28 de outubro de M Dias Branco: Lucro do 3T15 refletiu estratégia mais agressiva em vendas

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Transcrição:

: Lucro do 3T15 refletiu estratégia mais agressiva em vendas A companhia registrou no 3T15 um lucro líquido de R$ 165 milhões, 11,3% acima dos R$ 148 milhões do 3T14, reflexo do crescimento de 4,4% da Receita Líquida para R$ 1,27 bilhão, impactado pela manutenção do volume de vendas total em 453 mil toneladas, e pelo incremento de preço aliado ao melhor resultado financeiro entre os períodos, que compensou a queda de 7,7% do EBITDA para R$ 193 milhões, com consequente redução de margem ebitda de 2,0pp para 15,2%. A margem líquida subiu, de 12,2% no 3T14 para 13,0% no 3T15 favorecida também pelo reconhecimento de créditos de PIS/Cofins. No acumulado dos 9M15 frente a igual período de 2014, a Receita Líquida permaneceu estável em R$ 3,42 bilhões, o EBITDA caiu 5,2% para R$ 553 milhões, com redução de margem de 0,9pp para 16,2%, e o Lucro Líquido cresceu 12,6% totalizando R$ 481 milhões, com margem líquida de 14,1%. O cenário permanece difícil, pautado pela desaceleração econômica, aumento da inflação, do desemprego, e consequente redução do consumo. Nesse contexto, a companhia adotou uma estratégia mais agressiva em promoções e descontos, que resultou na melhora do seu volume de vendas. Para o 4T15 a empresa deve reduzir sua política de descontos e promover um realinhamento de preços de modo a repassar, ao menos em parte, o forte incremento de custos. Para 2016 está no radar a estratégia de redução de despesas operacionais. A empresa manteve o seu ciclo de investimentos destinados à ampliação da capacidade de produção de farinha de trigo, nas novas unidades de moagem em Eusébio/CE e de Bento Gonçalves/RS, além dos investimentos em manutenção, ao mesmo tempo em que permanece otimista em relação ao seu desempenho, mesmo com o cenário macroeconômico adverso. Nesse contexto, reduzimos nosso preço justo de R$ 104,00/ação para R$ 95,00/ação e seguimos com recomendação de MANUTENÇÃO para seus papéis. - principais indicadores 3T14 2T15 3T15 var % var % 9M14 9M15 var % R$ milhões Volume de vendas Biscoitos (mil ton) 139,4 123,6 140,0 trim 13,3 12m 0,4 391,9 379,4-3,2 Market Share Biscoitos (vol.) 27,6% 27,5% 27,6% 0,1 pp 0,0 pp 28,0% 28,0% 0,0 pp Volume de vendas Massas (mil ton) 93,1 82,8 89,0 7,5-4,4 266,1 252,0-5,3 Market Share Massas (vol.) 29,7% 27,8% 27,5% -0,3 pp -2,2 pp 29,0% 28,3% -0,7 pp Receita Oper. Líquida 1.211,9 1.124,4 1.265,1 12,5 4,4 3.413,7 3.422,6 0,3 Lucro Bruto 454,0 422,6 449,2 6,3-1,1 1.274,7 1.263,9-0,8 margem bruta 37,5% 37,6% 35,5% -2,1 pp -2,0 pp 37,3% 36,9% -0,4 pp Despesas Operacionais 270,7 258,5 283,5 9,7 4,7 765,7 788,8 3,0 desp. oper. s/rec.líquida 22,3% 23,0% 22,4% -0,6 pp 0,1 pp 22,4% 23,0% 0,6 pp EBITDA 209,0 188,8 192,9 2,2-7,7 583,5 553,3-5,2 margem ebitda 17,2% 16,8% 15,2% -1,5 pp -2,0 pp 17,1% 16,2% -0,9 pp Res. Financeiro -2,9 33,4 8,2-75,4 n/a -8,6 52,2 n/a res fin/rol -0,2% 3,0% 0,6% -2,3 pp 0,9 pp -0,3% 1,5% 1,8 pp Lucro Líquido 148,3 190,8 165,0-13,5 11,3 427,3 481,2 12,6 margem líquida 12,2% 17,0% 13,0% -3,9 pp 0,8 pp 12,5% 14,1% 1,5 pp Dívida Líquida 153,1 287,3 342,8 19,3 123,9 153,1 342,8 123,9 Dív.Líq./Ebitda (x) 0,2 0,4 0,5 0,2 0,5 Investimentos 79,7 181,1 97,4-46,2 22,2 280,8 347,4 23,7 investimentos s/ Rec.Líquida 6,6% 16,1% 7,7% -8,4 pp 1,1 pp 8,2% 10,2% 1,9 pp Fonte: /Planner Corretora. Código Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI* vmartins@plannercorretora.com.br +55 11 2172-2565 Disclosure e certificação do analista estão localizados na última página deste relatório. MDIA3 Recomendação MANUTENÇÃO Cotação atual (R$) R$ /ação 68,39 Preço justo R$ /ação 95,00 Potencial % 38,9 Var. 52 sem. (Min/Max) Dados da Ação R$ /ação Total de ações milhões 113,0 Ações Ordinárias % 100,0 Free Float % 36,9 Vol. Méd. diário (1 mês) R$ milhões 8,7 Valor de Mercado R$ milhões 7.728 Desempenho da Ação Dia Ano 52 Sem. MDIA3 0,9% -24,4% -25,7% Ibovespa -0,4% -5,9% -6,9% Cotação de 27/10/2015 Principais Múltiplos 2014 2015E 2016E P/L (x) 17,2 11,9 11,0 VE/EBITDA (x) 13,6 10,6 9,3 ROE (%) 19,6 18,4 17,3 Div. Liq./EBITDA aj. (12m) (x) 0,2 0,5 0,5 Receita Líquida (R$ mm) 4.580 4.700 5.150 Lucro Líq. recorr. (R$ mm) 599 650 700 Margem EBITDA aj. (%) 16,8 16,3 17,0 Margem Líquida (%) 13,1 13,8 13,6 Payout (%) 22,9 23,8 23,8 Retorno Dividendo (%) 1,3 2,0 2,2 Cotação/VPA (x) 3,1 2,0 1,8 Fonte: Economática. Projeções: Planner Corretora. Figura 1: Desempenho da ação em 12M 120 110 100 90 80 70 60 Fonte: Economatica. MDIA3 54,84-100,08 IBOV Página 1

