Uma Strategia lntegrada de Analise e Monitoramento do lmpacto Ambiental de Assentamentos Rurais na Amazonia

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Transcrição:

ACT Publication No. 04-1 8 Uma Strategia lntegrada de Analise e Monitoramento do lmpacto Ambiental de Assentamentos Rurais na Amazonia M. Batistella e E. Brondizio Reprinted from: Avaliacao e Contabilizacao de lmpactos Ambientais. Editora Unicamp. Pp. 74-86. Anthropological Center for Training and Research on Global Environmental Change Indiana University, Student Building 331, 701 E. Kirkwood Ave., 47405-71 00, U.S.A. Phone: (81 2) 855-61 81, Fax: (81 2) 855-3000, Email: act@indiana.edu, internet: www.indiana.edu/-a

Uma estratigia integrada de analise e!onitoramento do impacto ambiental de assentamentos rurais na Amaz6nia Mateus Batistella Eduardo Brondizio : ' I j :. ;\i.t.'f?.( 11) (I(;' :\c) Poucas iniciativas politicas tern a relemcia social, econdrnica e arnbiental dos projetos de colonizaqiio rural na Arnazdnia. Na historia desses assentamentos estso escritos o sucesso ou fracasso de milhares de familias, questdes de desenvohrimento rural e de.produqiio de alimentos, a criaqiio de infra-estrutura e a dinknica de desmatamento e ocupa 20 de uma imensa regiho de vocaq6es diversas. Inu- 8 meros-fatores afetarn o processo, como o potencial produtivo dos solos, a demanda pela terra, os conflitos fundihios, as politicas publicas, o regime de mercados intemos e extemos. Apesar da importhcia da questiio, ainda siio raros os exemplos de planejamento e acompanhamento de assentamentos na Amaz6nia que aproveitem o potencial de tecnicas de geoprocessamento e de avaliaqiio de impado arnbiental para entender e integrar analiticamente as trajetoxias dessas paisagens em transformaqiio. Corn base em pesquisas realizadas nos ultirnos dez anos na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, em colaboraqiio com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria (EMBRAPA) e o Institute Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), sugerimos formas de avaliar e monitorar areas de colonizaqiio, integrando dados de sensoriamento remoto, pesquisas antropologicas e ecologicas em urn sistema de informaqaes geograficas que permite a andise espaqo-temporal em diversos niveisl Por intermedio do geoprocessamento, nosso objetivo e apresentar uma contribuiqgo ao entendimento da variaqso das taxas de desmatamento e de regeneraqiio florestal, da articulaqiio de estrategias agropecuirias entre colonos e grupos de colonos (coortes) e do papel da infra-estrutura e do mercado nesses processos. Nos idtimos anos, temos assistido a muitos avanqos da comunidade academics no estudo dos assentamentos rurais na Amazdnia e suas implicaq6es socioambientais. Por outro lado, avanqos da comunidade tecnica tambem tern gerado produtos de aplicaqgo pratica para a

tomada de decisiio politica, social e econ6mica. Algumas perguntas sio recorrentes nos dois setores, tornando necessaria a sinergia entre as abordagens utilizadas. Este texto propde uma estrategia integrada para a analise de algumas questdes. Como monitorar a taxa de desmatamento em assentamentos localizados na fronteira agropecuaria amaz6nica? Que funq6es do geoprocessamento s5o mais adequadas para a analise espacial e para o acompanhamento multitemporal dos projetos de colonizaqiio no gmbito dos lotes, das paisagens e dos municipios? Oue variaveis podem contribuir para o planejamento da infra-estrutura urbana e periurbana na Amaz6nia? Estudos recentes estabeleceram os conhecimentos basicos sobre esses processos: b na escala regional e municipal, a taxa de desmatamento varia de forma significativa com a distgncia de estradas (Alves, 2002); b diferentes desenhos de assentamentos geram processos distintos de fragmenta~so florestal na paisagem (Dale& Pearson, 1997; Batistella et al., 2000); b a conservaqiio de ireas florestais comuns depende de arranjos institucionais e fundiarios em torno das necessidades da populaqiio local e da demarcaqiio de reservas (Batistella& Castro, 2001; Olmos et al., 1999); b o valor da terra e os processos de intensificaqiio agropecuaria podem estar relacionados com a proximidade de centros urbanos (Browder& Godfrey, 1997); b a trajetoria de desmatamento nos lotes segue ciclos ligados a estagios de estabelecimento, expansio e consolidaqzo da propriedade rural. A magnitude desses pulsos e uma funqiio da localizaqiio e da condiqiio do lote, do tempo de ocupaqso, da estrutura'e da composiqiio da unidade domestica e de politicas de credit0 agricola (Brondizio et al., 2002). A abordagem desses temas pela geotecnologia tem aplicaqdes praticas imediatas em analises de impacto ambiental dos assentamentos e no zoneamento ecologico-econbmico de areas em fronteira agropecuaria do ponto de vista de seus potenciais e das limitaq6es locais e regionais. 0s resultados oferecem subsidios praticos aos tomadores de decisiio nas areas de planejamento e desenvolvimento, tanto na esfera publica como na privada. Em particular, o trabalho tem aplicaqiio direta nas politicas de reforma agraria, desenvolvimento regional e conservaqiio.

