Nos últimos anos, o estudo da teoria política tem largado de mão seu pretenso

Documentos relacionados
PRIMEIRO REINADO ( )

Primeiro módulo (dias 22, 27, 29 de agosto, 3, 5, 10, 12 e 17 de setembro):

ROF.º OTTO TERRA BRASIL: 1º REINADO ( )

HISTÓRIA. aula Regências e o 2º Reinado

GOVERNO DE D.PEDRO I ( ) Livro 4 / Módulo 13 (Extensivo Mega) 3º ano / Pré-vest Ano 2018 Prof. Abdulah

PERÍODO REGENCIAL ( )

Regências e o 2º Reinado

PRIMEIRO REINADO ( ) Prof. Victor Creti Bruzadelli

Aula 10 - Primeiro Reinado

O FEDERALISMO NO PENSAMENTO DE TAVARES BASTOS E A CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA DE 1891

BRASIL IMPÉRIO. Primeiro e Segundo Reinados. Prof. Rodrigo Toledo

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA

Período Regencial Prof. Thiago História C Aula 11

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA

SUMÁRIO VOLUME I TEORIA GERAL CAPÍTULO I CAPÍTULO II. Nota explicativa... 7 Advertência... 9

PROGRAMA DAS DISCIPLINAS

Prof. André Vinícius.

Primeira Parte: O Brasil na América 3. A Democracia na América... Latina NABUCO, Joaquim (1949) [1896]. Balmaceda. São Paulo, Progresso Editorial.

O Primeiro Reinado

ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Martins Fontes, p

Primeiro reinado

Primeiro Reinado ( )

SUMÁRIO. APRESENTAÇÃO Fontes (doutrina, legislação, jurisprudência) Propósitos Estrutura Usos

O CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO

CONSTITUIÇÃO DE 1824 E

PERÍODO REGENCIAL HISTÓRIA DO BRASIL

HISTÓRIA. aula Período Joanino e 1º Reinado

Teoria da Constituição Prof.ª Helena de Souza Rocha

PENSAMENTO SOCIAL E POLÍTICO DO BRASIL II (2017/2)

1840 ATÉ 1889 POLÍTICA E MOVIMENTOS SOCIAIS PROF. FELIPE KLOVAN

Prof. Rafael Mafei Rabelo Queiroz

Primeira República: 1 A Crise da República. 2 Governo do Mal. Deodoro da Fonseca. 3 Governo do Mal. Floriano Peixoto. Aula 15 Primeira República

PRIMEIRO REINADO NO BRASIL ( )

7 Santiago Norte ,75%

Rev. Liberais do Século XIX e Período Regencial

Reflexões sobre Reforma Política

SOMOS DA AMÉRICA E QUEREMOS SER AMERICANOS ONDE TUDO COMEÇOU?

Projeto Memória do Parlamento Brasileiro

H13 - Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.

A S S E M B L E I A D A R E P Ú B L I C A. O Presidente INTERVENÇÃO DE EDUARDO FERRO RODRIGUES, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Período Regencial e Revoltas Regenciais

Editorial Ano X - Edição n Agosto de 2017

PERÍODO REGENCIAL O Período Regencial corresponde ao período da História, em que o Brasil foi governado por Regentes

CONSERVADORES LIBERAIS

PERÍODO REGENCIAL ( ) Experiência Republicana

Universidade de São Paulo Faculdade de Direito GRUPO DE ESTUDOS EM TEORIA DO ESTADO BRASILEIRO Profa. Associada Maria Paula Dallari Bucci

A Revolução de 1930: Causas

A REPÚBLICA DA ESPADA ( )

Curso de História. Prof. Fabio Pablo. efabiopablo.wordpress.com

7 de setembro de 1822 Independência do Brasil.

Segundo Reinado 2ª Fase e Crise. Prof. Thiago Aula 07 Frente C

Aula 15- A Crise do Império de Novembro de 1889

PLANO DE CURSO ANO 2012

Chefes do Governo desde 1821

ESCOLA DE TROPAS PÁRA QUEDISTAS

INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO

A República da Espada. Prof. Thiago História C Aula 08

A novidade realista-naturalista e a solução para o impasse camiliano: estudo de uma Novela do Minho

Entrevista. estudos avançados 26 (76),

SEGUNDO REINADO

AS VÉSPERAS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Resultado de Eleições Eleições Gerais 1962

PROGRAMA 2º Semestre de 2016

PRIMEIRO REINADO NO BRASIL ( ) Professora : Daianne Luz.

