GEOMORFOLOGIA E USO DE GEOTECNOLOGIAS NA CARTOGRAFIA DO ALTO SERTÃO SERGIPANO

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Transcrição:

GEOMORFOLOGIA E USO DE GEOTECNOLOGIAS NA CARTOGRAFIA DO ALTO SERTÃO SERGIPANO Rosa Helena Almeida Leite Santos 1, José Antônio Pacheco de Almeida 2, José Batista Siqueira 3, Samiramisthais Souza Linhares 4 1 Geóloga, Aracaju-SE, rosahelena_geo@yahoo.com,br 2 Geólogo, Professor Assistente do Depto. Geologia, UFS, Aracaju-SE, pachecoalmeida@ig.com.br 3 Geólogo, Professor Assistente do Depto. Geologia, UFS, Aracaju-SE, auj@ig.com.br 4 Geóloga, Aracaju-SE, samiraslinhares@yahoo.com.br RESUMO: O relevo é resultado das forças antagônicas, sintetizadas pelas atividades tectônicas e estruturais, e por mecanismos morfoclimáticos ao longo do tempo geológico. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo realizar o mapeamento geomorfológico na escala de 1:100.000 na região do Alto Sertão Sergipano e obter inter-relações com a geologia da região utilizando técnicas de geoprocessamento, tendo como base o uso de imagens SRTM, SPOT, LANDSAT e ferramentas do Sistema de Informação Geográfica. A escala adotada permite a divisão em três táxons. No 1 táxon foram identificadas às unidades morfoestruturais Bacia do Tucano e Faixa de Dobramento Sergipana, no 2 táxon as unidades morfoesculturais o Canyon do Rio São Francisco, o Pediplano Sertanejo e as Serras Residuais e no 3 táxon foram individualizados o Canyon, o Padrão em colinas/ Relevo rampeado, as Serras com topos aguçados e convexos, o Padrão levemente ondulado a plano, os Morrotes, as Forma de topo tabular e a Forma de topo convexo. PALAVRAS-CHAVE: Mapeamento geomorfológico, geoprocessamento, geologia. INTRODUÇÃO: O relevo terrestre não pode ser entendido como algo estático, como algo que sempre apresentou a mesma forma e que fora deixado de herança com as mesmas características de quando criado. Pelo contrário, como afirma Cholley (1950, apud CASSETI, 2005): o relevo deve ser entendido como o resultado das forças antagônicas, sintetizadas pelas atividades tectônicas e estruturais, e mecanismos morfoclimáticos ao longo do tempo geológico. Ou seja, a superfície terrestre é composta por formas de relevo diferentes entre si (tamanho, forma, idade e processos genéticos distintos). O conhecimento geomorfológico possui fundamental importância no escopo das Geociências, pois a partir dele é possível entender as condições gerais da dinâmica da paisagem, o que contribui para o desenvolvimento de prognóstico e interpretação das condições ambientais. Segundo Kugler (1976, apud CASSETI, 2005) o mapeamento geomorfológico é um produto científico de grande valor, no que tange a ser subsídio para a apropriação racional do relevo. Atualmente os estudos geomorfológicos estão amparados por um cenário geotecnológico, em que os produtos orbitais, tais como imagens de radar, imagens de satélites, aerofotografias e softwares de geoprocessamento apresentam-se como subsídios para o mapeamento geomorfológico. Apoiados nesses recursos e na bibliografia acerca do tema, este trabalho apresenta um estudo geomorfológico do Alto Sertão Sergipano associado à metodologia de mapeamento geomorfológico segundo os níveis taxonômicos definidos por Ross (1992) e por Nunes (2009), evidenciando os três primeiros táxons e busca-se também obter as inter-relações que respaldem a processos geológicos/ geomorfológicos que atuaram nesta área e que estejam refletidos no mapa geomorfológico. MATERIAL E MÉTODOS: Para a realização deste trabalho seguiu-se os seguintes procedimentos: em primeiro momento, foi feita um levantamento bibliográfico e montagem de um banco de dados. Tal banco de dados se constituiu a partir do levantamento das diversas informações necessárias e disponíveis da área de estudo para a realização do mapeamento geomorfológico. Destacam-se: a base geológica, disponibilizada pelo Serviço Geológico do 383

Brasil CPRM; as imagens da SRTM, disponibilizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias EMBRAPA; bem como a base cartográfica (limite da bacia, rede de drenagem, etc.), retirada do Atlas Digital da Secretaria de Recursos Hídricos de 2011. Também foram realizados trabalhos de campo na área de estudo a fim de realizar o reconhecimento da paisagem morfológica. Os softwares empregados para fins de geoprocessamento e análise espacial foram: o ArcGIS 10, o ENVI 4.3, o SPRING 5.2.3, Global Mapper, ENVI 4.3 e Erdas Imagine. Como base para o levantamento das informações geomorfológicas da área de estudo foram utilizados os pressupostos teóricos de Ross (1992) e por Nunes (2009), que leva em consideração a classificação taxonômica do relevo, aplicável em diversas escalas de abordagem. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir dos materiais e métodos descritos anteriormente, foi possível obter subsídios para a compartimentação geomorfológica da região e a geração do mapa geomorfológico (Figura 1). Figura1: Mapa Geomorfológico do Alto Sertão Sergipano. O primeiro táxon corresponde as Unidades Morfoestruturais, representado por duas divisões (Figura 2), sendo a primeira, Faixa de Dobramento Sergipana que compreende parte considerável da região estudada, caracterizada por terrenos mais antigos de idade Neoproterozóica e a segunda, Bacia do Tucano com sedimentos depositados desde o Paleozóico ao Cenozóico. Essa classificação foi elaborada a partir da interpretação dos limites morfoestruturais e a análise dos dados litológicos. 384