<;?DOCBi;T 4 A integraqgo de procedimentos metodologicos em estudos sobre assentamentos rurais na Amazonia e um campo de pesquisas recente. Em termos gerais, a estrategia adotada deve envolver a necessidade de interrogar os processos socioecon~micos e suas implicaqdes ambientais. Portanto, e necessaria a formulaqiio de hipoteses que a priori permitam explicar as relaqdes entre a estrutura, a funqiio e a dinsmica dos assentamentos com os processos ecologicos subjacentes. Por essa razgo, as tecnicas de sensoriamento remoto, geoprocessamento e modelagem espacial tcm papel fundamental. Mas como discriminar as diferentes unidades de analise que compdem um assentamento? Obviamente, essa hierarquia depende do tip0 de consideraqho a ser feita sobrg o mosaic0 interagente de entidades espaciais que caradkrizam o fendmeno. Em areas de assentamento rural na Amazdnia, os compartimentos biofisicos, o contexto politico-administrativo e os arranjos espaqo-temporais de ocupaqiio delimitam unidades fundamentais de analise a considerar. 0s compartimentos biofisicos definem diferentes potenciais e limitaqdes das areas ocupadas, podendo ser analisados em planos de informaqiio relativos a topografia, bacias hidrograficas, solos, classes de uso e cobertura das terras, entre outros. 0 contexto politico-adrninistrativo e o arranjo espaqo-temporal de ocupaqzio podem ser hierarquizados em diferentes unidades: b municipio: entidade administrativa onde se localizam um ou varios assentamentos. Representa o universo de tomada de decisdes politicas de desenvolvimento rural e urbano em escala local; b paisagem do assentamento: total de lotes e reservas numa fronteira de ocupaq20, representa a paisagem de colonizag20; b reservas: areas comuns ou privadas em que a paisagem original deveria ser manejada segundo principios de uso e conservaq20; b coorte de lotes: grupo de lotes que ocupam a fronteira em determinado period0 e que estiio sujeitos a politicas similares e trajetorias associadas ao tempo de ocupaqiio; b lote: universo de decisho e produq2o do colono e de monitoramento dos orgiios competentes.

Para transitar entre os diversos niveis de abordagem, propomos uma iniciativa multiescalar e multidimensional, a fim de caracterizar e monitorar os assentamentos sob as seguintes perspectivas: b dimensdo espacial: localizaqiio e articulaqiio entre lotes, glebas, reservas e o conjunto de assentamentos no municipio e a infra-estrutura regional; b dimensdo temporal: caracterizaqiio de fases de ocupaqiio corn a chegada progressiva de colonos, a expans20 da fronteira agropecuaria e os processos de urbanizaqiio; b dimens60 socioeconbmica e demogra$ca local: caracterizaqiio de elementos socioecon6micos e culturais da populaqiio, tais como origem, relaqbes sociais na fronteira e experiencia como produtor; b dimensdo socioeconbmica e demografica regional: indicadores econ6micos de produqiio e dinhica populacional que influenciarn as trajetorias de uso da terra nos as-. sentamentos. A integraqiio entre essas dimensdes distintas e interagentes ocorre mediante a anilise dos componentes tematicos, integrados na base de dados geoneferenciados, definindo espacialmente o conjunto de lotes a ser analisado e sua relaqiio corn o assentamento, o municipio e outros centros regionais. A AmazBnia apresenta atualmente uma variedade de arquiteturas de assentamentos que representa diferentes complexos fundiarios. Esse mosaic0 de situaqdes espaciais inclui os famosos assentamentos "espinha de peixe", areas de colonizaqiio espontinea ou desordenada, grandes projetos agropecuarios, assentamentos corn desenho baseado na topografia, sisgmas radials, entre outros. Informaqbes sobre a posiqiio na paisagem de lotes individuais, tamanho dos lotes, tempo de ocupaq2io e relaqiio com a infra-estrutura, o context0 socioecon6mico e o ambiente biofisico siio fundamentals para qualquer analise representativa, por exemplo, do desmatamento e de seus impactos. Utilizando estudos de caso na regiiio, ilustraremos urna metodologia que oferece potenciais de integraqiio, analise e monitoramento em urn nivel de detalhe suficiente para a tomada de decisbes referentes ao desenvolvimento rural,'ao melhoramento da infra-estrutura e ao monitoramento ambiental para a variedade de situaqbes observadas. A estrategia analitica inclui diversos modulos corn conjuntos de procedimentos, resurnidos nafigura I: n

