Nota técnica Unafisco Nº 14/2016 PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 406/2016

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Transcrição:

Nota técnica Unafisco Nº 14/2016 PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 406/2016 A Unafisco - Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional) apresenta a seguinte Nota Técnica a respeito de alguns artigos do PLS 406/2016 que altera o Código Tributário Nacional (CTN). Inicialmente, destacamos que o CTN foi veiculado pela Lei 5.172/66 e nos últimos 50 anos vem servindo com louvor como norma geral em matéria de legislação tributária, cumprindo o que determina, desde 1988, a Constituição Federal no art. 146, inciso III. Nesses 50 anos, o CTN não teve um artigo sequer declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que mostra que seus dispositivos foram elaborados com rigor técnico e foram capazes de resistir, inclusive, à implantação da nova ordem constitucional que adveio com a Constituição de 1988. Trata-se, portanto, de norma que, pelo seu conteúdo tecnicamente de qualidade, alcançou a longevidade e a estabilidade que resultaram em transmitir segurança para o ambiente jurídico e de negócios nesse meio século de existência. Diante disso, desperta preocupação de toda a sociedade o atual regime urgência aprovado para o PLS 406/2016 que pretende alterar tal norma sem que um amplo debate seja realizado envolvendo toda a sociedade e, em especial, as administrações tributárias, os advogados, o Poder Judiciário e o Ministério Público. Ainda que tenha sido elaborado pela Comissão de Juristas da Desburocratização, o referido projeto não foi precedido do amplo debate a que nos referimos, nenhuma audiência pública foi realizada, não sendo permitida a participação construtiva dos setores da sociedade e da administração pública. Com o regime de urgência, o Poder Legislativo não terá condições de avaliar o conteúdo do PLS 406/2016 com cautela e ouvindo à sociedade. Como veremos a seguir, há dispositivos no PLS 406/2016, a despeito da competência dos que o elaboraram, que são totalmente contrários ao interesse público. Ressaltamos, em especial, que há dispositivos que tendem a agravar a crise fiscal dos Estados, Municípios e Distrito Federal. Unafisco Nacional - Página 1

A par disso, a Unafisco Nacional apresenta alguns comentários sobre os seguintes dispositivos do PLS 406/2016: Art. 167; 6º do art. 170; Art. 196-A Art. 207-A Art. 167 A redação proposta para o art. 167 propõe que as restituições dos contribuintes sejam corrigidas pelos mesmos índices aplicados aos créditos da fazenda pública, o que é uma medida bastante justa. Porém, o dispositivo ainda não corrige uma distorção que vem provocando um grande prejuízo para a União, em detrimento de toda a sociedade. A União remunera os títulos públicos com base na Taxa Selic calculada com juros capitalizados, mas cobra e reajusta as restituições com base na Taxa Selic simples. Isso gera uma distorção em desfavor da Fazenda pública e dos contribuintes com direito à restituição que se revela significativa. Pelo regime atual, portanto, devido a tal distorção, um contribuinte com restituição não é remunerado com a mesma que a União paga aos investidores em títulos públicos remunerados pela Taxa Selic. Para corrigir isso, propomos a seguinte redação ao art. 167: Art. 167. O crédito do sujeito passivo, decorrente do pagamento indevido de tributos, será atualizado, desde a data do pagamento até a da restituição, em conformidade com os mesmos índices aplicáveis ao crédito tributário em mora, sendo esse índice calculado com capitalização mensal. Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se à compensação ou à devolução a qualquer título de créditos, relativos a tributos, inclusive os decorrentes de condenações judiciais da Fazenda Pública. (NR) Unafisco Nacional - Página 2

6º do Art. 170 A redação do 6º do art. 170 que consta no PLS 406 permite que o contribuinte compense precatórios próprios ou de terceiros com créditos tributários inscritos em dívida ativa. Esse dispositivo irá provocar um agravamento sem precedentes na crise fiscal de Estados, Municípios e Distrito Federal. Os entes federativos conseguiram em 2009 que uma Emenda Constitucional (EC) lhes propiciasse um regime de parcelamento em 15 (quinze) anos dos precatórios já vencidos, por meio da EC 62/2009. Estados. Um volume imenso de precatórios foi parcelado de 2010 a 2015 em vários Com a redação proposta pelo PLS 406 ao 6º do art. 170 do CTN, os credores dos precatórios poderão compensar de imediato todos os precatórios, para si mesmo ou cedendo-os a terceiros. Uma dívida dos entes federativos que seria paga em mais nove anos, será descontada de imediato da receita tributária, pois os contribuintes estarão motivados a deixar suas dívidas serem inscritas em dívida ativa para poderem efetivar a compensação com os precatórios que adquirirem com um generoso deságio de terceiros. Não vemos outro cenário senão o de caos nas contas públicas dos entes federativos após a aprovação de uma norma com tal conteúdo. Ademais, trata-se de dispositivo inconstitucional, pois o regime jurídico dos precatórios é tratado exaustivamente no texto da Constituição, vigorando o princípio da ordem cronológica de pagamento destes. Quando a o texto constitucional quis excepcionar esse princípio, ela o fez de modo explícito, como no caso do 11º do art. 100 da CF, no caso da compra de imóveis públicos. Assim, seja pelo caos nas contas dos entes federativo que o dispositivo patrocina, seja pela sua inconstitucionalidade formal, propomos seja suprimido o 6º do art. 170 do PLS 406. Unafisco Nacional - Página 3

