TRIBUTÁRIO EM FOCO # edição 10 NOVIDADES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA DECLARAÇÃO DE INFORMAÇÕES - TRANSAÇÕES COM RESIDENTES NO EXTERIOR - INSTRUÇÃO NORMATIVA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL Nº 1.298, DE 24 DE OUTUBRO DE 2012 INSS - DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO - DECRETO Nº 7.828, DE 16 DE OUTUBRO DE 2012 ICMS/SP - PARCELAMENTO - REDUÇÃO DE MULTAS - CONVÊNIO ICMS CONFAZ Nº 108, DE 28 DE SETEMBRO DE 2012 DECISÃO JUDICIAL GANHO DE CAPITAL - "DESMUTUALIZAÇÃO" - TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO DECISÕES ADMINISTRATIVAS IOF - OPERAÇÕES DE MÚTUO - SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 76, DE 16 DE OUTUBRO DE 2012 IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE- PERMUTA DE VALORES MOBILIÁRIOS - INVESTIDOR ESTRANGEIRO - SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 211, DE 8 DE AGOSTO DE 2012 PIS E COFINS - CRÉDITOS - PRODUTOS FARMACÊUTICOS - SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 75, DE 16 DE OUTUBRO DE 2012 PIS E COFINS - CRÉDITOS - IPI E ICMS - SOLUÇÕES DE CONSULTA Nº 73 E Nº 74, DE 8 DE OUTUBRO DE 2012 Advogados Responsáveis: ROBERTO GRECO DE SOUZA FERREIRA +55 11 2823 2865
+55 11 2823 2865 roberto.greco@cgbm.com.br GRAZIELE PEREIRA +55 11 2823 2875 graziele.pereira@cgbm.com.br GUILHERME SELLITTI RANGEL +55 11 2823 2887 guilherme.rangel@cgbm.com.br OTÁVIO SASSO CARDOZO +55 11 2823 2889 otavio.sasso@cgbm.com.br NOVIDADES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA DECLARAÇÃO DE INFORMAÇÕES - TRANSAÇÕES COM RESIDENTES NO EXTERIOR - INSTRUÇÃO NORMATIVA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL Nº 1.298, DE 24 DE OUTUBRO DE 2012 A Instrução Normativa RFB nº 1.298, de 24 de outubro de 2012, alterou a Instrução Normativa RFB nº 1.277/2012, que instituiu a obrigação de prestar informações relativas às transações entre residentes ou domiciliados no Brasil e residentes ou domiciliados no exterior, compreendendo serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas jurídicas ou dos entes despersonalizados. A nova instrução normativa dispôs que até 31/12/2013, as informações sobre a prestação de serviço, a comercialização de intangível, ou a realização da operação que produza variação no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas jurídicas ou dos entes despersonalizados, deverão ser apresentadas, excepcionalmente, no prazo de 180 dias. Na redação original da Instrução Normativa RFB nº 1.277/2012, o referido prazo era de 90 dias. A norma entrou em vigor na data de sua publicação em 26/10/2012. INSS - DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO - DECRETO Nº 7.828, DE 16 DE OUTUBRO DE 2012 O Decreto nº 7.828, de 16 de outubro de 2012, regulamentou as regras para a incidência da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB) e a retenção do INSS previstas na Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, que trata do Plano Brasil Maior. Dentre os assuntos regulamentados, destacamos: o rol dos serviços de Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia da Informação e
o rol dos serviços de Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC); o início da vigência das alíquotas e dos setores contemplados pela desoneração no período entre 1/12/2011 e 31/12/2014; a aplicação, a partir de 1/08/2012, da retenção de 3,5% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, no caso de contratação de empresas para execução dos serviços de TI, TIC, hotelaria, call center e de concepção desenvolvimento ou projetos de serviços integrados; a inclusão na desoneração da folha de pagamento das empresas que executam industrialização por encomenda parcial; o caráter obrigatório da CPRB para as empresas alcançadas pela norma; o cálculo proporcional a ser aplicado para as empresas que desenvolvam outras atividades além das desoneradas; a contribuição previdenciária patronal incidente sobre o 13º salário. O Decreto nº 7.828/2012 entrou em vigor em 17/10/2012, data de sua publicação. ICMS - SP - PARCELAMENTO - REDUÇÃO DE MULTAS - CONVÊNIO ICMS CONFAZ Nº 108, DE 28 DE SETEMBRO DE 2012 O Convênio ICMS do Conselho Nacional de Política Fazendaria nº 108, de 28 de setembro de 2012, autorizou o Estado de São Paulo a instituir programa de parcelamento de débitos fiscais relacionados ao Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação - ICMS e dispensar ou reduzir suas multas e demais acréscimos legais, vencidos até 31/07/2012, constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, inclusive ajuizados, observadas as condições e limites estabelecidos. A redução poderá alcançar até 75% das multas punitivas e moratórias, e até 60% dos demais acréscimos legais, nos casos em que o pagamento for feito em parcela única. Na hipótese de parcelamento, em até 120 parcelas mensais, iguais e sucessivas, a redução será de até 50% das multas punitivas e moratórias e 40% dos demais acréscimos legais. O Convênio prevê os seguintes juros mensais: 0,64% para liquidação em até 24 parcelas; 0,80% para liquidação de 25 a 60 parcelas; e 1% para liquidação de 61 a 120 parcelas. A formalização de pedido de ingresso no programa implica o reconhecimento dos débitos tributários nele incluídos, ficando condicionada à desistência de eventuais ações ou embargos à execução fiscal, com renúncia ao direito sobre o qual se fundam nos respectivos autos judiciais e da desistência de eventuais impugnações, defesas e recursos apresentados no âmbito