Figura 2 - Unidades Morfoestruturais. O segundo táxon refere-se às Unidades Morfoesculturais o qual foi possível identificar três unidades morfoesculturais. A primeira delas corresponde ao Canyon do Rio São Francisco (Dc) caracterizado pelo vale profundo com vertentes íngremes e desnível elevado e encontra-se esculpido na Faixa de Dobramento Sergipana e nos sedimentos da Bacia do Tucano. A segunda morfoescultura é o Pediplano Retocado (Pr) (Figura 3) que segundo Nunes (2009) é uma superfície de aplanamento elaborada durante fases sucessivas de retomada de erosão sem, no entanto, perder suas características de aplanamento, cujos processos geram sistemas de planos inclinados e às vezes levemente côncavos. Nessa região encontram-se vários afloramentos do tipo lagedo e matacões e a terra desta região é utilizada principalmente para pastagens e, secundariamente, para agricultura familiar. A terceira morfoescultura são as Serras Residuais constituídas por inselbergues controlados pela estrutura geológica, tendo a Serra Negra como o principal representante na área de estudo. Esse maciço residual apresenta topo aplainado (T), representando o ponto mais alto de Sergipe, localizada no município de Poço Redondo em fronteira com o estado da Bahia. Figura 3 - Pediplano Retocado: em (a) com presença de matacões e Serra Residual, em segundo plano e (b) levemente ondulado a plano. 385

O terceiro táxon está relacionado com as unidades morfológicas ou padrões de formas semelhantes contidos nas unidades morfoesculturais. Na região pesquisada foram identificadas sete unidades, sendo, a seguir, destacadas na Tabela 1. Os processos dominantes destas unidades são os modelados de dissecação que segundo Nunes (2009) ocorrem de forma mais generalizada na paisagem brasileira e são caracterizados como dissecados homogêneos, dissecados estruturais e dissecados em ravinas. Na região desse estudo ocorrem os dois primeiros tipos de dissecados. Como observado na Tabela 1 o Pediplano Retocado apresenta paisagem com padrão em colinas e relevo rampeado, serras com topos aguçados e convexos, padrão levemente ondulado a plano e morrotes visualizados na Figura 4. Tabela 1: Unidades Morfológicas. 2 Táxon 3 Táxon Canyon do Rio São Canyon Francisco Pediplano Sertanejo Padrão em colinas/ Relevo rampeado Serras com topos aguçados e convexos Padrão levemente ondulado a plano Morrotes Serras Residuais Forma de topo tabular Forma de topo convexo Figura 4: Pediplano retocado (a) com presença de inselberg com forma de topo aguçado e (b) com serras forma de topos convexos, em segundo plano. Para as inter-relações entre a geomorfologia e geologia da área estudada foi utilizado o Mapa Geológico do Estado de Sergipe da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM, 1997), na escala de 1:250.000. Embora a escala do mapa seja menor à adotada no trabalho, possibilita uma visão geral das possíveis inter-relações. A tabela 2 resume essas inter-relações. Tabela 2: Correlação da Geologia com o Mapeamento Geomorfológico. 386

Através dos lineamentos e direções de topos gerados dos tratamentos realizados na imagem de satélite SRTM foi possível coletar um total de 840 lineamentos e 215 direções de topo (Figuras 5). Analisando os diagramas de roseta, verifica-se nos dois diagramas há uma predominância na direção preferencial NW-SE, sendo que os azimutes médios dos lineamentos são 134 e 314 e das direções do topo são 126 e 306. Esta direção NW-SE reflete uma relação estrutural (Zona de Cisalhamento Macururé) que resulta nos alinhamentos das serras e de canais de drenagem. Possui o mesmo trend da cunha metavulcanossedimentar que constitui a Faixa de Dobramentos Sergipana. Figura 5: Mapa de lineamentos e direções de topo da região de estudo com os diagramas de roseta. CONCLUSÕES: As técnicas de geoprocessamento foram essenciais para o estudo geomorfológico do Alto Sertão Sergipano e auxiliaram na geração dos mapas e interpretação do relevo. As funções de manipulação e análise presentes nos programas de SIG mostraram-se eficientes para o tratamento, cruzamento, classificação e apresentação final dos mapas temáticos. Entretanto, se faz importante salientar que o uso de geotecnologias, por si só, não eliminam sequências de estruturação de uma pesquisa geomorfológica, que abrange: levantamento bibliográfico, visitas a campo, laboratório, entre outras. REFERÊNCIAS: CASSETI, V. Geomorfologia. Disponível em: <http://www.funape.org.br/geomorfologia/>. Acesso em: 16 jan. 2013. MOREIRA, M. A. Fundamentos do Sensoriamento Remoto e Metodologias de Aplicação. 3 ed. Minas Gerais: UFV, 2007. 301 p. NUNES, E. P. Manual Técnico de Geomorfologia. IBGE, Rio de Janeiro, 2009. 175 p. ROSS, J. L. S. O Registro Cartográfico dos Fatos Geomórficos e a Questão da Taxonomia do Relevo. Revista do Departamento de Geografia, FFLCH-USP, São Paulo, n. 6, p. 17-29, 1992. SANTOS, R. A et al. CPRM (Org.). Geologia e recursos minerais do estado de Sergipe. Brasília: CPRM/DIEDIG/DEPAT; CODISE, 2001. 156 p. 387