Panorama da República Velha - Parte 1

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Transcrição:

A UA UL LA MÓDULO 6 Panorama da República Velha - Parte 1 Nesta aula Nesta aula e na seguinte vamos fazer um panorama da Primeira República, conhecer seus presidentes e os principais acontecimentos políticos, culturais e sociais. Também vamos conhecer alguns dos principais intelectuais do período, as idéias e a visão que tinham do Brasil e sua gente. A Primeira República estende-se de 1889 a 1930. Teve, ao todo, treze presidentes. É possível dividi-la em duas fases: a militar e a oligárquica. A República da Espada A fase militar é também chamada de República da Espada por ser comandada por militares, e vai de 1889 a 1894. O marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891) esteve à frente do governo provisório que se inicia com a proclamação e, depois, foi eleito pelo Congresso Constituinte. Por causa de seu autoritarismo, fechou o congresso. Mas foi deposto, tendo assumido em seu lugar o vicepresidente, o marechal Floriano Peixoto (1891-1894). Esses dois primeiros presidentes do Brasil tinham em comum, além de serem militares, o fato de terem nascido em Alagoas e uma mentalidade positivista. Isso quer dizer que eram influenciados pelas idéias do filósofo francês Augusto Comte, chamadas de positivismo. Tais idéias tinham contribuído muito para a derrubada da Monarquia e estavam bastante difundidas entre os jovens oficiais do Exército Nacional. Em poucas palavras podemos dizer que os positivistas preocupavam-se em estabelecer os direitos civis e sociais, como educação e saúde, mas não achavam importante defender os direitos políticos, como o voto e a organização partidária. Para eles, o Governo representava a Pátria e sozinho devia proteger as famílias, como se fosse o pai de todos. O lema positivista Ordem e Progresso, inscrito na bandeira republicana, parecia querer impedir as muitas opiniões sobre a nova ordem estabelecida e contestações contra ela. Mas nem todos queriam uma República positivista. Havia também os republicanos conservadores-liberais, que representavam os fazendeiros de café. Eles formavam a maioria no Congresso Constituinte e influiram na Constituição republicana defendendo os interesses e privilégios dos donos de terras e dos negociantes e banqueiros. Foram responsáveis também, pelo nome oficial: República dos Estados Unidos do Brasil.

Outro grupo, o dos republicanos radicais, liderados por Silva Jardim e Lopes Trovão, lutava para assegurar tanto os direitos civis quanto os direitos políticos do povo. Os radicais eram considerados pelos conservadores como exaltados, idealistas e até inimigos da ordem, pois queriam, além de saúde e educação fornecidas pelo Estado, o direito a terras para todos. A U L A A Revolução Federalista Como as províncias, agora chamadas de estados, eram unidades autônomas e podiam organizar suas próprias Constituições, esses debates ganharam cores regionais, produzindo, a partir do Rio Grande do Sul, a chamada Revolução Federalista. O conflito foi ocasionado pela oposição entre os republicanos históricos, adeptos do positivismo e organizados no Partido Republicano Riograndense PRR, e os liberais, do Partido Federalista, que defendiam a revogação da constituição estadual e a instauração de um governo parlamentar. Foi uma guerra sangrenta cujo ponto alto ocorreu em 1893, quando colunas federalistas avançaram sobre Santa Catarina, juntando-se ali aos integrantes da Revolta da Armada, que haviam ocupado a capital. A Revolta da Armada resultou da rivalidade entre a Marinha e o Exército. O almirante Custódio de Melo supunha que iria suceder a Floriano peixoto na Presidência da República. Contra essas rebeliões, o governo de Floriano agiu energicamente, graças ao apoio do Exército e do Partido Republicano Paulista. Floriano, chamado de Marechal de Ferro, consolidou o novo regime e garantiu a sucessão presidencial que levou ao poder a oligarquia cafeeira. Os líderes da cafeicultua o haviam sustentado nos momentos decisivos. Em sua homenagem, a capital de Santa Catarina, Desterro, teve seu nome mudado para Florianópolis. Prudente de Morais foi o primeiro presidente civil da República. A república oligárquica A eleição de Prudente de Morais, em 1894, para suceder ao marechal Floriano Peixoto, marcou o fim dos militares na presidência durante a Primeira República. Exceção a isso foi o marechal Hermes da Fonseca, eleito para o período de 1910-1914.