da desistência de eventuais impugnações, defesas e recursos apresentados no âmbito administrativo. O ingresso no programa ocorrerá por formalização da opção do contribuinte e da homologação do fisco no momento do pagamento da parcela única ou da primeira parcela. A legislação do Estado fixará o prazo máximo de opção do contribuinte, que não poderá exceder a 31 de agosto de 2013. O Convênio previu as seguintes condições de revogação do parcelamento: a inobservância das previsões para a adesão nele previstas; o atraso de mais de três parcelas; a tentativa de inclusão de débito de PPI anterior e que esteja em andamento regular em 31/05/2012; e o descumprimento de outras condições a serem estabelecidas em legislação estadual. O Convênio SEFAZ nº 108/2012 entrará em vigor na data da publicação de sua ratificação nacional e será regulamentado pelo Estado de São Paulo. DECISÃO JUDICIAL GANHO DE CAPITAL - "DESMUTUALIZAÇÃO" - TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, ao julgar a Apelação Cível em Mandado de Segurança nº 0008706-05.2008.4.03.6100/SP interposta pelo Banco Cruzeiro do Sul S/A, analisou o artigo 17 da Lei nº 9.532/97, no que se refere à incidência do IRPJ e CSLL sobre eventual ganho de capital, decorrente da atualização dos títulos patrimoniais que o Banco detinha na BOVESPA e BM&F e que foram convertidos em ações daquelas instituições, quando da cisão em duas novas entidades, operação intitulada "desmutualização". Segundo a decisão do Tribunal Regional Federal, a conversão dos títulos em ações importa em reversão jurídica dos valores a que correspondiam os citados títulos, ainda que tais valores tenham sido integralmente convertidos em ações da entidade que resultou da transformação. Nesse contexto, os julgadores entenderam que haveria a disponibilidade jurídica dos ganhos de capital equivalentes à diferença entre o valor investido pela pessoa jurídica e aquele posteriormente devolvido a ela e, portanto, configurada a hipótese de incidência do IRPJ e da CSLL. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região concluiu, ainda, que a transformação da associação implica em modificação da natureza jurídica das participações societárias ou dos títulos de natureza similar que foram convertidos em ações da nova pessoa jurídica. Assim, do ponto de vista jurídico, os fatos geradores do IR e da CSLL decorreriam da devolução
Assim, do ponto de vista jurídico, os fatos geradores do IR e da CSLL decorreriam da devolução à pessoa jurídica dos valores que correspondiam aos títulos que ela detinha, ainda que estes valores tenham sido inteiramente utilizados na aquisição de ações da nova sociedade, razão pela qual, de forma unânime, a Turma decidiu pela incidência do IRPJ e da CSLL. O Banco (apelante) já apresentou Embargos de Declaração ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Posteriormente ao julgamento dos Embargos, a questão poderá ser objeto de recursos especial e extraordinário a serem julgados, respectivamente, pelo Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. DECISÕES ADMINISTRATIVAS IOF - OPERAÇÕES DE MÚTUO - SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 76, DE 16 DE OUTUBRO DE 2012 A Receita Federal do Brasil, por meio da Solução de Consulta Nº 76, de 17 de Outubro de 2012, esclareceu que o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF, previsto no artigo 13 da Lei nº 9.779/1999, não incide sobre operações de mútuo de recursos financeiros nas quais o mutuante seja pessoa física. Oportuno lembrar que a Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, assim dispõe: "as operações de crédito correspondentes a mútuo de recursos financeiros entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física sujeitam-se à incidência do IOF segundo as mesmas normas aplicáveis às operações de financiamento e empréstimos praticadas pelas instituições financeiras". Ressaltamos que as soluções de consulta da Receita Federal do Brasil vinculam o contribuinte titular da consulta e orientam os demais contribuintes a respeito do entendimento da RFB sobre determinada matéria. IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - PERMUTA DE VALORES MOBILIÁRIOS - INVESTIDOR ESTRANGEIRO - SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 211, DE 8 DE AGOSTO DE 2012 As Soluções de Consulta nº 211 e nº 212, de 8 agosto de 2012, definiram a forma de apuração do ganho de capital para fins de recolhimento do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF, nos casos de permuta de valores mobiliários realizada por investidor não residente. Segundo a Receita Federal do Brasil, no caso de alienação de ações por investidor estrangeiro decorrente de oferta pública para cancelamento de registro, cursada sob a égide da Instrução CVM nº 361/2002, e com liquidação efetuada através de permuta de valores mobiliários, a operação não se enquadra no artigo 81, 1º e 2º, "b.1", da Lei nº 8.981/1995(*), não havendo, assim, que se falar de hipótese de exclusão de incidência de Imposto de Renda. Assim, há incidência do Imposto de Renda, no caso de investidor não residente e não domiciliado em jurisdição sujeita a tributação favorecida, à alíquota de 15%, no momento da realização da permuta, na forma dos artigos 17, 18 e 28 da Lei nº 9.249/1995 (**). Considera-se ganho de