Principais destaques da teleconferência de resultados Capacidade de produção e nível de utilização desta capacidade aumenta no trimestre em função da continuidade do seu plano de investimentos. A capacidade de produção da companhia cresceu 2,7% no 3T15 em comparação com o 3T14, em resposta aos investimentos feitos na expansão e modernização do processo produtivo, com vistas ao crescimento orgânico. O nível de utilização de capacidade instalada subiu de 76,2% no 3T14 para 78,1% no 3T15, reflexo do aumento da produção de farinha e farelo de trigo e de margarinas e gorduras para verticalização e vendas no mercado. Lembrando que pelo início da operação de novas linhas de produção, que ainda não estão em sua plena atividade, o nível de utilização reduziu nos demais segmentos de operação da companhia. Nível de utilização de capacidade total (%) 69,0 71,6 75,9 77,4 77,4 75,6 67,7 78,0 75,2 71,2 75,6 78,1 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 1T15 2T15 3T15 Fonte: /AC Nielsen/Planner Corretora. Volume de vendas permaneceu praticamente estável no trimestre (+0,1%) para 453 mil toneladas, acumulando queda de 1,9% nos 9M15. A linha de biscoitos cresceu 0,4% no 3T15, margarinas e gorduras (+20,3%), outras linhas de produtos, inclusos torradas e misturas para bolos, cresceram 108,3%. Farinha e farelo de trigo ficaram praticamente estáveis (-0,2%) e a linha de massas registrou queda de 4,4%. No acumulado do ano, destaque para a redução de volumes nos seus dois mercados principais, biscoitos e massas. Vol. de Vendas (líquido de devoluções) 3T14 2T15 3T15 var % var % 9M14 9M15 var % Em mil ton Biscoitos 139,4 123,6 140,0 trim 13,3 12m 0,4 391,9 379,4 trim -3,2 Massas 93,1 82,8 89,0 7,5-4,4 266,1 252,0-5,3 Farinha e farelo 202,9 187,3 202,5 8,1-0,2 571,9 570,9-0,2 Margarina/gorduras 15,8 15,7 19,0 21,0 20,3 46,2 47,5 2,8 Bolos&Snacks e outros 1,2 1,8 2,5 38,9 108,3 3,3 5,8 75,8 Total 452,4 411,2 453,0 10,2 0,1 1.279,4 1.255,6-1,9 Nível de utilização de capacidade (%) 76,2 75,6 78,1 2,5 pp 1,9 pp 75,2 75,0-0,2 pp Fonte: /Planner Corretora. Participação de Mercado. Em termos de market share segundo dados da AC Nielsen, destaque para a manutenção em 27,6% no segmento de biscoitos, mas com queda de 2,2pp em massas, de 29,7% no 3T14 para 27,5% no 3T15, seus dois principais mercados de atuação. A companhia continua mantendo sua posição de liderança no mercado nacional destes dois produtos, o que reflete diretamente no seu volume de vendas. No acumulado dos 9M15 frente a igual período de 2014 a participação de mercado em biscoitos foi mantida em 28,0%. No segmento de massas houve queda de 0,7pp para 28,3%. Página 2