Art. 196-A A redação do art. 196-A que consta no PLS 406 subordina o início do trabalho da fiscalização de tributos a uma ordem fundamentada e específica expedida pela administração tributária, o que conflita com o 142 do CTN. A atividade administrativa de lançamento não pode ser, ao mesmo tempo, vinculada e obrigatória, exercida pela autoridade tributária como determina o parágrafo único do art. 142 do CTN - e depender de uma ordem que virá de outra autoridade. Para atender à preocupação sobre a necessidade de controle administrativo da atividade de fiscalização, o Decreto 3.724/2001, redação dada pelo Decreto 8.303/2014, encontrou solução que preserva a norma do art. 142 do CTN ao determinar que a fiscalização federal será precedida de Termo de Distribuição de Procedimento Fiscal de Fiscalização (TDPF). A expressão termo indica que a necessidade e motivação da fiscalização está devidamente documentada, o que atende à necessidade de controle administrativo interno e fornece segurança para o contribuinte quanto à identidade da autoridade fiscal. A expressão ordem pode ser interpretada como uma forma de subordinar a fiscalização de tributos à vontade de cargos em comissão que estejam afinados com interesses políticos ou econômicos nocivos ao bom funcionamento do fisco ou que estejam interessadas em sufocar a capacidade investigativa da fiscalização. No tocante às exceções à existência do termo, o mencionado Decreto incluiu entre estas as situações nas quais haja riscos aos interesses da Fazenda Nacional. O PLS 406 ressalva somente os casos nos quais há risco de subtração de prova, o que não cobre todos os casos nos quais os interesses da Fazenda Pública podem ser violados. como segue: Assim, propomos que a redação do art. 196-A seja alterada para constar Art. 196 A. A fiscalização será precedida obrigatoriamente de termo específico expedido por autoridade fiscal responsável. 1º O termo conterá obrigatoriamente os seguintes elementos: I numeração de identificação e controle; II dados identificadores do sujeito passivo; III períodos e tributos a serem fiscalizados; IV prazo para realização do procedimento fiscal, que poderá ser prorrogado por motivo justificado; Unafisco Nacional - Página 4

Art. 207-A V nome e matrícula das autoridades fiscais responsáveis pelo procedimento fiscais e seus respectivos telefone e endereço funcional, para contato, bem como da autoridade fiscal responsável pela expedição do termo. 2º Excetuam-se da regra disposta no caput exclusivamente os casos de flagrante de contrabando, descaminho ou de outra prática de infração à legislação tributária e aduaneira, em que haja risco aos interesses da fazenda pública. A redação do art. 207-A que consta no PLS 406 permite que empresas devedoras do fisco participem licitações e contratem com a administração pública direta ou indireta. Nesse momento atual de crise fiscal, não é recomendável que essa garantia para o crédito tributário seja retirada. Os entes federativos possuem programas de parcelamento que já possibilitam que empresas devedoras regularizem sua situação fiscal para se habilitarem a contratar com a administração pública. A previsão do inciso II do parágrafo único do art. 207-A, por seu turno, ao possibilitar a retenção de recursos ou a exigência de garantias para o contrato, não resolve essa questão, pois um ente federativo não terá como reter recursos relativos a tributo de outro ente. Em adição, acrescentamos que o dispositivo conflita com o 3º do art. 195 da Constituição, pois não permite que empresas que sejam devedoras da seguridade social realizem contratações com o Poder Público, o que é vedado pela norma constitucional referida. Vislumbramos o art. 207-A proposto como um meio de enfraquecimento das garantias dos créditos tributários que se revela altamente desaconselhável nesse momento de crise fiscal e em total descompasso com o interesse público, bem como é conflitante com 3º do art. 195 da Constituição. Portanto, propomos seja suprimido o art. 207-A. Nov/2016 Diretoria de Estudos Técnicos Unafisco Associação Nacional Unafisco Nacional - Página 5