permuta, na forma dos artigos 17, 18 e 28 da Lei nº 9.249/1995 (**). Considera-se ganho de capital o excesso do montante atribuído na transação aos valores mobiliários recebidos em relação ao custo de aquisição das ações alienadas. (*) Lei nº 8.981/1995 "Art. 81. Ficam sujeitos ao Imposto de Renda na fonte, à alíquota de dez por cento, os rendimentos auferidos: (...) 1º Os ganhos de capital ficam excluídos da incidência do Imposto de Renda quando auferidos e distribuídos, sob qualquer forma e a qualquer título, inclusive em decorrência de liquidação parcial ou total do investimento pelos fundos, sociedades ou carteiras referidos no caput deste artigo. 2º Para os efeitos deste artigo, consideram-se: (...) b) ganhos de capital, os resultados positivos auferidos: b.1) nas operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, com exceção das operações conjugadas de que trata a alínea a do 4º do art. 65;" (**) Lei nº 9.249/1995 "Art. 17. Para os fins de apuração do ganho de capital, as pessoas físicas e as pessoas jurídicas não tributadas com base no lucro real observarão os seguintes procedimentos: I - tratando-se de bens e direitos cuja aquisição tenha ocorrido até o final de 1995, o custo de aquisição poderá ser corrigido monetariamente até 31 de dezembro desse ano, tomando-se por base o valor da UFIR vigente em 1º de janeiro de 1996, não se lhe aplicando qualquer correção monetária a partir dessa data; II - tratando-se de bens e direitos adquiridos após 31 de dezembro de 1995, ao custo de aquisição dos bens e direitos não será atribuída qualquer correção monetária. Art. 18. O ganho de capital auferido por residente ou domiciliado no exterior será apurado e tributado de acordo com as regras aplicáveis aos residentes no País. (...) Art. 28. A alíquota do imposto de renda de que tratam o art. 77 da Lei nº 3.470, de 28 de novembro de 1958 e o art. 100 do Decreto-lei nº 5.844, de 23 de setembro de 1943, com as modificações posteriormente introduzidas, passa, a partir de 1º de janeiro de 1996, a ser de quinze por cento." PIS E COFINS - CRÉDITOS - PRODUTOS FARMACÊUTICOS - SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 75 DE 16 DE OUTUBRO DE 2012 A Receita Federal do Brasil, por meio da Solução de Consulta nº 75, de 16 de outubro de 2012, definiu a possibilidade de utilização dos créditos de PIS e de COFINS da sistemática não cumulativa para a industrialização de determinados produtos farmacêuticos. Segundo a referida decisão da RFB, as pessoas jurídicas que procedem à industrialização dos produtos farmacêuticos relacionados no artigo 3º da Lei nº 10.147/2000, podem, além do crédito
produtos farmacêuticos relacionados no artigo 3º da Lei nº 10.147/2000, podem, além do crédito presumido nele previsto, descontar os créditos da sistemática não cumulativa de que trata os artigos 3º, II, das Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003, relacionados aos insumos utilizados na fabricação desses produtos, desde que atendidas as exigências da legislação de regência. A Lei nº 10.147/2000 prevê que será concedido regime especial de utilização de crédito presumido da contribuição ao PIS e à COFINS às pessoas jurídicas que procedam à industrialização ou à importação dos produtos classificados na posição 30.03, exceto no código 3003.90.56, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3001.20.90, 3001.90.10, 3001.90.90, 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10 e 3006.60.00, todos da TIPI, e na posição 30.04, exceto no código 3004.90.46, da TIPI. Reiteramos que as soluções de consulta da Receita Federal do Brasil vinculam o contribuinte titular da consulta e orientam os demais contribuintes a respeito do entendimento da RFB sobre determinada matéria. PIS E COFINS - CRÉDITOS - IPI E ICMS - SOLUÇÕES DE CONSULTA Nº 73 E Nº 74, DE 8 DE OUTUBRO DE 2012 A Solução de Consulta nº 73, de 8 de outubro de 2012, definiu que o ICMS recolhido em regime de substituição tributária não compõe a base de cálculo dos créditos da apuração não cumulativa das Contribuições para o PIS e para a COFINS devida pelo contribuinte substituído. Por outro lado, a Solução de Consulta nº 74, de 8 de outubro de 2012, decidiu que o IPI não recuperável e o ICMS integram o valor de aquisição de bens e serviços para efeito de cálculo do crédito das Contribuições para o PIS e para a COFINS na sistemática não cumulativa. Este informativo foi elaborado exclusivamente para nossos clientes e apresenta informações resumidas, não representando opinião legal. Dúvidas e esclarecimentos específicos sobre tais informações deverão ser dirigidas ao nosso escritório.