figura 1 ( Etapas de andlise e monitoramento de assentamentos rurais na Amazdnia IOENTIFICACAO DO PROBLEMA > erlfoqui.s/prr;unta; D unidade de analire/niv$l de detalhelescala LEVANTAMENTO E AQUISICAO DE DADO5 ile BASE AEROTRANSPORTADOS b imagens de satelite b fotos aereas b meio iisico meio biologico infra-estrutura > socioeconomia b censo agropecuario MODULO DE SENSORIAMENTO REMOTO r definicso de produtos escolha de rotinas e algoritrnos r analise multitemporal MODULO ESTAT~STICO r estatistica descritiva r estatistica inferencial b metricas de paisagem entrada de dados D analise esoacial 1 infegra~lo dor resultador I

b identifica~iio do problema pratico a ser resolvi- 1 79 do, de unidades de analise e do nivel de detalhe para a colets e integraqiio de dados; modulo de sensoriamento remoto: definiqiio de dados e processamentos para a extraqio de inf;rmaciio relativa ao uso e a cobertura das terras em carater multiescalar e multitemporal; b modulo estatistico: tratamento numeric0 de dados (estatistica descritiva e inferencial das variaveis definidas nos modulos anteriores, calculo de metricas de paisagem); b modulo SIG: articulaqiio entre as bases de dados espaciais e dados alfanumericos (socioecon6micos, demograficos e ambientais); b modulo de analise e sintese: integraqso dos dados numericos e espaciais para a soluqiio da quest20 proposta (modelagem dinimica e estatistica, analise institucional).!; #! <.i:-c1-: ;:v --L.... c. ^ l. L!,/!,!.:j>J.c-:&-c:c;:.;s ;q/;c.-..-.. +..;L 1;...;: ;,?j~j!>~>i':)~.~ {;I: ~ ;. ~ < ~!, ~.. i ~ j ~ A estruturaqiio de um sistema georreferenciado para a analise e o monitoramento do impado ambiental de assentamentos rurais na Amaz6nia permite a geraqiio de inheros produtos e aplica~6es. De carater tanto academic~ como pratico, esses resultados t@m subsidiado aq6es de planejamento e desenvolvimento rural, com utilidade em diferentes escalas espaciais e temporais. Do ponto de vista pratico, a estrategia integrada proposta neste texto permite a abordagem de qqest6es como o desmatamento, os projetos de desenvohhmento, os impados da colonizaqiio e o planejamento e o monitoramento de areas rurais e urbanas na regiiio. 0s exemplos listados a seguir buscam compatibilizar as unidades de avaliaqiio e os principios fundamentais de analise espacial: limites, escala, unidades de analise e padriio. A integraqiio desses conceitos e fundamental para orientar a analise das bases de dados usadas em geoprocessamento e suas aplicaq6es a temas socioambientais. -.! :;:f: :;~.~;r;(j (-!.c 6;. d(:~ ~ l ~ ~ ~ 5.,!.i: i ~ I-; '.. ~ c!;:-li:l,;:~(,!: ~ : c ~, : ~. -.,.....-,> ;.y;;j.!:[ (ic, l ~ l ~ ; j i ~ ~ ~ ;~,~,,~.>,(>~,~;,:~c~ ;, j (, ~ ~ No hbito dos municipios, as aplicaq6es incluem a elaboraqiio de planos diretores e de leis de zoneamen-