A U L A Oligarquia: palavra grega que significa governo de poucas pessoas, pertencentes a uma classe ou uma família. Natural de Itu (São Paulo) e representante da oligarquia cafeeira, Prudente de Morais ficou conhecido como pacificador por anistiar os rebeldes da Revolução Federalista e da Revolta da Armada. Prudente, porém, enfrentou a forte oposição dos republicanos exaltados, conhecidos como jacobinos, no Rio de Janeiro. Os jacobinos derivaram seu nome de uma das correntes mais radicais da Revolução Francesa. Outro conflito que também abalou seu governo foi a Revolta de Canudos, ao norte do sertão da Bahia. Em 1893, ali se formou um povoado com 20 a 30 mil habitantes liderados por Antônio Conselheiro, que exaltava a religiosidade do povo e preparava a volta à Monarquia. O governo republicano enviou uma expedição de mais de oito mil homens que arrasou o arraial em 1897. A política dos governadores A República herdou do Império uma grande dívida externa. Os gastos das campanhas militares haviam esgotado o Tesouro. A dívida cresceu cerca de 30% entre 1890 e 1897. Campos Sales (1898-1901) assumiu a presidência de um país em crise. Antes mesmo de tomar posse, foi a Londres negociar com a Casa Rothschild um empréstimo de consolidação da dívida externa brasileira. Republicano histórico, Campos Sales implementou uma das políticas financeira mais rigorosas da História da República brasileira. Por isso, deixou o Palácio do Catete debaixo de manifestações públicas. Na presidência, implementou a chamada política dos governadores, um federalismo peculiar, baseado em alianças e trocas de favores políticos. Essa política favorecia a consolidação das oligarquias regionais. O povo, principalmente do interior, estava submetido ao coronelismo e ao banditismo. A impunidade e a fraude política marcaram esse período. Além dos coronéis, havia também a Comissão de Verificação, para garantir o resultado favorável das eleições. O voto não era secreto e a maioria dos eleitores estava sujeita à pressão dos chefes políticos. A República brasileira era dominada por diversas oligarquias estaduais, principalmente de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Em 1898, enquanto Santos Dumont encantava a cidade de Paris com seus balões tripulados, chegava ao Brasil uma nova maravilha: o cinema. Em 1900 é inaugurada a primeira linha de bonde elétrico. Rodrigues Alves (1902-1906) As sucessões presidenciais da jovem república transcorreram em clima ameno. As famílias de Campos Sales e Rodrigues Alves eram amigas. Uma grande cordialidade as unia. Também paulista, nascido em Guaratinguetá, Rodrigues Alves assumiu a presidência da República com um propósito: fazer do Rio de Janeiro o cartão de visitas do Brasil para atrair o capital estrangeiro. Para isso, escolheu para prefeito da Capital o engenheiro Francisco Pereira Passos. A idéia era dar à cidade a aparência de uma metrópole nos moldes de capital francesa. O centro da cidade sofreu uma remodelação arquitetônica e urbana inspirada em Paris.

A U L A Na modernização do Rio de Janeiro, foi criada a Avenida Central, no coração da cidade. Para isso, boa parte da velha cidade colonial foi destruída. As estreitas vielas sucumbiram para dar lugar às largas avenidas, às modernas lojas, aos cafés elegantes. Os tradicionais quiosques e os cortiços freqüentados pelo povo também foram destruídos. Lado a lado com a remodelação da cidade estava a ação do sanitarista Oswaldo Cruz que tentava combater as doenças contagiosas que assolavam a capital na época de verão. Oswaldo Cruz revolucionou a Saúde Pública combatendo a febre amarela e a varíola. A campanha da vacina obrigatória foi fortemente rejeitada por parte da população, que se amotinou na chamada Revolta da Vacina (1904). Mas o papai grande, como era chamado, deixou o governo aclamado pelo povo. A inauguração da Avenida Central (atual Rio Branco) em 15 de novembro de 1905 foi um evento memorável. Lima Barreto e a República do Avesso Conhecido como escritor maldito pela intensa crítica que fazia aos dirigentes do país, Lima Barreto protestou contra o projeto de modernização da cidade do Rio de Janeiro, denunciando que a cidade moderna, que então se construía, estava sendo erguida às custas da destruição do que já existia e da expulsão da população pobre, que já não mais podia circular livremente pelo centro da cidade. Apenas para construir a Avenida Central foram demolidas 1.681 habitações e quase 20 mil pessoas foram obrigadas a se deslocar para os subúrbios ou para os morros mais próximos. Um dos morros mais habitados era o morro da Favela, que acabou dando o nome a todos os demais morros habitados pelos pobres da cidade. Para o autor, o governo republicano estimulava a separação de dois mundos que não podiam viver separados, pois um dependia do outro: o mundo dos privilegiados e o mundo dos deserdados, ou, nas palavras do próprio autor, a cidade européia e a cidade indígena. Sobre o ritmo acelerado da reforma urbana, Lima Barreto escreveu:

A U L A Como isso mudou. Então, de uns tempos para cá, parece que essa gente está doida; botam abaixo, derrubam casas, levantam outras, tapam as ruas, abrem outras... estão doidos. Do livro: Recordações do Escrivão Isaías Caminha. Lima Barreto valorizava o passado e o presente da História brasileira, procurando integrar todos os seus elementos, sem distinção racial ou social. Com seu trabalho de escritor, Lima Barreto conseguia mostrar aos leitores de sua época, e também aos de hoje, a fragilidade do padrão de civilização imposto pela República que se iniciava. Segundo o autor, essa era uma República que se colocava acima de seu povo. 6 O tempo não pára A busca de uma nação brasileira continuaria. De um lado estava o desafio de encontrar soluções para os problemas nacionais e a intenção de modernizar a cidade; de outro lado, a preocupação de integrar o homem do campo, com suas diversas etnias e culturas, na formação do povo brasileiro. Exercícios Relendo o texto Leia mais uma vez o texto da aula, sublinhe as palavras que não entendeu e procure ver o que elas significam, no dicionário e no vocabulário da Unidade. 1. Releia A República da Espada e responda: a) por que o período que vai de 1889 a 1894 é chamado de República da Espada? b) no início da República três grupos influenciaram a nova constituição: os positivistas, os conservadores-liberais e os republicanos radicais. Quais as diferenças entre eles? 2. Releia A Revolução Federalista e responda: em que consistia a política dos governadores? 3. Releia A república oligárquica e faça uma crítica ao papel do governo quando tentou civilizar a cidade do Rio de Janeiro, e diga: a) o que o governo fez; b) como o governo agiu; c) o que o governo deveria ter feito. 4. Releia Lima Barreto e a República do Avesso e explique a opinião de Lima Barreto sobre a República do seu tempo: uma República que se colocava acima de seu povo. 5. Dê um novo título a esta aula.

Fazendo a História Documento 1 Se houvesse liberdade de expressão e respeito aos interesses da maioria da população, a política de Campos Sales, geradora do desemprego e da carestia, jamais teria sido posta em prática. Se houvesse democracia política, a modernização do Rio de Janeiro seria planejada de forma a não lançar milhares de homens, mulheres e crianças ao desabrigo. Se houvesse democracia, a polícia não expulsaria a cacetadas um sujeito da casa em que morava com a família, enquanto uma turma de demolição botava as paredes abaixo! E quando ele e outros iguais a ele perdem a paciência e começam a espancar policiais, são chamados de violentos e perigosos! Se o sistema fosse democrático, o governo é que seria vigiado, e não a multidão... José Carlos Pires de Moura. História do Brasil II. São Paulo, 1982, Marco Editorial, pág. 31. A U L A 1. O texto acima fala de dois acontecimentos da República oligárquica. Quais foram eles? Explique-os. Documento 2 O texto abaixo foi escrito por um cronista da revista Fon-Fon, muito lida no início do século. A população do Rio, que, na sua quase unanimidade, felizmente ama o asseio e a compostura, espera ansiosa pela terminação desse hábito selvagem e abjeto, que nos impunham as sovaqueiras soadas, e apenas defendidas por uma simples camisa de meia rota, e enojantemente suja, pelo nariz do próximo, e do vexame de uma súcia de cafajestes, em pés no chão (sob o pretexto hipócrita de pobreza, quando o calçado está hoje a 5$ o par, e há de todos os preços) pelas ruas mais centrais e limpas de uma grande cidade... Na Europa, ninguém, absolutamente ninguém, tem a insolência e o despudor de vir para as ruas de Paris, Berlim, Roma, Lisboa etc., em pés no chão, e desavergonhadamente, em mangas de camisa. 1. Você concorda com o autor do texto? 2. Qual é a sua opinião sobre os hábitos da população de sua cidade? 6