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Transcrição:

fls. 74 SENTENÇA Processo Digital nº: 1007365-29.2016.8.26.0002 Classe - Assunto Procedimento Comum - Rescisão do contrato e devolução do dinheiro Requerente: Elcio Felix Cardoso e outro Requerido: Jetirana Empreendimentos S/a. (Rossi Residencial) Juiz(a) de Direito: Dr(a). Carlos Eduardo Prataviera Vistos. ELCIO FÉLIX CARDOSO e ISA LINGIARDI DOROTEO CARDOSO ajuizaram esta ação em face de JETIRANA EMPREENDIMENTOS S/A (ROSSI RESIDENCIAL) aduzindo, em apertada síntese, que em agosto de 2013 as partes celebraram compromisso de compra e venda de unidade autônoma em empreendimento realizado pela ré, cujas obras ainda não foram concluídas. Em razão de dificuldades financeiras que vêm enfrentando, optaram por rescindir o contrato, todavia, a ré pretende lhes restituir apenas cerca de 15% do valor pago até o momento, de forma parcelada, em virtude de retenções abusivas previstas no contrato. Pagaram, até o momento, o montante de R$ 108.328,70 e concordam com a retenção de no máximo 10% dessa importância. Pedem a rescisão do contrato e a restituição da importância de R$ 97.495,83, já descontada a multa equivalente a 10% do valor pago. Regularmente citada, a ré deixou de contestar a ação no prazo legal. R E L A T A D O S. D E C I D O. 1007365-29.2016.8.26.0002 - lauda 1

fls. 75 O processo comporta julgamento antecipado, nos termos do artigo 355, inciso II, do Código de Processo Civil. A ré não ofereceu contestação, prevalecendo a disposição do artigo 344 do Código de Processo Civil, presumindo-se verdadeiros os fatos narrados na petição inicial. A ação é procedente. As partes celebraram compromisso de compra e venda de imóvel na planta, mas os autores vieram a desistir do negócio, pretendendo, agora, reaver parte dos valores pagos à ré. Assim, a rescisão não se pode dar por culpa da ré, que cumpriu sua parte no contrato, mas dos próprios compradores. A rescisão do contrato torna-se decorrência lógica dessa desistência e essa rescisão equivale ao desfazimento do negócio ex radice. Desfeito, pois, o negócio, as partes voltam ao estado anterior ao seu fazimento. Em verdade, ao desfazer o contrato, é como se ele se tornasse inválido desde a sua formação, sob pena de se compadecer o direito com verdadeiro enriquecimento ilegal da ré. Enriquecimento ilícito, na precisa fórmula de Washington de Barros Monteiro "consiste no ganho sem causa. Verifica-se ele não só quando recebemos alguma coisa sem motivo justo (condictio indebiti, condictio sine causa, causa data non secuta) como quando, sem causa legítima, nos libertamos de uma obrigação com dinheiro alheio" (1). (1) ORLANDO GOMES, "Contratos", 1ª parte, pág. 296 1007365-29.2016.8.26.0002 - lauda 2

fls. 76 Mutatis mutandis é o ensinamento de CLOVIS BEVILAQUA de que "o ato anulado considera-se como se nunca tivesse existido, e, portanto, as partes devem, reciprocamente, restituir-se do que tiveram recebido em conseqüência dele" (2). Se a ré quer e vai receber o imóvel de volta, não é justo que os autores percam tudo que pagaram. Não se discute sobre ato nulo ou ato anulável, pois o contrato era e esteve válido o tempo todo, até ser denunciado pelos autores. E há também o Código de Defesa do Consumidor (artigo 53) para justa composição da disputa. Voltando as partes como dantes estavam, a ré se reintegra na posse do bem e poderá vende-lo a terceiro, mas deve devolver aos autores parte do que deles recebeu, tudo corrigido a partir de cada recebimento. Desde logo, impende assinalar que a ré pretende impor aos autores a perda de cerca de 85% do montante pago em seu favor, voltando o imóvel a ela. Não há objeção por parte da ré quanto ao pedido de rescisão. Pretende, contudo, reter percentual tão expressivo do montante pago em seu favor, em razão da aplicação de multa e retenções previstas no contrato, sem prejuízo da devida reintegração do imóvel ao seu patrimônio. (2) Código Civil, 1953, I/343 Tudo isso em decorrência da desistência dos autores. Seria isso justo? O Direito se compadeceria com situação 1007365-29.2016.8.26.0002 - lauda 3

fls. 77 assim? extenso, tão pretensioso? À evidência que não. Por que, então, pedido tão largo, tão Nesse sentido, a cláusula contratual é uma verdadeira aberração, pois impõe pesada perda ao contratante inadimplente, daí porque, em razão do fato de a unidade voltar à ré, a cláusula penal deverá ser reduzida ao patamar de 10%, que se mostra suficiente para compensá-la pelas despesas inequívocas decorrentes do distrato. Finalmente, essa devolução deve se dar em parcela única e não parcelada, consoante dicção da súmula 543 do C. Superior Tribunal de Justiça: "Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador - integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento". Isto posto, JULGO PROCEDENTE o pedido para declarar a rescisão do contrato que envolve as partes e para condenar a ré a devolver aos autores a quantia de R$ 97.495,83 (noventa e sete mil, quatrocentos e noventa e cinco reais e oitenta e três centavos), com correção monetária desde cada pagamento e juros desde a citação. JULGO EXTINTO o processo, com resolução do mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil. Pelos ônus da sucumbência, arcará a ré com as custas e despesas do processo, bem como com os honorários da parte contrária, que fixo 1007365-29.2016.8.26.0002 - lauda 4

fls. 78 em 10% do valor atualizado da condenação. P.R.I. São Paulo, 06 de abril de 2016. DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA 1007365-29.2016.8.26.0002 - lauda 5