A PRIMEIRA REPÚBLICA, AS ESCOLAS GRADUADAS E O IDEÁRIO DO ILUMINISMO REPUBLICANO:

Escola de Formação Política Miguel Arraes. Módulo I História da Formação Política Brasileira. Aula 3 O Pensamento Político Brasileiro

Curso: Licenciatura em História Componente Curricular: Disciplina: História do Brasil IV Carga Horária: 50 horas

O que é Estado Moderno?

7 Referências bibliográficas

Aula nº. 27 TEORIA. A história da Suíça nasce a partir da formação de uma confederação por volta do século XI, até o século XVI.

CARGA HORÁRIA SEMANAL: 04 CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 60 CRÉDITO: 04 NOME DA DISCIPLINA: Ciência Política NOME DO CURSO: Ciências Econômicas.

Independência do Brasil 1822

Objetivos: Dar ao aluno noções gerais sobre o Estado e a ordem social e oferecer-lhe o pleno conhecimento da organização constitucional brasileira.

SEGUNDO REINADO D. PEDRO II

6 Referências Bibliográficas

Aula nº. 26 EXERCÍCIOS PARTE II

BRASIL IMPÉRIO PRIMEIRO REINADO

PLANO DE CURSO 2010/1

ALBERTO BASTOS BALAZEIRO Procurador-Chefe do Ministério Público do Trabalho na Bahia

LISTAS CANDIDATAS AOS ÓRGÃOS SOCIAIS DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE JUDO

Nome: Nº: Turma: Este caderno contém questões de: Português Matemática História Geografia Ciências - Inglês

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular CULTURA PORTUGUESA Ano Lectivo 2017/2018

14. Brasil: Período Regencial PÁGINAS 18 À 29.

Ciclo do ouro Material para acompanhamento de aulas, Professor Luiz Marcello de Almeida Pereira

O TRATAMENTO DOS ARQUIVOS PESSOAIS NA BIBLIOTECA GERAL DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 27 PRIMEIRO REINADO: A CRISE E A ABDICAÇÃO DE D. PEDRO I

A participação dos políticos pernambucanos no processo de emancipação/abolição da escravatura

APPENDIX I Military deputies by legislature ( ) Legislature António de Melo Breyner. António de Serpa Pimentel.

A TRAJETÓRIA POLÍTICA DE CIPRIANO BARATA E A FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL BRASILEIRO ( ) Enock Edson Teixeira do Prado Filho 1 INTRODUÇÃO

HISTÓRIA DA TRANSFERÊNCIA DA CAPITAL FEDERAL

BAILE DA ILHA FISCAL

ARBITRAGEM. C O M U N I C A D O O F I C I A L C O N S E L H O D E A R B I T R A G E M N º : d e 2 6. j u l h o

República do Café com Leite Luiz Marcello de Almeida Pereira

O IMPÉRIO DO BRASIL: SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL - 6º Ano PLANIFICAÇÃO ANUAL º PERÍODO: 13 semanas (+/- 26 tempos)

Proclamação da República e República das Espadas

PROGRAMA DA DISCIPLINA EMENTA

Referências Bibliográficas

Transcrição:

Pensamento Político Brasileiro I Império (3 Créditos) Prof. Christian Edward Cyril Lynch Horário: Terça-feira, das 19 às 22 horas Consultas: A combinar com o professor Nos últimos anos, o estudo da teoria política tem largado de mão seu pretenso universalismo para se debruçar sobre as tradições nacionais. O objetivo desta disciplina é perscrutar o pensamento político brasileiro de modo histórico contextual, tendo por quadro intelectivo os dilemas de construção do Estado e da Nação em geral e, em particular, na América Ibérica. Este curso versará sobre o pensamento político e constitucional do Império, debruçando-se sobre autores como José Bonifácio, Frei Caneca, Padre Feijó, Pimenta Bueno, Visconde de Uruguai, Joaquim Nabuco e Rui Barbosa. A expectativa é a de que seja possível, ao fim do curso, identificar as certas tradições e as alternativas institucionais nela constantes, de modo a lançar luz sobre os impasses contemporâneos. Programa: 1. Apresentação: o que é pensamento político brasileiro? Primeira parte: a construção do Estado nacional (1821-1860) 2. Do Antigo Regime ao Despotismo ilustrado GONZAGA, Tomás Antônio. (2004) [1772], Tratado de Direito Natural. São Paulo, Martins Fontes. 3. O liberalismo realista: o modelo político-institucional monarquiano LYNCH, Christian Edward Cyril. (2008) [1823-1832], A Vocação Sociológica do Legislador: O Pensamento Político do Marquês de Caravelas, in G. S. Ribeiro (org.), Brasileiros e Cidadãos: Modernidade Política. São Paulo, Alameda. ANDRADA E SILVA; José Bonifácio de. (2002) [1823], José Bonifácio de Andrada e Silva. Organização e introdução de Jorge Caldeira. São Paulo, Editora 34. (Elogio acadêmico da senhora D. Maria I; Notas sobre a Organização Política do Brasil; Lembranças e apontamentos do Governo Provisório da Província Pós-Graduação 57