fura 2 I'lntegraqio de dados numericos e cartograficos na analise de rnunicipios amaz6nicos Machadinho dloeste e Vale do Anari Taxa dt. crescimento 80 1 to, cadastros e censos agropecuarios, o planejamento e a utilizaqiio de infra-estrutura, o ordenamento e o manejo do uso de recursos naturais, a arrecadaqiio de impastos (IPTU, ITR, ICMS Ecologico), codigos e leis ambientais. 0 carater pratico dessas aplicaq6es na Amaz6nia esta diretamente relacionado com a historia de ocupaqgo, o capital social e econ6mico das populaqdes humanas e as arquiteturas de colonizaqiio. A figura 2 ilustra o caso de duas realidades extremas em Rondbnia. 0 municipio Vale do Anari segue o padriio "espiriha de peixe" e foi concebido sem levar em conta os potenciais e as limitaqdes ambientais da regiiio: as estradas cortam a rede de drenagem perpendicularmente, o que dificulta o acesso dos colonos a area urbana e as vilas que concentram a incipiente economia local. Processos erosivos agravam ainda mais a situaqiio, por deixpem as estradas intransitaveis durante a estaqiio chuv&a. AlCm disso, a criaqiio do municipio sem a minima infra-estrutura urbano-rural legou aos colonos um exilio socioecon6mico com conseqiiencias diretas sobre o uso da terra, hoje dominado por pastagens degradadas e areas abandonadas. Em Machadinho d'oeste, embora localizado em area adjacente a Anari, observa-se o papel de um assentamento distinto na economia agropecuaria regional. Emancipado como municipio na decada de 1980, a alocaqiio de infra-estrutura com base em criterios topograficos definiu melhores oportunidades para a populaqiio local em termos de acesso a terra, escoamento da produ- $20 e existencia de entidades de assistencia nas areas urbanas e periurbanas. 0 segundo exemplo mostra que o context0 historico e geografico deve ser levado em conta na analise dos municipios amazdnicos. As geotecnologias exercem papel central nessa analise, ao gerar a oportunidade de integrar distintas unidades espaciais de analise (mesorregides, microrregides, municipios e setores censitarios) com os dados de demografia, agropecuaria e cobertura da terra, por exemplo. Uliliza~So de m2tricas de paisagem na analise comparativa de assentamentos na Alnazonia No ambito da paisagem, estrategias baseadas em geotecnologias tambem tern possibilitado analises antes

dificeis de serem realizadas. A definiqiio e o monitoramento de assentamentos rurais na Amaz6nia podem contar hoje com a integraqio de dados biofisicos e socioecon6micos em sistemas de informaqdes geograficas para definir arquiteturas mais orginicas em relaq5o a disposiq50 espacial e ao planejamento de infra-estrutura. Batistella (2001) fez um estudo comparativo da fragmentaqzo de paisagens, mostrando que a arquitetura dos assentamentos afeta as caracteristicas espaciais de cobertura da terra em areas de coloniza~iio. Com os dados gerados pelas imagens LANDSAT-TM, o autor anali- sou a configura~iio dos fragmentos florestais e outras coberturas da terra utilizando metricas espaciais. 0 numero de poligonos (fragmentos florestais) e o tamanho medio dos poligonos de floresta apresentam tendencias - - opostas nos modelos de assentamento analisados. Porem, na arquitetura "espinha de peixe", a taxa de aumento do numero de poligonos e de diminuiqio do tamanho medio dos poligonos e bem maior que no modelo de assentamento baseado na topografia Vigura 3). 0s resultados indicam que a alocaqio, de acordo com o relevo, dos lotes, das estradas e da infra-estrutura mitiga o impact0 da ocupa$io sobre processos morfogeneticos e a fragmentaqio da floresta, alem de permitir um melhor acesso da populaq?io rural ao centro urbano. Estudos dessa natureza tcm implicaqties claramente definidas na articulaq2o de politicas de reforma agraria - coordenadas no Brasil pel0 Instituto Nacional de Colonizaqiio e Reforma Agraria (INCRA), ainda com o uso limitad0 de geotecnologias -, em sua relaq5o com os prsjetos de assentamento ja existentes ou planejados &no context0 socioambiental analisado. figura3 I UtilizaqSo de mktricas de paisagem na analise comparativa de assentamentos na Amaz6nia 0 terceiro nivel de abordagem refere-se as unidades de conservaq80 em municipios ou paisagens rurais da AmazBnia. Nesse sentido, existem dois tipos de unidades distintos: as reservas publicas (em suas diversas modalidades) e as reservas privadas em propriedades rurais, que devem seguir o Codigo Florestal. Estas ultimas sio discutidas posteriormente, no timbito dos lotes e coortes de lotes. Para as reservas publicas, a integralpo de dados espaciais e uma estrategia importante desde a fase de "ESPINHA DE PEIXE"

