunamente, 'forem adjudicados ou vierem a caber ao devedor' (art. 674). Não é, porém, penhora de direito e ação a que se faz sobre bens do espólio em execução de dívida da herança, assumida originariamente pelo próprio de cujus. Esta é penhora real e filhada, isto é, 'feita com efetiva apreensão e consequentemente depósito dos bens do espólio'. Não é cabível, nesse caso, falar-se em penhora no rosto dos autos, ocorrência que só se dá quando a execução versar sobre divida de herdeiro e a penhora incidir sobre seu direito à herança ainda não partilhada. (Curso de Direito Processual. 48. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. p. 322. v. ll). No mesmo sentido, observa Alexandre de Paula que: Documento: 1366775 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/11/2014 Página 4 de 7

Em se tratando de inventário, a averbação que se faz no rosto dos autos é da penhora de direito de herdeiro, de legatário ou do credor habilitado. Se a dívida em execução é do espólio ou do autor da herança, a penhora incide diretamente nos bens nomeados pelo exequente ou pelos interessados, na forma dos arts. 1.019 e 1.021. (Código de Processo Civil Anotado. 4. ed. São Paulo: RT, 1998. p. 2802). A matéria, aliás, já foi enfrentada neste Tribunal, conforme se extrai da ementa dos seguintes julgados: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DISPOSITIVO LEGAL NÃO PREQUESTIONADO. SÚMULA 211/STJ. TAXA DE OCUPAÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL DE DÍVIDA DEIXADA PELO DE CUJUS. PENHORA DOS BENS RELACIONADOS EM INVENTÁRIO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTE DO STJ. 1. O prequestionamento não exige que haja menção expressa dos dispositivos infraconstitucionais tidos como violados, entretanto, é imprescindível que no aresto recorrido a questão tenha sido discutida e decidida fundamentadamente, sob pena de não preenchimento do requisito do prequestionamento, indispensável para o conhecimento do recurso. Incidência da Súmula 211/STJ. 2. Conforme já decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 293.609/RS, Rel. Min. Hélio Quaglia Barbosa, DJ 26/11/2007, não há irregularidades na penhora direta de bens do espólio quando consequente de dívidas contraídas pelo de cujus. 3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido. (REsp n. 1.446.893/SP, Relator o Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe de 19/5/2014); RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO. ESPÓLIO. DÍVIDA CONTRAÍDA PELO DE CUJUS. PENHORA DE IMÓVEIS. POSSIBILIDADE. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NO PONTO, PROVIDO. 1. O acórdão guerreado não possui nenhum vício a ser sanado por meio de embargos de declaração; em verdade, o aresto não padece de omissão, contradição ou obscuridade, uma vez que o Tribunal a quo se manifestou acerca de todas as questões relevantes para a solução da controvérsia, tal como lhe fora posta e submetida. 2. Cabível seria a penhora no rosto dos autos do inventário, tomando-se em conta a espécie que ora se descortina, se ao menos um dos herdeiros estivesse na posição de executado, pois, nesse caso, eventual direito seu, reconhecido na futura partilha de bens, poderia ser atingido pela constrição; contudo, não é essa a circunstância da presente demanda, visto que a dívida é originária de obrigação do próprio de cujus. 3. Recurso parcialmente conhecido e, no ponto, provido. (REsp n. 293.609/RS, Relator o Ministro Hélio Quaglia Barbosa, Quarta Turma, DJe de 26/11/2007). Documento: 1366775 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/11/2014 Página 5 de 7

Ante o exposto, dou provimento ao recurso especial, a fim de permitir o prosseguimento da ação de execução com a penhora de bens do espólio suficientes à satisfação do crédito do recorrente. É o voto. Documento: 1366775 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/11/2014 Página 6 de 7

CERTIDÃO DE JULGAMENTO TERCEIRA TURMA Número Registro: 2012/0072647-7 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.318.506 / RS Números Origem: 10400007073 3010400007073 70042533489 70044215861 70045541810 70716520048210030 PAUTA: 18/11/2014 JULGADO: 18/11/2014 Relator Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. MAURÍCIO DE PAULA CARDOSO Secretária Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA AUTUAÇÃO RECORRENTE : ALEXANDRE CENACCHI ADVOGADO : MARCELO LUIZ ÁVILA DE BESSA E OUTRO(S) RECORRIDO : VICENTE DONARIO GOULART LOPES DE ALMEIDA - ESPÓLIO ADVOGADO : LUIZ OTÁVIO QUADROS DOS SANTOS E OUTRO(S) ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Sucessões - Inventário e Partilha CERTIDÃO Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Terceira Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, João Otávio de Noronha, Paulo de Tarso Sanseverino e Ricardo Villas Bôas Cueva (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator. Documento: 1366775 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/11/2014 Página 7 de 7