Número do processo: 70066740119 Comarca: Comarca de Porto Alegre Data de Julgamento: 29/10/2015 Relator: Pedro Celso Dal Pra PODER JUDICIÁRIO ---------- RS ---------- ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PCDP Nº 70066740119 (Nº CNJ: 0359389-08.2015.8.21.7000) 2015/Cível apelação cível. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. processual civil. inépcia recursal. reprodução fiel dos termos da INICIAL. ausência de fundamentos, de fato e de direito, que ataquem a sentença. não conhecimento do recurso. De regra, tem-se entendido não reconhecer a inépcia da petição recursal quando, embora não exiba boa técnica, seja possível extrair-lhe os fundamentos pelos quais deseja ver reformada a sentença. Especialmente quando o recurso, embora seja, em boa parte, cópia da inicial ou da contestação, não o seja no todo, dando azo, assim, ao seu conhecimento. Caso dos autos, entretanto, em que as razões de apelo apenas veiculam reprodução das razões
expostas na inicial, sem atacar minimamente os fundamentos da sentença (que reconheceu a ausência de prova do acordo supostamente entabulado entre as partes e que não teria sido observado pelo réu), hipótese em que não se admite o conhecimento do recurso. RECURSO NÃO CONHECIDO. UNÂNIME. Apelação Cível Nº 70066740119 (Nº CNJ: 0359389-08.2015.8.21.7000) ABEL LAZUTA BANCO SANTANDER S A Décima Oitava Câmara Cível Comarca de Porto Alegre APELANTE APELADO ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Desembargadores integrantes da Décima Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em não conhecer do apelo. Custas na forma da lei. Participaram do julgamento, além do signatário (Presidente), os eminentes Senhores Des. Nelson José Gonzaga e Des. Heleno Tregnago Saraiva. Porto Alegre, 29 de outubro de 2015. DES. PEDRO CELSO DAL PRÁ, Relator. RELATÓRIO Des. Pedro Celso Dal Prá (RELATOR)
Cuida-se de recurso de apelação interposto por Abel Lazuta contra a sentença (fls. 64/66) que, nos autos da ação indenizatória movida em desfavor de Santander S/A, julgou improcedentes os pedidos iniciais, condenando o autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, em favor dos patronos do réu, estes arbitrados em R$ 600,00, suspensa, todavia, a exigibilidade, por litigar o sucumbente ao abrigo da AJG. Em suas razões (fls. 68/76), o recorrente sustenta que entabulou acordo com o réu para quitação parcelada de um débito, sendo que jamais recebeu os boletos. Aduz que tal situação gerou severo prejuízo, pois fez incidir encargos de mora indevidos sobre o debito, além da negativação de sue nome. Refere que está evidenciada a falha na prestação do serviço, a ensejar a responsabilização civil do demandado. Cita doutrina e jurisprudência para embasar sua tese. Pugna pelo provimento do recurso. Sem contrarrazões, conforme certidão da fl. 80. Remetidos a este Tribunal de Justiça, foram os autos distribuídos por sorteio automático em 28/09/2015, vindo-me conclusos para julgamento em 29/09/2015. Registro, por fim, que restou devidamente observado o disposto nos artigos 549, 551 e 552, todos do Código de Processo Civil, tendo em vista a adoção do sistema informatizado. É o relatório. Des. Pedro Celso Dal Prá (RELATOR) Eminentes Colegas: VOTOS O presente recurso de apelação não merece ser conhecido. Cuida-se de ação indenizatória, que foi julgada improcedente, ao fundamento de que o autor não comprovou a realização de acordo com o réu, para quitação de débitos em aberto. Entretanto, a parte recorrente, em suas razões de recurso, não atacou, ainda que minimamente, os fundamentos da sentença; em nenhum momento, pois, insurgiu-se contra o embasamento do julgado atacado. Apenas veio a este Grau de Jurisdição para reproduzir os mesmos argumentos da inicial, nada acrescendo àquela tese. De regra, tem-se entendido não reconhecer a inépcia da petição recursal, quando, não obstante a peça recursal não exiba
boa técnica (o que evidentemente é o caso), é possível extrair-lhe os fundamentos pelos quais deseja ver reformada a sentença. Especialmente quando o recurso, embora seja, em boa parte, cópia da inicial ou da contestação, não o seja no todo, dando azo, assim, ao seu conhecimento. Todavia, no caso, a petição recursal mostra-se absolutamente inepta, na medida em que as razões de apelo apenas veiculam reprodução dos argumentos já expostos por ocasião da inicial, sem, entretanto, atacar minimamente os fundamentos da sentença (que, repito, reconheceu a ausência de prova acerca do suposto acordo entabulado entre as partes). Hipótese esta em que não se admite o conhecimento do recurso. Neste sentido: APELAÇÃO CÍVEL. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. AÇÃO MONITÓRIA. ÔNUS DE FUNDAMENTAÇÃO DA APELAÇÃO PARA FINS DE PROVIMENTO DO RECURSO E REFORMA DA SENTENÇA. O recurso dirigido ao segundo grau de jurisdição precisa ser interposto com fundamentos necessários e suficientes para proporcionar a reforma da decisão impugnada. Inaptidão das razões de recorrer que inviabiliza o confronto com as razões de decidir expostas na sentença. Aplicação especificada do princípio da dialeticidade dos recursos em geral. Inépcia recursal, por ausência de fundamentos correlacionados com a ratio decidendi sentencial. APELO NÃO CONHECIDO.(Apelação Cível Nº 70022442073, Décima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Judith dos Santos Mottecy, Julgado em 17/04/2008) Portanto, resta inviabilizado o conhecimento da insurgência. Ante o exposto, não conheço do recurso de apelação, nos termos acima delineados. É como voto. Des. Nelson José Gonzaga (REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a). Des. Heleno Tregnago Saraiva - De acordo com o(a) Relator(a). DES. PEDRO CELSO DAL PRÁ - Presidente - Apelação Cível nº 70066740119, Comarca de Porto Alegre: "NÃO CONHECERAM DO RECURSO. UNÂNIME."
Julgador(a) de 1º Grau: WALTER JOSE GIROTTO