ura 4 1 Integragzo de dados espaciais para a delimitaqzo e o monitoramento de reservas na Amaz6nia 82 1 delimitaqiio ate o monitoramento e o planejamento do uso e da conservaq20 dos recursos. Durante a delimitaqiio das reservas, a analise de fatores biofisicos por meio da manipulaqiio em sistemas de informaqdes geograficas permite uma visiio integrada de variaveis espaciais que indicam setores ecologicos com maior viabilidade e necessidade de conservaqiio. A figura 4 ilustra o resultado de urn modelo digital de elevaqiio empregado em conjunto com outros planos de inforrnaqiio espacial (solos e drenagem, por exemplo) na delimitaqiio de resems extrativistas na Amaz6nia. Alocadas em topografia mais acentuada ou ao longo de eixos hidrograficos, elas tom funqiio ecologica singular na conservaqho da floresta e do solo, deixando em seu entorno fireas com maior aptidgo agropecuaria para o estabelecimento de propriedades ru- rais. &-m disso, essas resems t@m ainda o papel social de futar populaqdes locais presentes na firea antes do processo de colonizaqiio agriria, mantendo suas atividades produtivas e integrando as populaqdes ao mercado local. Apos a fase de delimitaqiio e demarcaqiio das re- servas, virios outros produtos s5o obtidos pel~ emprego de geotecnologias: planos de manejo das unidades de conservaqiio, analise de corredores ecologicos, subsidios a utilizaqiio de recursos naturais por comunidades locais, subsidios para andises do impact0 ambiental decorrente da atividade extrativista, integraqiio de inventarios de campo e recursos localizados nas reservas. Entre as implicaqdes dessas iniciativas estiio a analise do potencial produtivo das reservas, questdes de acesso, regras de uso dos recursos nas comunidades e o monitoramento das conseqiicncias ambientais de atividades produtivas em unidades de conservaqiio.!{r!.;i I ;:j:! ~1.1. t::~,j;::5?!;.\ ;I,.],.:.;2 <il <!;;I <:YJf-J;:!<,. :I? -. ic>?:,< Coortes de propriedades rurais siio definidas por gmpos de colonos que chegam a fronteira agropecuaria em periodos distintos. McCracken e colaboradores (1999) propdem um diagnostic0 para as alteraqdes em coortes de lotes depois de processos de desmatamento e de regeneraqiio vegetal na Amaz6nia. Neste e em outros traba-,. :7;\ :,:<:,:1;.::;;::1. 2,<rl:,::):>;:--t:4T!.,2 :~j~~.cl~43:l~<3. lhos conduzidos na Universidade de Indiana, as geotecnologias t@m se prestado para varias aplicaqdes, como o monitoramento da evoluq5o da ocupaqiio local para entender os ciclos de colonizaq50; o relacionamento do

