CARTOGRAFIA DIGITAL COMO SUBSÍDIO AO PLANEJAMENTO AMBIENTAL DA SUB-BACIA DO RIO COTINGUIBA(SE) LIMA, A. S. 1 ; SANTANA, L. B. 2 ; FONTES, A. L. 3 ; ALMEIDA, J. A. P. 4 RESUMO: Este artigo tem como objetivo analisar a importância da cartografia digital como ferramenta de auxílio ao planejamento ambiental da sub-bacia do rio Cotinguiba a fim de garantir a preservação, recuperação e conservação deste sistema ambiental. Neste trabalho ressalta-se a confecção e análise de dois produtos cartográficos elaborados através do Sistema de Informações Geográficas (SIG), nos quais são evidenciadas as características de declividade e hipsometria. No entanto, é preciso ressaltar que esses dois componentes são insuficientes para uma análise completa da sub-bacia, sendo necessário à elaboração de um cruzamento destas com outras variáveis condicionantes como a geologia (fatores litológicos e estratigráficos), as áreas de cabeceiras de drenagens (fatores de dissecação) e o tipo de uso do solo (fatores antrópicos). PALAVRAS-CHAVE: sub-bacia do rio Cotinguiba, SIG, hipsometria. ABSTRACT: This paper has as objective analyses the importance of digital cartography as tool of aid to environmental planning of sub-basin, Cotinguiba river in order to guarantee the preservation, recovery and conservation of this environmental system. In this paper it is emphasized the making and analysis of two cartographic products elaborated through of Geographical Information of System (GIS), us which the characteristics of steepness and hypsometry are evidenced. However, it is necessary to emphasize that those two components are insufficient for a complete analysis of the sub-basin, being necessary to the elaboration of a crossing of these with another varied they conditions as the geology (factors rocks and stratigraphical), areas of headboards of drainages (dissection factors) and the type of use of the soil (factors humans). KEYWORDS: sub-basin Cotinguiba river, GIS, hypsometry. 1. INRODUÇÃO: A partir da década de 1970, com a introdução dos métodos quantitativos e os avanços tecnológicos começaram a surgir representações cartográficas mais fiéis à realidade, sobretudo com a utilização das técnicas de geoprocessamento que contribuem para os estudos ambientais amparando, por exemplo, os zoneamentos como um todo. 1 Mestrando em Geografia pelo NPGEO/UFS. End.: Rua Simão Dias/ 122A/ Centro/ CEP: 49000-000/ Tel.: 79-8803-3894/ alef19@gamail.com, 2 Mestrando em Geografia pelo NPGEO/UFS. leobarsan@gmail.com. 3 Doutora em Geografia (UFS), Professora do Departamento de Geografia e do NPGEO UFS. aracyfontes@ufs.br 4 Doutor em Geografia (UFS), Professor do Departamento de Geografia e do NPGEO UFS. jalmeida@ufs.br...
Neste sentido, objetiva-se utilizar o geoprocessamento como ferramenta de auxílio ao planejamento ambiental da sub-bacia do rio Cotinguiba a fim de garantir a preservação, recuperação e conservação deste sistema ambiental. Neste trabalho ressalta-se a confecção e análise de dois produtos cartográficos elaborados através de um sistema de informação geográfico, nos quais são evidenciadas as características de declividade e hipsometria. A sub-bacia do rio Cotinguiba é uma das principais formadoras da bacia do rio Sergipe, abrangendo uma área de 232,5 Km 2 envolvendo, parcialmente, quatro municípios sergipanos - Riachuelo, Nossa Senhora do Socorro, Laranjeiras e Areia Branca, com posição geográfica nas Mesorregiões do Agreste Sergipano e Leste Sergipano. 2. MATRIAL E MÉTODOS: Para a execução deste estudo seguiu-se um roteiro metodológico que buscou englobar procedimentos agrupados em fases sucessivas, porém, relacionadas, os quais serão descritos abaixo: a) Levantamento bibliográfico e cartográfico (analógico e digital) pertinente à área de pesquisa. Para tanto, foram utilizadas imagens interferométricas orbitais adquiridas do planeta em fevereiro de 2000, pela Missão da SRTM 5, da NASA. A base cartográfica utilizada foi extraída do Atlas Digital sobre Recursos Hídricos de Sergipe (SEPLAN/SRH, 2004); b) Processamento 6 e apresentação desses dados em forma de cartas temáticas; 2. RESULTADOS e DISCUSSÕES: A análise das dificuldades mais relevantes detectadas na elaboração e na implementação do planejamento de bacias hidrográficas indica que, para ter maiores chances de sucesso, deve-se partir de alguns pontos chave como: a definição do problema; a capacidade de lidar com a complexidade da bacia; identificar o conjunto de interesses que contribuem para o estado atual da bacia e encontrar maneiras de trabalhar com uma bacia hidrográfica para que se possa obter o melhor aproveitamento possível. Deste modo, a cartografia digital representa uma ferramenta fundamental no apoio a identificação de variáveis. A cartografia computadorizada é uma forma de representação gráfica que consiste basicamente na dinamização técnica da cartografia tradicional, através de procedimentos digitais assistidos por computador, tornando suas aplicações mais versáteis (CASTRO, 1993). Para a elaboração de processos que venham a servir para uma análise em bacia hidrográfica, se fez necessário a utilização de um Sistema de Informação Geográfica (SIG). 5 Disponível em ftp://ftp.glcf.umiacs.umd.edu/glcf/srtm/ 6 As curvas de nível foram geradas a partir da imagem interferométrica com a utilização do software Global Mapper, em sua versão demo. As cartas temáticas foram confeccionadas nos softwares SPRING 4.2 e apresentadas no software COREL DRAW 12.