Participação de Mercado - Biscoitos e Massas em base anual (volume) 28,0% 28,9% 29,1% 28,6% 28,3% 21,9% 23,2%23,3% 16,0% 18,6% 25,1% 25,7% 21,3% 22,3% 19,8% 13,5% 13,5% Fonte: /AC Nielsen/Planner Corretora. 25,4% 26,6% 28,0% 28,1% 28,8% 28,2% 28,0% 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 1T15 2T15 3T15 Biscoitos Massas Investimentos visam o crescimento orgânico, porém a companhia segue atenta a novas oportunidades de aquisição, mas que não estão no radar neste momento. No 3T15 os investimentos totalizaram R$ 97 milhões, acumulando R$ 347 milhões nos 9M15, destinados à manutenção e expansão do seu parque fabril, dentre eles: (i) gastos com obras civis, aquisição de máquinas e equipamentos para construção da nova unidade moageira localizada no Eusébio (CE), bem como aquisição da linha de torradas e adaptação da linha de recheados da mesma unidade; (ii) gastos com a construção do moinho Isabela em Bento Gonçalves (RS); (iii) aquisição e instalação de nova linha de biscoitos recheados, especiais e laminados doce na unidade de Bento Gonçalves (RS); (vi) aquisição de equipamentos de embalagem e de máquinas e equipamentos para expansão de uma linha de biscoitos para a unidade de Jaboatão dos Guararapes (PE); entre outros. Verticalização contínua presente na estratégia da companhia como uma forma de redução de custo e ganho de margem. Nessa linha a empresa destaca a expansão do moinho em Natal/RN, concluída em 2014, com contribuição importante para o aumento da verticalização de farinha no seu processo produtivo, ampliada a partir de setembro com o início do funcionamento do moinho em Rolândia/PR. Some-se a maior utilização da capacidade instalada de produção de gorduras e que contribuiu diretamente para o incremento da verticalização. No 3T15 o índice de verticalização em farinha de trigo era de 83,5% e que se compara a 71,8% no 3T14. Em gordura vegetal a verticalização passou de 68,9% no 3T14 para 91,1% neste trimestre. Nessa linha de verticalização, no 4T15, uma nova unidade de moagem em Eusébio/CE entrará em operação. Receita Líquida registrou crescimento no 3T15 impactado pela estabilidade no volume de vendas frente igual trimestre do ano passado, reflexo de uma política mais agressiva de promoções e desconto de preços. No trimestre a receita líquida cresceu 4,4% para R$ 1,27 bilhão, pela evolução do preço médio de vendas em 4,1%, reflexo do repasse parcial do aumento de custos, inflação, dólar e energia elétrica, principalmente. No acumulado dos 9M15 a Receita Líquida registrou um crescimento marginal de 0,3% totalizando R$ 3,42 bilhões, decorrente especialmente do maior preço médio (+2,2%). O Lucro Bruto registrou queda no trimestre pelo aumento dos preços das matérias primas, com destaque para o trigo e do óleo. O lucro bruto do 3T15 caiu 1,1% frente o 3T14 para R$ 449 milhões, refletindo o aumento dos preços das matérias-primas, notadamente do trigo e óleo, impactados pela alta do dólar. Como forma de minimizar o impacto de custos, a companhia vem investindo na expansão da verticalização de seu processo produtivo, com destaque para farinhas e gordura, e a renegociação de contratos. Em adição, dado a capacidade de armazenagem de trigo e Página 3