yescimento populacional com as demandas socioam-. 83 oientais em grupos de lotes com mesmos periodos de 9cupaqgo; a orientaqho de politicas agricolas para grupos distintos de agricultores em diferentes fases de consolidaqbo de seus lotes. Resultados preliminares indicam ciclos reconentes de desmatamento e ocupaq20, dependendo dos periodos de chegada dos colonos (grafic~ I), e tcm orientado gra$co 7 1 Anilise da trajetoria do uso da terra em coortes estudos recentes sobre taxas de migraq50 em escalas lo- de lotes na fronteira agropecuaria amaz6nica - cais e regionais, sobre a expans50 de assentamentos e so- desmatamento medio em coortes de lotes bre o planejamento de areas de colonizaqgo. Analises no Pmbito das coortes permitem enpy,.,. t.,- tender a influencia do tempo de ocupaqpo na taxa de.,- desmatamento e o papel das diferentes politicas de incentivo agricola nesses periodos. Observamos a imporil tiincia dos ciclos de ocupaqgo e de formaqgo dos lotes 1.. (estabelecimento, expansgo, consolidaqao), cujas im- I. & I :i plicaqaes podem orientar a disponibiliza~go de credito!r' para produq2o.,.., I 1 $ 8 \**;.. e.1 -\ 8 *.. / :: I 1 -..~.... -,:\. -,..! (>,, ::p i,:.':: {v=. ic; I :; (: i,) [ci'~::' :, '> It r,, \ 1 % 1 \ #....._.._. \ '. '...:,..I \ :.,.;. i,,.i 9 i,~!;.;i.,i:::. (';;- l:(jl,\[.i<?,,, I ;, 'J,! #.... I,.,.~....';. -..,.-.. :.<(:a:.:.,.,<. ;.;.;::.+,'!3t';, I : '-/---, 3.. I I I, A anilise no 2mbito dos lotes fornece a melhor C,<:: '::..:!.... oportunidade para entender detalhadamente o process0..,: I:::.,.:, de coloniza~ho; alem disso, permite avaliar e dirigir inter- :!,!c.;,j,,: i:f venqdes baseadas na variabilidade e na diversidade de ::v,,..,...:g,i!,.i,:.: estrategias de produq20 entre colonos. No iimbito dessa - - - -. Coorte 1, < 1973 (n = 121) unidade de analise, e possivel questionar portfolios eco-. Coorte 2,1973-76 (n = 1033) n6micos de uma irea de assentamento para subsidiar a aloca$io de recursos em infra-estrutura e credito. - Coorte 3,1976-79 (n = 791) Da mesma forma, a analise de propriedades ru- - - -. Coorte 4,1979-85 (n = 443) rais permite entender fatores biofisicos (solo, relevo,.. Coorte 5,1985-88 (n = 176) acesso a agua), a infra-estrutura rural (estradas, entre- - - Coorte 6,1988-91 (n = go) Postos) e aspectos de organizaqho (cooperativas, asso- Coorte 7,1991-96 (n = 531) ciaqaes) que afetam as estrategias agropecuarias das - Coorte 8, recente (n = 533) famihas colonas (Brondizio et al., 2002; McCracken, 2002; Moran et al., 2002). Varias aplicaq6es podem ser geradas por essas FONTE: Brondizio et al., 2002. anaises. 0 monitoramento de reservas privadas, a anilise do potencial produtivo dos lotes e o acompanhamento da agregaqiio de lotes em areas destinadas a reforma agraria sgo exemplos praticos e relevantes @guru 5).

figura 5 1 Dinlmica do uso da terra em lotes rurais e periurbanos na fronteira agropecuaria amazbnica cofi~c~usao Neste texto, relacionamos recentes desenvolvimentos da comunidade acadpmica no entendimento de processos de ocupaqfio de assentamentos rurais na Amaz6nia. Em todas as aplicaqbes mencionadas, as geotecnologias representam uma ferramenta fundamental para a abordagem proposta, pois contribuem para o melhor entendimento das dinamicas de colonizag2o na regiiio. A divulgac20 dessa estrategia vem sendo feita em diversos artigos (Batistella & Castro, 2001; Moran & Brondizio, 1998; Brondizio & Siqueira, 1997; Brondizio et al., 2000, 1996, 1994; Tucker et al., 1998; Mausel et al., 1993; Moran et al., 1gg7,1gg6,1gg4). 0s autores utilizam varios modulos de anihse para a avaliaqfio da dinsmica do uso da terra, baseados em dados de sensoriamento remotqsig e dados de campo (biofisicos e socioecon6micos) em escalas espaco-temporais distintas. Em todos os casos, busca-se uma analise espacial integrada entre a propriedade rural, os assentamentos e as unidades administrativas, realcando a importiincia do sinergismo entre os resultados obtidos para diferentes unidades de anihse. Chamamos a atenqfio para a articulaqgo entre os componentes da estrutura basica de assentamentos rurais na Arnaz6nia e os conceitos fundamentais de analise e suas modificaqbes. Essa abordagem permite entender o mesmo process0 (por exemplo, taxa de desmatamento, portfolio agropecuario, condiqiio de reservas florestais) em diversos niveis, sua variabilidade e a influgncia de fatores demograficos, econ6micos e biofisicos. Acreclltamos que esses exemplos podem contribuir imediatamente para um debate mais esclarecido sobre estrategias de analise e monitoramento de impactos ambientais de assentarnentos rurais na Amazbnia, alem de orientar as discussbes sobre programas de desenvolvimento, zoneamentos ecologico-econ6micos, Codigo Florestal, politicas de reforma agraria e incentivos. Referincias Bibliograficas ALVES. D. S. (2002)."An analysis of the geographical patterns of deforestation in Brazilian Arnazonia in the 1991-1996 period". In: WOOD, C.; PORRO, R. (ed.). Land use and deforestation in the Amazon. Florida: University of Florida Press, 2002. BATISTELIA, M. (2001). Landscape change and land-use/land-cover dynamics in Rondonia, Brazilian Amazon, 2001. Ph.D. Indiana: Universidade de Indiana. 399 p.

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