de São Paulo aos seus deputados; Apontamentos para a civilização dos índios bravos do Império do Brasil; Representação à Assembléia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil sobre a Escravatura). 4. O liberalismo radical: crítica do modelo monarquiano CANECA, Joaquim do Amor Divino Rabelo, o Frei. (1976) [1823-1824]. Ensaios Políticos: Crítica da Constituição Outorgada; Bases para a Formação do Pacto Social e Outros. Rio de Janeiro, PUC-Rio (Crítica da Constituição outorgada; Thyphis Pernambucano). BARATA, Cipriano. (2008) [1823-1824 e 1834], Sentinela da Liberdade e outros Escritos (1821-1835). Organização de Marco Morel. São Paulo, EDUSP, pp. 484-491; 498-542; 687-705; 811-822; 906-916. 5. O liberalismo moderado do período regencial VEIGA, Evaristo Ferreira da. (1835), Aurora Fluminense, n o 1.136 (30/12/1835). FEIJÓ, Diogo Antônio. (1999) [1835], Diogo Antônio Feijó. Organização, introdução e notas de Jorge Caldeira. São Paulo, Editora 34 (ns. 16 a 36). 6. O regresso conservador: o modelo político-institucional saquarema VASCONCELOS, Bernardo Pereira de. (1999) [1834-1837], Bernardo Pereira de Vasconcelos. Introdução e notas de José Murilo de Carvalho. São Paulo, Editora 34 (n o 10 a 14). SÃO VICENTE; José Antônio Pimenta Bueno, Marquês de. (1958) [1857], Direito Público Brasileiro e Análise da Constituição do Império. Rio de Janeiro, Ministério da Justiça (Título I: Da Nação, da soberania e poderes políticos brasileiros). 7. A dialética da Conciliação e o retorno do liberalismo radical (dito histórico) ROCHA, Justiniano José da (1956) [1854], Ação, Reação e Transação: Duas Palavras sobre a Atualidade Política, in R. Magalhães Jr. (org.), Três Panfletários do Segundo Reinado: Francisco Sales Torres Homem e o Libelo do Povo ; Justiniano José da Rocha e Ação, Reação e Transação ; Antônio Ferreira 58 Pós-Graduação

Viana e a Conferência dos Divinos. São Paulo, Companhia Editora Nacional (edição ilustrada). OTONI, Teófilo. (1916) [1860], Circular aos Eleitores de Minas Gerais, in B. de Magalhães, A Circular de Teófilo Otoni. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional. Segunda Parte: da monarquia à oligarquia (1860-1888) 8. O desafio dos progressistas ao modelo saquarema GÓIS E VASCONCELOS, Zacarias. (1978), Da Natureza e dos Limites do Poder Moderador. Brasília, Senado (Advertência da 1ª. edição e 1ª. parte). TAVARES BASTOS, Aureliano. (1976) [1861], Os Males do Presente e as Esperanças do Futuro (2ª. ed.), São Paulo, Companhia Editora Nacional (Os males do presente e as esperanças do futuro).. (1975) (1863), Cartas do Solitário (4ª. ed.). São Paulo, Companhia Editora Nacional (Prefácio e Cartas de I a V). 9. O canto de cisne do saquaremismo imperial URUGUAI; Paulino José Soares de Sousa, Visconde de. (1960) [1862], Ensaio sobre o Direito Administrativo. Rio de Janeiro, Ministério da Justiça (Preâmbulo; Cap. XXVI Do Conselho de Estado; Cap. XVIII Do Poder Moderador: Exame da questão; Cap. XXX Da Centralização). SOUSA, Brás Florentino Henriques de. (1978) [1864], Do Poder Moderador: Ensaio de Direito Constitucional Contendo a Análise do Título V Capítulo I da Constituição Política do Brasil. Introdução de Barbosa Lima Sobrinho. Brasília, Senado (Capítulos I a V). 10. O liberalismo federativo e o parlamentarismo oligárquico TAVARES BASTOS, Aureliano Cândido. (1997) [1870], A Província: Estudo sobre a Descentralização no Brasil. Edição fac-similar. Brasília, Senado Federal (Prefácio e Parte I: centralização e federação). SOARES DE SOUSA, Francisco Belisário. (1979) [1872], O Sistema Eleitoral do Império (com apêndice contendo a legislação eleitoral no período 1821-1889). Brasília, Senado Federal (Artigo, Introdução, Parte I: capítulo 1; Parte III). Pós-Graduação 59