sua estratégia de aquisição mitigaram em parte a alta da commodity. A companhia possui trigo comprado em média para três meses para minimizar a volatilidade no curto prazo. Destaque também para a elevação dos gastos gerais de fabricação, principalmente pelo aumento de 82,6% no custo de energia elétrica. Despesas Operacionais cresceram em ambas as bases de comparação, trimestral (+4,7%) e no acumulado (+3,0%), com vendas e administrativas representando 96,4% do total. No 3T15, as despesas com vendas cresceram 8,6% em relação ao 3T14, pelos reajustes salariais, aumento da estrutura de pessoal, além do reajuste dos planos de saúde. Ressalte-se a elevação no custo do frete, do custo das ações comerciais, e aumento das perdas estimadas para crédito de liquidação duvidosa. As despesas administrativas caíram 7,7% no 3T15 em relação ao 3T14, reflexo da redução de gastos com pessoal, do decréscimo nas despesas de tecnologia, e do menor gasto com serviços advocatícios, assessorias e consultorias. EBITDA caiu refletindo o incremento de custos e das despesas operacionais como um todo. Considerando o aumento de custos e de despesas, o EBITDA do 3T15 caiu 7,7% frente o 3T14 totalizando R$ 193 milhões, com consequente redução de margem EBITDA, de 17,2% no 3T14 para 15,2% no 3T15. No acumulado dos 9M15 o EBITDA caiu 5,2% para R$ 553 milhões com -0,9pp na margem EBITDA para 16,2%. O resultado financeiro líquido melhorou o que explica parte do crescimento do lucro no trimestre. Destaque para a melhora do resultado financeiro que passou de despesa líquida de R$ 2,9 milhões no 3T14 para receita líquida de R$ 8,2 milhões no 3T15, explicado principalmente, pelo maior rendimento das aplicações financeiras. Adicionalmente, as variações cambiais, juntamente com as operações de swap, passaram de uma despesa de R$ 8,6 milhões para R$ 5,7 milhões, na mesma base de comparação. Ao final o lucro líquido da companhia cresceu 11,3% no trimestre para R$ 165 milhões (com margem líquida de 13,0%), acumulando no 9M15 um lucro de R$ 481 milhões, com crescimento de 12,6% e margem líquida de 14,1%. Histórico de evolução de margem 39,9% 37,3% 37,4% 42,3% 41,7% 37,7% 40,1% 37,8% 37,7% 38,0% 38,0% 35,5% 18,2% 13,8% 17,2% 20,1% 19,1% 16,0% 17,5% 15,6% 16,8% 16,6% 16,6% 15,2% 8,7% 5,3% 9,8% 14,8% 14,4% 12,6% 13,3% 12,2% 13,1% 12,1% 12,1% 13,0% 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 1T15 2T15 3T15 Margem bruta Margem EBITDA Margem líquida Fonte: /Planner Corretora. Página 4

A dívida Líquida se manteve em alta, resultando no aumento de alavancagem financeira. Ao final de setembro de 2015 sua Dívida Líquida era de R$ 343 milhões com aumento de 124% frente setembro de 2014 (R$ 153 milhões), representando 0,5x o EBITDA. Por sua vez, a empresa dispunha de R$ 445 milhões em caixa ao final do 3T15, e passivos indexados em moeda estrangeira (dólar em sua maior parte) no montante de R$ 363 milhões, decorrentes da importação do trigo, protegidos por operações de swap, com troca do risco cambial mais taxa prefixada por percentual do CDI (14,1% ao ano em set/15). Destinação dos resultados deve ser mantida, e ações em tesouraria serão canceladas. O foco permanece no crescimento orgânico, mas oportunidades de aquisições não estão descartadas. A posição de caixa continua sólida, porém a política de pagamento de dividendos não deve ser alterada. O Conselho de Administração da aprovou o cancelamento da totalidade das 450 mil ações mantidas em tesouraria, sem redução do capital social, adquiridas através do plano de aquisição de ações de sua própria emissão, aprovado em reunião do Conselho em 27/04/15. Com isso o capital social da companhia de R$ 1,70 bilhão passa a ser dividido em 113 milhões de ações ordinárias. O cancelamento trará um benefício para os acionistas de 0,40%. Página 5

Parâmetros do Rating da Ação Nossos parâmetros de rating levam em consideração o potencial de valorização da ação, do mercado, aqui refletido pelo Índice Bovespa, e um prêmio, adotado neste caso como a taxa de juro real no Brasil, e se necessário ponderação do analista. Dessa forma teremos: Compra: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for superior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Neutro: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for em linha com o potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Venda: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for inferior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. EQUIPE Mario Roberto Mariante, CNPI* mmariante@plannercorretora.com.br Luiz Francisco Caetano, CNPI lcaetano@plannercorretora.com.br Cristiano de Barros Caris ccaris@plannercorretora.com.br Ingrid Lima de Jesus ijesus@planner.com.br Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI vmartins@plannercorretora.com.br Ricardo Tadeu Martins, CNPI rmartins@plannercorretora.com.br DISCLAIMER Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. (*) Conforme o artigo 16, parágrafo único, da ICVM 483, declaro ser inteiramente responsável pelas informações e afirmações contidas neste relatório de análise. Declaração do(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento), nos termos do art. 17 da ICVM 483 O(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento) envolvido(s) na elaboração deste relatório declara(m) que as recomendações contidas neste refletem exclusivamente sua(s) opinião(ões) pessoal(is) sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo. Declaração do empregador do analista, nos termos do art. 18 da ICVM 483 A Planner Corretora e demais empresas do Grupo declaram que podem ser remuneradas por serviços prestados à(s) companhia(s) analisada(s) neste relatório. Página 6