Imperialismo. Estudo dos Capítulos 9 e 10 da obra Economia Política: uma introdução Crítica para o Curso de Economia Política

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Transcrição:

uma introdução Crítica para o Curso de Economia Política

Rosa Luxemburgo Vladimir Lênin Nikolai Bukharin

capitalismo mobilidade e transformação atividade econômica desenvolvimento das forças produtivas processo sociopolítico e culturais

as três fases do capitalismo capitalismo comercial capitalismo concorrencial capitalismo monopolista

capitalismo comercial século XVI ao XVIII acumulação primitiva mundialização do mercado contradição entre avanço e destruição burguesia como classe revolucionária

capitalismo concorrencial século XVIII ao XIX subsunção do trabalho teoria econômica clássica urbanização acelerada mundialização da economia

capitalismo concorrencial século XVIII ao XIX luta de classe moderna estado liberal burguês organização do proletariado questão social

capitalismo monopolista século XIX aos dias de hoje segunda revolução industrial concentração e centralização capital financeiro oligarquia financeira

capitalismo monopolista século XIX aos dias de hoje exportação de capitais partilha territorial e econômica do mundo divisão internacional do trabalho indústria bélica

monopólios objetivos aumento da taxa absoluta e relativa de mais valia cartelização controle dos preços de fornecedores maior eficiência produtiva

monopólios objetivos favores ante o Estado acesso exclusivo às inovações tecnológicas exportação de capital produtivo (busca de taxas de lucros mais altas nas semicolônias)

monopólios novas tensões na dinâmica econômica limitação do crescimento econômico e da absorção de inovações tecnológicas

as fases do imperialismo fase clássica anos dourados capitalismo contemporâneo

fase clássica 1890 1940 grandes crises econômicas ascensão do proletariado mudança no papel do estado new deal, keynes e fascismo

anos dourados 1945 1970 capitalismo democrático estado do bem estar social taylorismo fordismo estandardização produção e consumo em massa

anos dourados 1945 1970 american way of life indústria cultural altas taxas de crescimento

anos dourados três novos traços crédito ao consumidor inflação permanente crescimento do setor terciário (publicidade e burocracia estatal)

anos dourados papel do Estado contradições: superlucros e miséria estado associado ao capital subsidiário do capital controle e coesão da força de trabalho

anos dourados crítica ao capitalismo capitalismo x socialismo novos movimentos sociais guerra do Vietnã

capitalismo contemporâneo 1970 aos dias de hoje triunfo do capitalismo fim da história integração da classe operária desenvolvimentismo e multilateralismo

capitalismo contemporâneo crise dos anos dourados queda das taxas de lucro e crescimento desvinculação do dólar do ouro alta do petróleo ascensão da luta de classes

capitalismo contemporâneo restauração do capital reestruturação produtiva financeirização ideologia neoliberal

capitalismo contemporâneo reestruturação produtiva terceira revolução industrial pós fordismo (flexibilização das relações de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo) da acumulação rígida à acumulação flexível

capitalismo contemporâneo reestruturação produtiva intensiva incorporação de novas tecnologias desterritorialização da produção (maior exploração da classe trabalhadora) redução da demanda por trabalho vivo

capitalismo contemporâneo efeitos da reestruturação produtiva expansão das atividades do trabalhador coletivo (maior divisão social do trabalho, mão de obra polivalente) sindicalismo de empresa terceirização as grandes corporações estratégias

todas as transformações implementadas pelo capital têm como objetivo reverter a queda da taxa de lucro e criar condições renovadas para a exploração da força de trabalho

capitalismo contemporâneo efeitos da reestruturação produtiva redução salarial precarização do emprego desemprego crônico radicalização da desigualdade social

capitalismo contemporâneo expansão do setor terciário industrialização generalizada maior concentração e centralização dos monopólios megacorporações nova oligarquia ONU FMI BM

capitalismo contemporâneo desregulamentação generalizada economia direito sociais estado

o capitalismo contemporâneo particulariza se pelo fato de, nele, o capital estar destruindo as regulamentações que lhe foram impostas como resultado das lutas do movimento operário e das camadas trabalhadoras

capitalismo contemporâneo neoliberalismo maior mobilidade para o capital superacumulação durante o período anterior (anos dourados) gera a necessidade de escoamento do capital processo de privatizações contra reformas

capitalismo contemporâneo neoliberalismo exportação de capital produtivo (investimento externo direto IED) juros (rendimentos diversos, ações e títulos) capital fictício necessidade de valorizar o capital (falta de mercados)

capitalismo contemporâneo neoliberalismo Estado mínimo para o trabalho e máximo para o capital

a ideologia neoliberal compreende uma concepção de homem (considerado atomisticamente como possessivo, competitivo e calculista), uma concepção de sociedade (tomada como um agregado fortuito, meio de o indivíduo realizar os seus propósitos privados) fundada na ideia da natural e necessária desigualdade entre os homens e uma noção rasteira da liberdade (vista como função da liberdade de mercado).

capitalismo contemporâneo consequências do neoliberalismo deslocamento da economia para a finança centralização bancária, de corretoras corrupção bolhas financeiras (capital volátil muito maior que o PIB)

capitalismo contemporâneo consequências do neoliberalismo superexploração das semicolônias dívida externa déficit público superávit primário política de controle da inflação pela taxa de juros

capitalismo contemporâneo consequências do neoliberalismo alargamento da distância entre pobres e ricos ascensão do racismo e da xenofobia criminalização da pobreza e de movimentos sociais crise ecológica

capitalismo contemporâneo contradições do capitalismo socialização ao extremo na produção apropriação privada da produção primeiro requisito para a revolução social

a indústria bélica e o neoliberalismo

indústria bélica componente central do imperialismo altas taxas gerais de lucro alto índice de renovação tecnológica (e subprodutos) o valor do produto da indústria bélica não precisa se realizar para ser reposto. A obsolência determinada a necessidade de mais investimentos e de inovação estado consumidor (lobbies)

indústria bélica componente central do imperialismo as guerras abrem espaço para novos ciclos capitalista elemento de contenção de crises política estatal contraposta ao subconsumo, reserva produtivo para a superacumulação (capital financeiro procuro se valorizar) imperialismo em sua forma pura oligarquia financeira age política, social e economicamente

referência NETTO, José Paulo e BRAZ, Marcelo. Economia Política uma introdução crítica. 4a. Edição. Editora Cortez. São Paulo, 2006.

fim