Nesse estudo optou-se pela geração do Modelo Numérico de Terreno (MNT) desenvolvido no SPRING, culminando com a gênese de dois produtos cartográficos: a carta hipsométrica e carta de declividade, ambos de ampla aplicabilidade, sendo utilizada nas pesquisas que envolvem questões ambientais. A carta hipsométrica representa as diferentes curvas de nível presentes na área agrupadas em classes altimétricas, a fim de que as diferenças topográficas possam ser melhor visualizadas. Este carta resultou da classificação das curvas de nível derivadas dos dados interferométricos, com eqüidistância de 40 m. As classes altimétricas foram estabelecidas com base numa anáise prévia do mapa-base analógico (carta topográfica Aracaju: escala: 1:100.000), de forma a agrupar as curvas em classes efetivamente representativas da topografia da área em estudo. Assim foram estabelecidas as seguintes classes: 0 a 80 m, 80 a 160 m; 160 a 240, 240 a 320, 320 a 400 e > 400m (Figura 01). Figura 01: Hipsometria da sub-bacia do rio Cotinguiba Fonte: Derivada das curvas de nível geradas a partir da imagem interferométrica SRTM. Pela análise do mapa é possível observar que a maior parte da área estudada apresenta altitudes entre 0 a 80 m, onde aparecem as planícies fluvial, fluviomarinha e costeira e o relevo dissecado em colinas de topo plano e convexo. Segue-se a classe entre 80 e 160 m, representada na média sub-bacia. Nas áreas mais elevadas, a oeste, as curvas de nível vão se sucedendo com menor espaçamento evidenciando maior declividade, nas classes de 320 a 400 m e superior a 400 m de altitude. A carta de declividade resultou em cinco classes assim distribuídas: Classe A < 2% (relevo plano) o escaoamento superficial é lento ou muito lento, não ocorrendo erosão hídrica significativa; classe B 2 a 6% (relevo suavemente ondulado) o escoamento superficial
é moderado a erosão hídrica deve ser controlada com praticas simples de conservação, exceto em solos erodíveis com comprimentos de rampa muito longos; classe C 6 a 60% (relevo medianamente ondulado) áreas com superfícies inclinadas; classe D de 20 a 50% (relevo ondulado) áreas com superfícies bem inclinadas; e classe E com declive superior a 50% (relevo fortemente ondulado). Pela analise da carta de declividade, a maior parte das terras que servem para a agricultura na subbacia do rio Cotinguiba situam-se em terrenos com pouca declividade (> 2%), o que reduz a possibilidade de ocorrência de processos erosivos lineares, a exemplo de ravinas e voçorocas (Figura 02). Figura 02: Declividade da sub-bacia do rio Cotinguiba Fonte: Derivada das curvas de nível geradas a partir da imagem interferométrica SRTM. CONCLUSÕES Os produtos cartográficos gerados nesse trabalho constituem em grande auxilio as atividades voltadas para o planejamento da sub-bacia, a fim de identificar áreas susceptíveis às fragilidades ambientais. Da análise das cartas de hipsometria e declividade ressalta-se que a superfície dissecada em colinas, cristas e interflúvios tabulares englobam a maior parte da área em estudo, desde o alto curso até as proximidades da foz do Cotinguiba, no município de Riachuelo. No entanto, os elementos levantados apesar de construírem-se indispensáveis não são suficientes para uma análise completa da sub-bacia. É necessário que se elabore o cruzamento destas com outras variáveis condicionantes como a geologia (fatores litológicos e estratigráficos), as áreas de cabeceiras de drenagens (fatores de dissecação) e o tipo de uso do solo (fatores antrópicos). 3. BIBLIOGRAFIA:
CASTRO, J. F. M. - Aplicação de um Sistema de Informação Geográfica na Temática da Morfodinâmica:exemplo do estudo da Bacia do Rio Mogi - Cubatão/SP. Dissertação de Mestrado, FFLCH / USP, 1993. SERGIPE. Atlas digital sobre recursos hídricos. SEPLAN/SRH, 2004.