BARBOSA, Rui. (1952) [1880], Tribuna Parlamentar: Império. Rio de Janeiro, Casa de Rui Barbosa (Defesa da eleição direta). 11. A crise do parlamentarismo oligárquico: o abolicionismo NABUCO, Joaquim. (1988) [1883], O Abolicionismo. Rio de Janeiro, Editora Vozes. Terceira parte: Perspectivas do Terceiro Reinado e da República 12. Perspectivas do Terceiro Reinado: a monarquia democrática NABUCO, Joaquim. (1983) [1888], Discursos Parlamentares. Introdução de Gilberto Freire. Brasília, Câmara dos Deputados (discursos de 7/5/1888 e 8/8/1888).. (1989) [1888], Artigos de Joaquim Nabuco (última fase) no jornal O País (seção Campo Neutro ): Setembro a Dezembro de 1888, in F. Gouvêa da Cruz, Joaquim Nabuco entre a Monarquia e a República. Recife, Editora Massangana.. (1901) [1890], Escritos e Discursos Literários. Rio de Janeiro, Garnier (Resposta aos eleitores do Recife e de Nazaré).. (1999) [1890], A Abolição e a República. Recife, UFPE (Por que continuo a ser monarquista). 13. Perspectivas do Terceiro Reinado (II): reformismo e federalismo OURO PRETO; Afonso Celso de Assis e Figueiredo, Visconde de. (1978). Discursos Parlamentares. Brasília, Senado Federal (discurso de 11/6/1889). NABUCO, Joaquim. (1949) [1889], Discursos Parlamentares. São Paulo, Instituto Progresso Editorial (discurso de 11/6/1889). PRADO, Eduardo. (1889), Destinos Políticos do Brasil. Publicado na Revista de Portugal, vol. 1. Disponível em http://www.archive.org/stream/ revistadeportug02queigoog#page/n465/mode/2up. BARBOSA, Rui. (1956) [1889], Campanhas Jornalísticas: Império: 1869-1889. Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa (O Programa Liberal; a Solução Saraiva; 60 Pós-Graduação

Federação, Conservação; Federação e Trono; Federação; Nuvem no Horizonte; O Plano contra a Pátria; Boas Vindas). 14. Perspectivas da República (I): liberalismo e conservadorismo republicano BOCAIÚVA, Quintino. (1986), Idéias Políticas de Quintino Bocaiúva. Rio de Janeiro, Casa de Rui Barbosa (Manifesto Republicano de 1870).. (1973), Manifesto de Quintino Bocaiúva ao Partido Republicano Brasileiro, in R. X. C. Pessoa, A Idéia Republicana no Brasil através de Documentos. São Paulo, Alfa-Ômega. SALES, Alberto. (1882). Política Republicana. (Parte I, Cap. V: a Federação).. (1983), A Pátria Paulista. Brasília, UnB (partes II e III). 15. Perspectivas da República (II): a ditadura positivista PAIM, Antonio. (1981), O Apostolado Positivista e a República. Brasília, Câmara dos Deputados/UnB (I A Sociedade Positivista do Rio de Janeiro e o Partido Republicano e II. A Posição do Apostolado diante da Monarquia e do Republicanismo Político). FALCÃO, Aníbal. (1973), Manifesto do Partido Republicano de Pernambuco, in R. X. C. Pessoa, A Idéia Republicana no Brasil através de Documentos. São Paulo, Alfa-Ômega.. (c. 1935) [1885-1889], Fórmula da Civilização Brasileira. Rio de Janeiro, Editora Guanabara. (Fórmula da Civilização Brasileira; Normas Republicanas; Concentração de poderes). Pós-Graduação 61